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quinta-feira, 24 de outubro de 2024

EDITORIAL: Um coração que muda o mundo

Papa Francisco abraça uma mulher idosa (Vatican Media)

A encíclica do Papa Francisco nos ajuda a compreender o modo como Cristo nos ama.

Andrea Tornielli

O Papa Francisco escreve em sua nova encíclica que “o modo como Cristo nos ama é algo que Ele não quis explicar muito. Ele mostrou isso em seus gestos. Observando-o agir, podemos descobrir como ele trata cada um de nós...”. Filhos como somos do racionalismo grego, do idealismo pós-cristão, do materialismo e, hoje, na cultura líquida do individualismo, lutamos para entender plenamente que o cristianismo não é redutível a uma teoria, uma filosofia, um conjunto de normas morais ou mesmo uma sequência de emoções sentimentalistas. É, em vez disso, um encontro com uma Pessoa viva.

Compreender o modo como ele nos ama, ou seja, como ele nos atrai e nos chama, e entrar em um relacionamento com ele não pode, portanto, ser reduzido ao raciocínio, a uma identidade cultural a ser ostentada ou a um manual de regras a ser consultado quando necessário. Compreender como Jesus nos ama tem a ver com o coração: é uma história de gestos, olhares e palavras. É uma história de amizade, uma questão de coração. “Eu sou o meu coração”, escreve o Sucessor de Pedro, ‘porque é o que me distingue, me configura em minha identidade espiritual e me coloca em comunhão com as outras pessoas’. Podemos entender como Jesus nos ama, sugere Francisco, “vendo-o agir”, ou seja, meditando as cenas do Evangelho e deixando-nos surpreender pelos eventos evangélicos que continuam a acontecer ao nosso redor, talvez onde menos esperamos.

Observando-O agir, vemos que Jesus “dá toda a sua atenção às pessoas, às suas preocupações, aos seus sofrimentos”. O que o Nazareno propõe é “o pertencimento mútuo de amigos”. Ele veio, venceu todas as distâncias, fez-se tão próximo de nós como as coisas mais simples e cotidianas da existência. De fato, Ele tem outro nome, que é “Emanuel” e significa “Deus conosco”, Deus próximo de nossas vidas, vivendo entre nós. O Filho de Deus se encarnou” e esvaziou-se, tornando-se servo e sacrificando-se por amor.

Encontrar a fé cristã é encontrar o coração de Cristo, aquele coração incapaz de permanecer indiferente, que nos abraça com sua infinita misericórdia e nos convida a imitá-lo. E isso tem consequências sociais, porque o mundo, que sobrevive em meio a guerras, desequilíbrios socioeconômicos, consumismo e uso anti-humano da tecnologia, “pode mudar a partir do coração”. A encíclica Dilexit nos se torna, portanto, uma chave interpretativa de todo o pontificado.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Como resolver nossas dificuldades de maneira cristã

Mangusto | Obturador

Carlos Padilla Esteban - publicado em 25/05/22 - atualizado em 22/10/24

As dificuldades sempre estarão presentes na vida, mas o Espírito Santo se encarregou de ajudar aqueles que desejam agir de forma cristã.

O que acontece quando surgem dificuldades porque queremos fazer o bem e o irmão busca o mesmo, mas seguimos o caminho oposto? É necessário cedermos ou o outro ceder? Como o Espírito Santo nos ajuda a saber que caminho seguir e a resolver divergências de maneira cristã?

O estilo inspirador dos primeiros cristãos

Na primeira Igreja Cristã muitas coisas estavam indecisas. Talvez como agora em outras áreas. Alguns pensaram: “Se não forem circuncidados segundo o costume mosaico, não serão salvos” (cf. Atos 15:1 ).

Os gentios discutiam e ficavam inquietos. Não foi isso que Paulo e Barnabé ensinaram. Por isso foi necessário que houvesse um Concílio em Jerusalém onde tudo ficasse claro.

E isso não foi tão fácil. Até que finalmente foi tomada uma decisão que deixou os gentios felizes:

“Que o Espírito Santo e nós decidimos não impor-vos mais fardos do que estes indispensáveis: abster-vos de coisas sacrificadas aos ídolos, de sangue, de animais estrangulados e de impureza. coisas. Adeus."

Atos 15, 28-29 )

Como o Espírito Santo deixa as coisas claras

Espírito Santo deu-lhes clareza para que pudessem pensar no que era certo, no que era apropriado e no que era conveniente.

Os líderes tiveram que decidir o que era bom para todos, mesmo que nem todos pensassem o mesmo. Eles não se dividiram em duas igrejas, permaneceram unidos.

Às vezes é mais fácil dividir, marcar dois caminhos, embarcar em duas direções. Você desse lado, eu deste outro. Mais fácil separar o que estava unido.

Para se unir é preciso desistir. Você tem que sacrificar algo para estar ao lado de outro. Se ambos têm um caminho muito marcado, é impossível chegar a um caminho comum.

Coloque-se no lugar de outra pessoa

O casamento não seria possível sem renúncia, sem deixar de lado os próprios desejos. Não se trata de deixar de ser você mesmo por amor ao outro. Mas procure pensar colocando-se no coração do irmão.

Afirmar veementemente nossas crenças, pensamentos e escolhas de vida é valioso. Desde que isso não nos leve a desqualificar categoricamente tudo o que os outros nos propõem.

Não saímos da nossa posição. Não cedemos nem um centímetro. Nem estamos dispostos a viver de acordo com o que nos propõem.

Não cedemos, não aceitamos, não continuamos. E então a comunhão torna-se uma utopia impossível.

Compreender Jesus, aberto às mudanças

Aquela primeira Igreja nasceu com uma herança muito forte. Jesus era judeu, assim como todos os seus discípulos. E eles foram circuncidados.

Era evidente que Jesus tinha vindo para eles, para o seu povo. Como separar aquele pensamento tão arraigado no seu coração?

A circuncisão era o sinal da aliança de Deus com o seu povo. A maneira de garantir o pertencimento.

Compreender que Cristo veio para mais ovelhas, para mais homens que viviam fora do povo judeu, parecia impensável.

Ele esteve com eles por apenas três anos. Ele não tinha tempo para tanto. Ele viveu com judeus, apaixonou-se por judeus, Jesus era judeu.

Pensar numa missão como a que Paulo iniciou era uma utopia. Portanto, o sinal de pertencimento tinha que ser a circuncisão.

Compartilhe, ore, não separe

Desistir de Jerusalém ser o centro do mundo cristão foi uma renúncia muito grande.

Maria e José eram judeus. Jerusalém, sua casa. O que Jesus teria desejado? Quando e onde você disse que precisava se abrir para outras pessoas?

Não houve nenhum discurso de Jesus que dissesse algo assim. Como entender o Espírito Santo?

Eles se encontram, oram, conversam, compartilham, discutem. Eles não se afastam. Eles nem se odeiam. Eles não se separam. Eles permanecem unidos em suas diferenças.

É mais fácil distanciar-nos de quem é diferente, fugir de quem não é como nós ou que não pensa o mesmo. Mais fácil correr e construir um muro que nos proteja e nos separe. Para manter a nossa postura e que ninguém perturbe o nosso espírito.

Não se limite a um caminho

As coisas podem ser feitas de maneira diferente. Não existe um estilo único que todos devamos assumir.

Só porque as coisas foram feitas de uma maneira ontem, não significa que terei que fazer da mesma maneira amanhã. Podemos ser fiéis ao espírito mesmo que a forma seja diferente.

Queremos viver segundo o que Jesus quis, embora agora seja mais difícil ouvir a sua voz e compreendê-la.

Podemos aceitar que às vezes é melhor seguir o caminho mais longo e não o caminho mais curto, apenas para agradar aos outros.

Devemos adotar outros caminhos apenas para mostrar aos outros o quanto os amamos.

O valor da paz

Assumimos que a vida é curta e vale a pena viver em paz com o irmão, e não viver na guerra.

Viva cedendo e não viva querendo ter sempre razão. Deixando os holofotes para outros.

Que estejam no centro, mesmo que eu não brilhe. Deixe-os se destacarem, mesmo que não sejamos importantes.

Abra mão do que parece fundamental para não ir à guerra. Pode ser que tudo não saia como deveria.

Só o amor quebra barreiras

Aquele Concílio de Jerusalém foi uma pedra fundamental nos alicerces da nova Igreja. A porta para a bondade foi aberta. Qualquer um poderia ser um seguidor de Cristo a partir daquele momento.

Não haveria cristãos de primeira e de segunda classe. Todos valeriam o mesmo. Todos poderiam se apaixonar por aquele Jesus que ainda estava vivo no meio de suas vidas.

O amor dos irmãos é o único que poderia quebrar todas as barreiras que queriam separá-los.

Fonte: https://es.aleteia.org/2022/05/25/como-solucionar-desacuerdos-de-manera-cristiana

Do Sermão sobre os pastores, de Santo Agostinho, bispo

O pastor e as suas ovelhas (Crédito: Facebook)

Do Sermão sobre os pastores, de Santo Agostinho, bispo

(Sermo 46,20-2 1: CCL 41,546-548)                (Séc. V)

Fazei o que dizem, não o que fazem

Por esta razão ouvi, pastores, a palavra do Senhor. Mas, pastores, ouvi o quê? Isto diz o Senhor Deus: Vou intimar os pastores e reclamarei de suas mãos as minhas ovelhas (Ez 34,9).

Ouvi e ficai sabendo, ovelhas de Deus: ele reclama dos maus pastores as suas ovelhas e pede-lhes contas das que morreram. Em outro lugar diz pelo mesmo Profeta: Filho do homem, eu te constituí sentinela na casa de Israel. Ouvirás uma palavra de minha boca e alertá-los-ás de minha parte. Se eu disser ao pecador: Morrerás por certo e se tu não a repetires para que o ímpio abandone seus caminhos, ele, pecador, morrerá com seu pecado, mas exigirei de tua mão seu sangue. Se, ao contrário, advertires ao pecador que deixe seu caminho e ele não quiser dele se afastar, morrerá por seu pecado, mas tu livrarás tua alma (Ez 33,7-9).

Que quer dizer isto, irmãos? Vedes como é perigoso calar? Morre o ímpio e morre justamente; morre em sua impiedade e em seu pecado; sua indiferença o matou. Pois poderia encontrar o pastor interessado que diz: Por minha vida, diz o Senhor. Mas por ser indiferente e não advertido por aquele que é guarda e sentinela, é justo que morra aquele e que este seja condenado. Se porém disseres ao ímpio a quem ameacei com a espada: Morrerás por certo e ele nada fizer para evitar a espada, esta virá e o matará. Morrerá por seu pecado; tu, porém, livraste tua alma. Por isto, a nós cabe-nos não calar; a vós, mesmo se calarmos, cabe ouvir pela Sagrada Escritura as palavras do Pastor.

Vejamos, como era a minha intenção, se ele retira as ovelhas aos maus pastores e as dá aos bons. Vejo-o, de fato, tirando as ovelhas aos maus pastores, quando diz: Eu enfrentarei os pastores e reclamarei as minhas ovelhas das suas mãos; não permitirei que apascentem mais as minhas ovelhas e deixarão de ser pastores (Ez 34, 10). Eu disse-lhes que apascentassem as minhas ovelhas, mas eles apascentam-se a si mesmos e não as minhas ovelhas. Por isso, não permitirei que apascentem mais as minhas ovelhas.

Como é que afastará, a fim de que não mais apascentem suas ovelhas? Fazei o que dizem, não façais o que fazem (cf. Mt 23,3).

Como se dissesse: “Dizem o que é meu, fazem o que é seu”. Quando não fazeis o que os maus pastores fazem, estes não vos apascentam; quando fazeis o que dizem, sou eu que vos apascento. 

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

Gustavo Gutiérrez, pai da Teologia da Libertação, morre aos 96 anos

Gustavo Gutiérrez, pai da Teologia da Libertação | Dominic Chavez/World Bank (CC BY-NC-ND 2.0)

Gustavo Gutiérrez, pai da Teologia da Libertação, morre aos 96 anos

Por Walter Sánchez Silva*

23 de out de 2024

Gustavo Gutiérrez Merino, sacerdote dominicano peruano que deu nome à teologia da libertação, morreu ontem (22) aos 96 anos.

A província dominicana de San Juan Bautista do Peru informou a morte do sacerdote e teólogo peruano. “Pedimos que nos acompanhem com suas orações para que nosso querido irmão desfrute da vida eterna”, diz comunicado assinado pelo frei dominicano Rómulo Vásquez Gavidia, provincial dos dominicanos no Peru.

Os restos mortais do sacerdote serão sepultados no convento de Santo Domingo, no centro histórico de Lima, Peru.

A vida de Gustavo Gutiérrez

Gustavo Gutiérrez Merino Díaz nasceu em 8 de junho de 1928. Foi ordenado sacerdote em 1959 e era dominicano desde 2001.

Estudou medicina e literatura na Universidad Nacional Mayor de San Marcos, quando já fazia parte da Ação Católica.

Gutiérrez estudou teologia na Universidade de Louvain, Bélgica e na Universidade de Lyon, França. Foi professor nas universidades de Michigan e em Berkeley, EUA; Cambridge, Inglaterra; Comillas, Espanha, entre outras.

Foi professor na cátedra de teologia John Cardinal O'Hara na Universidade de Notre Dame, EUA. Em 2003, recebeu o prêmio Príncipe das Astúrias de Comunicação e Humanidades concedido pelo governo espanhol.

Em 2012, recebeu o Prêmio Nacional de Cultura do Ministério da Cultura do Peru e da companhia petrolífera Petroperú.

Uma das últimas palestras de Gustavo Gutiérrez num evento internacional aconteceu em Roma, em outubro de 2019, no congresso Comunhão e Participação, realizado na cúria geral dos jesuítas em Roma. Na ocasião, a Pontifícia Comissão para a América Latina o convidou para fazer a conferência “A opção preferencial pelos pobres”.

Um ano antes, em junho de 2018, o papa Francisco enviou uma carta a Gutiérrez por ocasião de seu 90º aniversário, na qual agradecia a Gutiérrez por sua “contribuição à Igreja e à humanidade através do seu serviço teológico e o seu amor preferencial pelos pobres e descartados da sociedade”.

A Santa Sé e a teologia da libertação

O padre Gutiérrez deu nome à principal corrente teológica nascida no continente sul-americano. Articulada ainda na década de 1950 em torno da virada política da ação de vários bispos do continente, a Teologia da Libertação ganhou predominância graças à assembleia do Conselho Episcopal da América Latina e Caribe (CELAM) de Medellín, Colômbia, em 1968. O propósito dessa assembleia era discutir a aplicação das decisões do Concílio Vaticano II no continente. Ali foi definida a “opção preferencial pelos pobres” da Igreja na América do Sul.

Gutiérrez foi o primeiro grande articulador de um modelo de teologia que usava conceitos das ciências sociais e da militância política de esquerda do continente. O nome de seu livro deu o nome à teologia que, nos anos 1970 e 1980 cresceu em importância e se tornou dominante na Igreja do Brasil.

“A teologia da libertação foi uma coisa positiva na América Latina”, disse o papa Francisco em entrevista publicada em janeiro de 2017 pelo jornal espanhol El País. “Foi condenada pelo Vaticano a parte que optou pela análise marxista da realidade”.

No pontificado de são João Paulo II, a congregação para a Doutrina da Fé, atualmente um dicastério, fez uma investigação sobre o tema. Ao final, foram publicadas duas instruções.

A primeira, Libertatis nuntius, publicada em 6 de agosto de 1984, trata dos postulados de Gutiérrez em seu livro Teologia da Libertação. A segunda instrução, Libertatis conscientia, foi publicada em 22 de março de 1986.

Ambas as instruções foram assinadas pelo cardeal Joseph Ratzinger, então prefeito da congregação para a Doutrina da Fé, que mais tarde tornou-se o papa Bento XVI.

“A Instrução Libertatis nuntius acerca de alguns aspectos da teologia da libertação anunciava que a Congregação tencionava publicar um segundo documento, que poria em evidência os principais elementos da doutrina cristã acerca da liberdade e da libertação. A presente Instrução responde a esse intento. Entre os dois documentos existe uma relação orgânica. Devem ser lidos um à luz do outro”, diz o segundo parágrafo da segunda instrução.

Numa nota de 2006, a Conferência Episcopal Peruana disse que a Santa Sé havia “concluído o caminho de esclarecimento dos pontos problemáticos contidos em algumas obras do autor” em 2004, com uma segunda versão revisada do artigo de Gutiérrez chamada La Koinonía ecclesial .

*Walter Sánchez Silva é jornalista na ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, com mais de 15 anos de experiência cobrindo eventos da Igreja na Europa, América e Ásia.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/59737/gustavo-gutierrez-pai-da-teologia-da-libertacao-morre-aos-96-anos

São João de Capistrano

São João de Capistrano (A12)
23 de outubro
País: Itália
São João de Capistrano

João nasceu no dia 24 de junho de 1386, na cidade de Capistrano, no então reino de Nápoles. Era filho de um conde alemão e uma jovem italiana. Estudou direito civil e canônico, formando-se com honra ao mérito. Ainda jovem casou-se com um nobre dama da sociedade.

Numa crise política no Reino de Nápoles, João foi cogitado para auxiliar nas negociações. Entretanto houve confusões e o jovem acabou preso. Para piorar a situação ele recebeu a notícia da morte de sua esposa.

Foi então um momento de mudança radical de vida. Abriu mão de todos os cargos, vendeu todos os bens e propriedades, pagou o resgate de sua liberdade e pediu ingresso num convento franciscano. Mas antes de vestir o hábito precisou enfrentar as humilhações do superior da comunidade.

Durante trinta anos fez rigoroso jejum, duras penitências e se dedicou às orações. Trabalhou com energia, evangelizando na Itália, França, Alemanha, Áustria, Hungria, Polônia e Rússia. Tornou-se grande pregador e missionário. Foi conselheiro de quatro Papas.

João de Capistrano contava com setenta anos de idade, quando um enorme exército muçulmano ameaçava tomar a Europa. O Papa Calisto III o designou como pregador de uma cruzada, que defenderia o continente. Durante onze dias e onze noites João esteve entre os soldado, animando-os para a resistência. Finalmente os cristãos conseguiram vencer os invasores.

Morreu no dia 23 de outubro de 1456.  João de Capistrano é o padroeiro dos juízes.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR

Reflexão:

Por causa de suas andanças pela Europa, João mereceu ser chamado o apóstolo da Europa. Espírito inquebrantável, organizou a ordem franciscana, foi conselheiro de papas e em suas viagens apostólicas, procurou fortalecer a moral cristã e refutar os erros dos heréticos. Deixou uma obra escrita em dezessete volumes e foi um homem que participou ativamente da angústia de seu tempo, em tudo reconhecendo a ação de Deus.

Oração:

Deus, nosso Pai, a exemplo de São João Capistrano, faça de nós o sal da terra, mediante uma vida honrada e íntegra, trabalhando com ardor para construção da paz e da comunhão. Dai-nos também ser luz para este mundo carente de valores espirituais, fazendo o bem sem olhar à quem. Por Cristo nosso Senhor. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

Cardeal Tempesta publica nova Carta Pastoral por ocasião do Jubileu de 2025 (4)

2021.06.09 DOM ORANI TEMPESTA (VATICAN MEDIA)

Cardeal Tempesta publica nova Carta Pastoral por ocasião do Jubileu de 2025

Com a Carta Pastoral: "Missão, Esperança e Paz", por ocasião do Ano Santo de 2025 - “Peregrinos da Esperança”, cardeal Tempesta institui também na Arquidiocese do Rio de Janeiro o Ministério de Catequistas.

Carlos Moioli – Arquidiocese do Rio de Janeiro

MISSÃO, ESPERANÇA E PAZ

Carta Pastoral do Cardeal

Orani João Tempesta, O. Cist.

Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro

por ocasião do Ano Santo de 2025

Peregrinos da Esperança

20 de outubro de 2024

Dia Mundial das Missões.

O Jubileu e a paz: tempo de reconstrução da unidade no Rio de Janeiro – Deus habita esta cidade

77.              O jubileu é tempo de graça e de reconstrução. Em nossa grande cidade, muitas vezes somos atingidos por uma avalanche de notícias negativas e de acontecimentos preocupantes. São situações de violência, de pobreza, de abandono, de ausência ou falhas na execução de políticas públicas, que geram um aumento crescente da desigualdade social, e, não raro, abrem espaço para o surgimento de situações que causam dor e sofrimento.

78.             O contato cotidiano com tantos aspectos negativos da realidade, muitas vezes excessivamente explorados pela mídia, pode gerar, também em nós, homens e mulheres de fé, um olhar pessimista diante de tantos problemas. Como consequência, podemos nos deixar dominar pelo medo e pela tristeza e corremos o risco de enxergar a realidade como algo imutável, sem perspectiva de mudança e melhora.

79.             No entanto, também nesta oportunidade, o Santo Padre, o Papa Francisco, nos convoca a sermos “peregrinos da esperança”. De fato, essa deve ser a nossa missão de cristãos no mundo, e toca a nós, de modo especial, sermos peregrinos da esperança em nossa Cidade Maravilhosa. Se temos tantos motivos de apreensão e medo, é necessário ampliarmos nosso olhar sobre a realidade que nos cerca, para reconhecermos que, apesar das tristezas, há também muitos motivos de alegria.

80.            Por um lado, observamos uma crescente fragmentação de nossa grande cidade, resultando em uma cidade dividida, setorizada em ambientes que muitas vezes não dialogam entre si, permanecendo, de fato, isolados e incomunicáveis. Por outro lado, é imprescindível reconhecer que um dos pontos mais relevantes da nossa ação eclesial é justamente a capacidade de promover a integração, o diálogo e, acima de tudo, assegurar nossa presença estável e permanente em todos os espaços da cidade. Na multiforme e complexa conjuntura urbana do Rio de Janeiro, a ação pastoral e missionária de nossa Arquidiocese se apresenta como um sinal de esperança em meio a essa fragmentação, anunciando o Reino de Deus e partilhando com as pessoas aquilo que temos.

81.              Essa presença pode ser sentida não apenas por uma forma de organização estrutural e institucional, mas, acima de tudo, pela atuação de nossos agentes de pastoral distribuídos por todo o território da cidade. Eles alcançam também aquelas realidades que não são, especificamente, geográficas, mas muitas vezes existenciais. É o que chamamos de capilaridade da ação pastoral. É nessa capilaridade que temos nossa grande riqueza. Onde está presente um batizado, está presente com ele e através dele toda a nossa Igreja Arquidiocesana.

82.             Nosso coração de pastor se rejubila em cada encontro. Tantas vezes em locais em que muitos não querem ir, ali chegamos e percebemos que, antes de nós, já havia uma ação eclesial. As realidades são as mais diversas, seja em uma “Cracolândia”, às margens da linha de trem, ou no constante cuidado com a população de rua, ou ainda nos inúmeros abrigos e asilos, nos hospitais, nos cemitérios. Quando ocorre um evento adverso, podemos testemunhar que sempre encontramos nossos agentes de pastoral atuando das mais variadas formas, exercendo nossa missão de ser portadores de esperança.

83.             Se temos motivos para nos entristecer, podemos afirmar, caros filhos, que temos muito mais motivos para nos alegrar. Somos chamados a fazer a experiência dessa mudança de perspectiva: nossa presença nesta grande metrópole pode e deve ser o fator para uma verdadeira mudança e transformação de nossa sociedade.

84.            Nossa tarefa não é fácil, mas é necessária. Não se trata, simplesmente, de desejar a paz, mas, antes, de construí-la, no dia a dia, nos pequenos gestos e atitudes. Nesse sentido, a experiência de celebrar o jubileu deve se tornar, em nossa vida, uma oportunidade ímpar de renovar nossa experiência de encontro com Cristo. Encontrá-lo em nossa vida, em nossa história, em nossas alegrias e em nossas angústias. Renovar em nosso coração o encontro com Cristo nos faz reafirmar nossa opção de segui-lo, nos faz colocá-lo no centro de nossa existência, nos faz exercitar a cada dia o discipulado, trazendo em nosso coração os mesmos sentimentos de Cristo (cf. Fl 2,5).

85.             Frequentemente desejamos transformar a realidade ao nosso redor, buscando mudanças externas na sociedade ou na ação política. No entanto, a mudança mais eficaz não ocorre fora de nós. A celebração do Jubileu pode ser o ponto de partida para um projeto pessoal de transformação, que se inicia em nosso coração, no íntimo de nossa alma. Trata-se de uma verdadeira mudança de mentalidade, atitudes e prioridades, uma caminhada gradual e contínua, semelhante a uma pequena semente que, germinando no interior do solo, permanece invisível, mas, ao crescer, torna-se uma nova planta. Da mesma forma, nossas novas atitudes devem começar no interior de nossos corações, para depois se traduzirem em ações concretas em nossa vida cotidiana. Somos responsáveis pela reconstrução de nossa cidade, sustentados pela unidade da fé que professamos.

86.            Nesse jubileu, gostaria de convidá-los a assumir conosco este propósito. Permitamos que a experiência do Jubileu nos faça mudar não apenas o nosso olhar sobre a realidade, mas, principalmente, as nossas ações. Em uma realidade de violência, nossas atitudes sejam de paz, em uma realidade de abandono, nossas atitudes sejam de acolhida, em uma realidade de condenação, nossas atitudes sejam de perdão, em uma realidade de intolerância, nossas atitudes sejam de tolerância. Enfim, que a fé que professamos com os lábios possa ser testemunhada através de nossas ações concretas, manifestando Aquele a quem encontramos e seguimos, Cristo Jesus.

87.             Desse modo, caríssimos irmãos e irmãs, convido-os a assumirem uma fé viva e testemunhá-la em todas as situações da vida diária. Assim lançaremos sementes de eternidade por onde passarmos. Deixaremos um rastro de boas ações e de testemunhos concretos, anunciaremos a presença de Cristo em nossa cidade, não simplesmente com palavras, mas com a nossa vida.

88.            Em um mundo que desaprendeu a amar, nós poderemos testemunhar que é possível amar de verdade; em um mundo que, cada vez mais, afasta e constrói muros de separação, poderemos ser construtores de pontes de diálogo, de acolhida e de caridade; em um mundo em que o mal se paga com o mal, com violência e com vingança, poderemos mostrar que é possível, mesmo diante do mal, fazer o bem. Enfim, poderemos testemunhar que é possível, em meio a toda essa realidade que nos cerca, viver, pensar e agir de um modo novo, pelo qual nossa vida fará diferença no mundo em que vivemos.

89.            Assumamos juntos esse compromisso, que deverá ser exercitado e renovado todos os dias. Busquemos uma verdadeira transformação de nosso coração e uma autêntica mudança em nossas atitudes, para que, uma vez transformados, nos tornemos agentes de transformação no mundo em que vivemos. Que a experiência do encontro com Cristo nos leve a resplandecer Sua face através de nossas atitudes e que nossa vida, reconstruída por Ele, seja um instrumento de reconstrução da sociedade na qual estamos inseridos.

O que deixaremos como legado do Jubileu?

90.            Todo Ano Santo deve provocar em nós a conversão pessoal e comunitária das nossas ações e a presença ativa na fé e na vida da comunidade eclesial. Este Jubileu também nos impele a uma renovação de atitudes e posturas para assumir a novidade que o Evangelho realiza toda vez que acolhemos a Palavra de Deus e a pomos em prática.

91.              O grande legado que levamos do Jubileu está em nosso interior: no crescimento da fé, na reconciliação, no fortalecimento dos laços familiares, no perdão, na renovação das nossas vidas e na profunda experiência do amor e da misericórdia de Deus. Essas são as maiores marcas que o Jubileu deve deixar em cada um de nós.

92.             No entanto, é importante que esse tempo jubilar também seja marcado por sinais externos, que se manifestem de forma concreta na vida pastoral e comunitária, testemunhando nas nossas paróquias e comunidades o que vivemos internamente. Por isso, queremos deixar um legado pastoral que perpasse o tempo do Jubileu, manifestado através de iniciativas concretas: seja na criação de um espaço dedicado à oração, em projetos sociais que atendam os mais necessitados, ou em uma obra de evangelização que possa alcançar cada vez mais pessoas. Como parte desses sinais visíveis, em cada uma das igrejas jubilares será colocada uma cruz em mármore que representará o Ano Santo, e, nas demais igrejas matrizes de cada paróquia, o logotipo do jubileu, em acrílico colorido, será instalado como marco desse tempo jubilar.

93.             Ao proclamarmos com o nosso testemunho o “Ano da graça do Senhor”, que a esperança seja o tema que norteie nossas vidas e atividades pessoais, pastorais e comunitárias. Impulsionados pela graça que se derrama sobre cada um de nós e sobre a Igreja como um todo, somos chamados a assumir o compromisso de difundir esse dom com fidelidade e dedicação. Sejamos presença eclesial efetiva em nossa cidade e no mundo: criando novos locais – e incrementando os existentes – de atuação da Igreja que reza, ajuda o próximo, colabora, constrói, edifica, ensina a fé cristã, dispensa os sacramentos e as inúmeras graças, e enche o coração de esperança, porque Deus comunicou a sua salvação “de muitos modos e maneiras” (Hb 1,1).

94.            Cada batizado (e cada pessoa que faz o bem) é uma presença do Senhor em todos os locais do mundo. As atividades pastorais e evangelizadoras devem convergir para um anúncio concreto da esperança que é Jesus Cristo. Para tanto, pensamos também que a Pastoral da Escuta pode ser um legado do Jubileu 2025, assumido por todas as paróquias e futuramente elevado à condição de ministério extraordinário tal como outros já existentes em nossa Arquidiocese.

95.             A Pastoral da Escuta – já existente em pouquíssimas comunidades – é presença de quem, como o Cristo, ouve com atenção, acolhimento, solidariedade e compaixão os dramas e sofrimentos do outro e projeta sobre eles as luzes do Espírito Santo a fim de que, confiando em Deus, acredite que “a esperança não decepciona” (Rm 5,5) e que “tudo concorre para o bem dos que amam a Deus” (Rm 8,28). Será um espaço para gerar esperança, renovar a fé e a alegria, retomar com otimismo e sob novas perspectivas os desafios da vida. Não podemos ficar parados e inertes, mas, impelidos pela graça, devemos prosseguir decididamente, como Peregrinos da Esperança!

96.            Abertos à graça que se derrama sobre cada um de nós neste tempo fecundo e atentos à voz do Espírito que ora em nós e por nós, queremos ainda assinalar que a memória do Ano Santo deverá perpetuar-se através de um marco significativo que nos recorde a esperança no Senhor. Cada comunidade paroquial deverá, portanto, discernir o sinal concreto que deseja deixar, para que o Jubileu seja lembrado não apenas pela sua dimensão espiritual, mas também pelas obras visíveis que dele nasceram.

97.             Seguindo os exemplos de São Sebastião e Santana, que possamos, neste jubileu, ser testemunhas corajosas e fiéis do Evangelho em nossa grande cidade. Que vivamos este tempo de graça com o coração renovado e desejoso de deixar um legado de fé, unidade e amor em nossas comunidades e famílias.

98.            As comemorações do meu Jubileu de Ouro Sacerdotal, em sintonia com a preparação e a celebração do Ano Santo, sejam marcadas por graças abundantes e pela redescoberta da misericórdia de Deus, tempo propício para pedir ao Senhor da messe que envie operários para a sua colheita. Assim, como o Jubileu nos convida à renovação da fé e à reconciliação, ele também deve inspirar uma renovada dedicação à promoção vocacional, especialmente ao ministério sacerdotal. Que meu Jubileu sacerdotal seja, então, um terreno fértil de onde brotem novas vocações, e que o testemunho dos sacerdotes inspire muitos jovens a seguirem esse caminho de doação e de serviço à Igreja e ao mundo.

99.            O mês de outubro de 2024 é um período especial para a Igreja, marcado por eventos significativos: a Semana Missionária, o Sínodo dos Bispos sobre a Sinodalidade, as canonizações e o II Sínodo Arquidiocesano. A Semana das Missões, com o tema "Viver a Missão: Testemunho de Sinodalidade", destaca o papel de todos os batizados como missionários, vivendo em comunhão e participando da evangelização. O Sínodo dos Bispos sobre a Sinodalidade sublinha a importância de uma Igreja que caminha unida, ouvindo e discernindo em comunidade, reforçando a missão evangelizadora de maneira inclusiva e participativa. As canonizações deste mês nos mostram que a santidade está ao alcance de todos e serve de inspiração para nossa própria missão de viver o Evangelho. Por fim, o II Sínodo Arquidiocesano marca o esforço da nossa Igreja local em promover a renovação pastoral e a sinodalidade, convidando todas as paróquias e comunidades a participarem ativamente no discernimento dos caminhos que Deus nos aponta. Outubro, portanto, nos chama a renovar o compromisso missionário, viver a sinodalidade e inspirar-nos no exemplo dos novos santos e na caminhada sinodal da Arquidiocese.

100.         Que neste Ano Santo jubilar não nos falte a intercessão da Virgem Maria, a Senhora da Penha, peregrina e mãe da esperança, para que, vivendo as abundantes bênçãos deste tempo da graça, renovemos nossa fé em Cristo, nossa esperança! (1Tm 1,1)

Com afetuosa bênção,

São Sebastião do Rio de Janeiro,
20 de outubro de 2024.

Orani João Cardeal Tempesta, O. Cist.

Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro

Oração do Jubileu 2025

Pai que estás nos céus,

 que nos deste no teu filho

Jesus Cristo, nosso irmão,

e a chama da caridade

derramada nos nossos corações pelo Espírito Santo,

despertem em nós a bem-aventurada esperança

para a vinda do teu Reino.

A tua graça nos transforme

em cultivadores diligentes das sementes do Evangelho

que fermentem a humanidade e o cosmos,

na espera confiante

dos novos céus e da nova terra,

quando, vencidas as potências do Mal,

se manifestar para sempre a tua glória.

A graça do Jubileu reavive em nós,

Peregrinos da Esperança,

o desejo dos bens celestes

e derrame sobre o mundo inteiro

a alegria e a paz do nosso Redentor.

A ti, Deus bendito na eternidade,

louvor e glória pelos séculos dos séculos.

Amém

Hino do Jubileu 2025

Chama viva da minha esperança, este canto suba para Ti!

Seio eterno de infinita vida, no caminho eu confio em Ti!

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

O sentido das romarias

O Círio de Nazaré (arquidiocesedebelem)

O SENTIDO DAS ROMARIAS

Dom Antonio de Assis
Bispo auxiliar de Belém do Pará (PA)

As celebrações que compõem a grande Festividade do Círio de Nossa Senhora de Nazaré em Belém do Pará, têm muitos aspectos, dimensões, ambientes, sujeitos, atividades, dinâmicas, ícones. O Círio de Nossa Senhora de Nazaré é um conjunto de eventos socio-pastorais que tem como ponto culminante a procissão da manhã no segundo domingo de Outubro. Más é impensável esse evento sem as celebrações precedentes e subsequentes! Por isso o Círio de Nazaré não é um evento fugaz!  

Como a maniçoba que vai sendo curtida e temperada ao fogo por dias, assim também o Círio vai sendo gestado, reunindo gente de todas as partes e aquecendo as massas ao calor da fé, animadas pela atração materna da mãe de Jesus Cristo e nossa mãe. O Círio é mistério de fé, de paixão por Deus através de Maria.  

 A natureza do Círio 

No Círio não impera o aspecto meramente litúrgico e formal, muito pelo contrário, o clima festivo e a dinamicidade dos eventos nos falam da beleza do dinamismo da fé católica, com sua pluridimensionalidade, abertura, humanismo, fraternidade. Por isso, os eventos do Círio não devem ser transformados em eventos de protestos. Quem pode julgar-se digno de estar na presença de Jesus e Maria? E se todos os indignos saíssem das romarias, quem ficaria? Sobre isso, Jesus já se manifestou: “Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra” (Jo 11,7). Isso significa que a presença no Círio deve ter, para cada fiel, um significado e que seja compromisso de conversão. Nesse caminho devemos estar todos caminhando em comunhão, no mesmo rumo, em sintonia com os mesmos ideais do Reino de Deus.  

Todas as manifestações coletivas e institucionalizadas fazem parte do dinamismo da fé reconhecida, celebrada e encarnada na realidade paraense, como autêntica piedade popular. As expressões de fé de um povo passam sempre por muitas manifestações religiosas permeadas pela sensibilidade cultural. Há uma contínua conexão entre a mente elevada que ora e os pés fincados na realidade concreta.   

Não tenho dúvidas que o Espírito Santo ainda vai provocar o surgimentos de novos elementos que, no futuro, vão enriquecer ainda mais a beleza e o conteúdo dessa festividade, em vista do fortalecimento e da ampliação das possibilidades da evangelização.   

O objetivo de tudo isso é a evangelizar, uma vez que o mistério da Palavra de Deus se serve de muitos canais para chegar até o coração e a consciência dos fiéis. Mesmo para quem não tem sensibilidade religiosa cristã e nem senso de pertença à Igreja Católica, deve se dobrar humildemente diante das extraordinárias manifestações de fé. Respeitar a piedade do outro é uma exigência ética.  

A propósito, é digno de reconhecimento e aplauso as várias manifestações solidárias de outras Igrejas e grupos religiosos. “O amor é a plenitude da lei” (Rm 13,10). Então, a ausência do amor na prática da religião invalida tudo! (cf. 1Cor 13). O Círio de Nossa Senhora de Nazaré, aos poucos, desponta como evento que convoca para a unidade fraterna e amizade. Quem não está contra nós, está conosco! (cf. Lc 9,50). 

O sentido das Romarias 

Dentre as tantas celebrações da Festividade de Nazaré temos um conjunto de 14 “Romarias”. Mas o que isso significa? Qual é o seu sentido? A palavra “romeiro” nos remete à cidade de Roma, onde por muitos séculos e ainda hoje, continua sendo a meta de milhões de peregrinos ao longo de todos os anos. Após Jerusalém, a cidade mais significativa para o cristianismo é Roma. Para lá os apóstolos Pedro e Paulo, na fidelidade ao Mestre, se fizeram peregrinos e concluíram seu testemunho de fé; lá estão os mais dramáticos testemunhos de fé dos cristãos mártires dos primeiros séculos. 

A Roma deste mundo é símbolo da cidade eterna, a Jerusalém do alto, para onde todos caminhamos, que é o Paraíso, a Cidade de Deus (cf. Ap 3,12), cidade santa, pura, bela e preciosa (cf. Ap 11,2; 21.2.7). Quando os católicos se colocam a caminho em romaria, em procissão, em peregrinação estão renovando o dinamismo da própria esperança. Para a Cidade Celeste não caminhamos isoladamente, mas vamos juntos, como irmãos, fraternalmente. As romarias imitam o dinamismo de vida fraterna da Igreja, todos juntos, lado a lado, em espírito solidário, nos exercitamos na Caridade traduzindo em obras a nossa esperança da Vida eterna.  

Nas romarias caminhamos no mesmo rumo sendo orientados por líderes animadores, pregadores e muitos outros servidores. Essa imagem representa a beleza da vida de comunhão da Igreja Católica e da valorização dos dons que cada um recebeu que enriquece a Igreja peregrina. Quem está fundamentado na mesma fé, animado pela única esperança e dinamizado pelo mesmo amor de Cristo, não deve isolar-se e nem andar por direções contrárias àquela da Jerusalém do Alto. Cada romaria é um testemunho da fé coletiva, comunitária, eclesial envolvendo uma multiplicidade de sujeitos de gerações, origens, culturas, status diferentes. Todos estamos na mesma condição de santos e pecadores. Caminhando! O romeiro é movido pela esperança e pelo ideal da santidade que o leva à conversão!  

As Romarias representam o mandato missionário comunitário que a Igreja recebeu de Jesus. A Igreja não é um clube fechado, mas é uma família e um povo que vivem sendo movido pela dinâmica do amor, testemunhando o Reino de Deus. O dinamismo das romarias, na sua diversidade de sujeito e atividades, representa a Igreja missionária que nunca pode parar! Participar de uma Romaria, procissão ou peregrinação, significa o compromisso de renovação do dinamismo da própria fé.  

A fé cristã não é estacionária. Mas corre-se esse risco quando nos fixamos em atividades estanques perdendo a visão da totalidade da identidade e da missão da Igreja. As romarias nos educam a pôr-nos a caminho, desapegando-nos sempre de tudo o que no escraviza e paralisa. Sobre isso nos alerta o Papa Francisco: “Prefiro uma Igreja ferida e suja, que sai pelas ruas, do que uma Igreja prisioneira de si mesma. Que não se tenha medo de deixar se inquietar pelo fato de que muitos irmãos vivem sem a amizade de Jesus” (EG, 49). 

Ser romeiro é assumir um ato de reconhecimento de que a vida cristã é dinâmica, assim como foi aquela de Jesus Cristo e de sua Mãe. O Filho de Deus é o peregrino do Pai por excelência (foi enviado) e a sua mãe se fez peregrina do Filho, com Ele e por Ele! Maria é modelo do verdadeiro romeiro! Movidos pela fé, de uma forma ou de outra, somos todos peregrinos neste mundo a caminho da nossa pátria definitiva!  

Como toda caminhada, também as romarias nos provocam cansaço e somos tentados ao desânimo e a parar. Educados pela fé e animados pela Esperança da recompensa final, renovamos os esforços, a firmeza de ânimo e conservamos a alegria do testemunho do amor! Quem ama se movimenta!  

PARA A REFLEXÃO PESSOAL: 

O que podemos fazer para evitar conflitos e protestos nos eventos do Círio? 

Como promover na consciência dos fiéis, o fato de que o Círio é oportunidade de conversão pessoal e renovação da fé e nunca seja instrumentalizado para outros fins?  

Qual dos significados das romarias mais lhe chamou a atenção? 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Última semana do Sínodo: construção e votação do Documento Final

Padre Radcliffe - Sínodo 2024  (VATICAN MEDIA Divisione Foto)

A última semana da Assembleia Sinodal começou com um tempo de oração e retiro. Após a missa votiva ao Espírito Santo, os participantes da assembleia, na presença do Papa Francisco, ouviram as palavras do Padre Radcliffe, que os fez perceber que “estamos prestes a embarcar em nossa última tarefa, considerar o Documento final, emendá-lo e votá-lo”.

Padre Modino – Vaticano

Para realizá-la, ele pediu que o fizessem, como pede São Paulo, com liberdade, pois “nossa missão é pregar e encarnar essa liberdade. A liberdade é a dupla hélice do DNA cristão. Em primeiro lugar, é a liberdade de dizer o que acreditamos e de ouvir sem medo o que os outros dizem, com respeito mútuo. É a liberdade dos filhos de Deus de falar com ousadia, com paresia (por exemplo, Atos 4.29), como os discípulos declararam com ousadia as boas novas da Ressurreição em Jerusalém. Por causa dessa liberdade, cada um de nós pode dizer ‘eu’. Não temos o direito de ficar em silêncio”.

A raiz está na liberdade interior, observando que “podemos ficar desapontados com as decisões do Sínodo. Alguns as considerarão imprudentes ou até mesmo erradas. Mas temos a liberdade daqueles que acreditam que “Deus faz todas as coisas para o bem daqueles que o amam”, como diz a Carta aos Romanos. Ele pediu esperança, pois “podemos ter certeza de que ‘nada pode nos separar do amor de Deus’, nem mesmo a incompetência, nem mesmo os erros”. Uma liberdade que nos leva a “pertencer à Igreja e dizer Nós”.

Deus opera em liberdade, afirmou o dominicano, advertindo que “crer no Espírito Santo não nos dispensa de usar nossas mentes na busca da verdade”. Padre Radcliffe lembrou o que aconteceu com Yves Congar, silenciado por Roma por “falar a verdade”, por ser “uma testemunha autêntica e pura do que é verdadeiro”. Nessa perspectiva, ele enfatizou que “não devemos ter medo da discordância, porque o Espírito Santo está agindo nela”.  Pois liberdade é “pensar, falar e ouvir sem medo. Mas isso não é nada se não for também a liberdade daqueles que confiam que 'Deus faz todas as coisas para o bem daqueles que amam a Deus'”.

Sala Paulo VI (Vatican Media)

A providência de Deus em ação

Para Radcliffe, “a providência de Deus está agindo suave e silenciosamente, mesmo quando as coisas parecem estar dando errado”, pois ela está “entrelaçada na história da nossa salvação desde o início”. Contra isso, ele advertiu que “mesmo que o resultado do Sínodo o desaponte, a providência de Deus está em ação nesta Assembleia, conduzindo-nos ao Reino por caminhos conhecidos apenas por Deus. Sua vontade para o nosso bem não pode ser frustrada”. De fato, “este é apenas um sínodo. Haverá outros. Não precisamos fazer tudo, apenas tentar dar o próximo passo”. Uma afirmação fundamental para entender que somos parte de um processo, que nada começou conosco e, se for de Deus, nada terminará.

“Se formos livres apenas para argumentar nossas posições, seremos tentados pela arrogância daqueles que, nas palavras de De Lubac, se veem como 'a norma encarnada da ortodoxia'. Acabaremos batendo os tambores da ideologia, seja ela de esquerda ou de direita. Se tivermos apenas a liberdade daqueles que confiam na providência de Deus, mas não ousarmos entrar no debate com nossas próprias convicções, seremos irresponsáveis e nunca amadureceremos”, advertiu o dominicano, palavras que são fundamentais para entender a sinodalidade. Isso porque “a liberdade de Deus atua no âmago de nossa liberdade, brotando de dentro de nós. Quanto mais é de Deus, mais é nossa liberdade”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

terça-feira, 22 de outubro de 2024

Da homilia de São João Paulo II, papa, no início do seu pontificado

São João Paulo II (nspsocorro)

Da homilia de São João Paulo II, papa, no início do seu pontificado

(22 de Outubro de 1978: A.A.S. 70 [1978], pp. 945-947)

Não tenhais medo! Abri as portas a Cristo!

Pedro veio para Roma! E o que foi que o guiou e o conduziu para esta Urbe, o coração do Império Romano, senão a obediência à inspiração recebida do Senhor? Talvez aquele pescador da Galileia nunca tivesse tido vontade de vir até aqui. Talvez tivesse preferido permanecer, lá onde estava, nas margens do lago da Galileia, com a sua barca e com as suas redes. Mas, guiado pelo Senhor e obediente à sua inspiração, chegou até aqui!

Segundo uma antiga tradição, durante a perseguição de Nero, Pedro teria tido vontade de deixar Roma. Mas o Senhor interveio: veio ao seu encontro. Pedro, dirigindo-se ao Senhor perguntou: “Quo vadis, Domine?”  (Aonde vais, Senhor?). E o Senhor imediatamente lhe respondeu: “Vou para Roma, para ser crucificado pela segunda vez”. Pedro voltou então para Roma e aí permaneceu até à sua crucifixão.

O nosso tempo convida-nos, impele-nos e obriga-nos a olhar para o Senhor e a imergir-nos numa humilde e devota meditação do mistério do supremo poder do mesmo Cristo.

Aquele que nasceu da Virgem Maria, o filho do carpinteiro – como se considerava –, o Filho de Deus vivo, como confessou Pedro, veio para fazer de todos nós “um reino de sacerdotes” .

O Concílio do Vaticano II recordou-nos o mistério deste poder e o fato de que a missão de Cristo – Sacerdote, Profeta, Mestre e Rei – continua na Igreja. Todos, todo o Povo de Deus participa desta tríplice missão. E talvez que no passado se pusesse sobre a cabeça do Papa o trirregno, aquela tríplice coroa, para exprimir, mediante tal símbolo,  que toda a ordem hierárquica da Igreja de Cristo, todo o seu “sagrado poder” que nela é exercido não é mais do que serviço; serviço que tem uma única finalidade: que todo o Povo de Deus participe desta tríplice missão de Cristo e que permaneça sempre sob a soberania do Senhor, a qual não tem as suas origens nos poderes deste mundo, mas sim no Pai celeste e no mistério da Cruz e da Ressurreição.

O poder absoluto e ao mesmo tempo doce e suave do Senhor corresponde a quanto é o mais profundo do homem, às suas mais elevadas aspirações da inteligência, da vontade e do coração. Esse poder não fala com a linguagem da força, mas exprime-se na caridade e na verdade.

O novo Sucessor de Pedro na Sé de Roma eleva, neste dia, uma prece ardente, humilde e confiante: “Ó Cristo! Fazei com que eu possa tornar-me e ser sempre servidor do teu único poder! Servidor do teu suave poder! Servidor do teu poder que não conhece ocaso! Fazei com que eu possa ser um servo! Mais ainda: servo de todos os teus servos.”

Irmãos e Irmãs! Não tenhais medo de acolher Cristo e de aceitar o Seu poder!

Ajudai o Papa e todos aqueles que querem servir Cristo e, com o poder de Cristo, servir o homem e a humanidade inteira!

Não tenhais medo! Abri antes, ou melhor, escancarai as portas a Cristo! Ao Seu poder salvador abri os confins dos Estados, os sistemas econômicos assim como os políticos, os vastos campos de cultura, de civilização e de progresso! Não tenhais medo! Cristo sabe bem “o que está dentro do homem”. Somente Ele o sabe!

Hoje em dia é frequente o homem não saber o que traz no interior de si mesmo, no mais íntimo da sua alma e do seu coração, Frequentemente não encontra o sentido da sua vida sobre a terra. Deixa-se invadir pela dúvida que se transforma em desespero. Permiti, pois – peço-vos e vo-lo imploro com humildade e com confiança – permiti a Cristo falar ao homem. Somente Ele tem palavras de vida; sim, de vida eterna. 

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

Lembrar São João Paulo II

São João Paulo II (Crédito: Opus Dei)

Lembrar São João Paulo II

No dia 22 de outubro a Igreja celebra São João Paulo II. Propomos algumas maneiras de lembrar dele.

21/10/2024

Suas primeiras palavras como Sumo Pontífice

“Queridos irmãos e irmãs, todos estamos ainda tristes com a morte do querido Papa João Paulo I. E agora os eminentíssimos Cardeais chamaram um novo Bispo de Roma. Chamaram-no de um país distante... Distante, mas sempre muito próximo pela comunhão na fé e na tradição cristã. Tive medo ao receber esta nomeação, mas o fiz com espírito de obediência a Nosso Senhor e com a confiança total na sua Mãe, a Virgem Santíssima”.

“Não sei se posso expressar-me bem na vossa... na nossa língua italiana. Se eu errar, vocês me corrijam. E, assim, apresento-me diante de todos vocês, para confessar a nossa fé comum, a nossa esperança, a nossa confiança na Mãe de Cristo e na Igreja, e também para começar de novo a andar por este caminho da História e da Igreja, com a ajuda de Deus e com a ajuda dos homens”.

Conselhos de João Paulo II

1. Vós brasileiros continuareis bem presentes na minha oração. Pedirei sempre a Deus que os grandes princípios cristãos, desde sempre arraigados em vós, e sobretudo o senso de Deus e a solidariedade humana, continuem a marcar a fidelidade do Brasil a si mesmo e à sua identidade histórica.

São João Paulo II (Crédito: Opus Dei)

2. Desejo para cada um a paz que só Deus, por meio de Jesus cristo, nos pode dar: a paz que é obra da justiça, da verdade, do amor, da solidariedade, da paz que os povos só atingem quando seguem os ditames da lei de Deus, a paz que faz que os homens e os povos se sintam irmãos uns dos outros.

3. Os jovens estão chamados a serem os protagonistas dos novos tempos. Tenho plena confiança neles e estou certo de que têm a vontade de não defraudar nem a Deus, nem à Igreja, nem à sociedade da que provêm.

4. Quando falta o espírito contemplativo não se defende a vida e se degenera tudo o que é humano. Sem interioridade o homem moderno põe em perigo a sua própria integridade.

5. Queridos jovens: ide com confiança ao encontro com Jesus! E, como os novos santos, não tenhais medo de falar dEle, pois Cristo é a resposta verdadeira a todas as perguntas sobre o homem e o seu destino. É preciso que vocês, jovens, se convertam em apóstolos dos seus coetâneos

6. Surgirão outros frutos de santidade se as comunidades eclesiais mantiverem a sua fidelidade ao Evangelho que, de acordo com uma venerável tradição, foi pregado desde os primeiros tempos do cristianismo e foi conservado através dos séculos.

7. Recordai sempre que o distintivo dos cristãos é dar testemunho audaz e valente de Jesus Cristo, morto e ressuscitado pela nossa salvação.


Trechos da homilia do Cardeal Joseph Ratzinger no funeral do Papa João Paulo II no dia 8 de abril de 2005

"Segue-me"! Em Outubro de 1978, o Cardeal Wojtyla ouviu de novo a voz do Senhor. Renova-se o diálogo com Pedro narrado no Evangelho desta celebração: "Simão, Filho de João, tu Me amas? Apascenta as minhas ovelhas!". À pergunta do Senhor: Karol, tu amas-Me?, o Arcebispo de Cracóvia respondeu do fundo do seu coração: "Senhor, tu sabes tudo, sabes que te amo". O amor de Cristo foi a força dominante do nosso amado Santo Padre; quem o viu rezar, quem o ouviu pregar, bem o sabe. E assim, graças a este profunda união com Cristo pôde carregar um peso, que vai além das forças meramente humanas: ser pastor do rebanho de Cristo, da sua Igreja universal.

Ele interpretou para nós o mistério pascal como mistério da divina misericórdia. Escreveu no seu último livro: o limite imposto ao mal "é definitivamente a divina misericórdia" (Memória e identidade, pág. 70). E refletindo sobre o atentado diz, "Cristo, ao sofrer por todos nós, conferiu um novo sentido ao sofrimento; introduziu aquele amor numa nova dimensão, numa nova ordem... É o sofrimento que queima e consome o mal com o fogo do amor e obtém também do pecado um florescimento de bem" (pág. 199). Animado por esta visão, o Papa sofreu e amou em comunhão com Cristo e foi por isso que a mensagem do seu sofrimento e do seu silêncio foi tão eloquente e fecunda.

A Divina Misericórdia. O Santo Padre encontrou um reflexo mais puro da misericórdia de Deus na Mãe de Deus. Ele, que ainda em tenra idade perdeu a mãe, amou ainda mais a Mãe divina. Ouviu as palavras do Senhor crucificado como se fossem ditas precisamente a ele: "Eis a tua mãe!". E fez como o discípulo amado: acolheu-a no íntimo do seu ser, Totus tuus. E da Mãe aprendeu a conformar-se com Cristo.

São João Paulo II (Crédito: Opus Dei)

Para todos nós é inesquecível como neste último domingo de Páscoa da sua vida, o Santo Padre, marcado pelo sofrimento, se mostrou mais uma vez da janela do Palácio Apostólico e pela última vez deu a bênção "Urbi et Orbi". Podemos ter a certeza de que o nosso amado Papa agora está na janela da casa do Pai, vê-nos e abençoa-nos. Sim, abençoe-nos, Santo Padre. Nós confiamos a tua amada alma à Mãe de Deus, tua Mãe, que te guiou todos os dias e te guiará agora à glória eterna do Seu Filho, Jesus Cristo nosso Senhor. Amém.

Fonte: https://opusdei.org/pt-br/article/8-maneiras-de-lembrar-de-joao-paulo-ii/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF