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sábado, 9 de novembro de 2024

O segredo para ter um lar feliz, segundo Chesterton

Zoteva | Obturador

Karen Hutch - postado em 07/11/24

A casa é o refúgio mais importante para cada família, por isso vamos ensinar-lhe como tornar a sua casa feliz com a ajuda do conhecido filósofo Chesterton.

A casa, sua estrutura e decoração não fazem o lar, mas sim quem nela mora. A família é quem transmite e mantém o calor para fazer de um lugar um espaço seguro e melhor do mundo, criando um clima caseiro que satisfaz. 

GK Chesterton dedicou vários de seus escritos a falar sobre família, amor, trabalho e lar. Em uma de suas anedotas ele compartilhou que não há lugar melhor no mundo do que o lar, acrescentando este ponto muito atual:

“De todas as ideias modernas geradas pela riqueza, a pior de todas é a ideia de que a vida doméstica é monótona e pacífica.”

Nisto ele nos conta como a era moderna nos fez acreditar que a casa é chata e não vale a pena, pois pode ser cansativo fazer um esforço e até monótono, então essa ideia moderna faz com que as casas sejam destruídas, buscando soluções mais fáceis e formas mais estimulantes fora da família e de casa. 

Casa é um lugar seguro

PeopleImages.com - Yuri A

O diabo se encarregou de destruir o que há de mais valioso, que é a família. Astuciosamente, ele tenta desmoronar casas e depois destruí-las completamente; Por isso devemos fortalecer o nosso lar com a ajuda de Deus, restabelecendo a paz e fortalecendo os laços familiares, cada um assumindo a sua posição. 

Chesterton acrescenta que o lar “é um paradoxo, pois é maior por dentro do que por fora. E a tarefa nele realizada é nada menos que a formação dos corpos e das almas da humanidade”.

Não há nada melhor do que o lar para nos nutrir, confortar e formar a nossa própria identidade, sem cair nas armadilhas do mundo que no final das contas nos transformam em escravos. Aqui estão os segredos para tornar sua casa um lar feliz.

1 - Ouça e veja para seus filhos

A Chesterton se propõe a estar presente no desenvolvimento e no cuidado das crianças, pois atualmente muitas crianças e jovens crescem sozinhos e sem um guia que lhes indique o caminho certo. 

2 - Equilíbrio entre trabalho e família

Todos os esforços no trabalho e no que fazemos fora de casa devem ser direcionados para o bem da família, por isso é importante estabelecer um equilíbrio, dar maior atenção ao que realmente importa. 

3 - Supere o ódio com amor

O lar deve ser visto como um lugar especial onde devemos evitar gritos, repreensões e raiva de toda a família, desta forma estaremos evitando que o maligno cause feridas na família. Tenha cuidado ao falar com seus irmãos, pais e filhos.

4 - Oração familiar

Foto Pixel | Obturador

“Família que reza unida permanece unida”. Se quisermos manter a unidade familiar, é importante combinarmos um momento de oração juntos, para que possam fortalecer a alma de cada membro e enfrentar as tribulações. 

5 - Ajuda comum

Cuidar e colocar-se a serviço do próximo significa cuidar de cada membro da família, o que significa que todos podem ajudar a partir de sua posição e papel familiar. Isso manterá a casa em ordem.

6 - Façam atividades juntos

O tempo de qualidade em família é de extrema importância, desde reunir-se para conversar, jogar um jogo de tabuleiro, fazer uma noite de cinema ou fazer um piquenique no parque, entre muitas outras atividades que irão aproximar vocês.

Fonte: https://es.aleteia.org/2024/11/07/el-secreto-para-tener-un-hogar-feliz-segun-chesterton

O exame de consciência diário (2)

Foto: Pixabay

O exame de consciência diário

São Josemaria recomendava fazer um breve exame de consciência no final de cada dia, para crescer sempre no amor a Deus e evitar tudo o que possa constituir um obstáculo a esse amor.

07/09/2021

2. Conhecimento de Deus e conhecimento próprio

O exame de consciência foi tradicionalmente considerado como meio de conhecimento próprio, e este, por sua vez, como caminho necessário para a união com Deus (Delchard, 1961, cols. 1831 – 1838). São Josemaria também o indica, quando afirma que “o conhecimento próprio leva-nos como que pela mão à humildade” (Caminho 609). E, com ela, à confiança e ao amor de Deus em reconhecimento de sua Bondade infinita: “Não esqueças que és...a lata do lixo. – Por isso, se porventura o Jardineiro divino lança mão de ti, e te esfrega e te limpa...e te enche de magníficas flores... nem o aroma e nem a cor que embelezam a tua fealdade devem envaidecer-te” (Caminho 592).

É, no entanto, notável que São Josemaria anteponha o conhecimento de Deus ao conhecimento de si próprio: “Invoca o Espírito Santo no exame de consciência, para conheceres mais a Deus, para te conheceres a ti mesmo, e assim poderes converter-te em cada dia” (Forja, 326; cfr. É Cristo que Passa 58, 164; Sulco 177; Forja, 184).

Não se trata de uma novidade, mas de um modo de propor a finalidade do exame de consciência que leva a destacar a primazia do Amor de Deus por nós (cfr. 1 Jo 4, 19). Para viver vida sobrenatural, é necessário conhecer a própria realidade do ser cristão: tanto a própria humanidade, com a sua limitação e a sua miséria, como – e de modo mais fundamental – a participação na vida divina que recebemos com a graça: “Saber que saímos das mãos de Deus, que somos objeto da predileção da Trindade Beatíssima, que somos filhos de tão grande Pai. Eu peço ao meu Senhor que nos decidamos a tomar consciência disso, a saboreá-lo dia a dia” (Amigos de Deus, 26).

O cristão deve olhar para si mesmo no exame de consciência à luz destas verdades; se não, alcançará uma visão parcial e com frequência pouco positiva de si mesmo e da sua atuação, em contraste com a realidade querida por Deus: “Lança para longe de ti essa desesperança que te produz o conhecimento de tua miséria. – É verdade: por teu prestígio econômico, és um zero..., por teu prestígio social outro zero..., e outro por tuas virtudes, e outro por teu talento... Mas, à esquerda dessas negações está Cristo... E que cifra incomensurável não resulta!” (Caminho 473). Daí o conselho de São Josemaria “Medite cada um o que Deus fez por ele e no modo como correspondeu” (Amigos de Deus, 312). Tendo presentes as graças recebidas por Deus – a vida, a filiação divina, a redenção – nesse colóquio de amor com Deus que deve ser o exame, a alma fica sem nada escondido, com dor de amor pelas culpas, agradecida pelos dons recebidos, esperançada pela ajuda divina, e se enche de desejos de corresponder melhor, daí para a frente (cfr. Amigos de Deus, 215).

3. Exame geral e exame particular

São Josemaria conhece e torna própria – como já dissemos – a distinção entre exame geral e exame particular, distinção clássica e bem conhecida na ascética católica (cfr. Liuima – Derville, 1961, cols. 1838-1849). Com uma comparação que remete à consideração da vida cristã como luta – “guerra de paz”, “contenda de amor”, “combate espiritual”, “torneio de amor” (cfr. É Cristo que Passa 73-77) – apresenta expressivamente a natureza e a finalidade de ambos os modos do exame de consciência: “O exame geral assemelha-se à defesa. – O particular ao ataque. – O primeiro é a armadura. O segundo, espada toledana” (Caminho, 238).

O exame geral, comparado à armadura que protege e defende quem a usa, tem como objeto o combate diário em seu conjunto. Seu exercício oferece ao cristão a possibilidade de lutar com continuidade, sem baixar a guarda nem abandonar a batalha, de “começar e recomeçar” (Forja, 384; cfr. Caminho 292), de modo que a vida espiritual seja ativa e forte e, por isso, fique protegida das ciladas do inimigo: “Esse modo sobrenatural de proceder é uma verdadeira tática militar. – Sustentas a guerra – as lutas diárias da tua vida interior – em posições que colocas longe dos redutos da tua fortaleza. E o inimigo acode aí: à tua pequena mortificação, à tua oração habitual, ao teu trabalho metódico, ao teu plano de vida; e é difícil que chegue a aproximar-se dos torreões, fracos para o assalto, do teu castelo. E, se chega, chega sem eficácia” (Caminho, 307).

O exame particular se centraliza em um ponto concreto em que se quer melhorar: “Com o exame particular tens de procurar diretamente adquirir uma virtude determinada ou arrancar o defeito que te domina” (Caminho 241). É a “arma de combate” (Caminho 240), que mantém vivo o espírito de luta ao longo da jornada, concentrando as forças em uma frente concreta. Não se trata, porém, de qualquer frente de batalha, mas sim que o objeto do exame particular seja bem definido para a situação da alma hoje e agora. O cristão deve pedir ajuda a Deus e na direção espiritual para determinar o que é mais conveniente para a sua alma: “Pede luz. Insiste. – Até dares com a raiz, para lhe aplicares essa arma de combate que é o exame particular” (Caminho 240). E depois, uma vez fixado o ponto, determinar também os meios para conseguir esse objetivo: assim poderá “ir diretamente” adquirir a virtude ou arrancar o defeito.

São Josemaria acentua o aspecto positivo da luta ascética, apresentando como objetivo ou finalidade, em primeiro lugar, “adquirir uma virtude determinada” (Caminho 241). Mesmo quando às vezes se aspire a “arrancar um defeito”, será, normalmente, mais atraente e eficaz dirigir a atenção não a esse defeito e sim à virtude contrária a ele e esforçar-se por adquiri-la. “O movimento da alma para o bem – escrevia São Tomás de Aquino – é mais forte que o destinado a afastar-se do mal” (S.Th., 1-2, q. 29, a. 3) e São Josemaria em seu ensinamento sobre o exame está de acordo com essa observação antropológica.

Bibliografia: *CECH - “Camino. Edición crítico-histórica”, pp. 423-431; Agostino Cappelletti, “Examem de consciência”, em Ermanno Ancilli (dir. ), Diccionario de Espiritualidad, II, Barcelona, Herder, 1983, pp 68-73; Antoine Delchard et al. , “Examem de conscience”, em DSp, IV, 1961, cols. 1789-1838; Francisco Fernández Carvajal, Hablar con Dios. Meditaciones para cada día del año, Madri, Palabra, 2004; Antanas Liuima – André Derville, “Examem particulier”, em DSp, IV, 1961, cols. 1839-1849.

Juan Ramón AREITIO

“Exame de Consciência”, do Diccionario de San Josemaria Escrivá de Balaguer

Fonte: https://opusdei.org/pt-br/article/o-exame-de-consciencia-diario/

A mediação universal de Maria

A Mediação de Maria (oespiritosanto)

A MEDIAÇÃO UNIVERSAL DE MARIA

Dom Leomar Antônio Brustolin
Arcebispo de Santa Maria (RS)

A Igreja aprovou, sob o pontificado de Bento XV, em 21 de janeiro de 1921, o Ofício e a Missa própria de Maria Medianeira de Todas as Graças. Desde então, cresceu entre os fiéis a devoção à Nossa Senhora Medianeira.  

Todos sabemos, pela Sagrada Escritura, que somente Cristo é o perfeito Mediador entre Deus e a humanidade, mas, segundo Santo Tomás de Aquino, nada impede que existam entre Deus e os homens, abaixo de Cristo, mediadores secundários que cooperam para essa união em modo ministerial, isto é, favorecendo aos homens receber a influência do mediador principal ou transmitindo-a sempre na dependência dos méritos de Cristo. 

Nesse sentido, de forma subordinada e dependente de Cristo, Maria é Medianeira Universal para a obtenção e a distribuição de todas as graças em geral e também particulares. Ela permanece, de fato, como criatura, sempre inferior a Deus e a Cristo, mas está elevada acima de todos os homens pela graça da maternidade divina. Se trata, portanto, de uma mediação subordinada e não coordenada àquela do Salvador, da qual depende inteiramente. Se trata de uma mediação não necessária, porque a de Jesus não depende de nenhum complemento, mas foi querida pela Divina Providência, como um reflexo da Mediação do Salvador, e entre todos os reflexos, o mais excelente. Enfim, trata-se de uma mediação perpétua que se estende a todos os seres humanos e todas as graças. 

Desde o século IV, e sobretudo no V século, os Santos Padres afirmam com veemência que Maria intercede por nós, que todos os benefícios e auxílios para a salvação nos chegam por meio dela e por sua intervenção e sua especial proteção. A partir dessa época, ela é chamada Medianeira entre Deus e os homens, ou entre Cristo e nós. Santo André de Creta chama Maria Medianeira da Graça, dispensadora e causa da vida. São Germano de Constantinopla diz que ninguém é resgatado sem a cooperação da Mãe de Deus.  

São João Damasceno confere a Maria o título de Medianeira e sustenta que dela recebemos todos os bens que recebemos de Jesus Cristo. Maria merece o nome de Medianeira Universal subordinada ao Salvador porque apresenta as orações dos seus filhos a Deus e obtém para eles os benefícios do seu Filho. Assim como o fruto de uma árvore é, de modos diversos, inteiramente de Deus autor da natureza, e inteiramente da árvore e do ramo que o produz, não há uma parte do fruto da árvore e outra do ramo. Assim Maria e Deus interagem entre si para a realização da Redenção. 

A mediação de Maria supera àquela dos santos, porque somente ela nos deu o Salvador, somente ela esteve unida de coração de Mãe ao sacrifício da cruz, somente ela é a medianeira universal para toda a humanidade. 

A cooperação de Maria na obra da salvação é evidente, porque ela foi a Mãe do Salvador. Sua fecundidade foi plenamente humana, ao mesmo tempo carnal e espiritual. A sua maternidade foi plenamente ativa desde a manjedoura até a cruz. E esta maternidade ela exerceu como um serviço: “eis a serva do Senhor” (Lc 1,38). Esse serviço é como um múnus, um verdadeiro ministério. Maria se colocou a serviço da redenção humana. Na ordem da graça, cooperar é sempre responder. Maria foi a primeira redimida, a primeira que foi salva, e junto aos que serão salvos é convidada a cooperar na obra da salvação. O ato redentor realizado pelo Verbo feito carne é evidentemente obra de um só: Cristo. Maria não compartilha em nada a obra da redenção, que somente Cristo pode realizar. Jesus é a fonte da graça, Maria a acolhe. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Santo Orestes

Santo Orestes (A12)
09 de novembro
Localização: Turquia (Capadócia)
Santo Orestes

Existe uma narração milenar vinda da Capadócia (Turquia) que apresenta Orestes como um médico, provavelmente martirizado na última perseguição do Império Romano aos cristãos, no século IV. Foi denunciado como cristão e pregador da nova fé, e acusado de incitar o povo contra a idolatria.

Sem dúvida um médico tem grande influência sobre os seus doentes, em situação de fragilidade, insegurança e aflição, carentes de auxílio material e, também, de apoio emocional e espiritual; não à toa o Médico dos Médicos é Jesus, o único que pode nos curar de todos os males, tanto do corpo quanto do espírito; e também não é mera coincidência o dito que proclama ser a vocação médica um “sacerdócio”.

Orestes não negou as acusações, preferindo corajosamente permanecer com o seu divino Médico e Salvador a negar o próprio remédio da sua vida eterna. Durante o julgamento público, clamou que o céu lhe concedesse um prodígio capaz de cair sobre o povo, que queria trair a verdade do Cristianismo.

Foi imediatamente atendido, e com um sopro seu as imagens e as colunas dos templos pagãos ruíram. Por isso foi torturado com pregos e arrastado por um cavalo, até a morte. O seu corpo, desfigurado, foi atirado num rio, que o devolveu totalmente recuperado e coberto com uma magnífica túnica. Suas relíquias foram enterradas no mosteiro que levava o seu nome.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
Revisão e acréscimos: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

A cura para todas as nossas doenças, do corpo e da alma, está na fidelidade a Cristo: por Ele, venceremos as dificuldades, os sofrimentos, as tristezas, até a mesmo a morte, já que foi prometida, para os que permanecerem com Ele, a ressurreição na vida infinita e perfeita no Céu; também os condenados, os que se afastam consciente e definitivamente de Deus, terão os corpos ressuscitados, mas para sofrer infinitamente. Se mal podemos suportar as dores deste mundo, quanto mais as penas espirituais e físicas sem fim. Vale a pena dar a vida para e por Cristo, resistindo às forças contrárias e comodismos nesta vida passageira.

Oração:

Santo Orestes, amigo fiel de Cristo e defensor da fé, velai por nós, fracos e necessitados da medicina divina, para que tenhamos a coragem e firmeza de nunca ceder às tentações, enganos e pressões que, nesta nossa passagem pela vida terrestre, querem nos afastar da felicidade plena e infinda, no coração da Trindade. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

Padre Pasolini OFMCap é o novo pregador da Casa Pontifícia

Frade capuchinho sucede o cardeal Raniero Cantalamessa (Vatican Media)

Frade capuchinho, biblista e professor, envolvido na atividade acadêmica, mas também na pastoral entre os pobres, pessoas con deficiência e presos, foi nomeado por |Francisco neste sábado, 9 de novembro. Caberá a ele as pregações das catequeses do Advento e da Quaresma ao Papa e à Cúria Romana. Ele sucede ao renomado franciscano que ocupou este cargo desde 1980, servindo três Papas, e que foi criado cardeal em 2020.

Salvatore Cernuzio – Cidade do Vaticano

Quarenta e quatro anos de pregações, em cada Quaresma e em cada Advento, diante de três Papas e da Cúria Romana. Provavelmente uma das funções mais duradouras no Vaticano foi aquela desempenhada como pregador da Casa Pontifícia pelo padre Raniero Cantalamessa, o conhecido capuchinho de 90 anos que se tornou um ponto de referência espiritual não apenas dentro dos Muros Leoninos, mas também para milhões de italianos com os seus livros, as suas lições e os seus programas de televisão. Neste sábado, 9 de novembro, Cantalamessa termina o mandato que lhe foi confiado por João Paulo II em 1980 e renovado por Bento XVI e por Francisco, o Papa que em 2020 também quis conceder-lhe a púrpura (que Cantalamessa aceitou, mas pedindo para manter o hábito franciscano).

O novo pregador

Um legado certamente importante é aquele herdado pelo sucessor nomeado por Francisco, o capuchinho Roberto Pasolini. Mas para um frade que fazia a catequese em Navigli, no meio da movimentada vida noturna milanesa, também envolvido por anos em refeitórios sociais, no trabalho pastoral entre prisões e pessoas com deficiência, e na distribuição de alimentos aos sem-teto, os desafios certamente não são novidade. A partir deste sábado, será o padre Pasolini, biblista e professor de Exegese Bíblica, quem conduzirá a catequese perante o Papa e a Cúria Romana durante o Advento e a Quaresma.

Entre a atividade acadêmica e pastoral

Com 53 anos completados no dia 5 de novembro, nascido em Milão, Pasolini está na Ordem Franciscana dos Frades Menores Capuchinhos desde 7 de setembro de 2002, tendo sido ordenado sacerdote em 2006. Foi professor de Línguas bíblicas e de Sagrada Escritura na Studio Theologico Laurentianum Interprovinciale dos Frades Menores Capuchinhos de Milão e Veneza. Hoje ensina Exegese bíblica na Faculdade Teológica da Itália Setentrional, em Milão, colaborando com a Arquidiocese ambrosiana na formação de professores de religião e com a Conferência Italiana dos Superiores Maiores. Uma atividade, a acadêmica, que o novo pregador conjuga com uma intensa atividade pastoral: encontros de formação, pregações de retiros e exercícios espirituais, acompanhamento espiritual e também iniciativas de caridade junto dos grupos mais frágeis da sociedade que realiza ao lado dos noviços dos quais é formador. É também autor de vários artigos e livros sobre espiritualidade bíblica e olha com interesse para as novas tecnologias, novos meios de comunicação como podcasts e as oportunidades da Inteligência Artificial. Talvez alguma reminiscência de quando era um jovem envolvido com a computação, bem como na política, antes de descobrir - como revelou numa entrevista ao programa Soul da TV2000 - que as ideologias não tornam o homem mais livre. A única liberdade vem de Deus porque “a verdadeira liberdade é libertar-se do sentimento de culpa, porque a redenção de Cristo restaurou o vínculo do bem com Deus”, afirmava.

Entrevista em italiano com Fra Pasolini no programa "Soul" da TV2000.

https://youtu.be/i5NCwV7_SaQ

Agradecimentos ao padre Cantalamessa

A pregação do padre Pasolini é um tipo de pregação que aborda os temas mais profundos da existência humana e da fé, sempre ligados aos acontecimentos atuais e às novas tendências. Uma característica que o une ao seu antecessor Cantalamessa, que agora continuará a sua vida de estudo, leitura e oração na Ermida do Amor Misericordioso de Cittaducale, território da Diocese de Rieti, ao lado de algumas monjas clarissas a quem serve, em um em certo sentido, como capelão.

Uma verdadeira instituição para muitos fiéis, os mais avançados que o acompanham desde os tempos do famoso programa Rai “Os motivos da esperança” com a inesquecível saudação “Paz e Bem”, mas também para os mais jovens que se tornaram seguidores via redes sociais relançando suas reflexões, nunca previsíveis, sempre fascinantes e originais. Um ponto de referência, portanto, também na web, com uma vida de eremita, atrás de quatro décadas de serviço a três Papas e quatro anos como membro do Colégio Cardinalício.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

sexta-feira, 8 de novembro de 2024

O exame de consciência diário (1)

Foto: Pixabay

O exame de consciência diário

São Josemaria recomendava fazer um breve exame de consciência no final de cada dia, para crescer sempre no amor a Deus e evitar tudo o que possa constituir um obstáculo a esse amor.

07/09/2021

No âmbito da conversão interior a Deus, o exame de consciência costuma ser considerado sob dois aspectos, muito relacionados entre si: como parte da preparação – identificação diligente dos pecados cometidos – para receber com fruto o sacramento da Penitência (cfr. CCE, n. 1454), e como prática ascética necessária para o progresso na vida espiritual. Vamos cingir-nos ao segundo aspecto, cuja finalidade está bem focada nestas palavras de São Josemaria, que põem em conexão a chamada e o seguimento de Cristo com a necessidade de examinar o coração no amor de Deus: “Quando o Senhor os chamou, os primeiros Apóstolos estavam junto à barca velha e junto às redes furadas, remendando-as. O Senhor disse-lhes que O seguissem; e eles, "statim" - imediatamente -, "relictis omnibus" - abandonando todas as coisas, tudo! -, O seguiram... E acontece algumas vezes que nós - que desejamos imitá-los - não acabamos de abandonar tudo, e fica-nos um apego no coração, um erro em nossa vida, que não queremos cortar para oferecê-lo ao Senhor. - Examinarás o teu coração bem a fundo? - Não há de ficar nada aí que não seja dEle; caso contrário, não O amamos bem, nem tu nem eu” (Forja, 356).

Nesta última frase está refletido o ponto para o qual se dirigem todas as considerações que São Josemaria faz sobre o exame de consciência: a necessidade que o cristão tem de crescer sempre no amor a Deus e evitar tudo o que possa constituir um obstáculo a esse amor.

1. O exame de consciência no contexto do diálogo entre o homem e Deus

O cristão, mediante o exame de consciência, situa-se diante de si mesmo na presença de Deus, para descobrir o que há nele e em suas obras que não corresponda à sua vocação de filho de Deus em Cristo, chamado à santidade. O conhecimento que alcança dispõe-no à contrição – à dor por suas faltas e ao propósito de corrigir-se – a pedir perdão a Deus, a valorizar os bens que dele recebeu, a agradecer e a procurar os meios adequados para melhorar nas circunstâncias em que se encontra: “Observa a tua conduta com vagar. Verás que estás cheio de erros, que te prejudicam a ti e talvez também aos que te rodeiam. (...) Precisas de um bom exame de consciência diário, que te leve a propósitos concretos de melhora, por sentires verdadeira dor das tuas faltas, das tuas omissões e pecados” (Forja, 481).

O exame é uma necessidade para o cristão que quer corresponder à chamada divina: “Se lutas de verdade, precisas fazer exame de consciência. – Cuida do exame diário: Vê se sentes dor de Amor, porque não tratas Nosso Senhor como deverias” (Sulco, 142). São Josemaria destaca a finalidade fundamental do exame: a dor pela falta de correspondência ao Amor de Deus, e adverte que o verdadeiro exame de consciência deve terminar na contrição. Por isso aconselha: “Acaba sempre o teu exame com um ato de Amor – dor de Amor – por ti, por todos os pecados dos homens... e considera o cuidado paternal de Deus, que afastou de ti os obstáculos para que não tropeçasses” (Caminho 246). O exame não acaba em si mesmo, mas na dor de amor e, precisamente por que é de amor, no pesar pelos pecados próprios e alheios. É inspirado pelo amor a Deus e leva, perante o Amor de Deus, à dor pelas faltas e ao agradecimento. E daí, à retificação da conduta: “’Quanto não devo a Deus, como cristão! A minha falta de correspondência, perante essa dívida, tem-me feito chorar de dor: de dor de Amor. ‘Mea culpa!’” – Bom é que vás reconhecendo as tuas dívidas. Mas não te esqueças de como se pagam: com lágrimas... e com obras” (Caminho 242).

Esse diálogo, fruto da amorosa relação pessoal entre o cristão e Deus, é o lugar próprio do exame de consciência (CECH*, p. 431). Para São Josemaria, o exame não é simples introspecção, uma espécie de monólogo interior que versa sobre si mesmo e suas obras, para verificar, até o exagero, inclusive, se se vai bem ou mal, pois “o cristão não é um maníaco colecionador de uma folha de serviços imaculada” (É Cristo que Passa, 75). O exame é uma forma de oração, na qual o homem considera sua própria vida na presença de Deus, em diálogo com o Senhor e com a ajuda de sua graça: “Jesus, se há em mim alguma coisa que te desagrade, dize-o, para que a arranquemos” (Forja, 108). Neste contexto de trato amoroso com Deus fica fora o perigo da rigidez ou de uma estima excessiva do esforço humano no progresso espiritual: a alma confia-se a Deus em seu caminhar pois dele recebe a luz para saber onde lutar e a força para fazê-lo.

O exame de consciência é tarefa que requer empenho sério, pois o bem que está em jogo é o mais alto. Para ilustrar esta realidade, São Josemaria recorre à comparação com a gestão dos negócios humanos: “Exame. – Tarefa diária. – Contabilidade que nunca descura quem tem um negócio. E há negócio que renda mais que o negócio da vida eterna?” (Caminho 235). A comparação, já usada há tempos na Igreja (cfr, CECH, pp. 423-424), é simples e ilustrativa: a gestão de um negócio requer a contabilidade das despesas e receitas, detectar o que e como se pode melhorar, remediar as falhas, etc. Alcançar a vida eterna é a finalidade do grande negócio do cristão, que se concretiza na luta diária por corresponder à graça divina. Passo prévio e ponto de partida para essa luta é o exame de consciência. Descuidá-lo constitui sério perigo: “Há um inimigo da vida interior, pequeno, bobo; mas muito eficaz, infelizmente: o pouco empenho no exame de consciência” (Forja, 109). Nada importa tanto para o cristão como aproximar-se cada vez mais de Deus, pelo que procurará sempre “fazer com consciência o exame de consciência” (Del Portillo, Carta 8/12/1976, n. 8: Fernández Carvajal, 2004, III, p. 391).

O exame é tarefa diária “Não me deixes todos os dias de noite, o exame: é questão de três minutos” (CECH, p 422), recomendava São Josemaria a um de seus filhos, sugerindo o momento e o tempo para fazê-lo: no fim do dia e brevemente. Para um exame mais detalhado, “mais profundo e mais extenso” (Caminho 245), há os dias de recolhimento mensal e de retiro anual: “Dias de retiro. Recolhimento para conhecer a Deus, para te conheceres e assim progredir. Um tempo necessário para descobrir em que coisas e de que modo é preciso reforma-se: que tenho que fazer? O que devo evitar?” (Sulco 177). Na quietude e recolhimento dos dias de retiro, a sós com Deus, nessa “bendita solidão que tanta falta te faz para teres em andamento a vida interior” (Caminho 304), o cristão, longe das fadigas de cada dia, tem a oportunidade de considerar com mais vagar e amplitude sua vida espiritual, e procurar a conversão: “Há alguma coisa na tua vida que não corresponda à tua condição de cristão e que te leve a não quereres purificar-te? Examina-te e muda. (Forja, 480).

São Josemaria insiste também na importância de estar vigilante a todo momento: “Acostumai-vos a ver Deus por trás de todas as coisas, a saber que Ele nos espera sempre, que nos contempla e pede precisamente que o sigamos com lealdade, sem abandonar o lugar que nos cabe neste mundo. Devemos caminhar com vigilância afetuosa, com uma preocupação sincera de lutar, para não perdermos a sua divina companhia” (Amigos de Deus, 218). Com essa atitude de ‘vigilância’, ele não se refere a um hábito de autocontrole permanente e sim a uma atitude do espírito, a uma disposição de ânimo própria da alma enamorada, pois “quando se ama deveras..., sempre se encontram detalhes para amar ainda mais” (Forja, 420). Trata-se de uma vigilância serena que procede do amor a Deus, que procura amá-lo mais e melhor a todo momento, e que se concretiza na amorosa resolução de “começar e recomeçar [a luta] em cada momento, se for preciso” (Amigos de Deus, 219; cfr. Amigos de Deus, 214). O caminho para formar na alma esse espírito de exame é fazer bem todos os dias o exame de consciência e crescer no amor de Deus.

São Josemaria aceita – como depois comentaremos com mais detalhes – a distinção clássica entre exame geral, que implica um olhar dirigido ao conjunto do dia, e exame particular, que dirige a atenção para um ponto concreto em que se deseja melhorar. Faz ocasionalmente diversas sugestões, e entre os vários métodos que foram propostos para fazer o exame de consciência, ele não outorga primazia a nenhum deles em concreto, nem direta nem indiretamente e tampouco indica um próprio. “Não se podem dar regras fixas. O exame que vai bem para uma pessoa não vai bem para outra; e mesmo para uma pessoa vai bem apenas durante uma temporada. Isso depende das circunstâncias de cada um. Cada um deve combinar com o seu diretor espiritual” (Del Portillo, Carta 8/12/1976, n. 14, em Cartas de família, II; AGP, Biblioteca, P17).

Seja qual for o modo de fazer o exame de consciência, São Josemaria previne sobre um perigo sempre presente neste exercício espiritual: “À hora do exame, vai prevenido contra o demônio mudo” (Caminho 236). Trata-se do demônio – “do qual nos fala o Evangelho” (Forja, 127; cfr. Mt 9, 32-33, Mc 9, 24) – que impede o cristão de ser sincero tanto consigo mesmo no exame de consciência como na direção espiritual e no sacramento da Penitência (cfr. Amigos de Deus, 188-189; CECH, pp 416-417). Se faltar a sinceridade, não se reconhecem as faltas e pecados e a alma se fecha para a dor, para a petição de perdão e para a graça divina. Daí a recomendação taxativa: “Tem sinceridade ‘selvagem’ no exame de consciência; quer dizer, coragem: a mesma com que olhas ao espelho, para saber onde te feriste ou te manchaste, ou onde estão os teus defeitos, que tens de eliminar” (Sulco 148).

Trata-se da valentia que procede de uma esperança firme no amor de Deus: “As nossas misérias não nos deverão levar nunca a esquivar-nos do Amor de Deus, mas a acolher-nos a esse Amor (...). Não devemos afastar-nos de Deus por termos descoberto as nossas fragilidades; temos de atacar as misérias, precisamente porque Deus confia em nós”. (AD, 187)

Bibliografia: *CECH - “Camino. Edición crítico-histórica”, pp. 423-431; Agostino Cappelletti, “Examem de consciência”, em Ermanno Ancilli (dir. ), Diccionario de Espiritualidad, II, Barcelona, Herder, 1983, pp 68-73; Antoine Delchard et al. , “Examem de conscience”, em DSp, IV, 1961, cols. 1789-1838; Francisco Fernández Carvajal, Hablar con Dios. Meditaciones para cada día del año, Madri, Palabra, 2004; Antanas Liuima – André Derville, “Examem particulier”, em DSp, IV, 1961, cols. 1839-1849.

Juan Ramón AREITIO

“Exame de Consciência”, do Diccionario de San Josemaria Escrivá de Balaguer

Fonte: https://opusdei.org/pt-br/article/o-exame-de-consciencia-diario/

Dos Sermões de São Gregório de Nazianzo, bispo

É resolução santa rezar pelos defuntos (Nova Aliança)

Dos Sermões de São Gregório de Nazianzo, bispo

(Or. 7,in laudem Caesari fratris, 23-24: PG 35,786-787)        (Séc. IV)

É resolução santa rezar pelos defuntos

Que é o homem para que te lembres dele? (Sl 8,5). Que novo mistério é este a meu respeito? Sou pequenino e grande, humilde e excelso, mortal e imortal, terreno e celeste. Faz-se mister ser eu sepultado com Cristo, ressurgir com Cristo, ser co-herdeiro de Cristo, tornar-me filho de Deus e até Deus mesmo.

Tudo isto nos indica o grande mistério: é Deus que por nossa causa assumiu a humanidade e se tornou pobre, a fim de erguer a criatura prostrada, trazer a salvação à imagem e renovar o homem. Para sermos todos um só no Cristo, que, perfeitamente em todos nós, se fez tudo aquilo que ele próprio é. Que não sejamos mais homem e mulher, bárbaro e cita, escravo e livre (cf. Cl 3,11), discriminações e sinais vindos da carne, mas tenhamos unicamente o sinete de Deus, por quem e para quem fomos criados, somente por ele, e formados e gravados, a fim de sermos só por ele reconhecidos.

Oxalá sejamos aquilo que esperamos, segundo a grande benignidade do Deus generoso. Pedindo pouco, dá o máximo aos que o amam com sincero afeto do coração, desde agora e no futuro. Por causa de nosso amor para com ele e da esperança, que tudo desculpa, tudo suporta. Por tudo dando graças (coisa que muitíssimas vezes é instrumento de salvação, a Palavra o sabe) e recomendando-lhe nossas almas e as daqueles que pela estrada comum, mais bem preparadas, chegaram primeiro à morada.

Ó Senhor e Criador de tudo e, mais que tudo, desta imagem! Ó Deus de teus homens, Pai e Chefe, ó Árbitro da vida e da morte, ó Guarda e Benfeitor nosso! Ó tu, que tudo fazes a seu tempo e, pelo Verbo Artífice, transformas da maneira como em tua sabedoria e desígnio profundos bem sabes, agora então, rogo-te, recebe Cesário, primícias de nossa separação.

A nós, quando chegar a hora, mantidos em nossa vida mortal por tanto tempo quanto parecer bom, recebe-nos também. E recebe-nos, sim, preparados e não perturbados por temor a ti. Sem voltar as costas ao dia derradeiro e de má vontade, como costumam proceder aqueles que se apegam ao mundo e à carne, arrancados à força. Mas com prontidão e ardor, partindo para aquela feliz e intérmina vida que está em Cristo Jesus, nosso Senhor, a quem a glória pelos séculos dos séculos. Amém. 

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

A verdadeira religião (2)

Em Maria Deus "é" Encarnação (CNBB Catequese)

A VERDADEIRA RELIGIÃO

Dom Severino Clasen
Arcebispo de Maringá (PR)

O ser humano é de corpo e alma. Tem a materialidade e espiritualidade. O visível, e o sensível. Nem tudo se vê, mas se sente. É como o ar, não vemos, mas necessitamos, produz vida. É nato no ser humano seguir uma religião. Mesmo os que se dizem sem religião, mas tem escondido dentro de si certa sensibilidade religiosa.

A encarnação de Jesus Cristo é a manifestação palpável da importância da religião que une a Deus, a um ser supremo, transcendente, imutável, invisível. A história milenar da cultura humana, sempre acompanhou a crença em Deus que conduz o povo, nos rumos da humanidade, imprimindo uma disciplina da humildade, do respeito, da flexibilidade na arte de viver com liberdade e segurança.

Em tempos de penúria, Deus se manifesta com gesto generoso, repleto de confiança, devolve ao necessitado os bens perdidos e o sustento retornam no lar das pessoas humildes, simples e tementes a Deus. “A vasilha de farinha não acabará e a jarra de azeite não diminuirá, até ao dia em que o Senhor enviar a chuva sobre a face da terra. A mulher foi e fez como Elias lhe tinha dito” (1Rs 17,10-16). A lição de confiança e fé de outra mulher pobre e temente a Deus foi elogiada por Jesus, a viúva dá esmola no Templo (Mc 12,38-44). A força da religião muda posturas de vidas, integra a pessoa na comunidade, testemunha uma vida simples e funcional nos momentos de escassez.
A religião praticada com sinceridade e humildade, humaniza a pessoa e distribui dons supremos que somente a fé explica e convence. A satisfação é o caminho que conduz para a superação e conquista dos bens necessários na vida presente e os dons da vida futura.

A atitude que justifica a vida espiritual, manifestada na prática da religião é a oração. Conversar com Deus na sua intimidade é um exercício de superação e de esvaziamento interior. Para celebrar o ano jubilar, o Papa Francisco ofereceu subsídios para fortalecer nossa intimidade com Deus: “A oração é o respiro da fé, sua expressão mais própria. É como um grito silencioso que sai do coração de quem crê e confia em Deus. Não é fácil encontrar palavras para expressar esse mistério” (Subsídios, número 1).

Em tempos de intimismo e desmotivação pelas organizações participativas na sociedade, as pessoas criam seus próprios mecanismos e descreem das instituições que fomentavam a unidade na partilha e na sensibilidade humana. Criam-se religiões, crenças isoladas, confrontam verdades absolutas, pois o absoluto é o que “eu penso”. O Papa exorta para intensificar em cada fiel a oração no Espírito Santo que nos une a Jesus e nos leva a aderir à vontade do Pai. O Espírito Santo é o Mestre interior que indica o caminho a seguir; graças a Ele, a oração de uma só pessoa pode se tornar oração de toda a Igreja, e vice-versa. Pertencentes a uma comunidade orante, onde o Esp írito Santo nos conduz a Jesus é a religião sincera porque não é conduzida pelas paixões humanas, mas pelo próprio Deus que envia o Espírito Santo para nos levar a Jesus que veio fazer a vontade do Pai.

A verdadeira religião é aquela que supera o egoísmo, o intimismo, o orgulho, as vaidades, a prepotência e experimenta a humidade e a simplicidade da viúva de Sarepta no Antigo Testamento e da mulher que depositou uma simples moedinha no cofre do Templo porque se sentia participante da religião que une a Deus conforme suas necessidades e capacidade de partilha. A generosidade desperta unidade e comunhão que justifica a verdadeira religião.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Papa: um simples sorriso vale tanto quanto qualquer bem material

Francisco com um grupo de voluntários e pessoas em situação de rua de Viena (Vatican Media)

Uma comunidade inter-religiosa de voluntários e moradores de rua, composta por fiéis de diferentes países e tradições religiosas, vinda de Viena, na Áustria, foi recebida pelo Papa Francisco nesta sexta-feira (08/11), no Vaticano. Em sua saudação, o Pontífice destacou a importância da fraternidade, lembrando que “um simples sorriso, um olhar fraterno, vale tanto quanto qualquer bem material”.

Thulio Fonseca - Vatican News

"Somos irmãos e irmãs, filhos de um único Pai", disse o Papa Francisco ao grupo “Begegnung im Zentrum” (Encontro no Centro), uma comunidade inter-religiosa composta por voluntários e pessoas em situação de rua, que se reúne no Palácio Arquiepiscopal de Viena, na Áustria. O Santo Padre iniciou seu discurso com uma saudação ao cardeal Schönborn, responsável pela arquidiocese local. Francisco ressaltou que todos os membros da comunidade têm algo a oferecer e que a troca mútua vai além dos bens materiais, envolvendo gestos de amizade e escuta sincera.

"Ajudar uns aos outros, compartilhar o que temos – é isso que nos faz crescer como uma verdadeira comunidade de irmãos", afirmou o Papa, recordando que "um simples sorriso ou um olhar fraterno podem ser tão valiosos quanto qualquer bem material". Segundo o Pontífice, essa atitude é o caminho para viver o mandamento do amor que Jesus nos ensinou: amar uns aos outros assim como Ele nos amou.

Participantes da audiência com o Papa Francisco (Vatican Media)

O valor da fraternidade na diversidade

O grupo "Begegnung im Zentrum" reúne pessoas de diversas origens, que compartilham experiências de vida e enfrentam desafios em comunidade. O Papa destacou que o Senhor nunca se esquece de seus filhos e ama a todos com um amor ilimitado. "Cada um de nós é único aos olhos de Deus", reforçou, encorajando o grupo a continuar transformando suas vidas em um dom para o próximo.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Godofredo

São Godofredo (A12)
08 de novembro
País: França
São Godofredo

Godofredo, cujo nome significa “paz de Deus”, nasceu em 1066, filho de família nobre francesa. Com cinco anos foi entregue para ser educado pelos monges beneditinos. Ordenou-se sacerdote aos vinte e cinco anos de idade.

A sua integridade de caráter e profundidade nos conhecimentos dos assuntos da fé logo chamaram a atenção dos superiores. Foi nomeado abade, com a delicada missão de restabelecer as regras disciplinares dos monges, muito afastados do ideal da vida cristã.

Ele próprio viveu uma vida austera, simples e dedicada ao seguimento de Cristo. Suas virtudes e trabalho conseguiram a correção de muitos monges e fiéis, de tal modo que o povo e o clero o elegeram como Bispo de Amiens. Era comum ver os mendigos e leprosos participando da sua mesa, pois acolhia todos os necessitados com abrigo e esmolas fartas.

Nesta diocese enfrentou os abusos de pessoas ricas e poderosas, que viviam apegados ao vício e aos prazeres corporais. Sua pregação era dura e acabou atraindo para si a ira de muitas pessoas. Houve uma ocasião em que tentaram envenená-lo, e intrigas políticas que o envolveram, provocando combates e mortes locais, o desgostaram tanto que renunciou ao bispado e recolheu-se a um mosteiro da Ordem dos Cartuchos. Contudo, nem os superiores nem o povo aceitaram a demissão, reconhecidos da sua santidade e edificante trabalho, e Godofredo foi reconduzido ao cargo. Não muito tempo depois, numa viagem, adoeceu e veio a falecer, em 8 de novembro de 1115.


Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
Revisão e acréscimos: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Godofredo foi um homem voltado para uma vida de simplicidade, caridade, firmeza e obediência à lei de Deus. Condenou com veemência os abusos do clero e dos nobres que procuravam essencialmente uma vida mundana, e procedeu à necessária reforma das comunidades religiosas. Seu exemplo santificou religiosos e leigos: algo tão necessário na sua época quanto hoje, e na nossa conduta pessoal.

Oração:

Ó Deus, que aos Vossos pastores associastes São Godofredo, animado de ardente caridade e da fé que vence o mundo, dai-nos, por sua intercessão, perseverar na caridade e na fé, para participarmos de sua glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF