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sábado, 19 de outubro de 2024

São Pedro de Alcântara

São Pedro de Alcântara (A12)
19 de outubro
País: Espanha (Alcântara) (1499-1562)
São Pedro de Alcântara

Hoje celebramos a memória de São Pedro de Alcântara, sacerdote espanhol da Ordem Franciscana que se destacou por uma vida dedicada à penitência, à oração contemplativa e ao dom do conselho na direção espiritual das almas.

São Pedro de Alcântara viveu uma espiritualidade marcada pelo amor a Jesus Crucificado, com frequência o encontravam prostrado ante o crucifixo, derramando copiosas lágrimas. Este amor o levou a ser promotor incansavelmente da devoção à Santa Cruz.

Fundou o ramo franciscano de “estrita observância”, também chamados de alcantarinos, pois desejava que os religiosos abraçassem uma vida de maior mortificação, dedicando mais tempo à oração e meditação. Esta empresa foi motivo de muitas perseguições e ataques, mas com a graça de Deus floresceu notavelmente.

Santa Teresa de Ávila foi contemporânea a ele e, conhecendo sua vida santa e seus dotes para a direção de almas, o escolheu como conselheiro espiritual. Este vínculo espiritual foi fundamental para a reforma da Ordem Carmelita.

Também foi conselheiro de D. João III e santo de devoção da família real portuguesa, fato que levou D. Pedro I a pedir que fosse reconhecido como padroeiro do Brasil.

Colaboração: Yara Fonseca

Reflexão:

O vínculo de São Pedro de Alcântara com a história do Brasil transcende até os dias de hoje. Nosso padroeiro é fonte de inspiração para muitos, nos deixou um legado de vida cristã humilde e coerente. Seu amor pela cruz de Cristo é fonte de inspiração para aqueles que buscam seguir o caminho da fé com radicalidade.

Oração:

Padroeiro amado desta Terra de Santa Cruz, cuida da nossa nação e intercede por nós perante Deus Pai, para que sejamos povo de Deus em caminho à pátria definitiva do Céu. Já que nesta vida foste tão bom conselheiro, iluminai as mentes e corações dos nossos líderes e governantes para que cada dia escolham guiar-nos com justiça e caridade. São Pedro de Alcântara, rogai a por nós!

Fonte: https://www.a12.com/

A vaidade e suas armadilhas

Vaidade de vaidades (jamaisdesista)

A VAIDADE E SUAS ARMADILHAS 

Dom João Santos Cardoso
Arcebispo de Natal (RN)

A palavra “vaidade” tem origem no latim “vanitas”, que significa “vazio” ou “oco”, remetendo à ideia de algo ilusório e sem substância. No contexto filosófico e moral, está associada à busca por reconhecimento e elogios, refletindo um desejo fútil de autoexaltação. A vaidade é uma inclinação natural do ser humano por aprovação e reconhecimento social. Até boas obras podem ser realizadas com a intenção de obter elogios. No entanto, quando se torna a principal motivação de nossas ações, a vaidade nos desvia de valores mais autênticos e profundos. 

Jesus nos adverte contra essa tendência de fazer o bem visando a aprovação social. As boas ações não devem ser praticadas e publicizadas com o intuito de receber elogios, mas sim realizadas de maneira discreta, com sinceridade, com o coração voltado para Deus, que recompensa todo bem, pois quem age para ser elogiado já recebeu sua recompensa (Cf. Mt 6,2-4).  

A vaidade também nos ilude, levando-nos a acreditar que encontraremos felicidade em glórias e bens transitórios. O Livro de Eclesiastes aborda esse aspecto de forma profunda e filosófica: “Vaidade das vaidades, tudo é vaidade” (Ecle 1,2). E questiona: “Que proveito tira o homem de todo o trabalho com que se afadiga debaixo do sol?” (Ecle 1,3). A visão do Coélet destaca a futilidade de dedicar a vida à busca de bens materiais e reconhecimento, pois, no final, a morte tornará inútil tudo o que acumulamos. Esse entendimento nos faz refletir sobre a fragilidade das metas humanas. O desejo incessante por riqueza ou fama não traz realização plena e nos distância do que realmente importa: Deus e a vida eterna. 

Santo Agostinho, nas Confissões, trata a vaidade como um pecado que pode levar à autodestruição moral. Ele recorda que, na juventude, não apenas cometia erros por prazer, mas também por vaidade. Sentia-se envergonhado de não ser tão torpe quanto seus companheiros e, para se igualar a eles, muitas vezes fingia pecados que não havia cometido. “Eu não o sabia, e me precipitava com tanta cegueira, que me envergonhava entre os companheiros de minha idade, de ser menos torpe do que eles… para que não parecesse mais abjeto quanto mais inocente” (Confissões, Livro II, Cap. III). Nesse caso, a vaidade torna-se destrutiva, pois o indivíduo busca a aceitação dos outros à custa de sua integridade moral. 

Agostinho nos alerta que a vaidade leva ao vazio e à separação de Deus. A busca por prestígio, por meios dos bens transitórios, apenas aumenta o sentimento de insatisfação e nos afasta da verdadeira felicidade, que só pode ser encontrada em Deus. O apego às glórias mundanas cria um desvio que impede a alma de atingir seu fim último: o repouso em Deus. “Não seja vã, ó minha alma, nem ensurdeças o ouvido do coração com o tumulto de tua vaidade. Ouve também: o próprio Verbo clama que voltes, porque só acharás repouso imperturbável lá onde o amor não é abandonado, se ele não nos abandona antes” (Confissões, Livro IV, Cap. CX). 

Blaise Pascal, em Pensées, também reflete sobre a vaidade, considerando-a uma expressão da fraqueza e da miséria humana. Todos os homens, independentemente de sua condição, buscam ser admirados. “A vaidade está tão enraizada no coração do homem, que um soldado, um servente, um cozinheiro, um carregador se vangloriam e querem ter seus admiradores; e até mesmo os filósofos os querem” (Pensées, n. 150). Ele critica essa tendência universal de buscar aprovação em coisas fúteis e temporárias, que nos afasta da nossa essência humana e da graça divina. Essa busca por reconhecimento e aprovação em coisas mundanas é um ciclo sem fim e nos leva apenas à frustração e ao vazio. A única solução para sair desse ciclo é redirecionar nosso foco para Deus, fonte de toda sabedoria e verdadeiro propósito. 

A vaidade, sob suas diferentes formas, é um desafio constante. O desejo de ser amado, valorizado e reconhecido é inerente à nossa condição humana, mas, quando exacerbado, desvia-nos de nós mesmos. Para lidar saudavelmente com a vaidade e evitar cair em suas armadilhas, é essencial cultivar a humildade e buscar a aprovação de Deus, praticando o bem sem esperar elogios humanos. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Estatísticas da Igreja Católica 2024

Vista da Praça São Pedro durante o Angelus (Foto EPA/Vatican Media)  (ANSA)

Em vista do próximo Jubileu 2025, com o intuito de ajudar a compreender a tendência das alterações dos dados numéricos sobre a presença e missão da Igreja Católica no mundo, a Agência Fides, além do habitual dossiê anual, publica esta vez também um apêndice, que resume os dados das alterações, durante os últimos vinte e cinco anos (1998-2022). Tais dados referem-se à população católica, número de sacerdotes, religiosos e religiosas, e o número de batizados administrados em nível planetário.

Por ocasião do 98º Dia Mundial das Missões, que se celebra neste domingo, 20 de outubro, a Agência Fides apresenta, como de costume, algumas estatísticas para oferecer um panorama da Igreja Católica no mundo.

Os dados e tabelas são extraídos do último «Anuário Estatístico da Igreja» - publicado (atualizado em 31 de dezembro de 2022) - e se referem aos membros da Igreja, estruturas pastorais, atividades nos setores da saúde, assistência social e educacional. Enfim, apresenta uma visão geral das circunscrições eclesiásticas, confiadas ao Dicastério para a Evangelização – Seção para a primeira evangelização e as novas Igrejas particulares.

Igreja Católica no mundo: síntese dos dados

Em 31 de dezembro de 2022, a população mundial contava 7.838.944.000 pessoas, um aumento de 53.175.000, em comparação ao ano anterior. Confirma-se uma tendência positiva em todos os continentes, exceto na Europa.

Em 31 de dezembro de 2022, o número de católicos era 1.389.573.000 pessoas, um aumento global de 13.721.000 católicos, em comparação ao ano anterior. Neste caso também o aumento dos católicos diz respeito a quatro dos cinco continentes. Na Europa, registra-se uma diminuição do número de católicos de 474.000. Como nos anos anteriores, o aumento dos católicos é mais acentuado na África (+7.271.000) e na América (+5.912.000), seguido pela Ásia (+889 mil) e Oceania (+123 mil). A percentagem de católicos, na população mundial, teve um leve aumento (+0,03); em relação ao ano anterior, permaneceu igual a 17,7%. Em relação a cada continente, as variações desses dados são mínimas.

O número total de Bispos no mundo aumentou (+13), em comparação com a pesquisa do ano anterior, chegando a 5.353. O número de Bispos diocesanos aumentou (+19), mas o número de Bispos religiosos diminuiu (-6). Os Bispos diocesanos são 2.682, enquanto os Bispos religiosos são 2.671.

O número total de sacerdotes no mundo diminuiu: 407.730 (-142 no ano passado). A Europa, mais uma vez, registrou uma diminuição significativa (-2745), seguida pela América (-164). Como no ano passado, houve aumentos significativos na África (+1.676) e na Ásia (+1.160). A Oceania, depois do aumento do ano passado, voltou a ter resultado negativo (-69). O número de sacerdotes diocesanos no mundo diminuiu (-439), de modo geral, atingindo o número de 279.171. Os sacerdotes religiosos aumentaram (+297), chegando a um total de 128.559.

Em relação à última pesquisa anual, o número de diáconos permanentes no mundo continua a aumentar (+974), chegando a 50.159. O aumento deu-se na África (+1), Ásia (+15) e Europa (+267), mas diminuiu na América (-308) e na Oceania (-1).

Os religiosos não-sacerdotes diminuíram (-360), em comparação ao ano anterior, atingindo um número total de 49.414. As diminuições registraram-se na África (-229), Europa (-382) e Oceania (-27), enquanto aumentos ocorreram na América (+27) e na Ásia (+251). Segundo as pesquisas mais atualizadas, confirma-se a tendência global da diminuição de religiosas, que se verifica já há algum tempo: são 599.228 (-9.730). Os aumentos ocorrem, mais uma vez, na África (+1.358) e na Ásia (+74), enquanto o número continua a diminuir na Europa (-7.012), América (-1.358) e Oceania (-225).

O número de seminaristas maiores, diocesanos e religiosos, também diminui, segundo as últimas pesquisas anuais: em todo o planeta contam 108.481 (no ano anterior eram 109.895). Os aumentos registraram-se apenas na África (+726) e na Oceania (+12), enquanto o número diminuiu na América (-921), Ásia (-375) e Europa (-859). O número total de seminaristas menores, diocesanos e religiosos, também diminuiu no mundo, atingindo 95.161 (-553). Em particular, o aumento ocorreu apenas na África (+1.065), enquanto as diminuições foram registradas nos demais continentes: Ásia (-978), América (-475), Europa (-153) Oceania (-12).

No âmbito do ensino e educação, a Igreja presta assistência, no mundo inteiro, a 74.322 escolas maternas, que contam 7.622.480 alunos; 102.189 escolas primárias, com 35.729.911 alunos; 50.851 escolas de ensino fundamental e médio, que contam 20.566.902 alunos. Além disso, 2.460.993 alunos estudam em institutos superiores, enquanto 3.925.393 são estudantes universitários.

Os Institutos de saúde, beneficência e assistência, dirigidas pela Igreja no mundo, são um total de 102.409 e compreendem: 5.420 hospitais, 14.205 dispensários, 525 leprosários, 15.476 casas para idosos, enfermos crônicos e com deficiência, 10.589 creches, 10.500 consultórios matrimoniais, 3.141 centros de educação ou reeducação sociais, 33.677 outros tipos de instituições.

As Circunscrições Eclesiásticas, - sedes Metropolitanas, Arquidioceses, Dioceses, Abadias Territoriais, Vicariatos Apostólicos, Prefeituras Apostólicas, Missões ‘sui iuris’, Prelazias Territoriais, Administrações Apostólicas e Ordinariados Militares - que dependem do Dicastério para a Evangelização, são 1.123 no total e (+2), segundo a última alteração. A maior parte das Circunscrições Eclesiásticas, confiadas ao Dicastério, com sede em Roma, encontra-se na África (525) e Ásia (481), seguida pela América (71) e Oceania (46).

Apêndice: alterações durante 25 anos (1998-2022)

Em vista do próximo Jubileu 2025, com o intuito de ajudar a compreender a tendência das alterações dos dados numéricos sobre a presença e missão da Igreja Católica no mundo, a Agência Fides, além do habitual dossiê anual, publica esta vez também um apêndice, que resume os dados das alterações, durante os últimos vinte e cinco anos (1998-2022). Tais dados referem-se à população católica, número de sacerdotes, religiosos e religiosas, e o número de batizados administrados em nível planetário.

Este apêndice reúne e elabora também dados e tabelas, extraídos dos vários “Anuários Estatísticos da Igreja”, desde 1998 a 2022. Contrariamente ao dossiê clássico, os dados levados em consideração no Apêndice não entram em detalhes sobre os vários Continentes, mas apenas delineiam o quadro geral dos números, em nível planetário.

Em consequência, o que se pode deduzir dos dados coletados no período 1998-2022 é o seguinte: o número de católicos presentes no planeta, ao longo de vinte e cinco anos, sempre teve um constante aumento. Os dados numéricos dos católicos, em percentagem, são significativos: em 1998, 17,4% da população mundial era católica. Na última variação disponível chega a 17,7%, uma percentagem que permaneceu inalterada, desde 2015, após um pequeno pique em 2014 (17,8%).

Outro dado significativo diz respeito ao número de sacerdotes. Em nível mundial, nesses vinte e cinco anos, o número total de sacerdotes passou de 404.628 para 407.730, enquanto o número de religiosos não-sacerdotes e o de religiosas registrou uma diminuição. Com base nos dados, os religiosos não-sacerdotes, em vinte e cinco anos, nunca ultrapassaram os 60 mil. A mesma curva descendente refere-se também às religiosas, cujo número, em vinte e cinco anos, passou de 814.779 para 559.228.

Enquanto a população católica aumenta no mundo, a administração do sacramento do Batismo diminui, passando de 17.932.891 batizados, em 1998, para 13.327.037, em 2022.

*Agência Fides

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

sexta-feira, 18 de outubro de 2024

População católica diminui na Europa, mas aumenta em todos os outros lugares

Fiéis se reúnem no santuário de Namugongo, Uganda, para a Peregrinação do Dia dos Mártires em 3 de junho de 2024. | ACI África

População católica diminui na Europa, mas aumenta em todos os outros lugares, dizem estatísticas da Santa Sé

Por Tyler Arnold*

18 de out de 2024

A população católica na Europa caiu em quase meio milhão de pessoas em 2022, mas continuou a aumentar em todas as outras partes do mundo, segundo dados divulgados pela Santa Sé esta semana.

Segundo números da Santa Sé, divulgados pela agência Fides, serviço noticioso das Pontifícias Obras Missionárias, a população católica na Europa era de pouco menos de 285,6 milhões de pessoas no final de 2022. Isso é cerca de 474 mil católicos a menos do que o registrado em 2021.

O declínio da população católica coincide com uma redução populacional total no continente, que registrou uma perda líquida de 517 mil pessoas que vivem na Europa ao longo do ano.

Os católicos ainda compunham cerca de 39,5% da população da Europa em 2022, o que é um declínio de 0,08%, segundo a Santa Sé. O declínio da população católica na Europa tem sido um fenômeno consistente por vários anos.

Apesar da redução na Europa, a população católica global ainda está em ascensão. No final de 2022, a população católica atingiu quase 1,39 bilhão de pessoas, graças a um aumento de mais de 13,7 milhões de católicos.

Os dados mostraram que cerca de 17,7% da população mundial era católica, o que representa um aumento de 0,03%.

A população católica na África ultrapassou 272,4 milhões de pessoas em 2022 depois de um aumento de mais de 7,3 milhões de pessoas — o maior aumento registrado em qualquer continente. Cerca de 19,7% da África era católica em 2022, o que foi um aumento de 0,32% em relação ao ano anterior — o maior aumento na representação católica como uma porcentagem da população.

As Américas do Norte e do Sul tinham mais de 666,2 milhões de católicos registrados em 2022, depois de um aumento de mais de 5,9 milhões de católicos. O número de católicos na Ásia ultrapassou 154, 24 milhões, o que foi um aumento de cerca de 889 mil. Havia quase 11,11 milhões de católicos na Oceania depois de um aumento de cerca de 123 mil.

Além da Europa, a Ásia foi a única região a registrar um declínio no número de católicos como porcentagem da população total, com uma redução de 0,02%.

A escassez de padres piora globalmente, o número de freiras diminui, o de diáconos aumenta

O número total de padres no mundo caiu pelo quinto ano consecutivo, mas algumas regiões registram um aumento.

No final de 2022, havia cerca de 407.730 padres na Igreja, o que foi um declínio líquido de cerca de 142 padres. Globalmente, isso significa que há um padre para cada 15.682 católicos.

A pior redução de padres foi na Europa, que caiu em 2.745. Houve também uma diminuição de 164 padres nas Américas e uma perda de 69 padres na Oceania.

No entanto, um aumento de 1.676 padres na África e 1.160 padres na Ásia ajudou a suavizar o impacto do declínio geral de padres.

O número de seminaristas maiores caiu em mais de 1,4 mil de 2021 para 2022. Isso inclui uma redução de 921 nas Américas, 859 na Europa e 375 na Ásia.

A África registrou 726 seminaristas a mais e a Oceania teve um pequeno aumento de 12 seminaristas.

O número de seminaristas menores caiu em 553.

O número de religiosas caiu ligeiramente abaixo de 600 mil em 2022, com um declínio total de 9.730. Isso foi liderado principalmente por uma diminuição de mais de 7 mil na Europa e mais de 1.350 nas Américas.

Houve também um declínio de cerca de 225 religiosas na Oceania. No entanto, o número de religiosas aumentou em mais de 1.350 na África e em cerca de 74 na Ásia.

O número de diáconos permanentes aumentou globalmente em 974. Isso inclui um aumento de 267 na Europa, 15 na Ásia e um na África. O número caiu em 308 nas Américas e em um na Oceania.

O número de diáconos diocesanos permanentes aumentou em 960, com um aumento de 697 nas Américas, 255 na Europa e nove na Ásia, com um a menos na Oceania. O número total de diáconos permanentes religiosos aumentou globalmente de 14 para 615.

*Tyler Arnold é repórter do National Catholic Register. Já trabalhou no site de notícias The Center Square e suas matérias foram publicadas em vários veículos, incluindo The Associated Press, National Review, The American Conservative e The Federalist.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/59685/populacao-catolica-diminui-na-europa-mas-aumenta-em-todos-os-outros-lugares-dizem-estatisticas-da-santa-se

A vocação ao matrimônio

A vocação ao matrimônio (Opus Dei)

A vocação ao matrimônio

Chegar juntos ao Céu: esse é o desejo que pode impulsionar cada casamento. Oferecemos um novo editorial sobre o amor humano.

11/11/2015

Umas palavras do Papa Francisco, no encontro com as famílias em Manila, deram a volta ao mundo: “Não é possível uma família sem o sonho. Numa família, quando se perde a capacidade de sonhar, os filhos não crescem, o amor não cresce; a vida debilita-se e apaga-se. Por isso, recomendo-vos que à noite, ao fazer o exame de consciência, vos ponhais também esta pergunta: Hoje sonhei com o futuro dos meus filhos? Hoje sonhei com o amor do meu esposo, da minha esposa? Hoje sonhei com os meus pais, os meus avós que fizeram a vida avançar até mim?” [1].

Sonhar

Esta capacidade de sonhar está relacionada com o entusiasmo que colocamos nos nossos horizontes e esperanças, especialmente em relação às pessoas. Em outras palavras: os bens ou as realizações que desejamos para elas; as esperanças que cultivamos em relação a elas. A capacidade de sonhar equivale à capacidade de pôr o sentido de nossa vida naqueles que amamos. Por isso é algo característico de cada família.

Desde o início, São Josemaria contribuiu para lembrar, seguindo os ensinamentos da Igreja, que o matrimônio – semente da família – é, no sentido mais pleno da palavra, uma chamada específica à santidade dentro da comum vocação cristã: um caminho vocacional, diferente, mas complementar ao do celibato – seja sacerdotal ou laical – ou à vida religiosa. “O amor que conduz ao matrimônio e à família pode ser também um caminho divino, vocacional, maravilhoso, por onde corra, como um rio em seu leito, uma completa dedicação ao nosso Deus” [2].

Por outro lado, esta chamada de Deus no casamento não significa diminuir as exigências para seguir a Jesus. Pois, como “todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus” [3], os esposos cristãos encontram na vida matrimonial e familiar a matéria da sua santificação pessoal, ou seja, da sua identificação com Jesus Cristo: sacrifícios e alegrias, prazeres e renúncias, o trabalho no lar e fora dele, são elementos com os quais, sob a luz da fé, é construído o edifício da Igreja.

Sonhar, para um cristão, com a esposa ou com o esposo, é olhar para ele com os olhos de Deus. É contemplar a realização do projeto que o Senhor pensou e quer para cada um, e para os dois na sua relação matrimonial. É desejar que esses planos divinos se tornem realidade na família, nos filhos – se Deus os enviar –, nos avós, e nos amigos que a providência coloca ao nosso lado para nos acompanhar na viagem da vida. É, em resumo, a possibilidade de que cada um veja o outro como seu caminho pessoal para o céu.

A vocação ao matrimônio (Opus Dei)

O segredo da família

Cristo fez do casamento um caminho divino de santidade, para encontrar a Deus no meio das ocupações diárias, da família e do trabalho, para elevar a amizade, as alegrias e as penas – porque não há cristianismo sem dor –, e as mil pequenas coisas da casa ao nível eterno do amor. Aí está o segredo do casamento e da família. Assim se antecipa a contemplação e a alegria do céu, onde encontraremos a felicidade completa e definitiva.

No contexto desse “caminho divino” de amor matrimonial, São Josemaria falava do significado cristão, profundo e belo, da relação conjugal: “nos outros sacramentos a matéria é o pão, o vinho, a água... Aqui são os corpos. (...) Eu vejo o leito conjugal como um altar; ali está a matéria do sacramento” [4]. A expressão altar é surpreendente, e ao mesmo tempo é consequência lógica de uma leitura profunda do matrimônio, cujo núcleo é a una caro[5]: a união completa dos corpos humanos, criados à imagem e semelhança de Deus.

A partir desta perspectiva entendemos o fato de os esposos cristãos expressarem a característica do sacramento do matrimônio através da linguagem da corporeidade: com sua entrega mútua, louvam e glorificam a Deus, anunciam e realizam o amor entre Cristo e a Igreja, reforçando a obra do Espírito Santo nos corações. E daí vem, para os esposos, para a sua família e para o mundo, uma corrente de graça, de força e de vida divina que renova tudo.

Isto requer uma preparação e uma formação contínua, uma luta positiva e constante. “Os símbolos fortes do corpo – observa o Papa Francisco – possuem as chaves da alma: não podemos tratar os vínculos da carne com superficialidade, sem causar ao espírito alguma ferida perene” [6].

O vínculo que surge a partir do consentimento matrimonial fica impresso e se enriquece pelas relações íntimas entre os esposos. A graça de Deus que receberam no batismo encontra um novo conduto que não se justapõe ao amor humano, mas o assume. O sacramento do matrimônio não supõe um acréscimo externo ao casamento natural; a graça sacramental específica transforma os cônjuges por dentro, e ajuda-os a viver a sua relação com exclusividade, fidelidade e fecundidade: “É importante que os esposos adquiram o sentido claro da dignidade de sua vocação, sabendo que foram chamados por Deus para atingir também o amor divino através do amor humano: que foram escolhidos, desde a eternidade, para cooperar com o poder criador de Deus, pela procriação e depois pela educação dos filhos; que o Senhor lhes pede que façam, do seu lar e da vida familiar inteira, um testemunho de todas as virtudes cristãs” [7].

Os filhos são sempre o melhor “investimento”, e a família a “empresa” mais sólida, a maior e a mais fascinante das aventuras. Cada um desempenha o seu papel, e assim todos contribuem, porém o romance final é muito mais interessante do que a soma de cada história, porque Deus age e faz maravilhas.

Daí a importância de saber compreender – os esposos entre si e aos filhos –, de aprender a pedir desculpas, de amar – como ensinava São Josemaria – também os defeitos do outro, desde que não ofendam a Deus[8]. “Na vida dos cônjuges, quantas dificuldades se resolvem, se conservarmos um espaço para o sonho, se nos detivermos a pensar no cônjuge e sonharmos com a bondade, com as coisas boas que tem. Por isso, é muito importante recuperar o amor através do sonho de cada dia. Nunca deixeis de ser namorados!” [9].

Parafraseando o Papa, poderíamos acrescentar: que os esposos nunca deixem de sentar-se para compartilhar e recordar os momentos bonitos e as dificuldades que atravessaram juntos, para considerar as circunstâncias que trouxeram sucessos ou fracassos, para recuperar um pouco de entusiasmo, ou para pensarem juntos na educação dos filhos.

A base do futuro da humanidade

A vida conjugal e familiar não consiste em instalar-se numa existência confortável e segura, mas dedicar-se um ao outro e dedicar tempo com generosidade aos outros membros da família, começando pela educação dos filhos – que inclui promover o aprendizado das virtudes, e a iniciação na vida cristã –, para abrir-se continuamente aos amigos, a outras famílias, e especialmente aos mais necessitados. Deste modo, pela coerência da fé vivida em família, comunica-se a boa noticia – o Evangelho – de que Cristo continua presente e convida-nos a segui-lo.

Para os filhos, Jesus se revela através do pai e da mãe; pois para os dois, cada filho é, em primeiro lugar, um filho de Deus, único e irrepetível, com quem Deus foi o primeiro a sonhar. Por isso, João Paulo II podia afirmar que “O futuro da humanidade passa pela família” [10].

As famílias que não puderam ter filhos

E que sentido poderiam dar ao seu casamento os casais cristãos que não têm filhos? A esta pergunta, São Josemaria respondia que, antes de tudo deveriam pedir a Deus que os abençoasse com filhos, se essa fosse a sua Vontade, como abençoou os Patriarcas do Antigo Testamento; e depois que procurassem um bom médico. “Se apesar de tudo, o Senhor não lhes dá filhos, não tem de ver nisso uma nenhuma frustração: tem de estar contentes, descobrindo nesse mesmo fato a Vontade de Deus para eles. Muitas vezes o Senhor não dá filhos porque pede mais. Pede que tenham o mesmo esforço e a mesma entrega delicada, ajudando aos próximos, sem a grande alegria humana de ter tido filhos: não há, pois, motivo para sentirem-se fracassados nem para dar lugar à tristeza”.

E acrescentava: “Se os esposos têm vida interior, compreenderão que Deus os insta, impelindo-os a fazer de sua vida um generoso serviço cristão, um apostolado diferente do que realizariam com seus filhos, mas igualmente maravilhoso. Se olham à sua volta, descobrirão imediatamente pessoas que necessitam de ajuda, de caridade e de carinho. Há, além disso, ocupações apostólicas em que podem trabalhar. E, se souberem pôr o coração nessa tarefa, se souberem dar-se generosamente aos outros, esquecendo-se de si próprios, terão uma fecundidade esplêndida, uma paternidade espiritual que encherá a sua alma de verdadeira paz” [11].

São Josemaria gostava de se referir às famílias dos primeiros cristãos: “Famílias que viveram de Cristo e que deram a conhecer Cristo. Pequenas comunidades cristãs, que atuaram como centros de irradiação da mensagem evangélica. Lares iguais aos outros lares daqueles tempos, mas animados de um espírito novo, que contagiava os que os conheciam e com eles se relacionavam. Assim foram os primeiros cristãos e assim havemos de ser nós, os cristãos de hoje: semeadores de paz e de alegria, da paz e da alegria que Jesus nos trouxe” [12].

Ramiro Pellitero


[1] Papa Francisco, Discurso no Encontro com as famílias, Manila, Filipinas, 16-01-2015.

[2] Cf. São Josemaria, Homilia “Amar o mundo apaixonadamente”, em Questões atuais do Cristianismo, n. 121; cf. “O matrimônio, vocação cristã”, em É Cristo que passa.

[3] Rm 8, 28.

[4] São Josemaria, Anotações tomadas de uma reunião familiar (1967), citado no Dicionário de São Josemaria, Burgos 2013, p. 490.

[5] Cf. Gn 2, 24; Mc 10, 8.

[6] Papa Francisco, Audiência geral, 27-05-2015.

[7] São Josemaria, Questões atuais do cristianismo, n. 93.

[8] Cf. São Josemaria, Anotações de uma reunião familiar, 7-07-1974.

[9] Papa Francisco, Discurso no Encontro com as famílias, Manila, Filipinas, 16-01-2015.

[10] São João Paulo II, Familiaris consortio, n. 86.

[11] São Josemaria, Questões atuais do cristianismo, n. 96.

[12] São Josemaria, É Cristo que passa, n. 30.

Fonte: https://opusdei.org/pt-br/article/a-vocacao-ao-matrimonio/

O caduceu de Hermes e a Cruz na missão do médico

O caduceu (Cultura de fato)

O CADUCEU DE HERMES E A CRUZ NA MISSÃO DO MÉDICO 

 Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)

Ao celebramos o Dia do Médico, data significativa que homenageia a vocação e missão dos homens e mulheres de jaleco branco, que exercem profissionalmente a medicina. Há dois símbolos que acompanham a caminhada e a evolução da arte e ciência médica: o caduceu e a Cruz que lembra o padroeiro São Lucas que justifica a origem do dia. Estes dois sinais eloquentes, se conjugam e complementam dando abrangência e visão generosa aos médicos.  

O caduceu, uma vara entrelaçada por duas serpentes, é muito rico em significados, pode representar as duas funções do médico a cura e o cuidado dos pacientes, também a interação e influência entre a doença e a saúde que se articulam dialeticamente, e ainda o veneno e o antídoto, que nos medicamentos dependerá do uso, dose e contexto de aplicação 

. Também revela uma medicina com raízes na Criação e uma visão holística ( tudo está interligado), a necessidade de curar a Terra para curar a pessoa, e a harmonização com o ambiente natural para manter e recuperar a saúde.  

Já a Cruz introduz o mistério da redenção, e com São Lucas o olhar compassivo e amoroso para o paciente especialmente os pobres. A medicina toca a carne de Cristo no atendimento aos doentes, na construção de uma medicina sanitarista e humanitária, que gera equidade e justiça na alocação dos recursos da saúde. Ainda com São Lucas assume um estilo de vida, e a mística do Bom Samaritano, da benignidade-humanitária e de doação total para a cura e restauração de vidas.  

Mais tarde com São Camilo de Lelis e Henri Dunant o fundador da Cruz Vermelha, essa Cruz será emblema de médicos que vão ao encontro de todos/as sem fronteiras e exclusões. As tecnologias robóticas, a IA, as nanotecnologias e o trans humanismo podem apontar para um futuro de uma medicina eficiente e altamente confiável, mas o fator humano constituído por médicos de carne e osso, pelo e pescoço, de profissionais com um olhar e um coração sábio e compassivo continuarão a fazer a grande diferença. Parabéns a todos os médicos/as no seu dia, e que Jesus o Médico Divino e o taumaturgo que atende todas as angústias e necessidades das pessoas, os abençoe e sempre os ilumine. Deus seja louvado! 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Primeiro Irmão leigo franciscano eleito Ministro Provincial no Brasil

Frei Vicente Paulo do Nascimento, 53 anos (Província Santa Cruz)

Frei Vicente Paulo do Nascimento, de 53 anos, foi eleito Ministro Provincial da Província Santa Cruz, em Belo Horizonte (MG), na noite desta quinta-feira, dia 17 de outubro.

Vatican News

Frei Vicente Paulo do Nascimento obteve, no primeiro escrutínio, 33 votos entre os 60 frades votantes. Com a confirmação do Dicastério para a Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, em Roma, na manhã desta sexta, dia 18.

Frei Vicente Paulo é o primeiro irmão leigo da Ordem dos Frades Menores a assumir o serviço de Ministro Provincial no Brasil. Também é pioneiro na Conferência dos Frades Menores do Brasil e Cone Sul, que abrange a Argentina, o Chile e o Paraguai.

Por se tratar de um religioso irmão, o Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, em Roma, precisou ser informado. A resposta foi dada na manhã desta sexta-feira, 18 de outubro.

Franciscanos reunidos em Belo Horizonte (Província Santa Cruz)

Frei Vicente Paulo do Nascimento nasceu no dia 29 de julho de 1971 (53 anos), em Governador Valadares (MG). Ingressou no Noviciado da Ordem dos Frades Menores em 04 de fevereiro de 1994, fez a Primeira Profissão em 21 de janeiro de 1995 (29 anos de Vida Religiosa) e a Profissão Solene, em 02 de fevereiro de 2000.

É licenciado em Filosofia e Teologia pelo Instituto Santo Tomás de Aquino (ISTA), de Belo Horizonte (MG). Tem longa experiência da Formação Inicial, sendo Mestre de Postulantes por seis anos (2007-2012). Mestre de Professos Temporários por mais de dez anos (2013-2021; 2023-2024), Secretário para a Formação e os Estudos (2016-2018). Atualmente, é Definidor Provincial, assumido pela quarta vez, e Moderador da Formação Permanente (2022-2014). Foi missionário na Amazônia (AM), em Roraima (RR) (2005-2006) e Visitador da Custódia São Benedito da Amazônia (2018).

Franciscanos reunidos (Província Santa Cruz)

Província Santa Cruz

Sediada em Belo Horizonte, a Província Santa Cruz, mantém uma forte atuação evangelizadora e social baseadas na fé cristã e nos ensinamentos e valores difundidos por São Francisco de Assis.

Essa Província tem suas raízes na criação do Comissariado da Santa Cruz no estado do Rio de Janeiro, estabelecido por frades holandeses em 1900. Depois de passarem por Manaus (AM), em 1899, Frei Adalberto Woolderink, Frei Gonzaga Governeur e Frei Oto Vervoort seguiram para Niterói (RJ), onde instalaram a primeira residência e sede do Comissariado.

Até o ano de 1950, o Comissariado esteve ligado juridicamente e dependia diretamente da Província dos Santos Mártires Gorcumienses, na Holanda. Após esse período de meio século, foi criada a Província Santa Cruz, em 1950, que passou a atuar independente e abrange, atualmente, os franciscanos de Minas Gerais e Sul da Bahia. No dia 18 de dezembro de 1899, chegaram a Manaus, provenientes da Holanda, os três primeiros frades daquela que viria a se constituir a Província Santa Cruz (PSC): Frei Adalberto Woolderink, Frei Gonzaga Gouverneur e Frei Oto Vervoort. Esse início de presença na região amazônica foi frustrado pelas doenças tropicais contraídas pelos frades.

No dia 7 de maio de 1900, chegou ao Rio de Janeiro Frei Rogério Burgers, um dos fundadores e primeiro comissário do Comissariado Imaculada Conceição, hoje PSC, juntamente com Frei Frederico Voorvelt.

Franciscanos reunidos em Belo Horizonte (Província Santa Cruz)

Em 1901, juntou-se a eles Frei Oto Vervoort, proveniente de Manaus (AM). Nesse mesmo ano, ocorreu a instalação da primeira residência e sede do Comissariado, em Niterói, e, em 1903, a instalação da primeira residência dos frades em Minas Gerais, em Ouro Preto. No ano de 1912, a sede do Comissariado foi transferida de Niterói (RJ) para São João Del-Rei (MG). Em 15 de novembro de 1925, a sede do Comissariado foi transferida, mais uma vez, para Divinópolis (MG).

Em 1926, o Comissariado foi estendido ao Rio Grande do Sul (Vila Fão) e, dez anos mais tarde, ao Extremo Sul da Bahia (Caravelas, Nova Viçosa e Mucuri).

No ano de 1931, teve início o Curso de Teologia em Divinópolis com a chegada dos primeiros frades estudantes da Holanda. Em 1941, ocorreu a mudança do nome Comissariado Imaculada Conceição para Comissariado Santa Cruz.

Esse período foi marcado pela consolidação da presença dos frades em Minas Gerais, no Rio Grande do Sul e no Sul da Bahia, além da presença nas cidades do Rio de Janeiro e Niterói. No dia 8 de janeiro de 1949, o Comissariado Santa Cruz foi elevado à condição de Província autônoma da Província Holandesa, passando a designar-se Província Santa Cruz. Em 1959, a sede da Província foi transferida de Divinópolis para Belo Horizonte. No dia 22 de fevereiro de 1966, os frades no Rio Grande do Sul adquiriram autonomia em relação à Província Santa Cruz, tendo sido constituídos como Província São Francisco de Assis do Rio Grande do Sul no dia 4 de outubro de 1976, dia de São Francisco.

Atualmente, a Província Santa Cruz é composta por mais de 100 frades, alguns em período de formação e estudos. São 14 fraternidades, sendo 8 paróquias. As fraternidades e paróquias estão espalhadas por 10 municípios distribuídos entre Minas Gerais e o sul da Bahia, além de presenças em missões no exterior. Nesses locais, atuam na pastoral paroquial, educação, projetos de ação social e de formação de lideranças cristãs.

Fonte: Província Santa Cruz

https://www.vaticannews.va/pt

São Lucas

São Lucas (A12)
18 de outubro
Localização : Antioquia
São Lucas

Lucas nasceu na Antioquia. Era médico, pintor e possuidor de uma vasta cultura. Foi convertido e batizado por São Paulo. No ano 43 já viajava ao lado do apóstolo Paulo, sendo considerado seu filho espiritual. Assim, através de seus escritos, Lucas tornou-se o relator do nascimento de Jesus e o principal biógrafo da Virgem.

Lucas é um dos quatro evangelistas. O seu evangelho é reconhecido como o do amor e da misericórdia. Além do Evangelho, escreveu os Atos dos Apóstolos, onde registrou o desenvolvimento da Igreja na comunidade primitiva.

Lucas não conviveu pessoalmente com Jesus e por isso a sua narrativa é baseada em depoimentos de pessoas que testemunharam a vida e a morte de Jesus. Parece que Lucas recebeu de Maria muitas informações sobre a infância de Jesus. Possuindo maior cultura que os outros evangelistas, seu evangelho utiliza uma linguagem mais aprimorada que a dos outros evangelistas, o que revela seu perfeito domínio do idioma grego.

Quando das prisões de São Paulo, Lucas acompanhou o mestre, tanto no cárcere como nas audiências. A tradição cristã nos diz que depois do martírio de São Paulo, Lucas continuou a pregação. Ele teria seguido pela Itália, Gália, Dalmácia e Macedônia.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR

Reflexão:

Lucas é o evangelista que mais pintou a fisionomia humana do Redentor, a sua mansidão, as suas atenções para com os pobres, para com os desprezados, para com as mulheres, e para com os pecadores arrependidos. É o biógrafo de Nossa Senhora e da infância de Jesus. O Evangelho de São Lucas se dirige a todos os homens, mostrando-nos que Jesus de Nazaré veio trazer a salvação universal.

Oração:

Glorioso são Lucas, que tivestes a graça de ser inspirado por Deus Altíssimo para escrever seu santo Evangelho, rogai por todos nós, para que sejamos sempre fiéis estudiosos das sagradas escrituras e confiantes seguidores de Cristo. Que vive e reina para sempre. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Marco Polo e os Franciscanos no Oriente é tema de conferência internacional nas Marcas

“Nas pegadas de frei Tomás da Tolentino e de padre Matteo Ricci” é o título da sessão de abertura da conferência internacional (Vatican News)

O objetivo da Conferência é "aprofundar a figura do personagem histórico de Marco Polo sob o aspecto das viagens por ele realizadas que o ligam aos percursos de algumas eminentes figuras franciscanas que cruzaram a Ásia sino-mongol e as Índias quer por motivos ligados à evangelização como por motivos mais estritamente diplomáticos."

“Nas pegadas de frei Tomás da Tolentino e de padre Matteo Ricci” é o título da sessão de abertura da conferência internacional “Notas de Viagem: Marco Polo e os Franciscanos no Oriente nos séculos XIII e XIV”, marcada para a próxima sexta-feira e sábado (18 e 19 de outubro) no Borgo de Tolentino, na região das Marcas, Itália.

A iniciativa, que se insere no programa oficial das celebrações dos 700 anos da morte de Marco Polo, conta com a parceria científica da Pontifícia Universidade Antonianum de Roma, da Universidade Ca' Foscari de Veneza e da Universidade de Macerata.

Por meio da contribuição de prestigiados palestrantes provenientes de universidades italianas e estrangeiras, a iniciativa pretende enfatizar as viagens como forma de intercâmbio e encontro entre diferentes culturas e religiões em diálogo entre si.

A Região e numerosas cidades das Marcas mantêm há muitos séculos relações com Veneza, nomeadamente através do Mar Adriático: os comerciantes e frades das Ordens mendicantes, como o franciscano Tomás de Tolentino, partiram em 1290 para chegar primeiro à Armênia, depois à Pérsia, Índia e quem sabe a China, quase sempre viajando em navios mercantes venezianos.

Primum Concilium Sinense

Na tarde de sexta-feira, 18 de outubro, na Igreja de San Catervo para iniciar os trabalhos - introduzidos pelas saudações do bispo de Macerata, Nazzareno Marconi e do padre Simone Giampieri, ministro provincial ofm -, estará Gianni Valente, diretor da Agência Fides, que irá proferir uma palestra sobre o “Primum Concilium Sinense” realizado em Xangai há 100 anos, entre maio e junho de 1924. Os documentos daquele Concílio – como atestará o pronunciamento do diretor da Fides – expressam “a urgência de desvincular as presenças e as obras católicas na China de tudo o que possa fazer com que a Igreja apareça como uma entidade para-colonial subserviente aos potentados estrangeiros”.

No sábado, 19 de outubro, o dia da conferência programado no Teatro “Nicola Vaccaj”, articulada em três sessões, prevê as saudações das autoridades civis e religiosas e depois um longo dia de trabalho concentrado no tema de toda a conferência.

O presidente do 'Comitê para as Celebrações em memória do Bem-aventurado Tomás da Tolentino', o arquiteto Franco Casadidio, sublinha que “o objetivo da Conferência é valorizar o Centenário aprofundando a figura do personagem histórico de Marco Polo sob o aspecto das viagens por ele realizadas que o ligam aos percursos de algumas eminentes figuras franciscanas que cruzaram a Ásia sino-mongol e as Índias quer por motivos ligados à evangelização como por motivos mais estritamente diplomáticos. Estes itinerários representam uma fonte inesgotável de informação em nível religioso, antropológico, geopolítico e histórico-cultural e a escolha do título pretende destacar o estudo da tipologia das fontes do diário-crônica, do qual o ‘Milhão’ é um exemplo ilustre. Haverá também uma parte dedicada às viagens de outras figuras não franciscanas, como monges e viajantes, ou às crônicas locais de viagens e itinerários naquele particular período histórico”.

O Bem-aventurado Tomás de Tolentino

Tomás da Tolentino, sacerdote e mártir da Primeira Ordem (1271-1321), teve o seu culto aprovado pelo Papa Leão XIII em 23 de julho de 1894. Sua memória é ainda venerada pelos fiéis da Índia, país onde recebeu a palma do martírio.

Desde seu ingresso na Ordem dos Frades Menores nos primeiros anos de sua juventude, Tomás era conhecido como um homem verdadeiramente apostólico, e quando o soberano da Armênia enviou mensageiros ao ministro geral dos minoritas, pedindo-lhes alguns sacerdotes para fortalecer a verdadeira religião em seu reino, Tomás foi escolhido para essa missão com mais quatro de seus irmãos de Ordem.

O apostolado dos frades foi coroado de êxito, reconciliando muitos cismáticos e convertendo muitos infiéis. Entretanto,  achando-se a Armênia seriamente ameaçada pelos sarracenos, Tomás voltou à Europa, para solicitar ajuda junto ao Papa Nicolau IV e aos reis da Inglaterra e da França.

Embora voltasse à Armênia, como estava determinado, Tomás prolongou sua viagem até o interior da Pérsia. De novo foi chamado de volta ou enviado à Itália, desta vez, porém, com a finalidade de apresentar um informe ao Papa Clemente V, com vistas a estender sua atividade até à Tartária e à China. Sua embaixada resultou na nomeação de uma hierarquia eclesiástica que consistia em João de Montecorvino como arcebispo e Legado Pontifício para o Oriente, e sete franciscanos como seus sufragâneos.

Nesse meio tempo, o Beato Tomás voltara ao seu campo de trabalho, cheio de zelo pela conversão da índia e da China. Parece que se dirigiu ao Ceilão e Catai, mas ventos contrários empurraram o navio para a ilha Salsete, vizinha a Bombaim. Tomás foi capturado pelos sarracenos, com vários outros irmãos, e encarcerado. Depois de açoitado e exposto aos raios abrasadores do sol, o santo homem foi decapitado. O Beato Odorico de Pordenone recuperou depois o seu corpo e o trasladou para Xaitou. O seu culto foi aprovado em 1894.

*Com informações de Agência Fides e Capuchinhos do Rio de Janeiro

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Missionariedade do cristão

A missionariedade da Igreja (Arquidiocese de Vitória)

MISSIONARIEDADE DO CRISTÃO

Dom Wilson Angotti
Bispo de Taubaté (RS)

Motivação – Com a intenção de nos manter sempre atentos a valores importantes de nossa fé e vida eclesial a Igreja promove meses temáticos, ao longo do ano. O mês de outubro é dedicado à reflexão sobre nosso compromisso missionário. Jesus estabeleceu sua Igreja incumbindo-a de uma missão específica: anunciar o Evangelho e fazer discípulos. Jesus a quis missionária. Assim sendo, a missionariedade não é algo opcional, mas uma característica essencial da Igreja de Cristo. Ou a Igreja é missionária ou não é a Igreja de Cristo. Assim como a missionariedade está na essência da Igreja, assim deve estar também na essência de cada cristão, que é membro da Igreja, definindo seu modo de ser e de viver. Sobre isso vamos refletir. 

Fundamentos bíblicos – A missão da Igreja tem seu fundamento na própria missão de Jesus de comunicar a Palavra e a salvação a todos os que acolhem esses dons. A missão é de conduzir todos à comunhão com Deus. Jesus, o Filho Eterno é o enviado de Deus-Trindade. Constatamos isso, quando Jesus, na sinagoga de Nazaré, leu o profeta Isaías: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção, para anunciar a Boa Notícia aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos presos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos, e para proclamar um ano de graça do Senhor”. Ao terminar a leitura Ele completou dizendo: “Hoje se cumpriu essa passagem da Escritura, que vocês acabam de ouvir” (Lc.4,18-21). Na longa história da salvação, após ter enviado muitos servidores, Deus enviou seu próprio Filho (cf. Mc.12,2-8). A missão de Jesus continua e se prolonga na missão daqueles que Ele mesmo enviou e chamou de apóstolos (palavra que significa “enviado”). Os enviados devem seguir o exemplo de Quem os enviou, e não podem se iludir achando que a missão seja fácil. A missão cristã é sempre exigente. O que fizeram ao Senhor também farão com os seus servos (cf. Mt.10,24). O Senhor, porém, se identifica com aqueles que envia e diz: “Quem escuta vocês, escuta a mim, quem rejeita vocês é a mim que rejeita, e quem me rejeita, rejeita Aquele que me enviou” (Lc.10,16). Os que são enviados por Jesus, vão com a autoridade de Jesus e participam de sua missão; Ele diz: “Como o Pai me enviou, também eu envio vocês” (Jo.20,21). Inicialmente, a missão de Jesus havia se limitado “às ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mt.15,24), mas após sua ressurreição, ao comunicar o Espírito Santo, a missão confiada aos Apóstolos e à toda Igreja ganha dimensão universal. Jesus diz: “Vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que ordenei a vocês” (Mt.28,19-20). Contudo, disse Jesus: “Permaneçam em Jerusalém até que vocês sejam revestidos pela força que vem do alto” (Lc.24,49). Anunciar o Evangelho e conduzir à comunhão com Deus é a missão que a Igreja recebeu do Senhor. Para isso a Igreja conta com a assistência e a graça do Espírito Santo.  

Ensinamento da Igreja sobre a missionariedade do cristão – “’O Espírito Santo é o protagonista de toda missão eclesial’ (RM.21). É ele quem conduz a Igreja pelos caminhos da missão. ‘Esta missão, no decurso da história, continua e desdobra a missão do próprio Cristo, enviado a evangelizar os pobres. Eis por que a Igreja, impelida pelo Espírito de Cristo, deve trilhar a mesma senda de Cristo, isto é, o caminho da pobreza, da obediência, do serviço e da imolação de si até a morte” (AG.5). Buscando enfatizar a essência missionária da Igreja, o Papa Francisco repete sempre a expressão: “Igreja em saída”; isso se contrapõe a uma Igreja estagnada, acomodada, fechada em si ou voltada para si, ‘auto referenciada’, como diz o Papa. A Igreja deve estar em atitude “de saída” pois recebeu de Jesus a missão de ir e ensinar. “Naquele ‘ide’ de Jesus, estão presentes os cenários e os desafios sempre novos da missão evangelizadora da Igreja, e hoje todos somos chamados a esta nova ‘saída’ missionária” (EG.20). A Igreja está em função dos outros aos quais deve iluminar com o anúncio do Evangelho. É necessário alcançar todas as periferias, ou seja, todos aqueles que ainda não receberam esse anúncio capaz de transformar a vida. Para alguém ser missionário não precisa sair do lugar que vive e ir para terras distantes; o testemunho cristão deve se dar nas circunstâncias ordinárias do dia a dia. “Hoje que a Igreja deseja viver uma profunda renovação missionária, há uma forma de pregação que nos compete a todos como tarefa diária é cada um levar o Evangelho às pessoas com quem se encontra, tanto os mais íntimos como aos desconhecidos. É a evangelização informal que se pode realizar durante uma conversa (…) na rua, na praça, no trabalho, num caminho” (EG.127). O Papa Francisco repete frequentemente uma intuição do episcopado Latino Americano, apresentada no documento de Aparecida, de que somos “discípulos missionários”; somos simultaneamente aprendizes e anunciadores. Não precisamos de longos períodos de formação para só depois atuarmos como testemunhas. O que vivenciamos como cristãos é o que temos a partilhar com os outros, como anúncio da fé que temos. Nesse sentido, todos os que têm alguma vivência de fé estão capacitados a testemunhar a experiência que tiveram. É nesse sentido que não precisamos de longos períodos de formação para sermos missionários. Emblemática e exemplar é a narrativa do encontro da mulher samaritana com Jesus. Logo a seguir ela vai à cidade e conta para os outros tudo o que Jesus lhe falou, de modo que as pessoas que a ouviram buscaram conhecer o Senhor (cf. Jo.4). Assim deve ser nosso testemunho como discípulos do Senhor: partilhar com os outros a experiência que temos com Jesus. O que aprendemos como discípulos, partilhamos como missionários. Aproveitemos a motivação deste mês e partilhemos com alguém nossa vivência de fé. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF