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domingo, 17 de novembro de 2024

Papa Francisco: por favor, não nos esqueçamos dos pobres

Santa Missa Dia Mundial dos Pobres , 17/11/2024 (VCaticxan News)

Na missa do VIII Dia Mundial dos Pobres, Francisco faz um apelo aos governos e às organizações internacionais, mas convida a Igreja a sentir “a mesma compaixão do Senhor” diante dos últimos, e pede aos cristãos que se tornem “sinal da presença do Senhor”, pertos do sofrimento dos necessitados para aliviar suas feridas e mudar sua sorte: só assim a Igreja “se torna ela mesma, casa aberta a todos”.

https://youtu.be/AMiN7rOO7HA

Alessandro Di Bussolo - Vatican News

“Por favor, não nos esqueçamos dos pobres!”. A invocação com a qual o Papa Francisco encerra sua homilia na missa do VIII Dia Mundial dos Pobres neste domingo (17/11), na Basílica de São Pedro, é dirigida à Igreja, aos governos dos Estados e às organizações internacionais, mas também “a todos e a cada um”. E aos fiéis em Cristo, o Papa nos lembra que “é a nossa vida impregnada de compaixão e de caridade que se torna sinal da presença do Senhor, sempre próximo do sofrimento dos pobres, para aliviar as suas feridas e mudar a sua sorte”. Porque a esperança cristã precisa de “cristãos que não se viram para o outro lado” e que sintam “a mesma compaixão do Senhor diante dos pobres”. Francisco sublinhou isso lembrando uma advertência do cardeal Martini: somente servindo os pobres “a Igreja ‘torna-se’ ela mesma, isto é, uma casa aberta a todos, um lugar da compaixão de Deus pela vida de cada homem”.

Papa Francisao: “Por favor, não nos esqueçamos dos pobres!” (Vatican Media)

Jesus se tornou pobre por nós

Em uma Basílica lotada, com a presença dos pobres que mais tarde almoçam com ele na Sala Paulo VI, o Pontífice abre a celebração com a exortação do ato penitencial: “Com o olhar fixo em Jesus Cristo, que se fez pobre por nós e rico de amor para com todos, reconheçamos que precisamos da misericórdia do Pai”. O celebrante no altar é o arcebispo Rino Fisichella, pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização.

Na escuridão deste tempo, brilha uma esperança inabalável

Na homilia, o Papa Francisco relê a passagem do Evangelho de Marcos, na liturgia deste XXXIII Domingo do Tempo Comum, com as palavras de Jesus aos discípulos antes de sua paixão, descrevendo “o estado de espírito daqueles que viram a destruição de Jerusalém”, mas também a chegada extraordinária do Filho do Homem. “Quando tudo parece desmoronar-se, que Deus vem, que Deus se aproxima, que Deus nos reúne para nos salvar”.

Jesus convida-nos a ter um olhar mais aguçado, a ter olhos capazes de “ler por dentro” os acontecimentos da história, para descobrir que, mesmo na angústia dos nossos corações e dos nossos tempos, há uma esperança inabalável que resplandece.

Angústia e impotência diante da injustiça do mundo

Neste Dia Mundial dos Pobres, portanto, o Papa nos convida a nos determos nas duas realidades, “angústia e esperança, que sempre duelam entre si na arena do nosso coração”. Ele começa com a angústia, tão difundida em nosso tempo, “onde a comunicação social amplifica os problemas e as feridas, tornando o mundo mais inseguro e o futuro mais incerto”. Se o nosso olhar, enfatiza, “se detém apenas na crônica dos acontecimentos, dentro de nós a angústia ganha terreno”, porque ainda hoje, como na passagem do Evangelho, “vemos o sol escurecer e a lua se apagar, vemos a fome e a carestia que oprimem tantos irmãos e irmãs, vemos os horrores da guerra e a morte de inocentes”. E corremos o risco de “afundarmos no desânimo e de não nos apercebermos da presença de Deus no drama da história. Assim, condenamo-nos à impotência".

Vemos crescer à nossa volta a injustiça que causa a dor dos pobres, mas juntamo-nos à corrente resignada daqueles que, por comodismo ou por preguiça, pensam que “o mundo é assim mesmo” e que “não há nada que eu possa fazer”. Desse modo, até a própria fé cristã é reduzida a uma devoção inócua, que não incomoda os poderes deste mundo e não gera um compromisso concreto de caridade.

A ressurreição de Jesus acende a esperança

Francisco cita a sua Exortação Apostólica Evangelii gaudium para nos lembrar que, “enquanto crescem as desigualdades e a economia penaliza os mais fracos, enquanto a sociedade se consagra à idolatria do dinheiro e do consumo”, acontece que “os pobres e os excluídos não podem fazer outra coisa senão continuar a esperar”. Mas no quadro apocalíptico que acaba de ser descrito no Evangelho, Jesus “acende a esperança”, descrevendo a chegada do Filho do Homem “com grande poder e glória”, para reunir “os seus eleitos dos quatro ventos”. Assim, ele “alarga o nosso olhar para que aprendamos a perceber, mesmo na precariedade e na dor do mundo, a presença do amor de Deus que se faz próximo, que não nos abandona, que atua para a nossa salvação”. Jesus, lembra o Pontífice, está apontando “inicialmente para a sua morte que terá lugar pouco depois”, mas também para “o poder da sua ressurreição” que destruirá as cadeias da morte, “e um mundo novo nascerá das ruínas de uma história ferida pelo mal”. Jesus nos dá essa esperança por meio da bela imagem da figueira: “quando seus ramos ficam verdes e as folhas começam a brotar, sabeis que o verão está perto”.

Do mesmo modo, também nós somos chamados a ler as situações da nossa história terrena: onde parece haver apenas injustiça, dor e pobreza, precisamente naquele momento dramático, o Senhor aproxima-se para nos libertar da escravidão e fazer brilhar a vida.

Você olha nos olhos a pessoa que ajuda?

E isso é feito, ele explica, “com nossa proximidade cristã, com a nossa fraternidade cristã”.

Não se trata de jogar uma moeda nas mãos de quem precisa. Àquele que dá a esmola, eu pergunto duas coisas: “Você toca as mãos das pessoas ou joga a moeda sem tocá-las? Você olha nos olhos a pessoa que ajuda ou desvia o olhar?”.

Perto do sofrimento dos pobres

Cabe a nós, seus discípulos, continua o Papa Francisco, que graças ao Espírito Santo podemos semear essa esperança no mundo. “Somos nós" - e aqui ele cita sua Encíclica Fratelli tutti - "que podemos e devemos acender luzes de justiça e de solidariedade, enquanto se adensam as sombras de um mundo fechado".

Somos nós que a sua Graça faz brilhar, é a nossa vida impregnada de compaixão e de caridade que se torna sinal da presença do Senhor, sempre próximo do sofrimento dos pobres, para aliviar as suas feridas e mudar a sua sorte.

Desvio o olhar diante da dor dos outros?

Não esqueçamos, é a invocação do Papa, que a esperança cristã, “que se realizou em Jesus e se concretiza no seu Reino, precisa de nós e do nosso empenho, de uma fé operosa na caridade, de cristãos que não passam para o outro lado do caminho". E aqui ele lembra a imagem de um fotógrafo romano de um casal de adultos saindo de um restaurante, que olhava para o outro lado para não cruzar dom o olhar de “uma pobre senhora, deitada no chão, pedindo esmolas”.

Isso acontece todos os dias. Perguntemos a nós mesmos: eu olho para o outro lado quando vejo a pobreza, as necessidades, a dor dos outros?

Francisco cita então um teólogo do século XX, Metz, quando dizia que a fé cristã deve gerar em nós uma “mística de olhos abertos”: “não uma espiritualidade que foge do mundo, mas, pelo contrário, uma fé que abre os olhos aos sofrimentos do mundo e às aflições dos pobres, para exercer a mesma compaixão de Cristo”.

“Eu sinto a mesma compaixão do Senhor diante dos pobres, diante daqueles que não têm trabalho, que não têm o que comer, que são marginalizados pela sociedade?”

Mesmo com o nosso pouco, podemos melhorar a realidade

E, continua o Papa Francisco, “não devemos olhar apenas para os grandes problemas da pobreza mundial, mas para o pouco que todos nós podemos fazer todos os dias".

Com o nosso estilo de vida, com o cuidado e a atenção pelo ambiente em que vivemos, com a busca tenaz da justiça, com a partilha dos nossos bens com os mais pobres, com o engajamento social e político para melhorar a realidade que nos rodeia..

Por favor, não nos esqueçamos dos pobres

Assim, “o nosso pouco será como as primeiras folhas que brotam na figueira: uma antecipação do verão que está próximo”. Concluindo, o Papa recorda uma advertência do cardeal Carlo Maria Martini, quando disse “que devemos ter cuidado ao pensar que existe primeiro a Igreja, já sólida em si mesma, e depois os pobres dos quais escolhemos cuidar. Na realidade, tornamo-nos a Igreja de Jesus na medida em que servimos os pobres, pois somente assim «a Igreja “torna-se” ela mesma, isto é, uma casa aberta a todos, um lugar da compaixão de Deus pela vida de cada homem»”.

Digo-o à Igreja, digo-o aos governos dos Estados e às organizações internacionais, digo-o a todos e a cada um: por favor, não nos esqueçamos dos pobres.

Projeto de caridade pela Síria e almoço com os pobres

Antes da missa, o Papa Francisco abençoou simbolicamente 13 chaves, representando os 13 países nos quais a Famvin Homeless Alliance (FHA), da Família Vicentina, construirá novas casas para pessoas necessitadas com o Projeto “13 Casas” para o Jubileu. Entre esses países está também a Síria, cujas 13 casas serão financiadas diretamente pela Santa Sé como um gesto de caridade para o Ano Santo. Um ato de solidariedade que se tornou possível graças a uma generosa doação da UnipolSai, que desejou entusiasticamente contribuir, no período que antecedeu o Ano Santo, com esse sinal de esperança para uma terra ainda devastada pela guerra.

No final da missa e após a recitação do Angelus, o Papa almoça na Sala Paulo VI junto com 1.300 pessoas pobres. O almoço, organizado pelo Dicastério para o Serviço da Caridade, é oferecido este ano pela Cruz Vermelha Italiana e animado por sua Fanfarra Nacional. No final do almoço, cada pessoa recebe uma mochila oferecida pelos Padres Vicentinos (Congregação da Missão), contendo alimentos e produtos de higiene pessoal.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Naquele tempo…

O que é o Apocalipse (cancaonova)

NAQUELE TEMPO… 

Dom Rodolfo Luís Weber
Arcebispo de Passo Fundo (RS)

Os textos bíblicos do penúltimo domingo do Tempo Comum (Daniel 12,1-3, Salmo 15, Hebreus 10,11-14.18 e Marcos 13,24-32) estão escritos no gênero literário apocalíptico. Na literatura e no cinema ele é um dos gêneros preferidos para descrever as catástrofes passadas e aquelas que se espera. O senso comum captou o aspecto exterior e somente a parte destrutiva. Se está presente nos textos bíblicos este aspecto, porém não é o fundamental e nem o mais importante. O gênero apocalíptico quer despertar as consciências da letargia e incutir a esperança numa nova criação. O Livro do Apocalipse começa assim: “Revelação de Jesus Cristo”, portanto apocalipse quer dizer revelação. É Jesus Cristo que a faz e se refere a ele mesmo. Ele tira o véu para poder compreender o sentido do mundo e da história. 

O texto de Daniel e de Marcos começam com uma fórmula quase idêntica: “naquele tempo”, “naqueles dias”. Eles não estão se referindo a um tempo passado, mas um tempo que está diante de nós. Entre nós e aquele tempo, tem algo muito sério: “um tempo de angústia” e uma “grande tribulação”. Este presente é lido à luz da meta definitiva. O apocalipse diz antes de tudo ao homem que a história vai ser avaliada e julgada pela meta futura, pela sua chegada ao final.  

Uma segunda característica do apocalipse é reconhecer os sinais dos tempos. “Aprendei, pois, da figueira esta parábola: quando seus ramos ficam verdes e as folhas começam a brotar, sabeis que o verão está perto”. O que significa que a figueira começa a ficar verde e brotar, num contexto tenebroso de escuridão, morte e angústia? A figueira sem folhas e sem frutas aparentemente está morta e infrutífera, porém esta não é a situação definitiva. A última palavra cabe a Deus que transforma definitivamente as situações. É preciso ver além das aparências. 

Uma terceira característica do apocalipse é levar a suscitar a virtude teologal da esperança. A forma como o autor desenvolve o gênero apocalíptico é levar o leitor ao futuro, à meta final e depois transportá-lo novamente para a vida atual e cotidiana. É verdade que a vitória definitiva está num futuro indeterminado, por outro lado chama o homem a viver responsavelmente o dia a dia.  

Os textos bíblicos nos fazem olhar para o tempo presente no qual está presente a angústia dum futuro incerto, tribulações de toda espécie, ações humanas que fazem escurecer o sol, tirar o brilho da lua e abalar os fundamentos do universo. Se ficarmos somente com esta perspectiva sobre o mundo presente podemos ser levados ao pessimismo e a perda da esperança. Parece que o mal e a morte têm a última palavra.  

Porém, o mais importante é que os textos apocalípticos afirmam que a história do mundo não é a história da perdição, mas de salvação. “O presente está grávido do futuro para o qual caminhamos e esse futuro é decidido na fidelidade à sua palavra. A nossa vida já não está mais fechada sobre esta terra e esta terra não é mais a nossa prisão de morte. Ela está agora aberta ao céu. Mas esta abertura não nos tira das responsabilidades terrestres, porque exatamente nesta terra e neste momento presente que se lança a nossa vida futura, situada entre aquilo que “já” aconteceu em Cristo, e aquilo que “ainda não” aconteceu para nós. Mas certamente acontecerá” (Uma comunidade lê o Evangelho de Marcos, p.699). 

Voltemos a ouvir os textos bíblicos. Do livro de Daniel: “Naquele tempo […] será um tempo de angústia, como nunca houve até então, […] mas, neste tempo, teu povo será salvo, todos os que se acharem inscritos no Livro. […] brilharão como estrelas, por toda a eternidade”. O evangelista Marcos escreve: “Naqueles dias, depois da grande tribulação […] Então vereis o filho do Filho do homem vindo nas nuvens com grande poder e glória. […] Os céus e terra passarão, mas as minhas palavras não passarão”. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Reflexão para o XXXIII Domingo do Tempo Comum (B)

Evangelho do domingo (Vatican News)

Se somos adeptos do Filho do Homem, ou seja, de Jesus Cristo, deveremos em nossa vida praticar a justiça e lutar pela paz e pela verdade.

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

O tema da liturgia deste domingo é o senhorio de Deus sobre a História. Muitas vezes pensamos, influenciados por inúmeros acontecimentos, que a vida corre seu rumo, independentemente da ação de Deus e que o Senhor nos olha, quando olha, de modo indiferente, ou até não se importando com o que fazemos ou sofremos.

A leitura do Livro de Daniel e o Evangelho de Marcos falam-nos exatamente o contrário e com uma linguagem um pouco incomum para nós, a  linguagem apocalíptica.

A primeira leitura, a de Daniel, pretende insistir com o povo que enfrente as opressões, as resista, venham de onde vierem. Ele diz que serão salvos os que tiverem seus nomes escritos no Livro. Mas que livro é esse? Não se trata de um livro, mas a linguagem apocalíptica quer no informar que Deus é o Senhor da História, tudo é de seu conhecimento e tudo, não importa o que seja, será transformado em benefício de seus filhos.

Evidentemente, aqueles que foram seguidores do Bem, ao morrerem irão para a Vida, os demais, os que foram opressores de seus irmãos, irão para a vergonha eterna.

O Evangelho apresenta Jesus nos falando sobre discernimento, sobre como discernir o momento de Deus em nossa vida. No relato de hoje somos levados ao discernimento quando acontecem situações catastróficas em nossa vida.

Marcos também nos fala que Deus é o Senhor da História. Ele se refere ao Filho do Homem, sobre sua vinda. Seu desejo é nos animar com o poder de Deus que age na História para nos salvar e julgar aqueles que se opõe ao seu Reino de justiça, de paz e de verdade.

Se somos adeptos do Filho do Homem, ou seja, de Jesus Cristo, deveremos em nossa vida praticar a justiça e lutar pela paz e pela verdade. Enfim, nos é pedido sermos homens e mulheres que amam seus semelhantes, que os tratam como irmãos.

O texto nos fala de realidades que serão passado, como o sol, a lua, as estrelas e as forças do céu; ao mesmo tempo nos apresenta as futuras, representadas pelos ramos verdes da figueira, sinais de que o Reino de Deus já está em nosso meio, acontecendo, se realizando!

Não nos deixemos perturbar por problemas e por aflições, mas saibamos que ao vivenciarmos essas experiências difíceis e dolorosas, estamos sob o olhar carinhoso de Deus, que vela por nós, que nos dá Sua graça para superarmos tudo isso. Será dentro dessas vicissitudes, que seremos salvos, se nelas nos portarmos como Seus filhos, tratando os demais como irmãos.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

O significado das letras gregas nos ícones

Mircea Moira | Shutterstock

Daniel Esparza - publicado em 15/11/24

Essas letras são essencialmente atalhos que ancoram o espectador na história divina que cada ícone apresenta. Aqui estão alguns dos mais comuns.

Na iconografia oriental, as cartas são parte integrante da narrativa teológica do próprio ícone. Os ícones ortodoxos gregos e russos geralmente apresentam letras ou abreviações, em grego ou eslavo eclesiástico, que servem como sinais espirituais e revelam camadas de significado para aqueles que entendem seu contexto.

Para aqueles menos familiarizados com essas linguagens ou convenções, aqui está um resumo das letras e abreviações mais comuns nos ícones e como interpretá-las.

Jesus

Uma das inscrições mais significativas que costumam aparecer nos ícones de Cristo é IC

Na verdade, essas são abreviações, uma prática comum nos textos gregos antigos e eslavos eclesiásticos, e geralmente são colocadas em ambos os lados da cabeça de Cristo.

Adam Jan Figel | Shutterstock

Junto com IC

Esta frase, muitas vezes numa auréola ou acima da cabeça de Cristo, enfatiza a natureza divina de Cristo como eterna e autoexistente - como diz o Credo, "gerado, não criado, da mesma natureza do Pai".

Maria

Os ícones que representam a Virgem Maria geralmente têm duas inscrições: ΜΡ ΘΥ (Μήτηρ Θεο), abreviatura grega de Mãe de Deus. Esta abreviatura, também em grego ou eslavo eclesiástico, é uma explicação do papel de Maria na história da salvação como Theotokos, ou "portadora de Deus".

Às vezes, as palavras Παναγία (Panagia), que significa "Toda Santa", acompanham imagens de Maria, sublinhando a sua pureza única e o seu papel na teologia cristã.

ArtMediaWorx | Shutterstock

Santos

Em cenas de santos, anjos ou figuras bíblicas, os nomes são frequentemente abreviados ou escritos por extenso como sinal de honra e identificação.

Por exemplo, São Jorge pode ser chamado de ΟΓΙΟC ΓΕΩΡΓΙΟC (Hagios Georgios), ou simplesmente ΓΓ como uma forma abreviada, com "Hagios" significando "Santo". Esta prática permite ao espectador reconhecer imediatamente as figuras e a sua herança espiritual, mesmo para além das barreiras linguísticas.

Eventos

Essas inscrições também se estendem às cenas narrativas. No ícone da Ressurreição, aparecem frequentemente as letras gregas ΝΑΣΤΑΣΙΣ (He Anastasis), que significa "A Ressurreição", enfatizando o evento representado, e não apenas uma figura. (Veja a imagem abaixo, que diz A Ressurreição de Cristo).

Da mesma forma, nos ícones da Natividade ou do Batismo de Cristo, as inscrições rotulam o evento, lembrando ao espectador o mistério sagrado geral que está sendo retratado, em vez de focar apenas nas pessoas envolvidas nele.

Roberto Sorin | Shutterstock

O Catecismo da Igreja Católica diz

1162 … a contemplação dos ícones sagrados, unida à meditação da Palavra de Deus e ao canto dos hinos litúrgicos, entra na harmonia dos sinais da celebração, para que o mistério celebrado fique impresso na memória do coração e seja então expressá-lo na vida nova dos fiéis.

Essas letras são essencialmente atalhos que ancoram o espectador na história divina que cada ícone apresenta. Os ícones pretendem não apenas representar, mas também comunicar o mistério da Encarnação, da Ressurreição e da vida dos santos, e estas cartas aparentemente simples contêm elementos-chave que ajudam a decifrar estas verdades teológicas.

Ao aprender a reconhecê-los, os fiéis são convidados a uma contemplação mais profunda, experimentando os ícones não como imagens estáticas, mas como uma linguagem reveladora partilhada.

Aprenda sobre os diferentes símbolos cristãos e seus significados:


Fonte: https://es.aleteia.org/2024/11/15/el-significado-de-las-letras-griegas-en-los-iconos

Francisco: confiar no Evangelho para não viver com a angústia da morte

Angelus de 17 de novembro de 2024 - Papa Francisco (Vatican News)

No Angelus, o Papa recorda que, nas tribulações, nas crises, nos fracassos, é preciso olhar para a vida e para a história sem medo de perder o que acaba, mas com alegria pelo que permanece. A dor causada por guerras, violência, desastres naturais, pode nos ensinar a não nos apegarmos às coisas do mundo que inevitavelmente são destinadas a desaparecer. Tudo morre, mas “não perderemos nada do que construímos e amamos”.

https://youtu.be/YvdodNZGp5U

Antonella Palermo - Vatican News

Na reflexão do Angelus deste domingo, 17 de novembro, o Papa Francisco se detém sobre o que passa e o que permanece. Todas as realidades deste mundo estão destinadas a passar, o que permanecerá será o amor do qual teremos sido capazes.

Não se apegar ao que passa

Francisco comenta as leituras do dia, convidando-nos a superar o apego às coisas terrenas: crises e fracassos, ou a dor causada por guerras, violência, desastres naturais, que não podem e não devem nos mergulhar na desolação. A sensação de que tudo está chegando ao fim é apenas uma sensação, parece dizer o Papa, “sentimos que até as coisas mais belas passam”.

As crises e os fracassos, no entanto, embora dolorosos, são importantes, pois nos ensinam a dar a tudo o devido peso, a não prender o coração às realidades deste mundo, porque elas passarão: estão destinadas a passar.

Tudo morre, não o que construímos e amamos

O convite do Papa é para viver de acordo com a promessa de eternidade e ressurreição do Evangelho. É isso que torna possível “não viver mais sob a angústia da morte”.

Tudo morre e nós também morreremos um dia, mas não perderemos nada do que construímos e amamos, porque a morte será o início de uma nova vida. Irmãos e irmãs, mesmo nas tribulações, nas crises, nos fracassos, o Evangelho nos convida a olhar a vida e a história sem medo de perder o que acaba, mas com alegria pelo que permanece: não nos esqueçamos que Deus prepara para nós um futuro de vida e alegria.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

sábado, 16 de novembro de 2024

Da Homilia de um Autor do século segundo

A justiça (Província Agostiniana do Brasil)

Da Homilia de um Autor do século segundo

(Cap.18,1-20,5: Funk 1,167-171)

Pratiquemos a justiça para alcançarmos a salvação

Quanto a nós, sejamos daqueles que dão graças, daqueles que servem a Deus; e não, dos ímpios que serão condenados. Na verdade, eu, mesmo pecador, que não sei fugir das tentações, e ainda vivo em meio das pompas do demônio, esforço-me por seguir a justiça, a fim de, no temor do futuro juízo, poder ao menos chegar perto dela.

Portanto, irmãos e irmãs, tendo nós ouvido o Deus da Verdade, leio-vos uma exortação. Se prestardes atenção ao que está escrito, vós vos salvareis e também aquele que lê diante de vós. Peço esta paga: que de todo o coração façais penitência, dando-vos assim a salvação e a vida. Agindo desse modo, apresentaremos uma finalidade aos jovens que querem dedicar seus esforços à santidade e à bondade de Deus. Não levemos a mal nem nos indignemos, nós insensatos, se alguém nos chama a atenção e quer nos converter da injustiça para a justiça. Acontece às vezes que, procedendo mal, não o percebemos por causa da duplicidade e incredulidade que existem em nossos corações e nossa mente é obscurecida por vãs inclinações.

Cumpramos, pois, a justiça para no fim sermos salvos. Felizes os que obedecem a estes preceitos; embora por breve tempo padeçam no mundo, hão de colher o incorruptível fruto da ressurreição. Não se entristeça o cristão, se neste tempo suporta a miséria; espera-o um tempo feliz.

Ao recobrar a vida, junto com os antepassados, no Alto, alegrar-se-á para sempre, nunca mais a tristeza o perturbará.

E também não se abale nosso espírito, quando vemos ricos os injustos e em dificuldades os servos de Deus. Tenhamos fé, irmãos e irmãs: suportamos as lutas do Deus vivo e somos provados nesta vida para recebermos a coroa na futura. Nenhum justo recolhe um fruto imediato, mas aguarda-o. Porque, se Deus desse logo a recompensa aos justos, nos entregaríamos então a um negócio e não à virtude; pareceríamos querer ser justos por causa do lucro, não do serviço de Deus. Por isto, o juízo divino perturba o espírito que não é justo e torna mais pesadas as cadeias.

Ao único Deus invisível, ao Pai da verdade que nos enviou o salvador e doador da incorruptibilidade, por meio de quem nos manifestou a verdade e a vida celeste, a ele a glória pelos séculos dos séculos. Amém.

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

As Sagradas Escrituras e a Tradição

Bíblia, Tradição e Magistério (A12)

As Sagradas Escrituras e a Tradição

Concílio Vaticano II descreve a Sagrada Tradição e as Sagradas Escrituras como sendo “semelhante a um espelho em que a Igreja peregrinante na terra contempla a Deus” (Constituição Dogmática Dei Verbum, sobre a Revelação Divina, nº 7). 

A palavra revelada de Deus chega até você mediante palavras faladas e escritas por seres humanos. A Escritura Sagrada é a Palavra de Deus “enquanto é redigida sob a moção do Espírito Santo”(Dei Verbum, nº 9). A sagrada Tradição é a transmissão da Palavra de Deus pelos sucessores dos apóstolos. Juntas, a Tradição e a Escritura constituem um só sagrado depósito da palavra de Deus, confiado à Igreja”(Dei Verbum, nº 10). 

A Bíblia: seus livros e sua mensagem 

A Sagrada Escritura, a Bíblia, é uma coleção de livros. Conforme o cânon da Escritura (a lista dos livros que a Igreja católica aceita como autênticos), a Bíblia contém 73 livros. Os 46 livros do Antigo Testamento foram escritos aproximadamente entre os anos 900 a.C. e 160 a.C. – isto é, antes da vinda de Cristo. Os 27 livros do Novo Testamento foram escritos aproximadamente entre os anos 50 D.C. e 140 D.C.

A coleção do Antigo Testamento é constituída de livros históricos, didáticos (que ensinam) e proféticos (que contém as palavras inspiradas dos profetas, pessoas que experimentavam a Deus de maneiras especiais e eram seus autênticos porta-vozes). Esses livros, com poucas exceções, foram escritos originalmente em hebraico.

Em síntese, os livros do Antigo Testamento são um testemunho da experiência que o povo israelita teve de Javé, “o Deus de seus pais” (veja Êx 3, 13-15). No seu conjunto, esses livros revelam a reflexão de Israel sobre a realidade pessoal do Deus único, Javé, que age na história humana, guiando-a com um plano e um objetivo. Javé, o Deus do Antigo Testamento, é o mesmo Deus que Jesus, um judeu, chamava de Pai.

Os livros do Novo Testamento, escritos originalmente em grego, são constituídos de Evangelhos (proclamações da Boa-Nova) e Epístolas (cartas). Primeiro, na ordem em que aparecem na Bíblia, estão os Evangelhos chamados sinóticos (do grego synoptikos, ver o conjunto ao mesmo tempo), porque em boa parte eles contam a mesma história da mesma maneira. O livro intitulado Atos dos Apóstolos, que vem após o Evangelho de São João (também denominado Quarto Evangelho) completa a imagem de Jesus encontrada nos três Evangelhos sinóticos.

A seguir vem as Epístolas de São Paulo – os documentos mais antigos do Novo Testamento – que foram escritas em cada caso para responder a necessidades particulares das várias comunidades cristãs locais.

Depois das Epístolas de Paulo vêm as Epístolas Católicas. Essas cartas são chamadas católicas, ou universais, porque não foram escritas em vista de determinadas necessidades das igrejas locais, mas com temas importantes para todas as comunidades cristãs.

O último livro do Novo Testamento é o Apocalipse, mensagem de esperança para os cristãos perseguidos, prometendo o triunfo final de Cristo na história.

tema fundamental do Novo Testamento é Jesus Cristo. Cada livro revela um aspecto diferente do seu mistério. Os quatro Evangelhos referem as palavras e atos de Jesus como eram recordados e transmitidos nas primeiras gerações da Igreja. Narram a história da sua Paixão e Morte, e o que esta morte significa à luz da sua Ressurreição. Em certo sentido, os Evangelhos começaram com a Ressurreição; a doutrina de Jesus e os fatos de sua vida adquiriram sentido para os primeiros cristãos só depois da Ressurreição. Os Evangelhos refletem a fé comum dos primeiros cristãos no Senhor que ressuscitou e agora habita no meio de nós.

Os escritos do Novo Testamento não relatam quem Jesus era, mas quem Ele é. Mais que meros documentos históricos, esses escritos têm o poder de mudar a sua vida. No “espelho” do Novo Testamento você pode encontrar Jesus Cristo. Se você aceita o que vê neste espelho, o sentido que Jesus tem para você, na sua situação concreta, você pode também encontrar-se consigo mesmo.

A tradição, o Vaticano II e os Santos Padres 

A Sagrada Tradição é a transmissão da Palavra de Deus. Esta transmissão é feita oficialmente pelos sucessores dos apóstolos, e não oficialmente por todos os que cultuam, ensinam e vivem a fé, tal como a Igreja a entende.

Certas ideias e costumes originam-se do processo da Tradição e se tornam meios para ela, alguns até mesmo por vários séculos. Mas um produto da Tradição constitui um elemento básico seu, apenas quando tal produto serviu para transmitir a fé numa forma invariável desde os primeiros séculos da Igreja. Exemplos de elementos básicos são a Bíblia (como um instrumento tangível usado na transmissão da fé), o Símbolo dos Apóstolos ou Credo, e as formas básicas da liturgia da Igreja.

Numa determinada época, um produto da Tradição pode exercer um papel especial na transmissão da fé. Os documentos dos concílios ecumênicos são disso os principais exemplos. Concílio Ecumênico é uma assembleia oficial de todos os bispos do mundo que estão em comunhão com o Papa, com a finalidade de tomar decisões. Os ensinamentos de um Concílio Ecumênico – produtos da Tradição no sentido estrito – desempenham uma função decisiva no processo da Tradição. Os documentos do Concílio de Trento, realizado no séc. XVI, desempenharam tal função. Assim também sucedeu com os documentos do Concílio Vaticano I, celebrado no séc. XIX.

Nos nossos dias, os documentos do Concílio Vaticano II estão exercendo o mesmo papel no processo da tradição. Conforme declarou o Papa Paulo VI numa alocução de 1966. “Devemos dar graças a Deus e ter confiança no futuro da Igreja, quando pensamos no Concílio: ele será o grande catecismo dos nossos tempos”.

O Vaticano II fez o que a Igreja docente sempre tem feito: expressou o conteúdo imutável da revelação, traduzindo-o para formas de pensamento do povo de acordo com a cultura de hoje. Mas esta “tradução do conteúdo imutável” não é como que vestir notícias velhas com linguagem nova. Como afirmou o Vaticano II: “Esta Tradição, oriunda dos Apóstolos, progride na Igreja sob a assistência do Espírito Santo. Cresce, com efeito, a compreensão tanto das coisas como das palavras transmitidas… no decorrer dos séculos, a Igreja tende continuamente para a plenitude da verdade divina, até que se cumpram nela as palavras de Deus”. (Dei Verbum, nº 8). 

Pelo Vaticano II a Igreja deu ouvidos ao Espírito, empenhou-se na sua “tarefa de perscrutar os sinais dos tempos e interpretá-los à luz do Evangelho” (Constituição Pastoral Gaudium et Spes sobre a Igreja no Mundo Moderno, nº 4). Nem sempre é claro aonde o Espírito está nos conduzindo. Mas o terreno no qual nós, a Igreja, caminhamos adiante da nossa peregrinação é firme: o Evangelho de Cristo. Nesta etapa da nossa história, um de nossos instrumentos básicos de Tradição – de transmissão da fé – são os documentos do Vaticano II.

A Tradição é um processo inteiramente pessoal. A fé é transmitida de pessoa para pessoa. Papas e Bispos, sacerdotes e religiosos, teólogos e mestres transmitem a fé. Mas as pessoas mais envolvidas nesse processo são os pais e seus filhos. Filhos de pais chineses dificilmente aprendem um dialeto irlandês. E filhos de pais não-praticantes dificilmente aprendem uma fé profunda e vivencial. Assim, com relação à Tradição, guarde bem na memória as palavras do célebre sacerdote e educador inglês, Cônego Drinkwater: “Você educa até certo ponto… pelo que você diz, mais pelo que você faz e ainda mais pelo que você é; mas acima de tudo, pelas coisas que você ama”.

Fonte: https://www.veritatis.com.br/10-as-sagradas-escrituras-e-a-tradicao/

Papa a jovens da Itália: continuem a sonhar e sejam artesãos da esperança

Papa Francisco no encontro com os membros do Conselho Nacional da Juventude da Itália (Vatican Media)

“É importante saber que os jovens saibam ser artesãos da esperança porque são capazes de sonhar. Por favor, não percam a capacidade de sonhar: quando um jovem perde essa capacidade, torna-se um “aposentado da vida”. Palavras do Papa Francisco no encontro com os membros do Conselho Nacional da Juventude neste sábado (16/11) no Vaticano.

Vatican News

Os membros do Conselho Nacional da Juventude da Itália foram recebidos neste sábado (16/11) pelo Papa Francisco no Vaticano por ocasião do aniversário de 20 anos do organismo. Os jovens foram recebidos com a aclamação do Papa: 

“A esperança não desilude! Ouçam bem isto: a esperança não desilude. Nunca.”

Capacidade de sonhar

Francisco disse “é importante saber que os jovens italianos sabem como ser artesãos da esperança porque são capazes de sonhar. Por favor, não percam a capacidade de sonhar: quando um jovem perde essa capacidade, não estou dizendo que ele se torna velho, não, porque os velhos sonham. Ele se torna um 'aposentado da vida'. Isso é muito ruim. Por favor, jovens, não sejam 'aposentados da vida' e não deixem que a esperança seja roubada de vocês! Nunca! A esperança nunca desilude!".

A voz dos que não têm voz

Ao falar sobre as responsabilidades da organização, o Papa recordou que é um órgão consultivo chamado a representar o mundo da juventude em nível local, nacional e europeu. Para isso devem promover a participação ativa dos jovens por meio de uma “rede” entre as muitas associações inspiradas em valores como solidariedade e inclusão. “Fazendo ‘rede’, mas também fazendo ‘barulho’", disse o Papa. Nessa tarefa - “de ‘trabalhar em rede’ e fazer ‘barulho’ -, continuou o Papa, "eu os convido a ser a voz de todos, especialmente dos que não têm voz”.

Desafios da juventude

“Como sabemos, há muitos desafios”, acrescentou o Pontífice aos jovens, expondo os problemas atuais: “a dignidade do trabalho, a família, a educação, o engajamento cívico, o cuidado com a criação e as novas tecnologias. O aumento dos atos de violência e automutilação, até o gesto mais extremo de tirar a própria vida, são sinais de um mal-estar preocupante e complexo”. E o Papa sugeriu a necessidade de uma “aldeia de educação” onde, “na diversidade”, afirmou, “seja compartilhado o compromisso de gerar uma rede de relacionamentos humanos e abertos. É necessário um pacto, uma aliança, entre os que desejam colocar a pessoa no centro e, ao mesmo tempo, estão dispostos a investir novas energias para a formação dos que servirão à comunidade”.

Beleza e novidade da vida

Falando sobre a beleza e a novidade da vida, tarefa à qual os jovens são chamados, Francisco lembrou: “há uma beleza que vai além das aparências: é a beleza de cada homem e mulher que vive sua vocação pessoal com amor, no serviço abnegado à comunidade, no trabalho generoso para a felicidade da família, no compromisso altruísta de fazer crescer a amizade social. Descobrir, mostrar e destacar essa beleza significa lançar as bases da solidariedade social e da cultura do encontro”.

Serviço abnegado pela verdade e liberdade

“Seu serviço abnegado pela verdade e pela liberdade, pela justiça e pela paz, pela família e pela política é a contribuição mais bela e mais necessária que vocês podem dar às instituições para a construção de uma nova sociedade”, afirmou o Papa. Concluindo esse ponto ele disse: “permitam-me, por fim, entregar-lhes a coisa mais importante, aquela verdade que, para um cristão, nunca deve ser silenciada. É um anúncio que diz respeito a todos, jovens e idosos, e que sempre precisamos ouvir novamente: ‘Deus te ama’, ‘Cristo te salva’, ‘Ele vive!’. Se Ele vive, então a esperança não é em vão. O mal, o pessimismo e o ceticismo não terão a última palavra”.

Os conflitos

Encorajando os jovens, o Papa ainda disse: “diante dos desafios e das dificuldades que vocês podem encontrar em seu trabalho, não tenham medo! Não tenham medo de passar por conflitos. Os conflitos nos fazem crescer”. “Na vida de vocês é necessário, - até mesmo para passar pelos conflitos - a paciência para transformá-los na capacidade de escuta, de reconhecimento do outro, de crescimento recíproco. A tentativa de superar os conflitos é um sinal de que estamos mirando mais alto, mais alto do que nossos próprios interesses particulares, para sair da areia movediça da inimizade social".

“Prossigam em seu serviço: busquem, valorizem e levem a voz e a esperança dos jovens italianos aos espaços institucionais para que participem juntos pelo bem comum.”

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Autocuidado físico para um estilo de vida saudável: atividade física

Autocuidado físico/Atividade física (Editora Cidade Nova)

Autocuidado físico para um estilo de vida saudável: atividade física

A conexão real do nosso corpo acontece quando nos movemos!

por Célia Cals e Raquel Victorelli   publicado e modificado em 31/10/2024

A ATIVIDADE física, em qualquer idade, é fundamental para a saúde em todos os seus aspectos. É considerada um remédio natural com benefícios biopsicossociais: deixa o cérebro mais inteligente racionalmente e mais equilibrado emocionalmente e promove a autoestima e um envelhecimento saudável. É um investimento em nossa qualidade de vida, presente e futura. Para manter-se ativo após os 60 anos, a recomendação é 30 minutos diários, entre exercícios aeróbicos e de força muscular, em atividades moderadas como alongamento, musculação, caminhada, hidroginástica, dança, Pilates, desde que feitas de maneira adequada, respeitando os limites do corpo, seguindo recomendações médicas, bem como as de um profissional de Educação Física. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o sedentarismo é responsável por cerca de 3,5 milhões de mortes prematuras por ano, no mundo. Pesquisas mostram que ficar inativo por 10 horas aumenta o risco cardiovascular. No cotidiano, é importante não ficar parado por longos períodos, levantar-se a cada uma hora, beber água, movimentar-se.

Benefícios da atividade física regular aliada a uma alimentação saudável:

• Aumenta a produção da proteína BDNF, espécie de “fertilizante” precioso que aumenta a oxigenação no cérebro, ajuda na criação de vários neurônios e fortalece os já existentes, aumentando também a plasticidade cerebral. Além disso, acelera o aprendizado e aumenta a capacidade de memorização, contribuindo para redução de demência. 20 a 40 minutos de atividade física aumentam em 32% a presença de BDNF no sangue

• Aumenta a produção de serotonina, que modula e melhora humor; epinefrina, que aumenta a atenção; e de dopamina, que aumenta motivação. Geralmente, quando esses três neurotransmissores estão em baixa, provocam ansiedade e depressão. Assim, a atividade física torna-se um “antidepressivo” natural que não deve deixar de ser agregado ao tratamento.

• Aumenta níveis de energia, diminuindo a fadiga e aumentando o bem-estar físico e mental.

• Contribui na prevenção e diminuição de problemas cardiovasculares.

• Auxilia no controle da diabetes e artrites, entre outras doenças.

• Auxilia no fortalecimento muscular e na manutenção da densidade óssea, ajudando a reduzir a osteopenia e a osteoporose.

• Aumenta o metabolismo, ajudando na queima de calorias e reduzindo o peso e a gordura corporais.

• Melhora o equilíbrio, a coordenação motora, a flexibilidade, a força, a postura, a funcionalidade e autonomia nas atividades da vida diária (AVDs).

• Melhora a qualidade do sono e aumenta a testosterona e a libido.

• Reduz o risco de câncer: estima-se que de 30 a 40% de tipos de câncer podem ser prevenidos pelas mudanças do estilo de vida.

• Aumenta o limiar da dor, diminuindo sua percepção.

• Aumenta a produção de antioxidantes no corpo, retardando o envelhecimento da pele.

Ter um objetivo de valor inestimável, como acompanhar o crescimento dos netos e encontrar uma modalidade prazerosa que seja adequada à própria condição física e de fácil acesso, é uma das condições importantes para manter a motivação e o comprometimento nesse estilo de vida.  

É no presente que podemos começar (ou recomeçar) a construir um futuro melhor para nós e para quem amamos!

Por Célia Cals(1) e  Raquel Victorelli(2)

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1) É médica geriatra

2) É fisioterapeuta

Fonte: https://www.cidadenova.org.br/editorial/inspira/4037-autocuidado_fisico_para_um_estilo_de_vid

Santa Gertrudes

Santa Gertrudes (A12)
16 de novembro
País: Alemanha
Santa Gertrudes

Nascida na Saxônia, em 1256, era filha de fervorosos pais cristãos. Aos cinco anos de idade foi entregue ao mosteiro cisterciense de Hefta, onde, descobrindo a vocação religiosa, permaneceu até a morte. cresceu adquirindo grande cultura cristã. Possuidora de grande carisma místico tornou-se religiosa consagrada.

Sua vida contemplativa era sinal de perseverança para as outras religiosas. Aos 25 anos de idade teve a primeira das visões que a introduziu em elevada vida mística, comparável às de Santa Teresa de Ávila e São João da Cruz. Tais revelações ela as escreveu no livro "Mensageiro do Divino Amor", importante obra cristã de teologia mística e praticamente a única fonte sobre a sua vida diária.

O conteúdo das suas revelações e visões era o entendimento do amor de Cristo pelos homens. Dedicava-se à penitência corporal e, especialmente, à meditação da sagrada Paixão e Morte de Cristo, à oração diante do Sacrário, e à devoção a Nossa Senhora. O amor à humanidade de Cristo a levou a descobrir a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, antecipando-se assim às revelações dessa devoção a Santa Maria Alacoque.

 Foi eleita abadessa, cargo que exerceu até o fim de seus dias. Adoeceu e sofreu muitas dores físicas por mais de 10 anos, falecendo, como num êxtase de amor, em 1301.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
Revisão e acréscimos: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

A vida contemplativa foi a vocação de Santa Gertrudes. Relativamente poucos são chamados a esta vida, e menos ainda às visões e revelações divinas. Contudo, da oração devota e mais pura destes poucos, muito depende a misericórdia de Deus para com a humanidade, e mais deveriam ser reconhecidas e valorizadas tais vocações. É no silêncio e recolhimento que podemos ouvir a Deus, e onde Ele mais intensamente Se manifesta à nossa alma. Mesmo na vida comum, não podemos deixar de dedicar o tempo necessário a este encontro íntimo e transformador com Deus. Caso contrário, a nossa vida espiritual tenderá à superficialidade, rotina, e, por fim, desinteresse, pois só amamos o que conhecemos, e só bem conhecemos a Deus no recolhimento da alma.

Oração:

Ó Senhor, que amastes Santa Gertrudes com amor eterno, falando ao seu coração, dá-me ouvidos para escutar Vossa voz, e fé para responder ao Vosso chamado, com entrega comparável à desta apaixonada do Vosso Santo Coração. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF