Translate

segunda-feira, 28 de outubro de 2024

Papa: não uma Igreja acomodada e desistente, mas que "suja as mãos" para servir

Papa Francisco durante a Santa Missa  (VATICAN MEDIA Divisione Foto)

Francisco concluiu a Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos no Vaticano com uma missa na Basílica de São Pedro. O Pontífice convocou a Igreja a se levantar, escutar e caminhar ao lado dos mais vulneráveis, inspirada pelo Evangelho e movida pelo serviço e pela missão: "Deixemos de lado o manto da resignação, confiemos ao Senhor a nossa cegueira, coloquemo-nos de pé e levemos a alegria do Evangelho pelos caminhos do mundo."

Thulio Fonseca - Vatican News

Neste domingo, 27 de outubro, a Basílica de São Pedro acolheu cerca de 5 mil fiéis para a missa conclusiva da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, presidida pelo Papa Francisco. O Pontífice dirigiu-se a cardeais, bispos, sacerdotes, religiosos e leigos, convocando-os a refletir sobre a postura da Igreja diante dos desafios atuais, através do exemplo de Bartimeu, o cego que, mesmo marginalizado, encontrou forças para gritar a Jesus e seguir pelo caminho.

A partir da passagem do Evangelho deste trigésimo domingo do tempo comum (Mc 10, 46-52), que narra a cura de Bartimeu, o Papa ressaltou a importância de uma Igreja em movimento, atenta às necessidades e clamores da humanidade: "Uma Igreja sentada é uma Igreja estagnada, incapaz de enxergar o Senhor em seu meio e de responder aos apelos do mundo". Francisco usou a imagem do cego "à margem da estrada" para ilustrar a necessidade de uma comunidade que não se limite a observar de longe, mas que, impulsionada pelo chamado de Cristo, se levante e siga adiante.

Fiéis e peregrinos reunidos na Basílica de São Pedro (VATICAN MEDIA Divisione Foto)

Escutar e responder ao grito do mundo

O Papa, ao proferir a homilia, destacou que, ao longo da Assembleia Sinodal, a Igreja foi chamada a abrir-se ao grito dos marginalizados, daqueles que buscam acolhimento, e daqueles que, silenciosamente, sofrem. A exemplo de Bartimeu, Francisco enfatizou que a Igreja não pode ignorar o sofrimento e as necessidades de tantos irmãos e irmãs. Recordemos isto, enfatizou o Santo Padre, "o Senhor passa, o Senhor passa sempre e cuida da nossa cegueira. E é bonito que o Sínodo nos impulsione a ser Igreja como Bartimeu: a comunidade dos discípulos que, ouvindo passar o Senhor, sente a emoção da salvação, deixa-se despertar pela força do Evangelho e começa a gritar-Lhe. E fá-lo acolhendo o grito de todos os homens e mulheres da terra: o grito dos que querem descobrir a alegria do Evangelho e dos que, pelo contrário, se afastaram; o grito silencioso dos indiferentes; o grito dos que sofrem, dos pobres e dos marginalizados; a voz quebrada dos que já nem sequer têm força para gritar a Deus, porque não têm voz ou porque se resignaram".

“Não precisamos de uma Igreja sentada e desistente, mas de uma Igreja que acolhe o grito do mundo e suja as mãos para servir o Senhor.”

Uma Igreja missionária e sinodal

Ao lembrar a interação entre Bartimeu e Jesus, Francisco explicou que, assim como o cego clamou por ajuda e foi atendido, também a Igreja deve escutar ativamente os clamores de hoje, fazendo-se próxima dos que necessitam de amparo espiritual, material e humano. A postura sinodal da Igreja, recordou o Papa, também pode ser simbolizada pelo seguimento de Bartimeu no caminho de Jesus: "uma comunidade em constante movimento, iluminada pelo Espírito Santo e impulsionada pela missão de levar a luz do Evangelho ao mundo". Não caminhemos sozinhos ou segundo os critérios do mundo, mas juntos, como discípulos do Senhor, reforçou o Santo Padre:

"Irmãos e irmãs: não uma Igreja sentada, mas uma Igreja em pé. Não uma Igreja muda, mas uma Igreja que acolhe o grito da humanidade. Não uma Igreja cega, mas uma Igreja iluminada por Cristo, que leva aos outros a luz do Evangelho. Não uma Igreja estática, mas uma Igreja missionária, que caminha com o Senhor pelas estradas do mundo."

Francisco contempla a "Cátedra de Pedro" (VATICAN MEDIA Divisione Foto)

Amor, unidade e misericórdia

O Pontífice, ao voltar seu olhar para a relíquia da "Cátedra de São Pedro", restaurada e exposta para a veneração dos fiéis, recordou o verdadeiro significado do poder e da liderança na Igreja. Para Francisco, esta imagem da Cátedra expressa a essência do serviço e da unidade, valores essenciais para a Igreja sinodal:

"Enquanto damos graças ao Senhor pelo caminho percorrido em conjunto, poderemos ver e venerar a relíquia da antiga Cátedra de São Pedro, cuidadosamente restaurada. Recordemos que esta é a Cátedra do amor, da unidade e da misericórdia, segundo o preceito que Jesus deu ao Apóstolo Pedro de não exercer domínio sobre os outros, mas de os servir na caridade. E admirando o majestoso baldaquino de Bernini, mais resplandecente do que nunca, redescobrimos que ele enquadra o verdadeiro ponto focal de toda a Basílica, isto é, a glória do Espírito Santo. Esta é a Igreja sinodal: uma comunidade cujo primado está no dom do Espírito, que nos torna irmãos em Cristo e nos eleva até Ele."

"Coragem, levanta-te, Ele te chama"

Ao encerrar a homilia, o Papa exortou os presentes a deixarem para trás qualquer manto de resignação ou paralisia que possa ter invadido a Igreja, e incentivou a comunidade a confiar a própria “cegueira” a Deus e, como Bartimeu, levantar-se e seguir o Senhor. "Coragem, levanta-te, Ele te chama. Coloquemo-nos de pé e levemos a alegria do Evangelho pelos caminhos do mundo" concluiu Francisco. 

Santa Missa, 27 de outubro de 2024, Papa Francisco

https://youtu.be/RkrGDa7wxyo

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Do Comentário sobre o Evangelho de João, de São Cirilo de Alexandria, bispo

Chamado - Missão (Catequese Hoje)

Do Comentário sobre o  Evangelho de João, de São Cirilo de Alexandria, bispo

(Lib. 12,1: PG 74,707-710)            (Séc. V)

Como o Pai me enviou, também eu vos envio

Nosso Senhor Jesus Cristo designou guias e doutores do mundo e dispensadores de seus divinos mistérios. Semelhantes a lâmpadas, ordenou-lhes que esclarecessem e iluminassem não apenas o país dos judeus, mas todos os que existem sob o sol e em todo o universo, os homens e habitantes da terra. É verdadeiro aquele que disse: Ninguém se arroga esta honra, mas quem foi chamado por Deus (Hb 5,4). Pois nosso Senhor Jesus Cristo chamou ao nobilíssimo apostolado, antes de todos os outros, os seus discípulos. 

Os santos Apóstolos foram colunas e firmamento da verdade. A eles diz que os envia da mesma forma como foi enviado pelo Pai. Mostrou assim, ao mesmo tempo, a dignidade do apóstolo e a glória incomparável do poder que lhe foi dado; como também, parece-me, sugerindo a meta da vida apostólica. 

Pois, se julgava que devia enviar seus discípulos do mesmo modo como o Pai o enviara, como não se seguiria necessariamente que seus futuros imitadores iriam conhecer a que fim o Pai enviara o Filho? Por isto, declarando em vários lugares a finalidade de sua missão, dizia: Não vim chamar os justos, mas os pecadores para a conversão (cf. Mt 9,13). E também: Desci do céu não para fazer minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. Deus não enviou seu Filho ao mundo para julgar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele (Jo 3,17). 

Resumindo assim, em poucas palavras, o objetivo do apostolado, diz que foram enviados por ele, como ele o fora pelo Pai e soubessem ter recebido a missão de chamar os pecadores à conversão; de curar os doentes de corpo e de espírito; de não procurar, no ministério, sua vontade, mas a daquele por quem foram enviados; e de salvar o mundo por sua doutrina. Não será difícil saber quanto os santos apóstolos se esforçaram por bem realizar todas estas tarefas, se leres os escritos dos  Atos dos Apóstolos e de São Paulo.

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

Jesus e Bartimeu

O clamor do cego Bartimeu (Missionários Xaverianos)

JESUS E BARTIMEU

Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira
Bispo da Prelazia do Marajó (PA) 

O Evangelho do 30º domingo do Tempo Comum, Ano B, nos oferece este encontro entre Jesus e o cego/mendigo Bartimeu. 

Jesus saiu 

O encontro de Bartimeu com Jesus somente foi possível porque Jesus saiu de Jericó (cf. Mc 10, 46). Se Jesus tivesse ficado em casa, em Jericó, o encontro de Bartimeu com Jesus não teria acontecido. Isto mostra a importância de se viver de forma sempre mais intensa o nosso ser Igreja em saída, como tantas vezes nos falou o Papa Francisco. Basta lembrarmos aqui o que ele disse na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, nº 49: “Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças. Não quero uma Igreja preocupada com ser o centro”. Encerrando o mês missionário este evangelho do encontro de Bartimeu com Jesus nos interpela, nos provoca. Deveremos nos perguntar: como estamos vivendo a dimensão missionária de nosso batismo, de nossa crisma, de nossa vocação? Estamos ajudando a fortalecer o trabalho missionário de nossa Comunidade, de nossa Paróquia e de nossa Prelazia, Diocese, Arquidiocese? O mês missionário com o seu tema “com a força do Espírito, testemunhas de Cristo” e com o seu lema “ide, convidai a todos para o banquete” nos impulsionou para ser Igreja em estado permanente de missão. Em sua Mensagem para o Dia Mundial das Missões 2024, nº 1, o Papa Francisco nos diz: “não esqueçamos que todo o cristão é chamado a tomar parte nesta missão universal com o seu testemunho evangélico em cada ambiente, para que toda a Igreja saia continuamente com o seu Senhor e Mestre rumo às ‘saídas dos caminhos’ do mundo atual”. 

Bartimeu, cego e mendigo 

Marcos faz questão de dizer o nome do cego, Bartimeu, sua família, filho de Timeu e sua situação social: cego, mendigo e sentado à beira do caminho (Mc 10, 46). Nós sabemos falar sobre quem são os empobrecidos, excluídos, sua condição social. Sabemos os nomes, a situação das famílias e a realidade social dos empobrecidos e excluídos que vivem nas áreas territoriais onde estão nossas Comunidades e Paróquias? 

Bartimeu e “Bartimeus” 

Meditamos hoje sobre a história de Bartimeu do tempo de Jesus. Conhecemos sua realidade social de exclusão (“sentado à beira do caminho – Mc 10, 46). Mas não podemos ficar apenas meditando sobre o Bartimeu do evangelho. Deveremos nos perguntar: quem são os “Bartimeus” de nossos tempos, que estão em nossas cidades, vilas, assentamentos, em situação de rua? Quem são os “cegos e mendigos” que estão em nossos dias à margem da sociedade, da família, da Igreja? 

O grito de Bartimeu 

Marcos informa que o cego e mendigo Bartimeu ao ouvir dizer que Jesus estava passando, começou a gritar (cf. Mc 10, 47). Bartimeu nos ensina que precisamos ter coragem de gritar para que nossos direitos sejam respeitados, preservados e recuperados. Os que vivem excluídos da sociedade, muitas vezes, por causa de seus sofrimentos, não tem nem ânimo e nem coragem de gritar, de reivindicar direitos. Acabam se “acostumando” com a situação em que vivem e perdem a esperança de ver chegar dias melhores. Precisamos ser a voz dos “Bartimeus” de nossos tempos; precisamos estar do lado deles para que possam, também, ter coragem de lutar, de gritar para conquistarem seus direitos e ter vida com abundância, desejo de Jesus (cf. Jo 10, 10). Nossa Igreja no Brasil, desde 1995 realiza nas proximidades do 7 de setembro, o Grito dos Excluídos e das Excluídas. Temos participado do Grito dos Excluídos de nossa Paróquia, Comunidade? Desde 2017 somos chamados a viver o Dia Mundial dos Pobres, a pedido do Papa Francisco, no domingo que antecede a Solenidade de Cristo Rei. Estamos assumindo este apelo do Papa Francisco? Temos desde 2017 ajudado na reflexão e realização de ações de solidariedade junto aos empobrecidos? Temos lido, meditado e divulgado a Mensagem que o Papa Francisco nos envia a cada ano para o Dia Mundial dos Pobres? Temos apoiado as atividades da Caritas, da Rede um Grito pela Vida, da CPT – Comissão Pastoral da Terra, do CIMI – Conselho Indigenista Missionário, CPP – Conselho Pastoral dos Pescadores e das Pastorais Sociais (Saúde, Criança, Pessoa Idosa, Sobriedade, Carcerária, Moradia, Operária, Ecologia Integral, Povo de Rua, Migrantes)? Em sua Mensagem para o Dia Mundial dos Pobres 2024, nº 7, o Papa Francisco afirma: “ODia Mundial dos Pobrestornou-se um compromisso na agenda de cada comunidade eclesial. É uma oportunidade pastoral que não deve ser subestimada, porque desafia cada fiel a escutar a oração dos pobres, tomando consciência da sua presença e das suas necessidades. É uma ocasião propícia para realizar iniciativas que ajudem concretamente os pobres, e, também, para reconhecer e apoiar os numerosos voluntários que se dedicam com paixão aos mais necessitados”. Na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, nº 48, o Papa Francisco afirma com muita clareza: “Hoje e sempre, ‘os pobres são os destinatários privilegiados do Evangelho’, e a evangelização dirigida gratuitamente a eles é sinal do Reino que Jesus veio trazer. Há que afirmar sem rodeios que existe um vínculo indissolúvel entre a nossa fé e os pobres. Não os deixemos jamais sozinhos!”. 

Bartimeu e os que se incomodam com seu grito 

Marcos relata que “muitos o repreendiam para que se calasse” (Mc 10, 48). Mas Bartimeu não se intimidou, foi forte, resistente, resiliente e gritou ainda mais forte (cf. Mc 10, 48). Também em nossos dias, são muitos, até quem se diz crente, cristão e católico, que querem fazer calar a voz profética da Igreja e o grito dos empobrecidos. Devemos nos inspirar no cego e mendigo Bartimeu e não nos calarmos. Devemos sempre nos lembrar do que cantamos: “se calarem a voz dos Profetas, as pedras falarão”, letra inspirada nas palavras de Jesus no evangelho de Lucas 19, 40: “Se eles se calarem, as pedras falarão”. Bartimeu não calou, não deixou que as pedras falassem. Nós, também, não podemos nos calar. As pedras não precisam falar como disse Jesus. Somos nós, humanos, que devemos falar, gritar, apoiar o grito dos “Bartimeus” de nossos dias.  Acolhamos a orientação do Papa Francisco na Exortação Apostólica Querida Amazônia, nº 15: “faz-nos mal permitir que nos anestesiem a consciência social”. Não deixemos que calem a nossa voz em defesa da vida, da verdade, da fraternidade, do bem comum, da natureza, dos empobrecidos. Façamos como Bartimeu, gritemos mais ainda: queremos vida, queremos terra para nela trabalhar e viver, queremos vacina para combater as doenças, queremos  um SUS com mais recursos, queremos a floresta em pé, queremos limpas as águas de nossos rios, lagos e igarapés, queremos um trânsito seguro, queremos o fim do tráfico de pessoas e da exploração sexual de crianças e adolescentes, queremos mais educação de qualidade e gratuita, queremos mais respeitos aos Povos indígenas e quilombolas com seus territórios e culturas, queremos mais compromisso com a verdade, queremos alimentos de qualidade, sem venenos (sem agrotóxicos)… E a lista pode continuar! 

Jesus parou e deu atenção a Bartimeu 

Marcos diz que “Jesus parou e disse chamai-o”, referindo-se ao cego e mendigo Bartimeu (Mc 10, 49). Jesus parou, ouviu o grito de Bartimeu, chamou-o para perto dele, para vir para o meio, inseriu, resgatou a sua dignidade. E nós? Estamos prestando atenção ao grito dos empobrecidos e marginalizados, aos “Bartimeus” de nossos dias? Ou eles estão aí jogados na beira do caminho e são invisíveis a nós? Façamos nosso o pedido de Bartimeu para Jesus: “Mestre, que eu veja!” (Mc 10, 51). Peçamos a Jesus que possamos ver a nossa realidade, possamos ver os que precisam de nós, possamos fazer nosso o grito dos empobrecidos e excluídos e vendo, a realidade de quem está sofrendo, está abandono e excluído, possamos, como Jesus, dar atenção, ser solidários, fazer o bem, devolver a dignidade e a alegria de viver. Na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, nº 187, o Papa Francisco nos ensina: “Cada cristão e cada comunidade são chamados a ser instrumentos de Deus ao serviço da libertação e promoção dos pobres, para que possam integrar-se plenamente na sociedade; isto supõe estar docilmente atentos, para ouvir o clamor do pobre e socorrê-lo” e no nº 193 ele nos diz: “Este imperativo de ouvir o clamor dos pobres faz-se carne em nós, quando no mais íntimo de nós mesmos nos comovemos à vista do sofrimento alheio”. Jesus em sua atenção e cuidado com Bartimeu faz-se nosso Mestre para o serviço junto aos empobrecidos, os que chegam até nós ou que, andando, nos encontramos com eles onde estão. 

Para concluir 

Jesus sai e encontra o cego e mendigo Bartimeu. Dá atenção, escuta, ouve seu pedido, realiza o que ele pediu. Seguindo este modelo de ser e de agir, Jesus Servo e Bom Samaritano, queremos concluir trazendo esta outra afirmação do Papa Francisco: “ninguém pode sentir-se exonerado da preocupação pelos pobres e pela justiça social” (Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, nº 201). 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Papa aprovou Documento Final do Sínodo como guia para o trabalho nas dioceses

Segunda sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos (outubro 2024)  (Vatican Media)

Francisco frisou que “ninguém fique de fora” após a XVI Assembleia Geral do Sínodo dos bispos. Pediu que seja lançado um caminho de harmonia para todos, no qual as palavras sejam acompanhadas por atos concretos. Exortou os participantes no Sínodo ao “testemunho da experiência vivida”.

Rui Saraiva – Portugal

O Documento Final do Sínodo publicado no dia 26 de outubro foi aprovado nos seus 155 pontos e apresenta o fruto de 3 anos de escuta do povo de Deus. Um tempo que colocou em caminho milhões de pessoas em todo o mundo refletindo sobre o tema “Por uma Igreja sinodal: participação, comunhão e missão”.

Nesta segunda e última sessão da XVI Assembleia Geral do Sínodo dos bispos em Roma participaram 368 membros com direito a voto, dos quais 272 eram bispos; à imagem do que aconteceu na primeira sessão em 2023, mais de 50 votantes foram mulheres, entre religiosas e leigas de vários países.

Um caminho de harmonia para todos

O Papa Francisco no seu discurso no encerramento deixou bem claro o caráter inclusivo do texto agora publicado. Sublinhou a procura da “harmonia” num caminho “rumo à plena manifestação do Reino de Deus, que a visão do Profeta Isaías nos convida a imaginar como um banquete preparado por Deus para todos os povos”, disse o Papa.

“Todos, na esperança de que não falte ninguém. Todos! Todos! Todos” Ninguém fique de fora! Todos! E a palavra-chave é esta: a harmonia, que é obra do Espírito; a Sua primeira manifestação forte, na manhã de Pentecostes, é harmonizar todas aquelas diferenças, todas aquelas línguas, todas aquelas coisas… Harmonia!”, assinalou.

Francisco apelou a uma Igreja sem muros. “Quanto mal causam os homens e mulheres da Igreja quando erguem muros! Não nos devemos comportar como ‘dispensadores da Graça’ que se apropriam do tesouro, amarrando as mãos do Deus misericordioso”, referiu o Santo Padre.

O Papa deixou mesmo uma indicação literária com a sugestão de um poema da escritora francesa Madeleine Delbrêl, “a mística das periferias”, sublinhando uma ideia: “acima de tudo, não sejas rígido”.

O Papa assinalou que a rigidez é um pecado que tantas vezes também afeta “os clérigos, os consagrados e as consagradas”. Uma chamada de atenção do Santo Padre para que o Documento Final desta assembleia sinodal seja acolhido com abertura.

Não há exortação apostólica. Documento Final é guia

Francisco anunciou a sua intenção de não publicar uma exortação apostólica, algo que acontece pela primeira vez, mas que está previsto na  constituição apostólica Episcopalis communio sobre o Sínodo dos Bispos, publicada em 2018 pelo Papa Francisco.

“Por isso, não tenho intenção de publicar uma ‘exortação apostólica’. É suficiente aquilo que aprovámos. No Documento há já indicações muito concretas que podem servir de guia para a missão das igrejas, nos diversos continentes, nos diversos contextos: por isso, coloco-o imediatamente à disposição de todos. Por isto, disse que seja publicado. Quero, deste modo, reconhecer o valor do caminho sinodal realizado, que através deste Documento entrego ao santo povo fiel de Deus”, declarou Francisco.

O Papa confirmou até junho de 2025 o trabalho dos 10 grupos de estudo sobre alguns temas que necessitam de um especial aprofundamento, tais como as questões ligadas à pobreza, a participação das mulheres na Igreja, a formação dos sacerdotes ou o ministério dos bispos.

Palavras e atos na recepção do Documento nas dioceses

Entretanto, Francisco alertou os participantes no Sínodo para a necessidade de tornar acessível os conteúdos do Documento Final, em especial com o “testemunho da experiência vivida”. “A igreja sinodal para a missão precisa, agora, que as palavras partilhadas sejam acompanhadas de atos”, assinalou o Papa.

Abre-se, assim, um tempo novo no qual, tal como disse o Papa, as palavras partilhadas devem ser acompanhadas por ações. Ou seja, a recepção das conclusões nas dioceses, que é a terceira fase do Sínodo, não deverá ficar apenas pela leitura e reflexão do Documento Final, mas será necessária uma reforçada criatividade na difusão da informação produzida nesta sessão sinodal.

Destaque especial para o método sinodal da “Conversação no Espírito” que no número 45 do Documento Final ficamos a saber que “a sua prática tem suscitado alegria, espanto e gratidão e tem sido experimentada como um caminho de renovação que transforma as pessoas, os grupos e a Igreja”, pode-se ler no Documento.

Fase decisiva pede gestos e atitudes sinodais

E segundo o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa a fase decisiva do Sínodo começou agora. D. José Ornelas disse à Agência Ecclesia que esta nova fase é como “um sopro novo”.

“O Sínodo não terminou hoje, a fase decisiva do Sínodo começa hoje e é importante que cada Igreja, que cada família, que cada instituição da Igreja possa deixar-se permear por este sopro novo que sai do Sínodo”, disse D. José Ornelas.

O bispo de Leiria-Fátima, assinalou que este “é um documento, sobretudo, de propostas de trabalho, de conversão”. Sublinhou que com o texto agora publicado é preciso transformar as palavras “em gestos e em atitudes, e isto é uma conversão que é preciso que a Igreja faça”, declarou D. José Ornelas.

Uma conversão que deverá passar pelas paróquias, dioceses e movimentos tal como referia, recentemente, no Vatican News, o jornalista e investigador em Ciência das Religiões, Joaquim Franco, afirmando que a dinâmica sinodal “deve ser exemplar em todas as estruturas da Igreja”.

“A dinâmica que este Sínodo imprime deve ser exemplar em todas as estruturas da Igreja; dioceses, paróquias e movimentos. Criando espaços que soltam a pausa do Espírito, espaços para a calma das palavras construtivas, mas também, repito e ouso dizê-lo, em todas as estruturas não religiosas, sociais, comunitárias ou até políticas, chamando todos e todas ao princípio da corresponsabilidade na diferença, à escuta que leva ao encontro”, assinalou Joaquim Franco.

Mais do que palavras, após a XVI Assembleia Ordinária do Sínodo dos bispos, são necessários gestos, atitudes e decisões sinodais.

Laudetur Iesus Christus

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Simão e São Judas Tadeu

São Simão e São Judas Tadeu (templariodemaria)
28 de outubro
Localização: Galileia
São Simão e São Judas Tadeu, santo das causas impossíveis

É com grande alegria que hoje festejamos duas firmes colunas da Igreja de Cristo: os santos Apóstolos Simão, o Zelota, e Judas Tadeu, irmão de Tiago. Esses dois fundamentos da cristandade, que, segundo a tradição, foram martirizados juntos na Pérsia, são um exemplo concreto de que o amor a Deus e às almas leva ao derramamento generoso do próprio sangue, à entrega caridosa da própria vida.

Simão, o mais desconhecido dos 12 apóstolos — a respeito do qual o Evangelho se limita a indicar o nome e a alcunha de “Zelota” —, teve o mérito de ter trabalhado pela propagação da mensagem evangélica, não em vista de um lugar de honra, mas para o triunfo do Reino de Deus sobre a terra.

Antigas tradições suprem a falta de notícias. Os bizantinos identificam-no com Natanael, de Caná, e com o “mestre-sala” durante as bem conhecidas bodas, quando Jesus transformou a água em vinho. Simão é ainda identificado com o primo do Senhor, irmão de são Tiago Menor, ao qual sucedeu como bispo de Jerusalém, nos anos da destruição da Cidade Santa pelos romanos.

Os armênios sustentam que ele difundiu o Evangelho em sua região, onde teria sofrido o martírio. Seja como for, seu campo missionário é deduzido dos lendários Atos de Simão e Judas, segundo os quais os dois apóstolos percorreram juntos as 12 províncias do Império Persa.

Também no Ocidente os dois apóstolos aparecem sempre juntos. Em Veneza é dedicada a ambos a igreja de São Simão Pequeno.

O apóstolo Judas (“não o Iscariotes”, apressa-se em precisar o evangelista são João) é considerado pelos galileus “irmão” (isto é, primo) de Jesus. Eles se perguntam, espantados com o grande barulho que se fazia em torno da figura do Nazareno: “Não é este o carpinteiro… irmão de Tiago […], Judas?”.

É provável, segundo alguns exegetas, que Judas seja o esposo das bodas de Caná. O primeiro a fazer tal suposição foi o historiador Eusébio, para explicar sua presença como missionário na Arábia, na Síria, na Mesopotâmia e na Pérsia. Sempre segundo a tradição, teria sofrido o martírio em Arado ou em Beirute. Ele é ainda identificado com o autor da carta canônica que leva seu nome, um breve escrito de 25 versículos, no qual lança uma severa advertência contra os falsos doutores e convida à perseverança na fé genuína.

(Retirado do livro ‘Os Santos e os Beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente’, Paulinas Editora)

Foto/Crédito: Templário de Maria

São Judas Tadeu

São Judas Tadeu, nasceu em Caná da Galiléia, Palestina, filho de Alfeu (ou Cleofas) e Maria Cleofas. Seu pai, Alfeu, era irmão de São José e sua mãe prima-irmã de Maria Santíssima. Portanto, São Judas Tadeu era primo-irmão de Jesus, tanto pela parte do pai como da mãe. Alfeu (Cleofas) era um dos discípulos a quem Jesus apareceu no caminho de Emaús, no dia da ressurreição. Maria Cleofas, era uma das piedosas mulheres que tinham seguido a Jesus desde a Galileia e que permaneceram ao pé da cruz, no Calvário, junto com Maria Santíssima.

São Judas Tadeu tinha quatro irmãos: Tiago, José, Simão e Maria Salomé. Um deles, Tiago, também foi chamado por Jesus para ser apóstolo. O relacionamento da família de São Judas Tadeu com o próprio Nosso Senhor Jesus Cristo, pelo que se consegue perceber nas Sagradas Escrituras é o seguinte:

Dos irmãos dele, Tiago foi um dos doze apóstolos e tornou-se o primeiro bispo de Jerusalém. De José, sabe-se que era conhecido como o Justo. Simão, outro irmão de São Judas foi o segundo bispo de Jerusalém, sucessor de Tiago.

Maria Salomé, sua única irmã, era mãe dos apóstolos São Tiago Maior e São João Evangelista. Ele era chamado de Tiago Menor para diferenciar de outro apóstolo, São Tiago, que, por ser mais velho, era chamado de Maior.

É de se supor que houve muita convivência de São Judas Tadeu com seu primo Jesus e seus tios, Maria e José. Foi certamente essa fraterna convivência, além do parentesco muito próximo, que levou São Marcos (Mc 6,3) a citar São Judas Tadeu e seus irmãos como sendo os “irmãos” de Jesus.

Citações na Bíblia

A Bíblia trata pouco de São Judas Tadeu. Ela aponta, no entanto, um fato muito importante: ele foi escolhido a dedo, por Jesus, para ser um dos apóstolos. Quando os evangelhos nomeiam os doze discípulos escolhidos, sempre aparecem os nomes Judas ou Tadeu na relação dos apóstolos.

O nome de Judas aparece também nos Atos dos Apóstolos (At 1,13). Além dessas citações, seu sobrinho São João Evangelista (Jo 14,22) o nomeia entre os participantes do colégio apostólico que estavam no episódio da Santa Ceia, na quinta-feira santa.

Foi nesta oportunidade que, quando Jesus confidenciava aos apóstolos as maravilhas do amor do Pai e lhes garantia especial manifestação de si próprio, que São Judas Tadeu não se conteve e perguntou: “Mestre, por que razão hás de manifestar-te só a nós e não ao mundo?” E foi, então, que Jesus lhe respondeu afirmando que haveria manifestações d’Ele a todos os que guardassem sua palavra e permanecessem fiéis a seu amor.

Nesse fato da Última Ceia, São Judas Tadeu demonstra sua generosa compaixão para com todos os homens.

A vida de São Judas Tadeu

Depois que os Apóstolos receberam o Espírito Santo, no Cenáculo em Jerusalém, a Igreja de Deus expandiu-se: iniciou-se a evangelização dos povos. São Judas Tadeu iniciou sua pregação na Galileia. Depois viajou para a Samaria e outras populações judaicas.  Ele tomou parte do primeiro Concílio de Jerusalém que foi realizado no Ano 50.

Foto/Crédito: Templário de Maria

Mais tarde evangelizou a Síria, a Armênia e a Mesopotâmia (atual Irã), onde ganhou a companhia de outro apóstolo, Simão, o “zelote”, que já evangelizava o Egito. A pregação e o testemunho de São Judas Tadeu, foi realizada de modo enérgico e vigoroso. Ele atraiu e cativou os pagãos e povos de outras religiões que, então, se converteram em grande número ao cristianismo.

Sua adesão a Nosso Senhor Jesus Cristo era completa e incondicional. Disso ele deu testemunho com a doação da própria vida. Este glorioso Apóstolo de Jesus dedicou sua vida à evangelização. Foi incansável nesta tarefa, pregando o evangelho e convertendo muitas almas. Os pagãos, inconformados, começaram a colocar o povo contra ele. São Judas Tadeu e São Simão foram presos e levados ao templo do sol. Ali recusaram-se a renegar a Jesus Cristo e prestar culto à deusa Diana.

Foi nessa ocasião que São Judas disse ao povo: “Para que fiqueis sabendo que estes ídolos que vós adorais são falsos, deles sairão os demônios e os hão de quebrar”. No mesmo instante, dois demônios hediondos quebraram todo o templo e desapareceram. Indignado, o povo, incitado pelos sacerdotes pagãos, atirou-se contra os apóstolos furiosamente. São Judas Tadeu foi trucidado por sacerdotes pagãos de modo cruel, violento e desumano.

Apóstolo e mártir, São Judas é representado em suas imagens segurando um livro, que simboliza a palavra de Deus que ele anunciou, e uma alabarda, uma espécie de machado, que foi o instrumento utilizado em seu martírio. Suas relíquias atualmente são veneradas na Basílica de São Pedro, em Roma. Sua festa litúrgica é celebrada em 28 de outubro, provável data de seu martírio acontecido no ano 70.

No Brasil, a devoção a São Judas Tadeu é relativamente recente. Ela surgiu no início do século XX, alcançando logo uma grande popularidade. Ele é invocado como o santo dos desesperados e aflitos, o santo das causas sem solução, das causas perdidas.

Epístola de São Judas Tadeu

Segundo a tradição eclesiástica, São Judas Tadeu é apontado, como sendo o autor da epístola canônica que traz seu nome. Tudo indica que essa carta foi dirigida aos judeus cristãos da Palestina, pouco depois da destruição da cidade de Jerusalém, quando a maioria dos Apóstolos já havia falecido. O breve escrito de São Judas Tadeu é uma severa advertência contra os falsos mestres e um convite a manter a pureza da fé.

Percebe-se que “A carta de São Judas” foi escrita por um homem apaixonado e preocupado com a pureza da fé e a boa reputação do povo cristão. O escritor afirma ter querido escrever uma carta diferente, mas ouvindo os pontos de vista errados de falsos professores da comunidade cristã urgentemente escreveu esta carta para alertar a Igreja a acautelar-se contra eles.

A Epístola

1 Judas, servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago, aos eleitos bem-amados em Deus Pai e reservados para Jesus Cristo.
2 Que a misericórdia, a paz e o amor se realizem em vós copiosamente.
3 Caríssimos, estando eu muito preocupado em vos escrever a respeito da nossa comum salvação, senti a necessidade de dirigir-vos esta carta para exortar-vos a pelejar pela fé, confiada de uma vez para sempre aos santos.
4 Pois certos homens ímpios se introduziram furtivamente entre nós, os quais desde muito tempo estão destinados para este julgamento; eles transformam em dissolução a graça de nosso Deus e negam Jesus Cristo, nosso único Mestre e Senhor.
5 Quisera trazer-vos à memória, embora saibais todas estas coisas: o Senhor, depois de ter salvo o povo da terra do Egito, fez em seguida perecer os incrédulos.
6 Os anjos que não tinham guardado a dignidade de sua classe, mas abandonado os seus tronos, ele os guardou com laços eternos nas trevas para o julgamento do Grande Dia.
7 Da mesma forma Sodoma, Gomorra e as cidades circunvizinhas, que praticaram as mesmas impurezas e se entregaram a vícios contra a natureza, jazem lá como exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno.
8 Assim também estes homens, em seu louco desvario, contaminam igualmente a carne, desprezam a soberania e maldizem as glórias.
9 Ora, quando o arcanjo Miguel discutia com o demônio e lhe disputava o corpo de Moisés, não ousou fulminar contra ele uma sentença de execração, mas disse somente: Que o próprio Senhor te repreenda!
10 Estes, porém, falam mal do que ignoram. Encontram eles a sua perdição naquilo que não conhecem, senão de um modo natural, à maneira dos animais destituídos de razão.
11 Ai deles, porque andaram pelo caminho de Caim, e por amor do lucro caíram no erro de Balaão e pereceram na revolta de Coré.
12 Esses fazem escândalos nos vossos ágapes. Banqueteiam-se convosco despudoradamente e se saciam a si mesmos. São nuvens sem água, que os ventos levam! Árvores de fim de outono, sem fruto, duas vezes mortas, desarraigadas!
13 Ondas furiosas do mar, que arrojam as espumas da sua torpeza! Estrelas errantes, para as quais está reservada a escuridão das trevas para toda a eternidade!
14 Também Henoc, que foi o oitavo patriarca depois de Adão, profetizou a respeito deles, dizendo: Eis que veio o Senhor entre milhares de seus santos
15 para julgar a todos e confundir a todos os ímpios por causa das obras de impiedade que praticaram, e por causa de todas as palavras injuriosas que eles, ímpios, têm proferido contra Deus.
16 Estes são murmuradores descontentes, homens que vivem segundo as suas paixões, cuja boca profere palavras soberbas e que admiram os demais por interesse.
17 Mas vós, caríssimos, lembrai-vos das palavras que vos foram preditas pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo, 18 os quais vos diziam: No fim dos tempos virão impostores, que viverão segundo as suas ímpias paixões;
19 homens que semeiam a discórdia, homens sensuais que não têm o Espírito.
20 Mas vós, caríssimos, edificai-vos mutuamente sobre o fundamento da vossa santíssima fé. Orai no Espírito Santo.
21 Conservai-vos no amor de Deus, aguardando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo, para a vida eterna.
22 Para com uns exercei a vossa misericórdia, repreendendo-os,
23 e salvai-os, arrebatando-os do fogo. Dos demais tende compaixão, repassada de temor, detestando até a túnica manchada pela carne.
24 Àquele, que é poderoso para nos preservar de toda queda e nos apresentar diante de sua glória, imaculados e cheios de alegria,
25 ao Deus único, Salvador nosso, por Jesus Cristo, Senhor nosso, sejam dadas glória, magnificência, império e poder desde antes de todos os tempos, agora e para sempre. Amém.

São Judas Tadeu, um dos santos mais populares da Santa Igreja, é invocado como o santo dos desesperados e aflitos, o santo das causas sem solução e das causas perdidas

Fonte: https://templariodemaria.com/

domingo, 27 de outubro de 2024

Reflexão para o XXX Domingo do Tempo Comum (B)

Evangelho do domingo  (Erzdiözese Wien/ Schönlaub Stephan)

Aprendamos com Bartimeu a dar um basta a tudo aquilo que nos marginaliza, nos diminui a dignidade, nos torna comodamente dependentes. Um cristão deve ser ágil em sua opção pela vida e por uma vida digna.

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

O Evangelho deste domingo nos relata a cura do cego Bartimeu. Ele se encontrava à beira do caminho dependendo da compaixão dos transeuntes. Em certa ocasião ouviu falar de Jesus, de suas palavras e ações e ficou atento. Um dia ao saber da aproximação do Senhor, começou a gritar implorando-lhe a cura. Os que passavam corrigiam-lhe para que se calasse. Ele não os escutou e gritava com voz mais forte.  O Senhor o mandou chamar até onde estava. Ele, em uma atitude rápida, deixou seu manto e se aproximou de Jesus.

Vemos nesse relato, alguém que cansou de viver à margem da vida e soube que aquele que era a própria Vida estava passando e se avizinhava. Ele grita, coloca para fora de seu ser cansado o desejo de libertar-se dessa escravidão. Pessoas que lhe são próximas o mandam calar, pois julgam melhor que tudo continue como está, optam pela acomodação. Mas ele está decidido e quer ser liberto de tudo o que o marginaliza. Ele não se cala. Jesus, conhecendo tal opção, pede que as pessoas que estão ao lado, tragam-no até ele.

Os intermediários cumprem seu papel e dizem que o Senhor o chama. O cego larga o manto, ou seja, larga a vida de dependência – já que era no manto, estendido à sua frente, que as pessoas depositavam as esmolas  -  e salta para a vida nova, de liberdade.

Este episódio nos ajuda a purificar nossa vontade e nos dar aquela coragem de que tanto gostaríamos possuir. Reclamar, queixar-se, fazer corpo mole, colocar a responsabilidade na vida ou nos outros, é algo que deparamos dentro de nós. Sair do acomodamento, ter de fato uma vontade firme e decidida é algo custoso que nos mantém na escravidão e na dependência das pessoas.

Aprendamos com Bartimeu a dar um basta a tudo aquilo que nos marginaliza, nos diminui a dignidade, nos torna comodamente dependentes. Um cristão deve ser ágil em sua opção pela vida e por uma vida digna. O cego não teve dúvidas, gritou por Jesus e não deu atenção aos que o queriam calar.

Quais são as pessoas, situações ou sistemas que nos desejam manter na escravidão? Quais são as pessoas ou situações enviadas por Deus que nos levam à libertação, à  independência? Examinemos quais são nossas dependências, nossas acomodações e tenhamos coragem para  eliminá-las!

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santa Cláudia Prócula: A surpreendente história da mulher esquecida

Santa Cláudia Prócula (Portal dos Santos)
27 de outubro
Localização: Israel (Galileia)
Santa Cláudia Prócula

Santa Cláudia Prócula, uma figura venerável e muitas vezes desconhecida para muitos, tem uma história fascinante e repleta de devoção. Seu legado é marcado por uma série de milagres e influências no contexto do cristianismo, que permanecem relevantes até os dias de hoje. Neste artigo, vamos explorar quem foi Santa Cláudia Prócula e sua significância, os milagres atribuídos a ela, sua história e lendas, as igrejas e santuários dedicados em sua honra, a celebração de sua festa, sua influência no cristianismo e as orações e devoções associadas a ela. Prepare-se para descobrir mais sobre essa inspiradora figura que impactou a história da fé cristã.

Quem foi Santa Cláudia Prócula

Santa Cláudia Prócula, também conhecida como Cláudia Procles, é uma figura histórica e religiosa que ocupa um lugar especial no coração de muitos fiéis. Embora as informações sobre sua vida sejam escassas e, em grande parte, baseadas em tradições e lendas, é amplamente reconhecido que ela foi a esposa de Pôncio Pilatos, o governador romano da Judeia conhecido por seu papel na condenação de Jesus Cristo.

De acordo com as tradições, Santa Cláudia Prócula teve um sonho profético sobre Jesus na véspera de sua crucificação, o que a levou a acreditar em sua inocência e divindade. Ela teria tentado, sem sucesso, convencer seu marido a libertar Jesus, destacando-se assim como uma figura de compaixão e fé num momento de grande injustiça.

Reconhecimento e Veneração

Embora Santa Cláudia Prócula não seja uma santa canonizada oficialmente pela Igreja Católica Romana, ela é venerada em várias tradições cristãs, incluindo a Ortodoxa, onde é considerada uma santa. Sua história é um testemunho de fé e coragem, inspirando muitos a seguir um caminho de retidão e compaixão.

Legado

O legado de Santa Cláudia Prócula transcende as eras. Ela é um exemplo de como a fé e a convicção podem emergir mesmo nas circunstâncias mais desafiadoras. Sua história nos ensina sobre a importância de ouvir e agir de acordo com nossa consciência, mesmo quando enfrentamos oposição ou indiferença.

Em resumo, Santa Cláudia Prócula é uma figura emblemática que representa a fé, a esperança e a compaixão. Sua história continua a inspirar e a tocar os corações de muitos ao redor do mundo, tornando-a uma personagem querida na história do cristianismo.

Os Milagres Atribuídos a Santa Cláudia Prócula

Santa Cláudia Prócula, conhecida por sua fé inabalável e sua conexão divina, é venerada por muitos por seus milagres e intervenções celestiais. Embora os registros históricos sejam escassos, as tradições e as narrativas populares nos contam sobre os extraordinários atos de fé atribuídos a ela.

Intervenções Divinas e Cura

Um dos milagres mais mencionados relacionados a Santa Cláudia Prócula é sua capacidade de interceder por aqueles que buscam cura. Muitos fiéis relatam terem sido curados de enfermidades e males físicos após orarem pedindo sua intercessão. Essas histórias de cura variam desde doenças menores até condições consideradas incuráveis pela medicina da época.

Visões e Mensagens

Outro aspecto milagroso frequentemente associado a Santa Cláudia é sua habilidade de comunicar-se através de visões e sonhos. Diz-se que ela apareceu para várias pessoas em momentos de grande necessidade, oferecendo conforto, orientação e mensagens de esperança. Essas experiências místicas fortaleceram a fé de muitos e são vistas como testemunhos da sua santidade e proximidade com o divino.

Proteção e Auxílio

  • Proteção aos Viajantes: Muitos relatos sugerem que Santa Cláudia Prócula oferece sua proteção aos viajantes, especialmente aqueles que se encontram em jornadas perigosas ou peregrinações. Histórias de intervenções milagrosas em momentos de perigo são comuns, com muitos atribuindo sua segurança à intercessão da santa.
  • Auxílio em Tempos Difíceis: Em momentos de adversidade e desespero, muitos se voltam para Santa Cláudia Prócula em busca de consolo e ajuda. Seja em períodos de fome, guerra ou doença, há inúmeros testemunhos de auxílio e provisões milagrosas que são creditadas à sua intercessão.

Embora os detalhes específicos dos milagres atribuídos a Santa Cláudia Prócula possam variar, o denominador comum é a fé profunda e a devoção daqueles que acreditam em sua intercessão. Sua história continua a inspirar e a trazer esperança para muitos ao redor do mundo, reforçando a crença no poder da fé e na bondade divina.

A História e Lendas de Santa Cláudia Prócula

Santa Cláudia Prócula, conhecida também como Cláudia Prócula, é uma figura envolta em histórias e lendas que atravessam séculos. A sua jornada é marcada por uma profunda fé e uma conexão singular com o divino, que a destacou na história do cristianismo.

Origens e Identidade

A história de Santa Cláudia Prócula remonta ao período do Novo Testamento. Ela é mencionada brevemente na Bíblia como a esposa de Pôncio Pilatos, o governador romano da Judeia que presidiu o julgamento de Jesus Cristo. Apesar de sua menção ser breve, a tradição cristã expandiu seu legado, atribuindo-lhe uma história rica em fé e compaixão.

Visão e Intercessão

Uma das lendas mais conhecidas sobre Santa Cláudia Prócula é a de sua visão sobre Jesus. Diz-se que, na noite anterior ao julgamento de Cristo, ela teve um sonho profético que a advertiu sobre a inocência de Jesus e o sofrimento que sua condenação traria. Ela, então, teria tentado interceder junto a seu marido, Pôncio Pilatos, para que ele não se envolvesse na condenação de um “homem justo”.

Conversão e Legado

Embora os detalhes de sua vida após esses eventos sejam escassos e envoltos em mistério, a tradição sugere que Santa Cláudia Prócula se converteu ao cristianismo após a crucificação de Jesus. Sua fé e suas ações a tornaram uma figura de veneração entre os cristãos, especialmente aqueles que valorizam a coragem de se posicionar pela justiça e pela verdade.

Lendas e Cultura Popular

As lendas em torno de Santa Cláudia Prócula se entrelaçam com a cultura popular e a tradição cristã ao longo dos séculos. Ela é frequentemente retratada em obras de arte, literatura e teatro, simbolizando a intercessão divina e a importância de seguir a própria consciência, mesmo diante de grandes desafios.

  • Simbolismo: Em muitas representações, Santa Cláudia Prócula é simbolizada com elementos que remetem ao seu sonho profético e sua tentativa de interceder por Jesus, como uma cama ou um rosto angustiado.
  • Reconhecimento: Embora sua santidade não seja universalmente reconhecida em todas as denominações cristãs, sua história ressoa com muitos fiéis que a veem como um exemplo de fé e compaixão.

Em resumo, a história e as lendas de Santa Cláudia Prócula nos convidam a refletir sobre a importância da fé, da justiça e da coragem em nossas vidas. Sua figura transcende o tempo, inspirando gerações a seguir o caminho da retidão e da compaixão.

As Igrejas e Santuários Dedicados a Santa Cláudia Prócula

Santa Cláudia Prócula, conhecida por sua fé inabalável e sua história inspiradora, é venerada em diversos lugares ao redor do mundo. Embora a informação sobre igrejas e santuários especificamente dedicados a ela seja limitada, a devoção a Santa Cláudia transcende fronteiras, encontrando espaço em corações e comunidades católicas. Vamos explorar alguns dos locais onde sua memória é especialmente honrada.

Capelas e Espaços de Oração

Em algumas comunidades católicas, encontram-se capelas e espaços de oração onde fiéis se reúnem para prestar homenagem a Santa Cláudia Prócula. Esses locais, embora modestos, são repletos de fé e devoção, oferecendo um ambiente tranquilo para orações e reflexão sobre a vida e virtudes de Santa Cláudia.

Eventos e Celebrações Especiais

Não raro, igrejas ao redor do mundo dedicam missas e eventos especiais à memória de Santa Cláudia Prócula. Nessas ocasiões, a comunidade se une para celebrar sua fé e aprender mais sobre a vida dessa santa inspiradora. Esses eventos são momentos de união e fortalecimento da fé entre os devotos.

Arte Sacra e Ícones

Embora igrejas e santuários dedicados especificamente a Santa Cláudia Prócula sejam raros, sua imagem e história são frequentemente representadas em arte sacra. Ícones, pinturas e esculturas que retratam Santa Cláudia podem ser encontrados em diversos locais de culto, servindo como inspiração para os fiéis e como uma forma de manter viva sua memória.

Devoção Virtual

Com o avanço da tecnologia, a devoção a Santa Cláudia Prócula também encontrou um espaço no mundo virtual. Websites, fóruns e grupos de redes sociais dedicados a ela permitem que devotos de diferentes partes do mundo compartilhem experiências, orações e aprendizados sobre a santa. Essa comunidade virtual se torna um santuário digital, onde a fé é compartilhada e celebrada.

Embora os locais físicos dedicados exclusivamente a Santa Cláudia Prócula sejam poucos, sua presença é sentida em muitos corações e comunidades ao redor do mundo. A fé dos devotos transforma qualquer espaço em um local de veneração e admiração por sua história e virtudes.

A Celebração e Festa de Santa Cláudia Prócula

A celebração de Santa Cláudia Prócula é um momento de profunda devoção e alegria entre os fiéis. Esta festa, marcada pela fé e pelo reconhecimento da importância de Santa Cláudia na história do cristianismo, é um dia especial no calendário litúrgico de muitas comunidades ao redor do mundo.

Como é Celebrada

A festa de Santa Cláudia Prócula geralmente envolve missas especiais, orações dedicadas e, em algumas regiões, procissões que percorrem as ruas, levando a imagem ou relíquias da santa. É um momento para os devotos refletirem sobre as virtudes de Santa Cláudia, como sua fé inabalável e sua capacidade de interceder junto a Deus.

Tradições e Costumes

Em várias partes do mundo, os devotos de Santa Cláudia Prócula adotam tradições especiais para celebrar sua festa. Algumas comunidades preparam refeições compartilhadas, enquanto outras se engajam em atos de caridade, honrando o espírito de compaixão e generosidade que Santa Cláudia representa. É comum também a realização de novenas e vigílias, onde os fiéis se reúnem para rezar e pedir a intercessão da santa em suas vidas.

A Importância da Celebração

  • Renovação da Fé: A festa de Santa Cláudia Prócula serve como um lembrete da força da fé e da necessidade de viver de acordo com os ensinamentos cristãos.
  • Comunidade e União: É uma oportunidade para a comunidade cristã se reunir, fortalecer laços e compartilhar momentos de devoção.
  • Inspiração para a Vida: A história e os atos de Santa Cláudia Prócula inspiram os fiéis a buscar uma vida de retidão, compaixão e dedicação a Deus.

Assim, a celebração da festa de Santa Cláudia Prócula é mais do que uma simples lembrança de uma figura histórica; é uma vivência da fé cristã que convida a reflexão, a oração e a ação, inspirando os devotos a seguir o exemplo de vida desta santa tão especial.

Como Santa Cláudia Prócula Influenciou o Cristianismo

Santa Cláudia Prócula, também conhecida como a esposa de Pôncio Pilatos, é uma figura que, apesar de brevemente mencionada nos Evangelhos, deixou uma marca indelével no Cristianismo. Sua influência pode não ser amplamente reconhecida nas escrituras, mas as tradições e relatos posteriores realçam seu papel significativo.

A Ponte Entre Culturas

Santa Cláudia Prócula é vista como uma ponte entre o paganismo e o Cristianismo. Sua origem pagã e sua subsequente conversão ao Cristianismo, segundo relatos tradicionais, demonstram uma transição de fé que inspirou muitos durante os primeiros séculos do Cristianismo. Sua história é um testemunho de como o amor e a fé podem transcender as barreiras culturais e religiosas.

Influência Através de Sonhos

Um aspecto único da influência de Santa Cláudia Prócula no Cristianismo é a sua comunicação divina através de sonhos. O relato bíblico de seu sonho sobre Jesus, que a levou a advertir seu marido, Pôncio Pilatos, para não ter nada a ver com a condenação de Jesus, é um exemplo poderoso de como Deus pode usar qualquer pessoa para Seus propósitos. Este evento sublinha a importância dos sonhos e visões na fé cristã e como Deus pode se revelar de maneiras inesperadas.

Exemplo de Fé e Coragem

A história de Santa Cláudia Prócula serve como um exemplo de fé e coragem. Em um tempo em que seguir Jesus era associado a grande risco, sua disposição de escutar e agir de acordo com sua consciência, mesmo frente à autoridade de seu marido, o governador romano, é um testemunho poderoso. Ela nos ensina a importância de seguir nossa fé, mesmo quando enfrentamos oposição ou incompreensão.

A Inspiração para a Devoção

Por fim, Santa Cláudia Prócula inspirou gerações de cristãos a viverem uma vida de devoção e fé. Sua lembrança nos encoraja a buscar uma relação pessoal com Deus e a estar atentos às maneiras pelas quais Ele se comunica conosco. A veneração de Santa Cláudia Prócula em várias tradições cristãs é um testemunho de seu impacto duradouro no coração dos fiéis.

Em resumo, a influência de Santa Cláudia Prócula no Cristianismo transcende sua menção breve nas escrituras. Sua história é um lembrete da presença feminina forte e inspiradora nos primórdios da Igreja e de como a fé pode transformar vidas e culturas.

Orações e Devoções a Santa Cláudia Prócula

Oração para Pedir Proteção

Ó Santa Cláudia Prócula, guia dos corações sinceros, venho até ti em busca de proteção e orientação. Em momentos de incerteza, tua fé inabalável e tua coragem são faróis que iluminam meu caminho. Concede-me, por tua intercessão, a graça de viver em paz e harmonia, afastando de mim todo mal e perigo. Amém.

Oração para Encontrar Paz Interior

Querida Santa Cláudia Prócula, em tua serenidade encontro inspiração. Peço-te que intercedas por mim junto ao Pai, para que eu possa encontrar a paz interior que tanto busco. Que eu aprenda, com teu exemplo, a enfrentar as adversidades com calma e confiança, sabendo que Deus está sempre ao meu lado. Amém.

Devoções Especiais

Além das orações, existem práticas devocionais especiais dedicadas a Santa Cláudia Prócula, que ajudam a fortalecer nossa fé e conexão com esta santa tão inspiradora.

  • Novena a Santa Cláudia Prócula: Uma prática devocional que consiste em rezar durante nove dias consecutivos, pedindo a intercessão de Santa Cláudia para uma causa particular. É um momento de reflexão e busca por graças.
  • Jejum e Penitência: Seguir os passos de Santa Cláudia em jejum e penitência, especialmente em datas que lhe são dedicadas, como forma de purificação e aproximação com o divino.
  • Leitura Meditativa: Dedicar um momento do dia para a leitura meditativa de textos sagrados ou escritos sobre a vida e virtudes de Santa Cláudia Prócula, buscando assimilação de seus valores em nossa vida.

Que Santa Cláudia Prócula nos inspire a viver com fé, coragem e amor, seguindo sempre o caminho do bem e da verdade. Que sua intercessão nos fortaleça e nos guie em todos os momentos de nossa vida. Amém.

Fonte: https://guiadossantos.com.br/

Angelus: caridade é olhar o próximo como fez Jesus, esmola não é beneficência

Angelus - 27/10/2024 - Papa Francisco (Vatican News)

"Quando você dá a esmola, olha nos olhos do mendigo? Toca a mão dele para sentir sua carne?", questionou o Papa na alocução que precedeu a oração do Angelus, após a missa conclusiva do Sínodo dos Bispos. O Santo Padre refletiu sobre a cura do cego Bartimeu e os elementos essenciais do encontro com Jesus: o grito, a fé e o caminho.

https://youtu.be/z96Ibi0eRUU

Thulio Fonseca - Vatican News

Neste domingo (27/10), após a missa de encerramento do Sínodo dos Bispos na Basílica de São Pedro, o Papa Francisco se dirigiu à janela do Palácio Apostólico para o Angelus. Na alocução que precedeu a tradicional oração mariana, dirigida aos fiéis reunidos na Praça São Pedro, o Pontífice refletiu novamente sobre o Evangelho do dia (Mc 10,46-52), que relata o encontro de Jesus com Bartimeu, um cego que, ignorado pela multidão, é acolhido por Cristo. Francisco destacou os três aspectos fundamentais desse encontro: o grito do cego, sua fé e o novo caminho que o leva a seguir Jesus.

O olhar compassivo do Senhor

O Santo Padre iniciou destacando o grito de Bartimeu, aquele mendigo à margem da multidão, que ao clamar a Jesus, afirma sua existência: "Eu existo, olhe para mim." Segundo o Papa, este grito não é somente um pedido de ajuda, mas um clamor de identidade, uma afirmação de sua dignidade e necessidade de ser visto e acolhido. "Sim, Jesus vê e ouve o cego mendigo, com os ouvidos do corpo e do coração," explicou Francisco, ao ressaltar o olhar compassivo do Senhor.

O segundo aspecto abordado foi a fé. Ao confiar em Jesus, Bartimeu encontra a cura: "Vai, a tua fé te salvou." O Papa sublinhou que o Senhor observa como Bartimeu olha para Ele e convidou todos a refletir: "Como eu olho para um mendigo? Eu o ignoro? Eu o olho como Jesus? Sou capaz de entender suas perguntas, seu grito de ajuda? Quando você dá a esmola, olha nos olhos do mendigo? Toca a mão dele para sentir sua carne?"

No próximo devemos ver Jesus

Por fim, o terceiro aspecto do encontro é o caminho. Segundo o Pontífice, "cada um de nós também é como Bartimeu, cego por dentro, que segue Jesus assim que nos aproximamos d'Ele", e completou: "Quando você se aproxima de um pobre e se faz sentir próximo, é Jesus que se aproxima de você na pessoa daquele pobre. Por favor, não façamos confusão: a esmola não é beneficência. Aquele que recebe mais graça através da esmola é quem a dá, porque se faz olhar pelos olhos do Senhor."

"Rezemos juntos a Maria, a aurora da salvação, para que guarde nosso caminho na luz de Cristo", concluiu o Papa Francisco.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

A vigilância missionária nos dias atuais

A Igreja é missão (diocesesaocarlos)

A VIGILÂNCIA MISSIONÁRIA NOS DIAS ATUAIS 

Dom Jailton Oliveira Lino
Bispo de Teixeira de Freitas/Caravelas (BA)

Neste mês missionário, somos convidados a refletir sobre a nossa responsabilidade enquanto povo de Deus, guiados pelas palavras de Jesus no Evangelho de Lucas (12, 39-48). A advertência do Senhor para que estejamos sempre preparados, pois “o Filho do Homem vai chegar na hora em que menos o esperardes”, é um chamado direto à nossa condição de discípulos missionários, especialmente nos dias de hoje, marcados por tantas incertezas e desafios. 

A imagem que Jesus utiliza – a do dono da casa que deve estar atento ao ladrão – nos leva a refletir sobre a importância da vigilância e da prontidão. Esta prontidão, porém, não é apenas individual; é uma missão coletiva, comunitária, que nos insere na responsabilidade mútua de cuidar uns dos outros, de zelar pela criação e pela justiça. Vivemos tempos em que a negligência e o descuido podem nos afastar do chamado missionário. Muitas vezes, como o empregado da parábola, podemos ser tentados a pensar: “Meu patrão está demorando”, e cair na armadilha de adiar a nossa responsabilidade para com os mais necessitados. 

O mês de outubro, em especial, nos faz lembrar que a missão da Igreja é constante, e não pode ser adiada ou negligenciada. Ser missionário hoje significa, antes de tudo, viver com coerência e compromisso a fé que professamos. No mundo atual, repleto de desigualdades sociais, crises ambientais e desafios éticos, a vigilância de que fala Jesus se traduz em uma atitude de serviço e de atenção ao próximo. Somos chamados a ser administradores fiéis e prudentes da graça de Deus e daquilo que nos foi confiado. É uma missão que exige de nós não apenas palavras, mas ações concretas de justiça, amor e solidariedade. 

A responsabilidade missionária é tanto maior quanto mais dons nos foram dados. O próprio Evangelho nos lembra que “a quem muito foi dado, muito será pedido”. E hoje, nós, enquanto Igreja, somos convocados a ser sinal vivo do Evangelho de Cristo em um mundo que precisa desesperadamente de luz e esperança. Não podemos nos acomodar ou nos fechar em nós mesmos, mas precisamos sair ao encontro, como discípulos missionários, levando a boa nova do Reino a todos os que mais necessitam. 

O mês missionário é, portanto, um tempo de renovação. Um tempo para avaliarmos nossa caminhada e nos perguntarmos: temos vivido com a prontidão que Cristo nos pede? Temos sido fiéis à missão que nos foi confiada, de anunciar o Evangelho e de cuidar dos que mais sofrem? A missão, meus irmãos e irmãs, é agora. E o Senhor nos chama a estarmos prontos, vigilantes, com o coração aberto à Sua vontade, porque “feliz o empregado que o patrão, ao chegar, encontrar agindo assim”. 

Que Maria, a primeira missionária, nos inspire e nos conduza nesta missão de sermos luz para o mundo. Que este mês missionário nos renove na fé, na esperança e no compromisso de construirmos, juntos, um mundo mais justo e fraterno, à luz do Evangelho. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

O Documento Final do Sínodo tem valor de Magistério

Sínodo dos Bispos - XVII Congregação Geral (Vatican Media)

Na coletiva de imprensa que ilustrou alguns pontos do texto produzido pela Assembleia Geral no Vaticano, o convite a mudar a linguagem e perspectiva: não se fala mais de Igreja universal, como uma multinacional com várias filiais, como se fosse um centro comercial com várias ramificações periféricas. Existe uma "comunhão de Igrejas" que integra cada vez mais leigos e mulheres. A questão do diaconato feminino permanece em aberto.

Antonella Palermo – Vatican News

Valor magistral do Documento Final, relação como estilo com o qual as Igrejas criam comunidade, modo de proceder dos "grupos de estudo" sobre aspectos individuais surgidos durante os trabalhos que o Papa deseja que sejam submetidos a um maior discernimento, contribuição dos leigos e das mulheres na construção de uma Igreja cada vez mais participativa e menos hierárquica. Estes são os temas sobre os quais os jornalistas presentes na Sala de Imprensa da Santa Sé solicitaram esclarecimentos, esta noite, na coletiva de imprensa de conclusão dos trabalhos da Segunda Sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos. Junto com o prefeito Paolo Ruffini, presidente da Comissão de Informação, e Christiane Murray, vice-diretora da Sala de Imprensa da Santa Sé, estiveram presentes o cardeal Mario Grech, secretário-geral da Secretaria Geral do Sínodo, o cardeal Jean-Claude Hollerich S.I., relator geral, irmã Maria de los Dolores Palencia Gómez, C.S.J., presidente delegado, e os dois secretários especiais, padre Giacomo Costa, S.I. e mons. Riccardo Battocchio.

O Documento Final tem valor de Magistério

Como deverá ser interpretada a escolha do Papa de não publicar uma exortação pós-sinodal para o futuro dos documentos papais? É a primeira pergunta para esclarecer dúvidas sobre o caráter magisterial do Documento Final. O teólogo Battocchio responde que o que o Pontífice declarou estar em conformidade com a constituição Episcopalis communio que diz que, se aprovado expressamente pelo Romano Pontífice, o documento participa do seu magistério, não com valor normativo, mas dando diretrizes.

"Há um documento que não está escrito e é a experiência", acrescentou o cardeal Grech, "uma experiência que, no último ano, foi maravilhosa. O primeiro fruto é o método sinodal que, ao mesmo tempo, é a chave para podermos tratar de outras questões". Hollerich lembra que, no ano passado, havia grupos majoritários e minoritários reciprocamente suspeitosos na assembleia. Com o crescimento do método, essa atitude mudou: "Algumas opiniões continuam diferentes, isso é inevitável, mas este ano realmente vivemos a sinodalidade. Ninguém ficou triste. Agora precisamos nos tornar embaixadores desse fruto. De fato, não nos reunimos apenas para analisar as estruturas da Igreja ou para travar uma batalha entre facções”.

A Igreja não é uma multinacional

No Documento Final, foi apontado que há uma tendência de não mais falar de uma Igreja universal, entendendo-a como uma multinacional com várias filiais, ou como um centro comercial com várias ramificações periféricas. É necessária uma nova linguagem: há, de fato, uma comunhão de Igrejas, testemunhando que é possível estar unidos na doutrina, como membros de um único corpo em Cristo. Portanto, as igrejas locais não são "níveis", mas simplesmente "diferentes maneiras de viver as relações". Tanto é assim que, ressalta Battocchio, quando o Papa diz que o Documento "não é normativo", não significa que não compromete as Igrejas, mas indica uma direção a ser tomada por todos juntos na pluralidade que caracteriza a Igreja de Cristo desde o início. "Não se trata, portanto, de leis vindas de uma instância central para serem adaptadas nas periferias, mas de responder a um chamado à conversão (não apenas moral), ou seja, um chamado a viver as relações eclesiais de modo diferente".

Arraigados e peregrinos

"Há pontos que podem servir como fermento para fazer crescer essa realidade missionária que é a Igreja”, continuou Battocchio ao ilustrar o Documento Final. "Arraigados e peregrinos" " é a perspectiva com a qual a Igreja quer responder e dar testemunho num mundo globalizado", afirmou Costa em resposta a uma pergunta sobre como conciliar as instâncias das Igrejas Orientais, especialmente no que diz respeito às liturgias, e as da Igreja Latina, levando em conta as migrações muitas vezes forçadas que correm o risco de perder tradições, ritos e peculiaridades religiosas e culturais: "O arraigamento é essencial", disse o secretário especial jesuíta, "mas não podemos vivê-lo com muros, entrincheirados em nossas próprias posições". E acrescenta que um dos aspectos mais belos da assembleia foi justamente redescobrir o patrimônio das Igrejas Orientais, uma grande riqueza. Assim como, por exemplo, o contato com mais de trinta nacionalidades diferentes que Ir. Maria, no México, vive no seu trabalho pastoral ordinário, é uma grande riqueza.

Costa chamou a atenção para um ponto essencial: a Igreja Latina e a Igreja Católica não são a mesma coisa. Não coincidem, precisamente porque há uma riqueza a ser compreendida na maneira diferenciada em que a fé é encarnada. Portanto, isso deve ser preservado, mas não de forma rígida, e sim buscando maneiras de "como nos transformar". "Devemos nos tornar uma espécie de centro no qual pessoas tão diferentes possam se reconhecer como irmãos e irmãs, filhos de um único Pai".

Leigos e ministros ordenados, figuras integradas

Em torno do número 76 do Documento Final foi especificado que "não se trata de contrastar o que o ministro ordenado pode fazer e o que o leigo pode fazer". São serviços diferenciados que podem ser vividos de forma integrada e dinâmica, os leigos não devem ser considerados "substitutos". "E isto deve certamente aplicar-se nas áreas remotas do mundo, mas também na Europa cada vez mais secularizada onde", afirma Hollerich, "podemos pensar em dar espaço a mais figuras", dado que a Igreja é entendida não numa visão piramidal, mas comunitária. Na liturgia, este tema é um dos que ainda devem ser avaliados, "não há nenhum plano de substituir sacerdotes por leigos, insiste-se. Claro, onde for apropriado e contribua para uma maior adesão à experiência particular do território, "pode haver uma liturgia mais participativa". Hollerich diz, por exemplo, que celebra frequentemente na sua diocese, onde há muitos portugueses, nesta língua, por vezes até usando o missal brasileiro que prevê um envolvimento mais amplo. Aliás, a importância da Eucaristia dominical emergiu muito durante os trabalhos sinodais, como "um lugar onde se aprende e também se pode compreender simbolicamente o que significa construir comunidades que vivam autenticamente o Evangelho".

Diaconato feminino, uma questão em aberto

"A lógica atual prevê uma variedade de figuras que participam da formação de ministros ordenados", explica mons. Battocchio sobre a contribuição feminina nos seminários e como ela pode evoluir. "Isso terá que ser visto nos vários contextos. Há muitos seminários onde a participação de famílias, homens e mulheres que não são membros do clero é ativa." Por sua vez, o cardeal de Luxemburgo diz: "Não quero privar os seminaristas da contribuição que as mulheres podem dar". Aqui, o cardeal Grech conta que recentemente visitou um lugar na Europa onde havia um casal ajudando nessa área: "Já é uma experiência, não uma descoberta da assembleia sinodal. Mesmo na América Latina, esses dons, carismas e ministérios que a assembleia aprecia já estão em vigor".

A questão do diaconato feminino é uma questão que pode permanecer em aberto? Essa é a outra pergunta que provocou os relatores. Hollerich afirma que "é uma questão muito delicada". E ressalta que o Papa não disse nem que as mulheres serão ordenadas, nem que não serão. "Ele disse que isso continua sendo uma questão em aberto".

O destino dos Grupos de Estudo

Os dez "Grupos de Estudo" concluirão seu trabalho em junho. Sobre o destino de seu trabalho, Costa não acredita que haverá um retorno a essa assembleia, mas um encaminhamento às Conferências episcopais de todas as Igrejas que eles representam: afinal, o Papa disse que quer continuar a ouvi-las, não para encobrir as decisões, mas para dar mais tempo para o discernimento.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF