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quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Cardeal Tempesta publica nova Carta Pastoral por ocasião do Jubileu de 2025 (4)

2021.06.09 DOM ORANI TEMPESTA (VATICAN MEDIA)

Cardeal Tempesta publica nova Carta Pastoral por ocasião do Jubileu de 2025

Com a Carta Pastoral: "Missão, Esperança e Paz", por ocasião do Ano Santo de 2025 - “Peregrinos da Esperança”, cardeal Tempesta institui também na Arquidiocese do Rio de Janeiro o Ministério de Catequistas.

Carlos Moioli – Arquidiocese do Rio de Janeiro

MISSÃO, ESPERANÇA E PAZ

Carta Pastoral do Cardeal

Orani João Tempesta, O. Cist.

Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro

por ocasião do Ano Santo de 2025

Peregrinos da Esperança

20 de outubro de 2024

Dia Mundial das Missões.

O Jubileu e a paz: tempo de reconstrução da unidade no Rio de Janeiro – Deus habita esta cidade

77.              O jubileu é tempo de graça e de reconstrução. Em nossa grande cidade, muitas vezes somos atingidos por uma avalanche de notícias negativas e de acontecimentos preocupantes. São situações de violência, de pobreza, de abandono, de ausência ou falhas na execução de políticas públicas, que geram um aumento crescente da desigualdade social, e, não raro, abrem espaço para o surgimento de situações que causam dor e sofrimento.

78.             O contato cotidiano com tantos aspectos negativos da realidade, muitas vezes excessivamente explorados pela mídia, pode gerar, também em nós, homens e mulheres de fé, um olhar pessimista diante de tantos problemas. Como consequência, podemos nos deixar dominar pelo medo e pela tristeza e corremos o risco de enxergar a realidade como algo imutável, sem perspectiva de mudança e melhora.

79.             No entanto, também nesta oportunidade, o Santo Padre, o Papa Francisco, nos convoca a sermos “peregrinos da esperança”. De fato, essa deve ser a nossa missão de cristãos no mundo, e toca a nós, de modo especial, sermos peregrinos da esperança em nossa Cidade Maravilhosa. Se temos tantos motivos de apreensão e medo, é necessário ampliarmos nosso olhar sobre a realidade que nos cerca, para reconhecermos que, apesar das tristezas, há também muitos motivos de alegria.

80.            Por um lado, observamos uma crescente fragmentação de nossa grande cidade, resultando em uma cidade dividida, setorizada em ambientes que muitas vezes não dialogam entre si, permanecendo, de fato, isolados e incomunicáveis. Por outro lado, é imprescindível reconhecer que um dos pontos mais relevantes da nossa ação eclesial é justamente a capacidade de promover a integração, o diálogo e, acima de tudo, assegurar nossa presença estável e permanente em todos os espaços da cidade. Na multiforme e complexa conjuntura urbana do Rio de Janeiro, a ação pastoral e missionária de nossa Arquidiocese se apresenta como um sinal de esperança em meio a essa fragmentação, anunciando o Reino de Deus e partilhando com as pessoas aquilo que temos.

81.              Essa presença pode ser sentida não apenas por uma forma de organização estrutural e institucional, mas, acima de tudo, pela atuação de nossos agentes de pastoral distribuídos por todo o território da cidade. Eles alcançam também aquelas realidades que não são, especificamente, geográficas, mas muitas vezes existenciais. É o que chamamos de capilaridade da ação pastoral. É nessa capilaridade que temos nossa grande riqueza. Onde está presente um batizado, está presente com ele e através dele toda a nossa Igreja Arquidiocesana.

82.             Nosso coração de pastor se rejubila em cada encontro. Tantas vezes em locais em que muitos não querem ir, ali chegamos e percebemos que, antes de nós, já havia uma ação eclesial. As realidades são as mais diversas, seja em uma “Cracolândia”, às margens da linha de trem, ou no constante cuidado com a população de rua, ou ainda nos inúmeros abrigos e asilos, nos hospitais, nos cemitérios. Quando ocorre um evento adverso, podemos testemunhar que sempre encontramos nossos agentes de pastoral atuando das mais variadas formas, exercendo nossa missão de ser portadores de esperança.

83.             Se temos motivos para nos entristecer, podemos afirmar, caros filhos, que temos muito mais motivos para nos alegrar. Somos chamados a fazer a experiência dessa mudança de perspectiva: nossa presença nesta grande metrópole pode e deve ser o fator para uma verdadeira mudança e transformação de nossa sociedade.

84.            Nossa tarefa não é fácil, mas é necessária. Não se trata, simplesmente, de desejar a paz, mas, antes, de construí-la, no dia a dia, nos pequenos gestos e atitudes. Nesse sentido, a experiência de celebrar o jubileu deve se tornar, em nossa vida, uma oportunidade ímpar de renovar nossa experiência de encontro com Cristo. Encontrá-lo em nossa vida, em nossa história, em nossas alegrias e em nossas angústias. Renovar em nosso coração o encontro com Cristo nos faz reafirmar nossa opção de segui-lo, nos faz colocá-lo no centro de nossa existência, nos faz exercitar a cada dia o discipulado, trazendo em nosso coração os mesmos sentimentos de Cristo (cf. Fl 2,5).

85.             Frequentemente desejamos transformar a realidade ao nosso redor, buscando mudanças externas na sociedade ou na ação política. No entanto, a mudança mais eficaz não ocorre fora de nós. A celebração do Jubileu pode ser o ponto de partida para um projeto pessoal de transformação, que se inicia em nosso coração, no íntimo de nossa alma. Trata-se de uma verdadeira mudança de mentalidade, atitudes e prioridades, uma caminhada gradual e contínua, semelhante a uma pequena semente que, germinando no interior do solo, permanece invisível, mas, ao crescer, torna-se uma nova planta. Da mesma forma, nossas novas atitudes devem começar no interior de nossos corações, para depois se traduzirem em ações concretas em nossa vida cotidiana. Somos responsáveis pela reconstrução de nossa cidade, sustentados pela unidade da fé que professamos.

86.            Nesse jubileu, gostaria de convidá-los a assumir conosco este propósito. Permitamos que a experiência do Jubileu nos faça mudar não apenas o nosso olhar sobre a realidade, mas, principalmente, as nossas ações. Em uma realidade de violência, nossas atitudes sejam de paz, em uma realidade de abandono, nossas atitudes sejam de acolhida, em uma realidade de condenação, nossas atitudes sejam de perdão, em uma realidade de intolerância, nossas atitudes sejam de tolerância. Enfim, que a fé que professamos com os lábios possa ser testemunhada através de nossas ações concretas, manifestando Aquele a quem encontramos e seguimos, Cristo Jesus.

87.             Desse modo, caríssimos irmãos e irmãs, convido-os a assumirem uma fé viva e testemunhá-la em todas as situações da vida diária. Assim lançaremos sementes de eternidade por onde passarmos. Deixaremos um rastro de boas ações e de testemunhos concretos, anunciaremos a presença de Cristo em nossa cidade, não simplesmente com palavras, mas com a nossa vida.

88.            Em um mundo que desaprendeu a amar, nós poderemos testemunhar que é possível amar de verdade; em um mundo que, cada vez mais, afasta e constrói muros de separação, poderemos ser construtores de pontes de diálogo, de acolhida e de caridade; em um mundo em que o mal se paga com o mal, com violência e com vingança, poderemos mostrar que é possível, mesmo diante do mal, fazer o bem. Enfim, poderemos testemunhar que é possível, em meio a toda essa realidade que nos cerca, viver, pensar e agir de um modo novo, pelo qual nossa vida fará diferença no mundo em que vivemos.

89.            Assumamos juntos esse compromisso, que deverá ser exercitado e renovado todos os dias. Busquemos uma verdadeira transformação de nosso coração e uma autêntica mudança em nossas atitudes, para que, uma vez transformados, nos tornemos agentes de transformação no mundo em que vivemos. Que a experiência do encontro com Cristo nos leve a resplandecer Sua face através de nossas atitudes e que nossa vida, reconstruída por Ele, seja um instrumento de reconstrução da sociedade na qual estamos inseridos.

O que deixaremos como legado do Jubileu?

90.            Todo Ano Santo deve provocar em nós a conversão pessoal e comunitária das nossas ações e a presença ativa na fé e na vida da comunidade eclesial. Este Jubileu também nos impele a uma renovação de atitudes e posturas para assumir a novidade que o Evangelho realiza toda vez que acolhemos a Palavra de Deus e a pomos em prática.

91.              O grande legado que levamos do Jubileu está em nosso interior: no crescimento da fé, na reconciliação, no fortalecimento dos laços familiares, no perdão, na renovação das nossas vidas e na profunda experiência do amor e da misericórdia de Deus. Essas são as maiores marcas que o Jubileu deve deixar em cada um de nós.

92.             No entanto, é importante que esse tempo jubilar também seja marcado por sinais externos, que se manifestem de forma concreta na vida pastoral e comunitária, testemunhando nas nossas paróquias e comunidades o que vivemos internamente. Por isso, queremos deixar um legado pastoral que perpasse o tempo do Jubileu, manifestado através de iniciativas concretas: seja na criação de um espaço dedicado à oração, em projetos sociais que atendam os mais necessitados, ou em uma obra de evangelização que possa alcançar cada vez mais pessoas. Como parte desses sinais visíveis, em cada uma das igrejas jubilares será colocada uma cruz em mármore que representará o Ano Santo, e, nas demais igrejas matrizes de cada paróquia, o logotipo do jubileu, em acrílico colorido, será instalado como marco desse tempo jubilar.

93.             Ao proclamarmos com o nosso testemunho o “Ano da graça do Senhor”, que a esperança seja o tema que norteie nossas vidas e atividades pessoais, pastorais e comunitárias. Impulsionados pela graça que se derrama sobre cada um de nós e sobre a Igreja como um todo, somos chamados a assumir o compromisso de difundir esse dom com fidelidade e dedicação. Sejamos presença eclesial efetiva em nossa cidade e no mundo: criando novos locais – e incrementando os existentes – de atuação da Igreja que reza, ajuda o próximo, colabora, constrói, edifica, ensina a fé cristã, dispensa os sacramentos e as inúmeras graças, e enche o coração de esperança, porque Deus comunicou a sua salvação “de muitos modos e maneiras” (Hb 1,1).

94.            Cada batizado (e cada pessoa que faz o bem) é uma presença do Senhor em todos os locais do mundo. As atividades pastorais e evangelizadoras devem convergir para um anúncio concreto da esperança que é Jesus Cristo. Para tanto, pensamos também que a Pastoral da Escuta pode ser um legado do Jubileu 2025, assumido por todas as paróquias e futuramente elevado à condição de ministério extraordinário tal como outros já existentes em nossa Arquidiocese.

95.             A Pastoral da Escuta – já existente em pouquíssimas comunidades – é presença de quem, como o Cristo, ouve com atenção, acolhimento, solidariedade e compaixão os dramas e sofrimentos do outro e projeta sobre eles as luzes do Espírito Santo a fim de que, confiando em Deus, acredite que “a esperança não decepciona” (Rm 5,5) e que “tudo concorre para o bem dos que amam a Deus” (Rm 8,28). Será um espaço para gerar esperança, renovar a fé e a alegria, retomar com otimismo e sob novas perspectivas os desafios da vida. Não podemos ficar parados e inertes, mas, impelidos pela graça, devemos prosseguir decididamente, como Peregrinos da Esperança!

96.            Abertos à graça que se derrama sobre cada um de nós neste tempo fecundo e atentos à voz do Espírito que ora em nós e por nós, queremos ainda assinalar que a memória do Ano Santo deverá perpetuar-se através de um marco significativo que nos recorde a esperança no Senhor. Cada comunidade paroquial deverá, portanto, discernir o sinal concreto que deseja deixar, para que o Jubileu seja lembrado não apenas pela sua dimensão espiritual, mas também pelas obras visíveis que dele nasceram.

97.             Seguindo os exemplos de São Sebastião e Santana, que possamos, neste jubileu, ser testemunhas corajosas e fiéis do Evangelho em nossa grande cidade. Que vivamos este tempo de graça com o coração renovado e desejoso de deixar um legado de fé, unidade e amor em nossas comunidades e famílias.

98.            As comemorações do meu Jubileu de Ouro Sacerdotal, em sintonia com a preparação e a celebração do Ano Santo, sejam marcadas por graças abundantes e pela redescoberta da misericórdia de Deus, tempo propício para pedir ao Senhor da messe que envie operários para a sua colheita. Assim, como o Jubileu nos convida à renovação da fé e à reconciliação, ele também deve inspirar uma renovada dedicação à promoção vocacional, especialmente ao ministério sacerdotal. Que meu Jubileu sacerdotal seja, então, um terreno fértil de onde brotem novas vocações, e que o testemunho dos sacerdotes inspire muitos jovens a seguirem esse caminho de doação e de serviço à Igreja e ao mundo.

99.            O mês de outubro de 2024 é um período especial para a Igreja, marcado por eventos significativos: a Semana Missionária, o Sínodo dos Bispos sobre a Sinodalidade, as canonizações e o II Sínodo Arquidiocesano. A Semana das Missões, com o tema "Viver a Missão: Testemunho de Sinodalidade", destaca o papel de todos os batizados como missionários, vivendo em comunhão e participando da evangelização. O Sínodo dos Bispos sobre a Sinodalidade sublinha a importância de uma Igreja que caminha unida, ouvindo e discernindo em comunidade, reforçando a missão evangelizadora de maneira inclusiva e participativa. As canonizações deste mês nos mostram que a santidade está ao alcance de todos e serve de inspiração para nossa própria missão de viver o Evangelho. Por fim, o II Sínodo Arquidiocesano marca o esforço da nossa Igreja local em promover a renovação pastoral e a sinodalidade, convidando todas as paróquias e comunidades a participarem ativamente no discernimento dos caminhos que Deus nos aponta. Outubro, portanto, nos chama a renovar o compromisso missionário, viver a sinodalidade e inspirar-nos no exemplo dos novos santos e na caminhada sinodal da Arquidiocese.

100.         Que neste Ano Santo jubilar não nos falte a intercessão da Virgem Maria, a Senhora da Penha, peregrina e mãe da esperança, para que, vivendo as abundantes bênçãos deste tempo da graça, renovemos nossa fé em Cristo, nossa esperança! (1Tm 1,1)

Com afetuosa bênção,

São Sebastião do Rio de Janeiro,
20 de outubro de 2024.

Orani João Cardeal Tempesta, O. Cist.

Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro

Oração do Jubileu 2025

Pai que estás nos céus,

 que nos deste no teu filho

Jesus Cristo, nosso irmão,

e a chama da caridade

derramada nos nossos corações pelo Espírito Santo,

despertem em nós a bem-aventurada esperança

para a vinda do teu Reino.

A tua graça nos transforme

em cultivadores diligentes das sementes do Evangelho

que fermentem a humanidade e o cosmos,

na espera confiante

dos novos céus e da nova terra,

quando, vencidas as potências do Mal,

se manifestar para sempre a tua glória.

A graça do Jubileu reavive em nós,

Peregrinos da Esperança,

o desejo dos bens celestes

e derrame sobre o mundo inteiro

a alegria e a paz do nosso Redentor.

A ti, Deus bendito na eternidade,

louvor e glória pelos séculos dos séculos.

Amém

Hino do Jubileu 2025

Chama viva da minha esperança, este canto suba para Ti!

Seio eterno de infinita vida, no caminho eu confio em Ti!

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

O sentido das romarias

O Círio de Nazaré (arquidiocesedebelem)

O SENTIDO DAS ROMARIAS

Dom Antonio de Assis
Bispo auxiliar de Belém do Pará (PA)

As celebrações que compõem a grande Festividade do Círio de Nossa Senhora de Nazaré em Belém do Pará, têm muitos aspectos, dimensões, ambientes, sujeitos, atividades, dinâmicas, ícones. O Círio de Nossa Senhora de Nazaré é um conjunto de eventos socio-pastorais que tem como ponto culminante a procissão da manhã no segundo domingo de Outubro. Más é impensável esse evento sem as celebrações precedentes e subsequentes! Por isso o Círio de Nazaré não é um evento fugaz!  

Como a maniçoba que vai sendo curtida e temperada ao fogo por dias, assim também o Círio vai sendo gestado, reunindo gente de todas as partes e aquecendo as massas ao calor da fé, animadas pela atração materna da mãe de Jesus Cristo e nossa mãe. O Círio é mistério de fé, de paixão por Deus através de Maria.  

 A natureza do Círio 

No Círio não impera o aspecto meramente litúrgico e formal, muito pelo contrário, o clima festivo e a dinamicidade dos eventos nos falam da beleza do dinamismo da fé católica, com sua pluridimensionalidade, abertura, humanismo, fraternidade. Por isso, os eventos do Círio não devem ser transformados em eventos de protestos. Quem pode julgar-se digno de estar na presença de Jesus e Maria? E se todos os indignos saíssem das romarias, quem ficaria? Sobre isso, Jesus já se manifestou: “Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra” (Jo 11,7). Isso significa que a presença no Círio deve ter, para cada fiel, um significado e que seja compromisso de conversão. Nesse caminho devemos estar todos caminhando em comunhão, no mesmo rumo, em sintonia com os mesmos ideais do Reino de Deus.  

Todas as manifestações coletivas e institucionalizadas fazem parte do dinamismo da fé reconhecida, celebrada e encarnada na realidade paraense, como autêntica piedade popular. As expressões de fé de um povo passam sempre por muitas manifestações religiosas permeadas pela sensibilidade cultural. Há uma contínua conexão entre a mente elevada que ora e os pés fincados na realidade concreta.   

Não tenho dúvidas que o Espírito Santo ainda vai provocar o surgimentos de novos elementos que, no futuro, vão enriquecer ainda mais a beleza e o conteúdo dessa festividade, em vista do fortalecimento e da ampliação das possibilidades da evangelização.   

O objetivo de tudo isso é a evangelizar, uma vez que o mistério da Palavra de Deus se serve de muitos canais para chegar até o coração e a consciência dos fiéis. Mesmo para quem não tem sensibilidade religiosa cristã e nem senso de pertença à Igreja Católica, deve se dobrar humildemente diante das extraordinárias manifestações de fé. Respeitar a piedade do outro é uma exigência ética.  

A propósito, é digno de reconhecimento e aplauso as várias manifestações solidárias de outras Igrejas e grupos religiosos. “O amor é a plenitude da lei” (Rm 13,10). Então, a ausência do amor na prática da religião invalida tudo! (cf. 1Cor 13). O Círio de Nossa Senhora de Nazaré, aos poucos, desponta como evento que convoca para a unidade fraterna e amizade. Quem não está contra nós, está conosco! (cf. Lc 9,50). 

O sentido das Romarias 

Dentre as tantas celebrações da Festividade de Nazaré temos um conjunto de 14 “Romarias”. Mas o que isso significa? Qual é o seu sentido? A palavra “romeiro” nos remete à cidade de Roma, onde por muitos séculos e ainda hoje, continua sendo a meta de milhões de peregrinos ao longo de todos os anos. Após Jerusalém, a cidade mais significativa para o cristianismo é Roma. Para lá os apóstolos Pedro e Paulo, na fidelidade ao Mestre, se fizeram peregrinos e concluíram seu testemunho de fé; lá estão os mais dramáticos testemunhos de fé dos cristãos mártires dos primeiros séculos. 

A Roma deste mundo é símbolo da cidade eterna, a Jerusalém do alto, para onde todos caminhamos, que é o Paraíso, a Cidade de Deus (cf. Ap 3,12), cidade santa, pura, bela e preciosa (cf. Ap 11,2; 21.2.7). Quando os católicos se colocam a caminho em romaria, em procissão, em peregrinação estão renovando o dinamismo da própria esperança. Para a Cidade Celeste não caminhamos isoladamente, mas vamos juntos, como irmãos, fraternalmente. As romarias imitam o dinamismo de vida fraterna da Igreja, todos juntos, lado a lado, em espírito solidário, nos exercitamos na Caridade traduzindo em obras a nossa esperança da Vida eterna.  

Nas romarias caminhamos no mesmo rumo sendo orientados por líderes animadores, pregadores e muitos outros servidores. Essa imagem representa a beleza da vida de comunhão da Igreja Católica e da valorização dos dons que cada um recebeu que enriquece a Igreja peregrina. Quem está fundamentado na mesma fé, animado pela única esperança e dinamizado pelo mesmo amor de Cristo, não deve isolar-se e nem andar por direções contrárias àquela da Jerusalém do Alto. Cada romaria é um testemunho da fé coletiva, comunitária, eclesial envolvendo uma multiplicidade de sujeitos de gerações, origens, culturas, status diferentes. Todos estamos na mesma condição de santos e pecadores. Caminhando! O romeiro é movido pela esperança e pelo ideal da santidade que o leva à conversão!  

As Romarias representam o mandato missionário comunitário que a Igreja recebeu de Jesus. A Igreja não é um clube fechado, mas é uma família e um povo que vivem sendo movido pela dinâmica do amor, testemunhando o Reino de Deus. O dinamismo das romarias, na sua diversidade de sujeito e atividades, representa a Igreja missionária que nunca pode parar! Participar de uma Romaria, procissão ou peregrinação, significa o compromisso de renovação do dinamismo da própria fé.  

A fé cristã não é estacionária. Mas corre-se esse risco quando nos fixamos em atividades estanques perdendo a visão da totalidade da identidade e da missão da Igreja. As romarias nos educam a pôr-nos a caminho, desapegando-nos sempre de tudo o que no escraviza e paralisa. Sobre isso nos alerta o Papa Francisco: “Prefiro uma Igreja ferida e suja, que sai pelas ruas, do que uma Igreja prisioneira de si mesma. Que não se tenha medo de deixar se inquietar pelo fato de que muitos irmãos vivem sem a amizade de Jesus” (EG, 49). 

Ser romeiro é assumir um ato de reconhecimento de que a vida cristã é dinâmica, assim como foi aquela de Jesus Cristo e de sua Mãe. O Filho de Deus é o peregrino do Pai por excelência (foi enviado) e a sua mãe se fez peregrina do Filho, com Ele e por Ele! Maria é modelo do verdadeiro romeiro! Movidos pela fé, de uma forma ou de outra, somos todos peregrinos neste mundo a caminho da nossa pátria definitiva!  

Como toda caminhada, também as romarias nos provocam cansaço e somos tentados ao desânimo e a parar. Educados pela fé e animados pela Esperança da recompensa final, renovamos os esforços, a firmeza de ânimo e conservamos a alegria do testemunho do amor! Quem ama se movimenta!  

PARA A REFLEXÃO PESSOAL: 

O que podemos fazer para evitar conflitos e protestos nos eventos do Círio? 

Como promover na consciência dos fiéis, o fato de que o Círio é oportunidade de conversão pessoal e renovação da fé e nunca seja instrumentalizado para outros fins?  

Qual dos significados das romarias mais lhe chamou a atenção? 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Última semana do Sínodo: construção e votação do Documento Final

Padre Radcliffe - Sínodo 2024  (VATICAN MEDIA Divisione Foto)

A última semana da Assembleia Sinodal começou com um tempo de oração e retiro. Após a missa votiva ao Espírito Santo, os participantes da assembleia, na presença do Papa Francisco, ouviram as palavras do Padre Radcliffe, que os fez perceber que “estamos prestes a embarcar em nossa última tarefa, considerar o Documento final, emendá-lo e votá-lo”.

Padre Modino – Vaticano

Para realizá-la, ele pediu que o fizessem, como pede São Paulo, com liberdade, pois “nossa missão é pregar e encarnar essa liberdade. A liberdade é a dupla hélice do DNA cristão. Em primeiro lugar, é a liberdade de dizer o que acreditamos e de ouvir sem medo o que os outros dizem, com respeito mútuo. É a liberdade dos filhos de Deus de falar com ousadia, com paresia (por exemplo, Atos 4.29), como os discípulos declararam com ousadia as boas novas da Ressurreição em Jerusalém. Por causa dessa liberdade, cada um de nós pode dizer ‘eu’. Não temos o direito de ficar em silêncio”.

A raiz está na liberdade interior, observando que “podemos ficar desapontados com as decisões do Sínodo. Alguns as considerarão imprudentes ou até mesmo erradas. Mas temos a liberdade daqueles que acreditam que “Deus faz todas as coisas para o bem daqueles que o amam”, como diz a Carta aos Romanos. Ele pediu esperança, pois “podemos ter certeza de que ‘nada pode nos separar do amor de Deus’, nem mesmo a incompetência, nem mesmo os erros”. Uma liberdade que nos leva a “pertencer à Igreja e dizer Nós”.

Deus opera em liberdade, afirmou o dominicano, advertindo que “crer no Espírito Santo não nos dispensa de usar nossas mentes na busca da verdade”. Padre Radcliffe lembrou o que aconteceu com Yves Congar, silenciado por Roma por “falar a verdade”, por ser “uma testemunha autêntica e pura do que é verdadeiro”. Nessa perspectiva, ele enfatizou que “não devemos ter medo da discordância, porque o Espírito Santo está agindo nela”.  Pois liberdade é “pensar, falar e ouvir sem medo. Mas isso não é nada se não for também a liberdade daqueles que confiam que 'Deus faz todas as coisas para o bem daqueles que amam a Deus'”.

Sala Paulo VI (Vatican Media)

A providência de Deus em ação

Para Radcliffe, “a providência de Deus está agindo suave e silenciosamente, mesmo quando as coisas parecem estar dando errado”, pois ela está “entrelaçada na história da nossa salvação desde o início”. Contra isso, ele advertiu que “mesmo que o resultado do Sínodo o desaponte, a providência de Deus está em ação nesta Assembleia, conduzindo-nos ao Reino por caminhos conhecidos apenas por Deus. Sua vontade para o nosso bem não pode ser frustrada”. De fato, “este é apenas um sínodo. Haverá outros. Não precisamos fazer tudo, apenas tentar dar o próximo passo”. Uma afirmação fundamental para entender que somos parte de um processo, que nada começou conosco e, se for de Deus, nada terminará.

“Se formos livres apenas para argumentar nossas posições, seremos tentados pela arrogância daqueles que, nas palavras de De Lubac, se veem como 'a norma encarnada da ortodoxia'. Acabaremos batendo os tambores da ideologia, seja ela de esquerda ou de direita. Se tivermos apenas a liberdade daqueles que confiam na providência de Deus, mas não ousarmos entrar no debate com nossas próprias convicções, seremos irresponsáveis e nunca amadureceremos”, advertiu o dominicano, palavras que são fundamentais para entender a sinodalidade. Isso porque “a liberdade de Deus atua no âmago de nossa liberdade, brotando de dentro de nós. Quanto mais é de Deus, mais é nossa liberdade”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

terça-feira, 22 de outubro de 2024

Da homilia de São João Paulo II, papa, no início do seu pontificado

São João Paulo II (nspsocorro)

Da homilia de São João Paulo II, papa, no início do seu pontificado

(22 de Outubro de 1978: A.A.S. 70 [1978], pp. 945-947)

Não tenhais medo! Abri as portas a Cristo!

Pedro veio para Roma! E o que foi que o guiou e o conduziu para esta Urbe, o coração do Império Romano, senão a obediência à inspiração recebida do Senhor? Talvez aquele pescador da Galileia nunca tivesse tido vontade de vir até aqui. Talvez tivesse preferido permanecer, lá onde estava, nas margens do lago da Galileia, com a sua barca e com as suas redes. Mas, guiado pelo Senhor e obediente à sua inspiração, chegou até aqui!

Segundo uma antiga tradição, durante a perseguição de Nero, Pedro teria tido vontade de deixar Roma. Mas o Senhor interveio: veio ao seu encontro. Pedro, dirigindo-se ao Senhor perguntou: “Quo vadis, Domine?”  (Aonde vais, Senhor?). E o Senhor imediatamente lhe respondeu: “Vou para Roma, para ser crucificado pela segunda vez”. Pedro voltou então para Roma e aí permaneceu até à sua crucifixão.

O nosso tempo convida-nos, impele-nos e obriga-nos a olhar para o Senhor e a imergir-nos numa humilde e devota meditação do mistério do supremo poder do mesmo Cristo.

Aquele que nasceu da Virgem Maria, o filho do carpinteiro – como se considerava –, o Filho de Deus vivo, como confessou Pedro, veio para fazer de todos nós “um reino de sacerdotes” .

O Concílio do Vaticano II recordou-nos o mistério deste poder e o fato de que a missão de Cristo – Sacerdote, Profeta, Mestre e Rei – continua na Igreja. Todos, todo o Povo de Deus participa desta tríplice missão. E talvez que no passado se pusesse sobre a cabeça do Papa o trirregno, aquela tríplice coroa, para exprimir, mediante tal símbolo,  que toda a ordem hierárquica da Igreja de Cristo, todo o seu “sagrado poder” que nela é exercido não é mais do que serviço; serviço que tem uma única finalidade: que todo o Povo de Deus participe desta tríplice missão de Cristo e que permaneça sempre sob a soberania do Senhor, a qual não tem as suas origens nos poderes deste mundo, mas sim no Pai celeste e no mistério da Cruz e da Ressurreição.

O poder absoluto e ao mesmo tempo doce e suave do Senhor corresponde a quanto é o mais profundo do homem, às suas mais elevadas aspirações da inteligência, da vontade e do coração. Esse poder não fala com a linguagem da força, mas exprime-se na caridade e na verdade.

O novo Sucessor de Pedro na Sé de Roma eleva, neste dia, uma prece ardente, humilde e confiante: “Ó Cristo! Fazei com que eu possa tornar-me e ser sempre servidor do teu único poder! Servidor do teu suave poder! Servidor do teu poder que não conhece ocaso! Fazei com que eu possa ser um servo! Mais ainda: servo de todos os teus servos.”

Irmãos e Irmãs! Não tenhais medo de acolher Cristo e de aceitar o Seu poder!

Ajudai o Papa e todos aqueles que querem servir Cristo e, com o poder de Cristo, servir o homem e a humanidade inteira!

Não tenhais medo! Abri antes, ou melhor, escancarai as portas a Cristo! Ao Seu poder salvador abri os confins dos Estados, os sistemas econômicos assim como os políticos, os vastos campos de cultura, de civilização e de progresso! Não tenhais medo! Cristo sabe bem “o que está dentro do homem”. Somente Ele o sabe!

Hoje em dia é frequente o homem não saber o que traz no interior de si mesmo, no mais íntimo da sua alma e do seu coração, Frequentemente não encontra o sentido da sua vida sobre a terra. Deixa-se invadir pela dúvida que se transforma em desespero. Permiti, pois – peço-vos e vo-lo imploro com humildade e com confiança – permiti a Cristo falar ao homem. Somente Ele tem palavras de vida; sim, de vida eterna. 

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

Lembrar São João Paulo II

São João Paulo II (Crédito: Opus Dei)

Lembrar São João Paulo II

No dia 22 de outubro a Igreja celebra São João Paulo II. Propomos algumas maneiras de lembrar dele.

21/10/2024

Suas primeiras palavras como Sumo Pontífice

“Queridos irmãos e irmãs, todos estamos ainda tristes com a morte do querido Papa João Paulo I. E agora os eminentíssimos Cardeais chamaram um novo Bispo de Roma. Chamaram-no de um país distante... Distante, mas sempre muito próximo pela comunhão na fé e na tradição cristã. Tive medo ao receber esta nomeação, mas o fiz com espírito de obediência a Nosso Senhor e com a confiança total na sua Mãe, a Virgem Santíssima”.

“Não sei se posso expressar-me bem na vossa... na nossa língua italiana. Se eu errar, vocês me corrijam. E, assim, apresento-me diante de todos vocês, para confessar a nossa fé comum, a nossa esperança, a nossa confiança na Mãe de Cristo e na Igreja, e também para começar de novo a andar por este caminho da História e da Igreja, com a ajuda de Deus e com a ajuda dos homens”.

Conselhos de João Paulo II

1. Vós brasileiros continuareis bem presentes na minha oração. Pedirei sempre a Deus que os grandes princípios cristãos, desde sempre arraigados em vós, e sobretudo o senso de Deus e a solidariedade humana, continuem a marcar a fidelidade do Brasil a si mesmo e à sua identidade histórica.

São João Paulo II (Crédito: Opus Dei)

2. Desejo para cada um a paz que só Deus, por meio de Jesus cristo, nos pode dar: a paz que é obra da justiça, da verdade, do amor, da solidariedade, da paz que os povos só atingem quando seguem os ditames da lei de Deus, a paz que faz que os homens e os povos se sintam irmãos uns dos outros.

3. Os jovens estão chamados a serem os protagonistas dos novos tempos. Tenho plena confiança neles e estou certo de que têm a vontade de não defraudar nem a Deus, nem à Igreja, nem à sociedade da que provêm.

4. Quando falta o espírito contemplativo não se defende a vida e se degenera tudo o que é humano. Sem interioridade o homem moderno põe em perigo a sua própria integridade.

5. Queridos jovens: ide com confiança ao encontro com Jesus! E, como os novos santos, não tenhais medo de falar dEle, pois Cristo é a resposta verdadeira a todas as perguntas sobre o homem e o seu destino. É preciso que vocês, jovens, se convertam em apóstolos dos seus coetâneos

6. Surgirão outros frutos de santidade se as comunidades eclesiais mantiverem a sua fidelidade ao Evangelho que, de acordo com uma venerável tradição, foi pregado desde os primeiros tempos do cristianismo e foi conservado através dos séculos.

7. Recordai sempre que o distintivo dos cristãos é dar testemunho audaz e valente de Jesus Cristo, morto e ressuscitado pela nossa salvação.


Trechos da homilia do Cardeal Joseph Ratzinger no funeral do Papa João Paulo II no dia 8 de abril de 2005

"Segue-me"! Em Outubro de 1978, o Cardeal Wojtyla ouviu de novo a voz do Senhor. Renova-se o diálogo com Pedro narrado no Evangelho desta celebração: "Simão, Filho de João, tu Me amas? Apascenta as minhas ovelhas!". À pergunta do Senhor: Karol, tu amas-Me?, o Arcebispo de Cracóvia respondeu do fundo do seu coração: "Senhor, tu sabes tudo, sabes que te amo". O amor de Cristo foi a força dominante do nosso amado Santo Padre; quem o viu rezar, quem o ouviu pregar, bem o sabe. E assim, graças a este profunda união com Cristo pôde carregar um peso, que vai além das forças meramente humanas: ser pastor do rebanho de Cristo, da sua Igreja universal.

Ele interpretou para nós o mistério pascal como mistério da divina misericórdia. Escreveu no seu último livro: o limite imposto ao mal "é definitivamente a divina misericórdia" (Memória e identidade, pág. 70). E refletindo sobre o atentado diz, "Cristo, ao sofrer por todos nós, conferiu um novo sentido ao sofrimento; introduziu aquele amor numa nova dimensão, numa nova ordem... É o sofrimento que queima e consome o mal com o fogo do amor e obtém também do pecado um florescimento de bem" (pág. 199). Animado por esta visão, o Papa sofreu e amou em comunhão com Cristo e foi por isso que a mensagem do seu sofrimento e do seu silêncio foi tão eloquente e fecunda.

A Divina Misericórdia. O Santo Padre encontrou um reflexo mais puro da misericórdia de Deus na Mãe de Deus. Ele, que ainda em tenra idade perdeu a mãe, amou ainda mais a Mãe divina. Ouviu as palavras do Senhor crucificado como se fossem ditas precisamente a ele: "Eis a tua mãe!". E fez como o discípulo amado: acolheu-a no íntimo do seu ser, Totus tuus. E da Mãe aprendeu a conformar-se com Cristo.

São João Paulo II (Crédito: Opus Dei)

Para todos nós é inesquecível como neste último domingo de Páscoa da sua vida, o Santo Padre, marcado pelo sofrimento, se mostrou mais uma vez da janela do Palácio Apostólico e pela última vez deu a bênção "Urbi et Orbi". Podemos ter a certeza de que o nosso amado Papa agora está na janela da casa do Pai, vê-nos e abençoa-nos. Sim, abençoe-nos, Santo Padre. Nós confiamos a tua amada alma à Mãe de Deus, tua Mãe, que te guiou todos os dias e te guiará agora à glória eterna do Seu Filho, Jesus Cristo nosso Senhor. Amém.

Fonte: https://opusdei.org/pt-br/article/8-maneiras-de-lembrar-de-joao-paulo-ii/

Ministério de Catequista

O Ministério dos Catequistas (catequizar)

MINISTÉRIO DE CATEQUISTA 

Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)
 

No dia 19 de outubro de 2024, na 40ª Assembleia Arquidiocesana da Iniciação à Vida Cristã, em Missa realizada na Catedral Metropolitana de São Sebastião do Rio de Janeiro instituímos 80 Ministros da Catequese de todos os vicariatos territoriais da Arquidiocese. São homens e mulheres que já exercem a missão de catequistas, alguns há décadas e que, depois de tantos cursos de formação e acadêmicos foram escolhidos para serem os primeiros catequistas instituídos de nossa Arquidiocese. Além da formação e experiência que já possuem tiveram a oportunidade de uma preparação de quase dois anos para essa responsabilidade. 

O Ministério de Catequista foi instituído pelo Para Francisco em 10 de maio de 2021, através do Motu Proprio Antiquum Ministerium. Esse documento oficializa o papel dos catequistas dentro da Igreja Católica, reconhecendo a importância histórica e contemporânea da catequese na transmissão da fé cristã. A decisão de Francisco reflete sua visão de uma Igreja mais participativa, em que os leigos desempenham um papel ativo na evangelização e na formação espiritual das comunidades. O ritual da instituição de Catequistas foi aprovado pela Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos sacramentos a 3 de dezembro de 2021 para poder ser utilizado em língua latina a partir de 1 de janeiro de 2022. A tradução em português para o Brasil foi aprovada em 10 de janeiro de 2024. Esse texto foi promulgado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil a 2 de fevereiro de 2024 para ser utilizado no Brasil assim que publicado. 

Antiquum Ministerium faz referência à antiga tradição da Igreja, onde catequistas sempre tiveram um papel crucial na educação e preparação dos fiéis. O Papa destaca que ser catequista não é apenas uma função de ensino, mas um serviço de testemunho vivo da fé, com a missão de formar discípulos autênticos e engajados. E o Papa recorda que é um trabalho dos leigos e leigas na igreja. 

O Papel do Catequista Segundo o Papa Francisco: ele afirma que o catequista deve ser alguém profundamente enraizado na fé e na tradição cristã, com uma forte vida de oração e um compromisso sólido com a comunidade eclesial. Ele também frisa que esse ministério laical deve ser estável e que os catequistas precisam de uma formação adequada para responder aos desafios pastorais e culturais do mundo contemporâneo. 

O catequista, conforme o Papa Francisco, é um anunciador do Evangelho e um educador na fé, ajudando a transmitir os ensinamentos cristãos, especialmente em ambientes onde os sacerdotes são escassos ou onde a evangelização enfrenta desafios. Ele ressalta ainda que a catequese não se limita ao ensino teórico, mas envolve o testemunho da vida cristã em atos concretos de caridade e fraternidade. 

Ao instituir o ministério de catequista, o Papa Francisco oferece um reconhecimento formal para leigos que, durante séculos, têm desempenhado esse papel de forma não oficial. O Papa quer sublinhar que a evangelização e catequese é uma responsabilidade compartilhada por todo o povo de Deus. 

Essa iniciativa reflete a intenção de fortalecer a presença laical na vida da Igreja e em suas diversas missões. Com o ministério de catequista, os leigos têm a oportunidade de se preparar de maneira mais estruturada e receber apoio espiritual para desempenhar sua função com eficácia, especialmente em áreas onde a evangelização é mais desafiadora. 

Formação e Responsabilidade: A Carta Apostólica sublinha que os bispos são responsáveis por promover a formação de catequistas, discernindo aqueles que têm vocação para esse ministério e garantindo que eles recebam o suporte necessário. O Papa alerta que esse ministério não deve ser encarado como um título de honra, mas como um verdadeiro compromisso de serviço à Igreja e às suas comunidades. 

Antiquum Ministerium também destaca que o catequista deve ser uma pessoa de fé sólida, bem formada na doutrina e capaz de transmitir não apenas conhecimento, mas a vivência da fé. Eles desempenham um papel-chave na educação cristã, preparando novos fiéis e acompanhando aqueles que já estão em sua caminhada espiritual. 

O Motu Proprio Antiquum Ministerium, ao instituir o ministério de catequista, é um marco importante na história recente da Igreja Católica, reconhecendo formalmente a importância dos leigos na missão de evangelizar e formar a fé. Assim como a celebração dos primeiros 80 catequistas instituídos é um marco histórico na Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro.  

Gostaria de relembrar as palavras do Evangelho onde Jesus atesta que aqueles que O testemunham diante dos homens, o próprio Jesus testemunhará em favor deles diante do Pai. Por fim, ressalto a importância desse povo de fé, que testemunha Jesus na sociedade do mundo de hoje, marcada por tantas notícias nem sempre boas. É o mais antigo ministério e importante na vida da Igreja Arquidiocesana porque é o ministério que transmite a fé: “Ide e ensinai!”. Queremos louvar e bendizer a Deus pelos primeiros 80 Ministros da Catequese e esperar que novos Catequistas estejam aptos para esta grande tarefa evangelizadora em nossa Arquidiocese. 

“Ó Pai, que nos fazeis participar da missão do vosso Filho e enriqueceis a vossa igreja com abundantes dons do Espírito, abençoai + estes vossos filhos escolhidos para o ministério de Catequistas. Concedei, nós vos pedimos, que vivam plenamente o seu Batismo, cooperando com os pastores nas diversas formas de apostolado, no anúncio do Evangelho e na transmissão da fé, para a edificação do vosso Reino”. É oração de instituição segundo o ritual de Instituição de Catequistas. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Cardeal Tempesta publica nova Carta Pastoral por ocasião do Jubileu de 2025 (3)

2021.06.09 DOM ORANI TEMPESTA (VATICAN MEDIA)

Cardeal Tempesta publica nova Carta Pastoral por ocasião do Jubileu de 2025

Com a Carta Pastoral: "Missão, Esperança e Paz", por ocasião do Ano Santo de 2025 - “Peregrinos da Esperança”, cardeal Tempesta institui também na Arquidiocese do Rio de Janeiro o Ministério de Catequistas.

Carlos Moioli – Arquidiocese do Rio de Janeiro

MISSÃO, ESPERANÇA E PAZ

Carta Pastoral do Cardeal

Orani João Tempesta, O. Cist.

Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro

por ocasião do Ano Santo de 2025

Peregrinos da Esperança

20 de outubro de 2024

Dia Mundial das Missões.

O Jubileu de 2025 em Roma

49.            O Santo Padre, na bula de proclamação, anunciou que a abertura do jubileu ordinário será no dia 24 de dezembro de 2024 em Roma, na Basílica de São Pedro, quando fará a abertura da Porta Santa. Nas outras Basílicas papais, também haverá a abertura da Porta Santa, a saber: Basílica São João de Latrão em 29 de dezembro de 2024, Basílica Santa Maria Maior em 1º de janeiro de 2025 e Basílica São Paulo fora dos Muros em 05 de janeiro de 2025. Uma outra Porta Santa será aberta numa prisão “para que seja para eles um símbolo que os convida a olhar o futuro com esperança e renovado compromisso de vida”.[12]

50.             Todos são convidados a peregrinar a Roma para viver esta experiência de fé e reavivamento da esperança. O Dicastério para a evangelização, órgão eclesial responsável pela organização do jubileu ordinário, apresentou um calendário com datas e celebrações em nível mundial para os diversos grupos com os quais a Igreja é chamada a evangelizar. O referido calendário pode ser encontrado no site do jubileu[13]. 

51.               Neste site, encontramos as informações necessárias para que a peregrinação seja organizada e vivida de forma tranquila e segura como peregrino ou voluntário. Uma das novidades deste jubileu é o cartão do peregrino que pode ser obtido gratuitamente pelo site para o acesso aos locais de peregrinação. O caminho do Jubileu dentro de Roma contempla os seguintes locais de peregrinação: as quatro basílicas papais, as “Sete Igrejas” (tradicional caminho idealizado por São Filipe Neri no Século XVI), o caminho europeu com 28 basílicas e as igrejas das santas mulheres padroeiras da Europa e doutoras da Igreja.

52.              O rico simbolismo da Porta Santa encontra sua fundamentação bíblica em Jo 10,7.9, onde Jesus diz: “Eu sou a porta das ovelhas. Eu sou a porta. Se alguém entra por mim, será salvo; entrará e sairá e encontrará pastagem”. A Porta Santa é um sinal de que todos nós devemos passar por Cristo para vivermos a vida nova que Ele conquistou para nós por seu mistério pascal. Além das Portas Santas, que serão abertas em Roma e na prisão, todos os fiéis são chamados a viver esta experiência através da porta do confessionário para que de fato o jubileu alcance o seu objetivo espiritual na vida de cada um.

53.              A cura dos corações feridos, a alegria e a beleza da vida nova em Cristo provêm fundamentalmente do sacramento da Confissão. O fiel que a ele se encaminha passa pela porta do perdão misericordioso do Senhor. Que este jubileu seja mais uma oportunidade para buscarmos a remissão dos nossos pecados, atravessando essa porta de misericórdia. Aqui reforçamos a exortação do Decreto da Penitenciaria Apostólica, para que os sacerdotes estejam disponíveis e dedicados ao sacramento da Confissão, realizando celebrações penitenciais frequentemente e divulgando e ampliando os horários de confissão auricular.

O Jubileu em nossa Arquidiocese

54.             A bula Spes non confundit do Papa Francisco, o Decreto da Penitenciaria Apostólica sobre as Normas para a concessão da indulgência jubilar e o Ritual contendo os textos litúrgicos para serem usados durante o jubileu são os documentos da Santa Sé que nortearão a organização e a ação pastoral do jubileu ordinário na Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro. O Vicariato de Pastoral da Arquidiocese, em consonância com o Arcebispo e o Conselho Arquiepiscopal, elaborou a estrutura que apresentaremos a seguir nesta Carta Pastoral. Para ulteriores esclarecimentos, indicamos o Vicariato de Pastoral como o órgão responsável pelo Jubileu Ordinário em nossa Arquidiocese. Vale ressaltar que em nossa Arquidiocese, contamos com quatro padres “missionários da misericórdia” que receberam do Papa a faculdade de ouvir confissões dos fiéis e, no foro interno, conceder a absolvição de pecados reservados[14] . Esse grande dom que recebemos é muito importante para a missão de misericórdia em nossa Arquidiocese, e está a serviço de todos os que buscarem esses sacerdotes para a absolvição dos pecados reservados.

A abertura do Ano Santo na Arquidiocese

55.              A abertura do Jubileu em nossa Igreja Particular ocorrerá na Catedral Metropolitana de São Sebastião do Rio de Janeiro no dia 29 de dezembro de 2024, festa da Sagrada Família, quando será concedida a bênção papal, acompanhada de indulgência plenária. A data está inserida no quinto dia da Oitava do Natal em consonância com a motivação principal do jubileu: a celebração do mistério da encarnação e nascimento de nosso Senhor Jesus Cristo. A celebração de abertura, conforme indica o ritual, começará às 10h no Largo da Carioca (Centro), onde se localiza o pátio externo da Igreja do Convento de Santo Antônio.

56.             Para a abertura deste momento singular da nossa espiritualidade eclesial e da unidade em nossa Arquidiocese, convocamos todo o clero (bispos, sacerdotes, diáconos), leigos, religiosos, religiosas, consagrados e consagradas (congregações, institutos, comunidades de vida, aliança e missão), seminaristas, ministros (instituídos e investidos), catequistas, membros de pastorais, movimentos, associações, irmandades, confrarias, ordens terceiras e devoções.

57.              Esta celebração assinala o início do ano pastoral arquidiocesano cujas atividades terão o mesmo objetivo do jubileu: ser um tempo forte da graça onde a esperança deve inspirar a conversão e a missão. As atividades do II Sínodo Arquidiocesano, que reflete sobre o nosso compromisso com a missão, devem alcançar um maior número de pessoas neste tempo do jubileu, quando somos chamados a ser arautos da esperança que não decepciona (Rm 5,5), isto é, Jesus Cristo! (1Tm 1,1). Portanto, todos os organismos de nossa Arquidiocese são chamados, durante o Ano Santo, a viver este tempo forte da graça de Deus promovendo estudos, formações, peregrinações, visitas aos lugares sagrados previstos (Igrejas Jubilares), para lucrar as indulgências e reavivar a esperança de todos. Os grupos poderão se organizar conforme sua disponibilidade e em diálogo com os responsáveis pela Igreja Jubilar.

58.             A celebração de abertura do jubileu ordinário em nossa Arquidiocese será única e não haverá abertura nas igrejas jubilares de acordo com as instruções recebidas nos documentos. Por conseguinte, todos os fiéis se reunirão comigo no local determinado acima. Será uma grande alegria presidir esta cerimônia junto ao rebanho que Jesus Cristo, o Bom Pastor, me confiou.  Em seguida, inicia-se o rito com a saudação prevista, a proclamação do Evangelho e a procissão em direção à Catedral. Nesta procissão, será levada a cruz, sinal da vitória de Cristo sobre o pecado, o mal e a morte, e símbolo da nossa Esperança e da nossa Arquidiocese. Esta cruz possui as características peculiares de nossa identidade católica e cultura carioca: remete à Jornada Mundial da Juventude, realizada em 2013 no Rio de Janeiro com a presença do Papa Francisco (em sua primeira viagem apostólica) e traz no seu interior a silhueta do Cristo Redentor.

59.             À porta da Catedral, a cruz será erguida para veneração a fim de que todos possam aclamar que Cristo é a nossa esperança e que não seremos confundidos eternamente! Em seguida entraremos solenemente no templo para fazer memória do nosso batismo com a bênção e aspersão da água. Então entoaremos o hino de louvor e a missa prossegue como de costume. Antes da bênção final, será entregue o distintivo (quadro) que identifica as Igrejas jubilares em nossa Arquidiocese para que os fiéis possam realizar a peregrinação e receber a indulgência plenária uma vez ao dia, tanto para si como para os defuntos[15].

60.            Além das basílicas menores e dos santuários designados já previstos, cada vicariato territorial terá uma igreja jubilar. Todas estas Igrejas fixarão o distintivo à porta do templo a fim de identificá-las. Nestes “lugares sagrados de acolhimento e espaços privilegiados para gerar esperança”[16], cada pároco ou reitor deve usar da criatividade pastoral para favorecer o propósito do jubileu, adotando uma postura de acolhimento alegre, disponível e generoso bem como a formação de equipes de acolhida e catequese, entre outros. Isso incluiu a realização de peregrinações, visitas, Missas para o Ano Santo, a administração do sacramento da Confissão, como também momentos de formação, oração e celebração.

61.              As Igrejas jubilares em nossa Arquidiocese são:

1.        Catedral Metropolitana de São Sebastião do Rio de Janeiro – Centro

2.       Basílica menor da Imaculada Conceição – Botafogo

3.       Basílica menor do Imaculado Coração de Maria – Méier

4.      Basílica menor de N. Sra. de Lourdes – Vila Isabel

5.       Basílica menor de Santa Teresinha – Tijuca

6.      Basílica menor de N. Sra. da Penha – Penha

7.       Basílica menor de São Sebastião – Tijuca

8.      Basílica menor São João Batista da Lagoa – Botafogo

9.      Santuário Arquidiocesano do Cristo Redentor – Corcovado

10.   Santuário Arquidiocesano da Mãe e Rainha três vezes admirável de Schoenstatt – Vargem Pequena

11.     Santuário Arquidiocesano de N. Sra. de Fátima – Recreio

12.    Santuário Arquidiocesano de N. Sra. das Graças da Medalha Milagrosa – Tijuca

13.   Santuário Arquidiocesano N. Sra. do Loreto – Freguesia

14.   Santuário Arquidiocesano da Divina Misericórdia – Vila Valqueire

15.   Paróquia São Jerônimo – Coelho Neto

16.   Paróquia Imaculada Conceição – Recreio

17.   Paróquia N. Sra. do Desterro – Campo Grande

18.   Paróquia N. Sra. da Conceição – Campinho

19.   Paróquia N. Sra. da Apresentação – Irajá

20.  Paróquia N. Sra. da Conceição – Realengo

21.    Paróquia N. Sra. da Conceição – Santa Cruz

Celebração jubilar dos Vicariatos territoriais com o Arcebispo

62.             Todos devem ser alcançados por este tesouro de graças do Ano Santo! É a nossa missão convidar, divulgar e encorajar os fiéis e todas as pessoas de cada vicariato territorial para a celebração jubilar vicarial. Como missionários, precisamos investir na divulgação criativa, virtual e pessoal para que ninguém se sinta excluído da graça de Deus. A celebração Eucarística será na Igreja jubilar daquele Vicariato, num sábado pela manhã e previamente agendada (vide tabela abaixo), presidida pelo Arcebispo, concelebrada pelos párocos e demais sacerdotes; com a presença maciça dos diáconos, fiéis, religiosos(as), consagrados(as), agentes de pastorais, movimentos e dos diversos grupos de todas as paróquias que compõem a vida, a beleza e a evangelização daquele Vicariato.

63.     Naquele sábado estabelecido, todos se reúnem num lugar comum e peregrinam até a Igreja jubilar para a Missa do Ano Santo a fim de celebrar as dádivas do Jubileu e lucrar a indulgência jubilar, se cumpridas as exigências já mencionadas para tal. A celebração jubilar vicarial acontecerá em três etapas: catequese/formação paroquial sobre o Jubileu 2025 (organizada pelo pároco para instruir e animar os paroquianos) [17], peregrinação vicarial e missa na Igreja jubilar. O Vigário Episcopal e os Párocos daquele território organizarão a peregrinação e a Missa, contando com presença de todos os fiéis daquele vicariato territorial, que são chamados a acolher de forma consciente e frutuosa esta grande dádiva que Deus concede a seus filhos neste Ano Santo.

Eis as datas dos sábados:

29/12/2024

Vicariato Urbano

25/01/2025

Vicariato Anchieta

22/02/2025

Vicariato Barra

29/03/2025

Vicariato Sul

26/04/2025

Vicariato Jacarepaguá

31/05/2025

Vicariato Leopoldina

28/06/2025

Vicariato Norte

26/07/2025

Vicariato Campo Grande

02/08/2025

Vicariato Cascadura

27/09/2025

Vicariato Madureira

11/10/2025

Vicariato Oeste

22/11/2025

Vicariato Santa Cruz

Os vicariatos não territoriais, grupos, movimentos e outros:

64.            Mesmo inseridos nos vicariatos territoriais, os membros dos vicariatos não territoriais, pastorais, movimentos e outros grupos são chamados a organizar neste ano santo uma peregrinação às Igrejas jubilares em data a ser combinada com o pároco ou reitor local. Será uma ocasião propícia para celebrar as graças divinas do Ano Santo reavivando a esperança cristã e adquirindo novo vigor missionário!

Celebração Arquidiocesana

65.             A Graça divina do Ano Santo deve alcançar a todos, sobretudo em nossa cidade, cujos males da violência e das injustiças tentam anular a esperança no coração do nosso povo. Precisamos ser um sinal vivo de uma esperança “em saída”, indo ao encontro dessas realidades. Para que este nosso impulso missionário seja efetivo, realizaremos no dia 17 de Maio de 2025, às 15h, o evento arquidiocesano “Cristo é nossa Esperança, Paz e Reconciliação!”. Este grande evento será realizado em cada Vicariato territorial neste mesmo dia e horário, com a presença de um bispo auxiliar, padres, diáconos, seminaristas, religiosos(as), consagrados(as), leigos(as), o povo de Deus presente nas paróquias e todas as pessoas que desejarem realizar a experiência do amor de Deus em suas vidas e na vida do próximo, tão marcada pela desesperança. Será uma bela manifestação da unidade arquidiocesana neste Ano Santo, que peregrina por toda a nossa cidade levando a paz, a reconciliação e a esperança que é Jesus Cristo, nosso Senhor.

66.            Para este evento, propomos que em cada vicariato territorial seja constituída pelo Vigário Episcopal uma comissão vicarial do jubileu envolvendo o maior número possível de agentes de pastoral e movimentos, além de outras pessoas para a organização das atividades do Ano Jubilar (estrutura, apoio e logística, liturgia, animação, acolhimento, comunicação, dentre outras).  Solicitamos, portanto, que as mídias de nossas paróquias e comunidades através da PASCOM estejam empenhadas e comprometidas na divulgação ampla, criativa e ousada! Elaboração de posts, vídeos curtos e outras publicações devem permear constantemente os diversos aparelhos eletrônicos. Precisamos reavivar a esperança de nosso povo!  Assumamos com coragem e alegria este anúncio: “nossa esperança é Cristo Jesus” (cf. 1Tm 1,1).

67.             Portanto, no sábado 17 de maio de 2025 às 15h, cada Vicariato territorial iniciará a Celebração Arquidiocesana no local determinado para aquela região, com a recitação do terço da esperança. Às 16h, dirigirei a todos uma mensagem, que será transmitida ao vivo pela Rádio Catedral e outros meios do Sistema de Comunicação Arquidiocesano (SCA). Após essa mensagem, todos seguem em peregrinação até uma Igreja jubilar ou outro local propício para a celebração da Santa Missa, quando, ao final, serão dados dois testemunhos de conversão.

O Jubileu no Regional Leste 1 da CNBB

68.            Em unidade, as Circunscrições Eclesiásticas que compõem o Regional Leste 1 da CNBB, do qual faz parte o Estado do Rio de Janeiro, realizarão durante o Ano Santo uma peregrinação com uma cruz que contém vários símbolos, reconhecidos por estas igrejas como representações da desesperança vivida pela população em nosso Estado. Esta cruz chama cada pessoa à contemplação do amor de Deus revelado em Jesus Cristo que morreu e triunfou sobre o pecado, o mal e a morte, ressuscitando dentre os mortos. Dessa forma, busca-se reacender a esperança em cada coração, ajudando os fiéis a compreenderem que, em Cristo, a morte não tem a última palavra, mas sim a vida que Jesus Ressuscitado conquistou para cada pessoa e para a humanidade inteira. O Senhor resgatou e acolheu a todos e todas em seu infinito amor e a nossa experiência com ele reaviva em nós a fé, a caridade e a esperança.

69.            Depois de percorrer todo o Regional Leste 1, o encerramento dessa peregrinação se dará em nossa Arquidiocese, coincidindo também com a conclusão do Ano Santo. Será uma ocasião de olharmos para os sinais de esperança que somos chamados a semear e a fazer frutificar em nossa Arquidiocese, em comunhão com as demais (arqui)dioceses do Estado do Rio de Janeiro, rezando por todas as intenções por onde essa cruz peregrina passou.

70.             Em nossa Arquidiocese, receberemos esta cruz peregrina no dia 26 de novembro de 2025. A mesma será acolhida por alguns dias em cada um dos vicariatos, até o dia 28 de dezembro de 2025, quando seguirá para a Catedral Metropolitana no encerramento do Jubileu. A cruz do Regional Leste 1 chegará a todos os Vicariatos, para um momento de oração e reavivamento da esperança.

71.               A cruz peregrina do Regional virá da Diocese de Itaguaí e passará por todos os nossos vicariatos. Os Vigários Episcopais combinarão os locais de partida e chegada e os locais de peregrinação dessa Cruz.

26/11/25

chegada no Vicariato Santa Cruz

28/11/25

chegada no Vicariato Campo Grande

01/12/25

chegada no Vicariato Oeste

03/12/25

chegada no Vicariato Jacarepaguá

06/12/25

chegada no Vicariato Barra

08/12/25

chegada no Vicariato Sul

10/12/25

chegada no Vicariato Urbano

12/12/25

chegada no Vicariato Leopoldina

15/12/25

chegada no Vicariato Norte

18/12/25

chegada no Vicariato Anchieta

20/12/25

chegada no Vicariato Cascadura

22/12/25

chegada no Vicariato Madureira

24/12/25

chegada na Catedral

26/12/25

Vicariatos não territoriais na Catedral

28/12/25

encerramento do jubileu

A missão dos meios de comunicação no Ano Santo

72.              O Ano Santo é uma “proclamação do tempo da graça do Senhor” (Is 61,2; Lc 4,19). Sendo a missão da Igreja, todos os cristãos, em virtude do seu Batismo, são chamados e impelidos pelo Espírito Santo à sua realização. Neste sentido, os meios de comunicação nas suas mais variadas formas e tecnologias têm uma grande tarefa na difusão do Evangelho da Salvação.

73.              Em nossa Arquidiocese, o Vicariato da Comunicação (VICOM) – órgão responsável por todo o Sistema de Comunicação Arquidiocesano (SCA), está a serviço das paróquias, comunidades e demais grupos para orientar e esclarecer sobre a boa utilização das mídias e outras tecnologias. A finalidade e o objetivo do Ano Santo nos impelem a uma comunicação cada vez mais eficiente e eficaz através dos mais variados instrumentos que criam redes, conexões, integração e interação. Eles favorecem a ação da graça de Deus e a vida fraterna na comunidade paroquial.

74.              Interpelados pela própria Palavra de Deus que motiva e fundamenta o Ano Santo, orientamos que todos os meios de comunicação disponíveis em nossa Arquidiocese e em suas Paróquias sejam utilizados com competência, responsabilidade, criatividade e ousadia para fazerem com que todas as dádivas do Jubileu alcancem a vida de cada pessoa e as transforme, sendo, portanto, um canal eficaz da graça do Senhor. A PASCOM de cada Paróquia e comunidade deve se organizar, planejar e convidar novos membros para que com santa e ousada criatividade pastoral, comunique e transmita pelas mais variadas formas (mídias, post, séries, mensagens digitais, etc) este tempo da graça do Senhor, para encher de esperança o coração de todos aqueles que assistirem e ouvirem esta mensagem salvífica, e possibilitar que obtenham do Senhor as forças necessárias para a sua conversão pessoal, ingresso e acolhimento fraterno na comunidade eclesial.

Encerramento do Ano Santo

75.              Conforme estabeleceu o Papa Francisco na Bula Spes non Confundit o encerramento do Ano jubilar será presidido pelo Bispo diocesano na Igreja Catedral no Domingo dia 28 de dezembro de 2025, festa da Sagrada Família. Portanto, neste dia, às 10h na Catedral Metropolitana de São Sebastião do Rio de Janeiro, presidirei a Santa Missa. As Igrejas jubilares não terão encerramento, apenas recolherão o distintivo do jubileu e o levarão para a Catedral, neste mesmo dia, entregando-o nessa Missa solene.

76.             Para esta celebração, toda a comunidade arquidiocesana é convocada à participação efetiva, levando 1kg de alimento não perecível. Na procissão de entrada, os leigos representantes das Igrejas jubilares entrarão com seus distintivos e os depositarão num local apropriado. Na apresentação dos dons (ofertório) cada vicariato levará 1kg de alimento não perecível, simbolizando o compromisso jubilar de caridade e partilha com os pobres a fim de que não falte o necessário a ninguém. Após a comunhão, todos entoarão um cântico de ação de graças e receberão a bênção solene e a despedida, concluindo assim o Ano Santo de 2025.

____________

[12] FRANCISCO, Spes non Confundat, n. 10.

[13] https://www.iubilaeum2025.va/pt/pellegrinaggio/calendario-giubileo.html

[14] Cf. cân. 508, p. 1 para a Igreja latina; e cân. 728, p.1 para a Igreja oriental

[15] A respeito dos defuntos neste jubileu ordinário, a Penitenciaria Apostólica estabelece que “os fiéis que tiverem praticado o ato de caridade em favor das almas do Purgatório, se se aproximarem legitimamente do Sacramento da Comunhão uma segunda vez no mesmo dia, poderão obter duas vezes no mesmo dia a Indulgência Plenária, aplicável apenas aos defuntos (entende-se no âmbito da celebração Eucarística)”.

[16] FRANCISCO, Spes non Confundit, n. 24.

[17] Os documentos já mencionados, as catequeses do Papa Francisco sobre o tema da “Esperança cristã” (07/12/2016 a 25/10/2017) e esta carta pastoral são os subsídios fundamentais para esta formação.

Com afetuosa bênção,

São Sebastião do Rio de Janeiro,
20 de outubro de 2024.

Orani João Cardeal Tempesta, O. Cist.

Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF