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quinta-feira, 21 de novembro de 2024

CATEQUESE: A memória da Apresentação de Nossa Senhora no Templo

Apresentação de Nossa Senhora (A12)

A memória da Apresentação de Nossa Senhora no Templo

Escrito por Academia Marial

20 NOV 2014 - 15H53 (Atualizada em 21 NOV 2023 - 08H23)

Após o Concílio Vaticano II, a Igreja reformulou seu calendário litúrgico, surgindo então uma coleção de 'Missas da Virgem Santa Maria', como apêndice ao Missal Romano. Dentre as festividades marianas do calendário está a memória obrigatória da Apresentação de Nossa Senhora no Templo, comemorada no dia 21 de novembro.

No que se refere ao culto mariano, o Concílio dedicou um capítulo especial exortando todos os fiéis ao culto à Virgem Maria, de maneira essencialmente litúrgica (Lumen Gentium, 67), ou seja, associada à celebração das festas litúrgicas.

O Concílio destacou o lugar da Mãe de Deus na Liturgia da Igreja na celebração do ciclo anual dos mistérios de Cristo: “a santa Igreja a venera com especial amor porque, indissoluvelmente unida à obra de salvação do seu Filho, a Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe de Deus, em quem vê e exalta o mais excelso fruto da Redenção, em quem contempla, qual imagem puríssima, o que ela, toda ela, com alegria deseja e espera ser.” (SC 103)¹

História

Esta celebração antiga iniciou-se no século VI, em Jerusalém, quando da construção de uma igreja em homenagem a este mistério. A Igreja do Oriente acolheu e conservou zelosamente as tradicionais festas marianas, reservando à apresentação de Maria uma memória particular, como um dos mistérios da vida daquela que Deus escolheu para Mãe de seu Filho Unigênito. A partir do século XVI, tornou-se uma festa da Igreja Católica do mundo inteiro.

O nascimento da Virgem Maria não é narrado nas Sagradas Escrituras, mas em evangelhos apócrifos, em particular no Protoevangelho de São Tiago. De acordo com os relatos, os pais da Virgem Maria, Joaquim e Ana, que não podiam ter filhos, receberam uma mensagem de que teriam um filho. Como agradecimento pela graça da filha que lhes veio, eles a levaram ainda pequena para o Templo em Jerusalém, para consagrá-la a Deus. Versões posteriores da história (como no Evangelho do Pseudo-Mateus e no Evangelho da Natividade de Maria²) nos contam que Maria foi levada para o Templo com cerca de três anos de idade para cumprir uma promessa. A tradição conta que ela permaneceu ali para se preparar para o seu futuro papel como Mãe de Deus (Theotokos, em grego).

Celebração litúrgica

Na Liturgia das Horas, lê-se: “Neste dia da solene consagração da igreja de Santa Maria Nova, construída junto ao templo de Jerusalém, celebramos, com os cristãos do Oriente, aquela consagração que Maria fez a Deus de si mesma, desde a infância, movida pelo Espírito Santo, de cuja graça ficará plena na sua imaculada conceição”.³

Portanto, a apresentação de Maria tem um importante propósito teológico: continuar o impacto das festas da Imaculada Conceição e do nascimento de Maria. Ele enfatiza que a santidade conferida a Maria foi desde o início de sua vida na Terra e continuou pela sua infância. Disse São Germano de Constantinopla, na homilia sobre a Apresentação: Esta menininha prepara o aposento para acolher a Deus, “mas não é o templo que a santifica e purifica, e sim a sua presença que purifica inteiramente o templo”.

Para a Igreja Católica, no dia da Apresentação de Maria, “celebramos a dedicação de si própria que Maria fez a Deus, desde a sua tenra infância, sob a inspiração do Espírito Santo, que preencheu-a com sua graça…”. O papa Paulo VI, em sua encíclica de 1974, Marialis Cultus, escreveu que, “apesar de seu conteúdo apócrifo, [a história da Apresentação de Maria] apresenta elevados e exemplares valores e avança veneráveis tradições de origem nas igrejas orientais”.

As três festas (Nascimento, Santo Nome de Maria e a Apresentação no Templo) correspondem com as três primeiras festas do ciclo de Jesus, o Nascimento de Jesus (Natal), o Santo Nome de Jesus e a Apresentação de Jesus no Templo.

O dia 21 de novembro é também um dia Pro Orantibus, um dia de oração para as freiras enclausuradas, “totalmente dedicadas a Deus em oração, silêncio e retiro”.

Foi no dia 21 de novembro de 1964 que o Papa Paulo VI, na clausura da 3ª Sessão do Concílio Vaticano II, consagrou o mundo ao Coração de Maria e declarou Nossa Senhora Mãe da Igreja.

No Brasil

A escritora Nilza Botelho Megale, no seu livro intitulado '107 Invocações da Virgem Maria no Brasil', publicado pela Editora Vozes, Petrópolis, 1980, afirma que, no Brasil, a primeira Paróquia dedicada a esta invocação foi em Natal (RN), fundada em 1599. Segundo o historiador Luís da Câmara Cascudo: “Na capela-mor daquela matriz se colocou, pouco depois, um grande e famoso quadro de pintura em que se vê o mesmo mistério da Senhora historiado… A sua festividade se lhe celebra em 21 de novembro, que é o dia em que a Senhora foi oferecida ao Senhor da Glória”.

A cidade de Porto Calvo, em Alagoas, campo de diversas batalhas entre brasileiros e tropas invasoras durante a guerra holandesa, tem também como padroeira a Nossa Senhora da Apresentação.

No Rio de Janeiro, Bairro de Irajá, em 1613 foi construída uma capelinha. Só em 1644 se instituiu a Paróquia de Nossa Senhora da Apresentação de Irajá. A Matriz foi confirmada por Alvará de D. João IV, em 10 de fevereiro de 1647. A capela é uma das joias da arquitetura religiosa do Rio de Janeiro e a segunda mais antiga da municipalidade.

Na arte

As representações ocidentais geralmente se concentram na figura sozinha da jovem Maria subindo os degraus do Templo, tendo deixado para trás os pais e subindo na direção do sumo-sacerdote e de outras pessoas no Templo.

O tema também é uma das cenas habituais nos ciclos maiores sobre a Vida da Virgem, embora ele não seja geralmente uma das cenas mostradas nos livros de horas.

Apresentação de Nossa Senhora (A12)
Apresentação de Nossa Senhora (A12)
Apresentação de Nossa Senhora (A12)
Apresentação de Nossa Senhora (A12)

Fonte: https://www.a12.com/academia/catequese/a-memoria-da-apresentacao-de-nossa-senhora-no-templo

Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo

Apresentação de Nossa Senhora (Liturgia das Horas Online)

Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo
(Sermo 25,7-8: PL 46,937-938)            (Séc. V)

Aquela que acreditou em virtude da fé, também pela fé concebeu

Prestai atenção, rogo-vos, naquilo que Cristo Senhor diz, estendendo a mão para seus discípulos: Eis minha mãe e meus irmãos. Quem faz a vontade de meu Pai que me enviou, este é meu irmão, irmã e mãe (Mt 12,49-50). Acaso não fez a vontade do Pai a Virgem Maria, que creu pela fé, pela fé concebeu, foi escolhida dentre os homens para que dela nos nascesse a salvação e que foi criada por Cristo antes que Cristo nela fosse criado? Sim! Ela o fez! Santa Maria fez totalmente a vontade do Pai e por isto mais valeu para ela ser discípula de Cristo do que mãe de Cristo; maior felicidade gozou em ser discípula do que mãe de Cristo. Assim Maria era feliz porque, já antes de dar à luz o Mestre, trazia-o na mente.

Vede se não é assim como digo. O Senhor passava acompanhado pelas turbas, fazendo milagres divinos, quando certa mulher exclamou: Bem-aventurado o seio que te trouxe. Feliz o ventre que te trouxe! (Lc 11,27) O Senhor, para que não se buscasse a felicidade na carne, que respondeu então? Muito mais felizes os que ouvem a palavra de Deus e a guardam (Lc 11,28). Por conseguinte, também aqui é Maria feliz, porque ouviu a palavra de Deus e a guardou. Guardou a verdade na mente mais do que a carne no seio. Verdade, Cristo; carne, Cristo; a verdade-Cristo na mente de Maria; a carne-Cristo no seio de Maria. É maior o que está na mente do que o trazido no seio.

Santa Maria, feliz Maria! Contudo, a Igreja é maior que a Virgem Maria. Por quê? Porque Maria é porção da Igreja, membro santo, membro excelente, membro supereminente, mas membro do corpo total. Se ela pertence ao corpo total, logo é maior o corpo que o membro. A cabeça é o Senhor; e o Cristo total, é a cabeça e o corpo. Que direi? Temos cabeça divina, temos Deus por cabeça!

Portanto, irmãos, dai atenção a vós mesmos. Também vós sois membros de Cristo, também vós sois corpo de Cristo. Vede de que modo o sois. Diz: Eis minha mãe e meus irmãos (Mt 12,49). Como sereis mãe de Cristo? Todo aquele que ouve e faz a vontade de meu Pai que está nos céus, este é meu irmão e irmã e mãe (cf. Mt 12,50). Pensai: entendo irmão, entendo irmã; é uma só a herança, e é essa a misericórdia de Cristo que, sendo único, não quis ficar sozinho; quis que fôssemos herdeiros do Pai, co-herdeiros seus.

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

Sonolência durante o dia é ligada a maior risco de síndrome de pré-demência

Sonolência durante o dia pode estar ligada à síndrome de pré-demência entre idosos. — Foto: FreePik

Sonolência durante o dia é ligada a maior risco de síndrome de pré-demência; entenda.

Estudo com idosos encontrou uma probabilidade três vezes maior de desenvolver o quadro entre aqueles que relatavam queixas sobre o sono.

Por O Globo — Rio de Janeiro

20/11/2024

Idosos que sentem sono durante o dia ou falta de entusiasmo por causa de problemas para dormir foram associados a uma probabilidade três vezes maior de desenvolver uma síndrome chamada de pré-demência. É o que aponta um novo estudo publicado na revista científica Neurology, da Academia Americana de Neurologia.

Essa síndrome, também conhecida como síndrome de risco motor cognitivo, é caracterizada por uma marcha lenta e problemas de memória, embora os pacientes ainda não tenham desenvolvido deficiência de mobilidade ou outros declínios cognitivos que caracterizam a demência.

No novo trabalho, os pesquisadores analisaram 445 indivíduos com idade média de 76 anos e que não tinham um diagnóstico de demência. Os participantes responderam questionários sobre o sono e problemas de memória, e tiveram a velocidade de caminhada testada numa esteira.

Depois, ao longo de em média três anos, os voluntários foram reavaliados, a cada 12 meses. Os resultados encontraram uma associação entre aqueles que relataram mais sonolência excessiva durante o dia e uma maior dificuldade em manter o entusiasmo para realizar tarefas com mais casos de desenvolvimento da síndrome.

No grupo, 35,5% desenvolveram a condição, em comparação com 6,7% dos outros participantes que não relatavam esses problemas. Após ajustes para outros fatores que poderiam influenciar o risco, como idade, depressão e outras condições de saúde, os cientistas encontraram uma probabilidade mais de três vezes maior de desenvolver a síndrome.

O estudo é do tipo observacional, ou seja, encontrou uma associação entre os problemas, mas não consegue confirmar uma relação de causa. Trabalhos do tipo analisam a ocorrência de fenômenos, eventos, comportamentos, hábitos durante um período de tempo e buscam uma relação entre eles.

Ainda que possa traçar associações importantes, o estudo observacional não pode definir 100% que se trata de uma relação de causa e consequência. O paciente pode, por exemplo, ter relatado a maior sonolência diurna por já estar sofrendo um efeito da síndrome.

Ainda assim, a autora do estudo, a pesquisadora do Albert Einstein College of Medicine, Victoire Leroy, diz que os achados “destacam a necessidade de triagem para problemas de sono” entre os idosos. “Há potencial para que as pessoas recebam ajuda com seus problemas de sono e previnam o declínio cognitivo mais tarde na vida”, continua.

Em comunicado, porém, ela reconhece que são necessárias mais pesquisas “para examinar a relação” encontrada e de estudos que possam “explicar os mecanismos que ligam essas perturbações do sono à síndrome de risco motor cognitivo e ao declínio cognitivo”.

Fonte: https://oglobo.globo.com/saude/noticia/2024/11/20/sonolencia-durante-o-dia-e-ligada-a-maior-risco-de-sindrome-de-pre-demencia-entenda.ghtml

EDITORIAL: Estudar a história para viver a fé hoje

Um dos livros contidos nos Arquivos Apostólicos do Vaticano (Vatican News)

Um olhar para a Carta do Papa Francisco

Andrea Tornielli

Fala-se que São Filipe Neri costumava dizer ao seu amigo Cesare Baronio, fundador da historiografia católica: venha pelo menos uma vez por mês ensinar a história da Igreja aos nossos alunos porque eles já não a conhecem, e caso não se conheça a história não se chegará a conhecer mais a fé. Esta atenção ao estudo da história é mais atual do que nunca e a Carta publicada pelo Papa Francisco indica isso com grande clareza. Como já aconteceu com a anterior Carta do passado mês de agosto, dedicada à importância da literatura, o Sucessor de Pedro dirige-se antes de tudo aos sacerdotes pensando na sua formação, mas lança uma luz para um tema que não interessa somente a eles.

Estudar a história da Igreja é uma forma de preservar a memória e construir o futuro. E é o modo melhor para interpretar a realidade que nos rodeia. Educar as jovens gerações a aprofundar o passado, a não confiarem nos slogans simplificadores, a moverem-se com destreza no labirinto de milhões de “notícias” muitas vezes falsas ou de qualquer forma tendenciosas e incompletas, é uma missão que diz respeito a todos nós. As palavras de São Filipe Néri insistem no vínculo peculiar da fé cristã com a história. A encarnação, morte e ressurreição do Filho de Deus é um acontecimento que dividiu em dois - um antes e um depois - a história da humanidade. A fé católica não é antes de tudo ideia, filosofia, moral, mas relação, vida, uma concretude, história. Somos cristãos graças a um testemunho transmitido de mãe para filho, de pai para filha, de avós para netos. E retrocedendo esta cadeia chegamos às primeiras testemunhas, os apóstolos, que partilharam, dia após dia, toda a vida pública de Jesus.

Este amor pela história, acompanhado pelo olhar de fé, faz olhar com atenção também para as páginas menos nobres e mais sombrias do passado da Igreja. «Estudar sem preconceitos porque a Igreja não tem necessidade de mentiras, mas somente da verdade», disse Leão XIII ao abrir o então Arquivo Secreto do Vaticano em 1889.

Certamente, aprofundar a história nos coloca em contato com as “manchas” e com “rugas” do passado. Francisco explica que «a história da Igreja ajuda-nos a olhar para a Igreja real para poder amar aquela que existe verdadeiramente e que aprendeu e continua a aprender com os seus erros e as suas quedas”. Reconhecendo a si mesma também nos momentos obscuros, a torna capaz de compreender «as manchas e feridas» do mundo de hoje.

O olhar do Papa está, portanto, muito distante de qualquer preocupação apologética, voltada a apresentar uma realidade açucarada; bem como pelas tendências ideológicas que pelo contrário pintam a Igreja como um covil de malfeitores.

Na realidade, uma Igreja que saiba verdadeiramente confrontar-se com cada ruga do seu passado, mais facilmente permanece humilde, porque tem consciência de que é o Senhor quem salva a humanidade, e não as estratégias de marketing pastoral ou o protagonismo deste ou daquele personagem da moda.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Gelásio I, papa

São Gelásio I (A12)
21 de novembro
Localização: Itália (Roma)
São Gelásio I

Gelásio era de origem africana, culto, inteligente e dotado de personalidade forte. Entrou para o clero romano, atuou como conselheiro papal e sucedeu Félix II como Papa, de 492 a 496. Enérgico e intransigente na defesa dos direitos da Igreja, era terno e compassivo com as misérias humanas.

Em apenas quatro anos de pontificado, realizou imensas tarefas. Como Pastor, combateu firmemente as heresias monofisita e do pelagianismo, e também o maniqueísmo e outras seitas que ameaçavam a unidade da Igreja; denunciou ao Senado romano as imoralidades de certas festas pagãs, que não mais deviam existir depois da adoção do Cristianismo pelo Império; organizou e presidiu o Sínodo de 494, no qual foi aprovada grande renovação litúrgica da Igreja; publicou o Sacramentário Gelasiano, com orientação clara da administração dos Sacramentos, das orações na Missa e nas solenidades litúrgicas, uniformizando as funções e ritos das várias Igrejas; estabeleceu normas de disciplina eclesiástica e incentivou a vida monástica.

Não menos importante, foi o primeiro pontífice a expressar a máxima autoridade do Bispo de Roma sobre toda a Igreja, escrevendo uma carta ao imperador romano do Oriente, que pretendia interferir na administração da Igreja: “… há distinção entre a autoridade do Papa e a dos reis; a primeira é imensamente mais elevada, pois inclui responsabilidade espiritual também sobre os príncipes temporais”.

Conclamou o Senado romano, apático e desinteressado durante a derrocada do Império frente às invasões bárbaras, a assumir o seu dever.

 Teve imensa caridade, salvando Roma do perigo da carestia, e distribuiu muitos bens da Igreja para aliviar as consequências da fome; dele foi dito que “morreu pobre após ter enriquecido a muitos pobres”: sobre seu túmulo foi escrito "Pai dos pobres". Morreu em 21 de novembro de 496, em Roma.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
Revisão e acréscimos: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

São Gelásio foi um gigante na defesa da Fé e na caridade aos carentes, aliando firmeza na ação e docilidade no trato – uma característica da ação do Espírito Santo... Cuidou incansavelmente da saúde espiritual e material dos seus filhos, provendo o melhor, como verdadeiro Pai, para as suas necessidades. Neste sentido, é exemplo tanto para os que abraçam a vida sacerdotal como para os pais de família.

Oração:

Deus Eterno e Todo-Poderoso, por intercessão de Vosso servo São Gelásio I, suscitai entre nós dignos pastores do Vosso rebanho, para a santificação daqueles que a Vós se consagram e para o auxílio da salvação dos Vossos fiéis. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Cântico dos Cânticos: quando o amor está “além do versículo”

Amor conjugal - Marc Chagall

Entrevista com o biblista padre Francesco Giosuè Voltaggio. A essência do Cântico dos Cânticos não é a posse, mas o desejo. O biblista explica por que o significado literal e alegórico não estão em contraposição, mas em estreita continuidade.

Debora Donnini – Cidade do Vaticano

É curiosa a presença do Cântico dos Cânticos na Bíblia hebraica e cristã. É verdade que o Cântico se inspira em alguns poemas antigos da Mesopotâmia? E quando poderia ter sido escrito? A riqueza deste texto emerge com toda a sua determinação na entrevista com o padre Francesco Giosuè Voltaggio, biblista e professor de Arqueologia e Sagrada Escritura na Terra Santa e também reitor do Seminário Redemptoris Mater da Galiléia.

Pe. Voltaggio: O fundo literário do Cântico deve ser buscado nos cantos de amor egípcios e na poesia nupcial mesopotâmica nas quais se exaltava a beleza dos noivos, chamados “rei” e “rainha”. Foram percebidas também semelhanças entre o Cântico dos Cânticos e um gênero poético árabe, chamado wasf, no qual descreve-se a beleza dos noivos com a descrição poética de seus corpos. Todavia há novidades decisivas no Cântico. Por exemplo, ao contrário dos cantos de amor egípcios que se caracterizam por um monólogo dos protagonistas, o Cântico é um verdadeiro diálogo entre o amado e a amada, com a intervenção de um coro. Portanto, a revelação bíblica assume a humanidade – e também a literatura humana – mas a transfigura, como é o caso, do Cântico que trata do amor humano como humano mas que ao mesmo tempo o transfigura. Com relação à datação ainda há uma discussão entre os estudiosos. Varia entre o século X e o século I A.C. A pesquisa exegética atual é propensa a uma datação perto do final do domínio ptolemaico na Palestina, ou seja, na primeira metade do século III A.C. Também é muito interessante que o texto é atribuído a Salomão. Isso é de fundamental importância para a interpretação do Cântico, porque Salomão significa Sábio por excelência, e na tradição judaica e cristã é uma figura do Messias.

O Cântico dos Cânticos é fundamentalmente um canto de amor, de paixão, mas não um amor efêmero: fala-se de um noivo e de uma noiva. E a característica que talvez torne o amor tão sublime é justamente porque se trata de um amor de eleição, de escolha, um amor que como diz o Cântico é “forte como a morte”. Na sua opinião, há esta característica de amor de eleição que pesa insistentemente no Cântico?

Pe. Voltaggio: Muito. O nome Cântico dos Cânticos em hebraico tem um valor superlativo por isso pode ser traduzido também como o “Cântico mais belo”, o “Cântico sublime”. O amor humano é uma realidade sublime e profunda demais para ser descrita com palavras humanas e por isso recorre-se à poesia. Portanto, saindo de todos os esquemas, o amor situa-se no âmbito do estático, do sublime, do divino, ou seja o amor do Cântico dos Cânticos não é somente de paixão ou de aprazimento, mas é feito de relação e de distância, de proximidade e de afastamento, de palavras e de silêncios, de vida e de morte, etc. Por exemplo, no amor entre os dois amados do Cântico , há duas noites, momentos nos quais o amado e amada se perdem. Mas o amor humano do Cântico é um amor forte como a morte, uma chama do Senhor. Este versículo é o ápice do livro e em hebraico sente-se o som da letra shin que se repete, do fogo, isto é o amor tem o “som” do fogo. Este é o único versículo do Cântico onde de modo velado encontra-se o nome do Senhor. Trata-se de um amor de eleição, que vem do próprio Deus que é – segundo o que diz a Escritura – um fogo devorador e este amor humano entre os noivos é um reflexo do amor apaixonado que Deus tem pela humanidade, porque Deus é o noivo e a humanidade é a noiva, em uma leitura espiritual ou alegórica.

Fonte:  https://www.vaticannews.va/pt

O túmulo de Maria Madalena fica nesta pequena cidade?

Itto Ogami | Wikimedia Commons | CC POR 3,0

Alice Alech - publicada em 19/11/24

Saint-Maximin-La Baume é uma pequena cidade na Provença Francesa, cercada por colinas repletas de olivais e vinhedos. Também abriga um tesouro sagrado.

Saint-Maximin-La Baume pode estar faltando na lista de destinos turísticos populares no sul da França. No entanto, a sua herança católica é única. Abriga a Basílica de Saint-Maximin, às vezes chamada de Basílica de Santa Maria Madalena. Segundo a tradição local, ela e outros discípulos expulsos da Palestina acabaram nesta região.

Edifício impressionantemente preservado, a basílica abriga relíquias, monumentos e uma extraordinária coleção de obras de arte. É enorme – 73 metros de comprimento, 43 metros de largura e 29 metros de altura – e é considerado o maior edifício gótico da Provença.

Basílica de São Maximino | Taljat David | Obturador

Uma descoberta extraordinária

Quando o projeto de escavação de Carlos II de Anjou descobriu o túmulo de Santa Maria Madalena em 1279, Carlos viu o tesouro inesperado como a oportunidade perfeita para homenagear a santa. Autorizadas as relíquias, Sua Santidade o Papa Bonifácio VIII aprovou a construção, que começou em 1295. A construção durou 236 anos.

Por que a construção foi intermitente durante dois séculos? Por que não foi concluído até 1532?

Nossa guia, Florence Humbert, nos lembrou das inúmeras invasões ao longo da turbulenta história da França. Como ela mesma explicou:

"Lembre-se também de que não se tratava de Paris, mas de uma pequena cidade da Provença. Pense nas obras que foram feitas para um edifício deste tamanho naquela época. Depois veio a peste em 1348, uma época terrível para a França, quando a construção parou e não foi retomado até 1404."

No final do século XIII, a igreja tornou-se finalmente um importante centro de peregrinação sob os cuidados dos priores dominicanos.

Relicário com caveira de Santa Maria Madalena |

A cripta e o crânio de Maria Madalena

A atmosfera da basílica é impressionante, com abóbadas altas e vitrais. São 16 capelas dedicadas aos santos, cada uma adornada com pinturas, altar-mor e órgão próprio, púlpito e bancas de madeira entalhada.

Mas o coração da basílica é a cripta. Está localizado abaixo do piso térreo, descendo uma escada estreita. O teto é baixo, com espaço limitado e pouca iluminação. Uma cerca protege o magnífico relicário de 1860 que contém o crânio de Maria Madalena.

Em 2019, dois pesquisadores usaram fotos do crânio para recriar digitalmente uma imagem da cabeça e do rosto de Maria Madalena. Seu trabalho foi tema de um documentário da National Geographic.

Os restos mortais de Maria Madalena foram descobertos no século XIII. Também foram descobertos outros três sarcófagos, que estão expostos na cripta: São Maximino, Santa Sidonia e Santa Marcela.

Quem foi São Maximino?

Quem foi São Maximino? Que importância teve na Igreja Católica?

Florence Humbert nos conta que, segundo a tradição, São Maximino foi um dos 72 discípulos de Cristo. São Maximino acompanhou Maria e seus irmãos na viagem à França: eram todos refugiados que viajavam num barco.

Ao chegar ao país, São Maximino estabeleceu uma comunidade cristã e difundiu a palavra de Deus. Segundo a lenda, Maria Madalena preferiu a solidão, vivendo 30 anos numa gruta do maciço de Saint Baume, na Provença.

Mais tarde, São Maximino tornou-se bispo e organizou o sepultamento de Maria Madalena.

Tesouros musicais

O órgão da basílica foi obra do Irmão Jean-Esprit Isnard, habilidoso frade dominicano e construtor de órgãos, que também contou com a ajuda de seu sobrinho.

O órgão relativamente austero e amplo da basílica foi construído entre 1772 e 1774. Possui um total de 2.960 tubos.

Considerado único na sua concepção, o órgão foi classificado como “monumento histórico” em 1953.

Duas estátuas notáveis ​​com mais de dois metros de altura também estão em exibição. São eles Santa Cecília, padroeira da música, e o rei Davi, músico habilidoso que compôs os salmos da Bíblia.

O órgão foi classificado monumento histórico em 1953.
Cortesia de Florence Humbert

Uma grande reforma

Um projeto muito necessário foi concluído recentemente para restaurar, proteger e melhorar toda a área da abside. Os altos níveis de umidade eram um grande problema, assim como as rachaduras e a deterioração do mármore, das esculturas e da madeira. O projeto durou 18 meses e terminou em abril deste ano.

“Uma enorme lona cobria tudo enquanto eles trabalhavam”, explica Humbert, “mantendo isso em segredo por um tempo. Ninguém conseguia ver o que estava acontecendo”.

Florence Humbert é apaixonada pela herança cultural da basílica. Percebido:

“Os frades dominicanos do século XX esperavam ver a restauração, mas ela só foi plenamente realizada em 2024. Estamos gratos a todos os atores deste grande projeto, que devolve à basílica a sua verdadeira nobreza para as gerações futuras”.

Fonte: https://es.aleteia.org/2024/11/19/esta-la-tumba-de-maria-magdalena-en-esta-pequena-ciudad

Chamei-vos amigos (2): Para iluminar a terra

Para iluminar a terra (Opus Dei)

Chamei-vos amigos (2): Para iluminar a terra

O “mandamento novo” que Jesus nos confiou no fim da sua vida terrena revelou uma nova dimensão da amizade humana: trata-se de autêntico apostolado.

23/06/2020

Os grandes rios geralmente nascem de uma pequena fonte situada no alto das montanhas. Ao longo de seu percurso, vão recebendo água de mananciais e afluentes até que, no final, desembocam no mar. De modo semelhante, um afeto espontâneo ou um interesse em comum constituem as fontes das quais pode brotar uma amizade. Pouco a pouco essa relação segue o seu curso, recebendo correntes que a nutrem: tempo vivido em comum, conselhos de um lado e outro, conversas, risadas, confidências... Da mesma forma que, à sua passagem, os rios fecundam campos, enchem poços e fazem florescer as árvores, a amizade embeleza a vida, cumula-a de luz, “multiplica as alegrias e oferece conforto nas dores”[1]. Além disso, para um cristão, a amizade também fica repleta da “água viva” que é a graça de Cristo (cfr. Jo 4, 10). Esta força dá um novo impulso à corrente: transforma o afeto humano em amor de caridade. Assim, no final do seu curso, esse rio penetra no vasto mar do amor de Deus por nós.

Um coeficiente de dilatação enorme

Nas primeiras páginas da Bíblia, o relato da criação do homem diz-nos que ele foi formado à “imagem” de Deus, feito à sua “semelhança” (cfr. Gn. 1, 26). Este modelo divino está sempre presente na parte mais íntima da alma e, se treinarmos o nosso olhar, poderemos vislumbrar Deus em cada homem e em cada mulher. Por esta altíssima dignidade, todas as pessoas que encontrarmos no caminho – no trabalho, no estudo, no esporte, no nosso ir de um lado para outro – são dignas de ser amadas, embora somente com algumas delas poderemos estabelecer um relacionamento de amizade. Intuímos que, na prática, não é possível ter infinitos amigos, entre outros motivos porque o tempo é limitado; mas o nosso coração, movido por Deus, pode permanecer sempre aberto, oferecendo sua amizade ao maior número de pessoas, “dando mostras de compreensão com todos os homens” (Tt 3. 2).

“O coração humano tem um coeficiente de dilatação enorme” (São Josemaria)

Procurar ter na alma tal disposição, que não “exclui ninguém”, que permanece “intencionalmente aberta a todas as pessoas, com um coração grande”[2], tem certamente um preço. A mãe de São Josemaria, por exemplo, ao ver como seu filho se entregava sem medida às pessoas que o rodeavam, advertiu-o: “Você vai sofrer muito na vida, porque põe todo o coração no que faz”[3]. Abrir-se à amizade tem o seu preço e, no entanto, todos já experimentamos como é um caminho seguro de felicidade. Ao mesmo tempo, a nossa capacidade de amar a cada vez mais amigos pode crescer continuamente. São Josemaria sentiu esta inquietação em seu coração, com o aumento do número de pessoas no Opus Dei: poderei amar a todos os que vierem ao Opus Dei com o mesmo carinho que sinto pelos primeiros? Preocupação que a graça divina resolveu: o seu coração foi sendo continuamente dilatado por Deus, a tal ponto que ele chegou a confessar: “O coração humano tem um coeficiente de dilatação enorme. Quando ama, dilata-se com um crescendo de carinho que ultrapassa todas as barreiras”[4].

Nisto vos conhecerão

Nas páginas do Gênesis revelava-se o amor de Deus ao criar-nos à sua “imagem”, mas com a encarnação do seu Filho, receberíamos revelações mais impressionantes. Os apóstolos de Jesus viveram durante três anos com aquele que era o seu melhor amigo, sem sair do seu lado. Chamavam-no Rabbi – que quer dizer “mestre” – porque além de amigos, eram e se sentiam seus discípulos. Antes de padecer, o Mestre quis que compreendessem que os amava com uma amizade que ia além da morte, que os amava “até o fim” (Jo 13, 1). Este segredo da radicalidade da sua amizade é uma das confidências íntimas que Cristo lhes fez durante a Última Ceia. Lá manifestou também o seu desejo de que esta força se perpetuasse durante os séculos através de todos os cristãos com a proclamação de um novo mandamento: “Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros” (Jo, 13, 34). E acrescentou: “Nisto conhecerão todos que sois os meus discípulos” (Jo 13, 35); isto é: os meus amigos serão reconhecidos pelo seu modo de amar aos outros.

Há um acontecimento na história do Opus Dei muito unido a este mandamento. Ao terminar a guerra civil, São Josemaria volta a Madri e se dirige imediatamente à rua Ferraz. No número 16 dessa rua, dias antes do começo do conflito, tinha-se terminado de instalar a nova Residência DYA. Quase três anos depois, encontra tudo destruído pelos saques e bombardeios. Está inutilizável. Entre os escombros, coberto de pó, descobre um quadro que havia estado pendurado na parede da biblioteca. Na tela, que tinha aspecto de pergaminho, estão escritas em latim essas mesmas palavras do mandamento novo que Jesus, como vimos, confiou aos seus apóstolos: “Mandatum novum do vobis...”, “Eu vos dou um novo mandamento...” (cfr. Jo 13, 34-35). Tinham-no pendurado ali porque era uma síntese do ambiente que São Josemaria desejava para os centros da Obra: ”Lugares onde muitas pessoas encontrem um amor sincero e aprendam a ser amigas de verdade”[5]. Depois do desastre da guerra, quando era preciso recomeçar praticamente do zero, o importante continuava de pé: uma das bases fundamentais para reconstruir seria deixar-se guiar por esse doce mandamento de Cristo.

Deste jeito é mais fácil subir

Vemos que o modelo da nova lei é o amor de Jesus: “Como eu vos amei” (Jo 13, 34). Mas, como é este amor? Quais são as suas características? O amor de Cristo pelos seus apóstolos – disse-o Ele mesmo – é precisamente como o amor o que os amigos têm entre si. Eles foram testemunhas e destinatários da intensidade deste amor. Sabem que Jesus cuidava das pessoas com quem convivia. Eles o viram alegrar-se com as suas alegrias (cfr. Lc 10, 21) e sofrer com sua dor (cfr. Jo 11, 35). Sempre encontrou tempo para estar com os outros: com a samaritana (cfr. Jo 4, 6), com a hemorroíssa (cfr. Mc 5, 32) e inclusive com o bom ladrão quando já estava na cruz (cfr. Lc 23, 43). O carinho de Jesus manifestava-se em coisas concretas: preocupava-se com o alimento dos que o seguiam (cfr. Lc 9, 13) e também com seu descanso (cfr. Mc 6, 31). Como nos recorda o Papa Francisco, Jesus “cuidou da amizade com seus discípulos, e inclusive nos momentos críticos permaneceu fiel a eles”[6].

Jesus quer que seus amigos sejam reconhecidos pelo seu modo de amar aos outros

A amizade é, ao mesmo tempo, um bálsamo para a vida e um dom de Deus. Não é apenas um sentimento fugaz e sim um verdadeiro amor “estável, firme, fiel, que amadurece com o passar do tempo”[7]. É considerada por alguns a expressão mais alta do amor, já que nos permite valorizar a outra pessoa por si mesma. A amizade “é olhar o outro não para servir-se dele, mas para servi-lo”[8]. É essa a sua preciosa gratuidade. Entende-se então, que o “ser desinteressada” é inerente à amizade, porque a intenção de quem ama não é buscar nenhum benefício, nem um possível efeito boomerang.

Descobrir isto em sua autêntica profundidade sempre surpreende, pois parece chocar com uma ideia da vida como competição, que costuma ser comum em alguns ambientes. Por isso, quem experimenta a amizade o faz habitualmente como um dom imerecido; com amigos os problemas da vida parecem mais leves. Como diz um provérbio kikuyu do qual o bem-aventurado Álvaro del Portillo gostou muito quando foi ao Quênia: “quando há um amigo no cume da montanha, é mais fácil subir”[9]. Os amigos são absolutamente necessários para conseguir uma vida feliz. É, sem dúvida, possível ter uma vida plena sem participar do amor conjugal – como acontece, por exemplo, com quem recebeu o dom do celibato – mas não se pode ser feliz sem experimentar o amor de amizade. Quanto consolo e alegria encontramos numa boa amizade! Como as tristezas se aliviam!

Mais amigos para Jesus

Conhecendo a vida de Jesus e crescendo em intimidade com Ele, podemos aprender as características de uma amizade perfeita. Vimos no princípio que a amizade cristã é especial porque se nutre de uma corrente divina, a graça de Deus, e por isso adquire uma nova “dimensão cristológica”. Esta força impulsiona a olhar e a amar a todos – especialmente os mais próximos – “por Cristo, com Ele e n’Ele”, como diz o sacerdote na Missa ao erguer Jesus no pão eucarístico. Aprenderemos assim a “ver os outros com os olhos de Cristo, descobrindo sempre e novamente o seu valor”[10]. São Josemaria nos animava a ser o próprio Cristo que passa ao lado das pessoas, a dar aos outros o mesmo amor de Cristo amigo. Por isso é lógico que alimentemos em nossa oração a expectativa humana e sobrenatural de ter sempre novos amigos, porque “Deus muitas vezes se serve de uma amizade autêntica para realizar a sua obra salvadora”[11].

A amizade de Jesus com Pedro, com João e com todos os seus discípulos identifica-se com um ardente desejo de que vivam perto do Pai; a sua amizade está unida ao desejo de que descubram a missão à qual foram chamados. Do mesmo modo, em meio às tarefas que o Senhor nos confiou, “não se trata de ter amigos para fazer um apostolado, mas de que o Amor de Deus informe nossas relações de amizade para que elas sejam um autêntico apostolado”[12]. São Josemaria costumava dizer que na vida espiritual chega um momento em que não se distinguem a oração e o trabalho, porque se vive numa contínua presença de Deus. Algo similar acontece com a amizade, porque ao desejar o bem do amigo queremos que esteja o mais perto possível de Deus, fonte segura de alegria. Assim, “não há tempos compartilhados que não sejam apostólicos: tudo é amizade e tudo é apostolado, sem nenhuma distinção”[13].

“não há tempos compartilhados que não sejam apostólicos” (Mons. fERNAnDO oCáriz)

Por isso, no coração dos santos, sempre havia lugar para um novo amigo. Ao ler livros que contam as suas vidas descobrimos um interesse sincero pelos problemas dos outros, pelas suas angústias e alegrias. Dom Álvaro cultivou esta disposição até o fim da sua vida; quis levar a amizade de Cristo inclusive às pessoas que o acompanharam durante as horas da sua última viagem nesta terra. Um dia depois do seu falecimento, “na mesinha de cabeceira encontrou-se o cartão de visita de um dos pilotos do avião que o tinha levado da Terra Santa a Roma. Ele tinha se interessado pelo piloto e pela sua família, especialmente durante o tempo de espera no aeroporto de Tel Aviv. O relacionamento foi breve, mas, profundo: aquele piloto foi rezar diante dos restos mortais de dom Álvaro assim que soube do seu falecimento”[14]. Em um encontro casual tinha se gerado uma amizade que continuava entre a terra e o céu.

***

O cristão tem um grande amor – um dom – a compartilhar. As nossas relações com os outros dão a Cristo a possibilidade de oferecer a sua amizade a novos amigos. “Iluminar os caminhos da terra”[15] implica estender pelo mundo a preciosa realidade do amor de amizade. Às vezes, pensar só em nossos interesses, ter muita pressa ou ficar em certa superficialidade ao conhecer as pessoas, coloca em perigo este presente que Deus quer dar a todos os homens. Grande parte da nossa missão evangelizadora é justamente devolver à amizade o seu autêntico brilho, colocando-a em relação com Deus, com os outros, com o nosso desejo de ser melhores... em suma, com a felicidade.

José Manuel Antuña

Foto: Maksim Shutov, disponível em Unsplash.


[1] Fernando Ocáriz, Carta Pastoral 1/11/2019, n. 23.

[2] Fernando Ocáriz, Carta Pastoral 1/11/2019, n. 7.

[3] Andrés Vázquez de Prada,El fundador del Opus Dei, Rialp, Madri 1997, tomo I, p. 164.

[4] São Josemaria, Via Crucis, VIII estação, 5.

[5] Fernando Ocáriz, Carta Pastoral 1/11/2019, n. 6.

[6] Francisco, Christus vivit, n.31

[7] Ibid., n.152.

[8] São João Paulo II, Ângelus 13-II-1994.

[9] Salvador Bernal, Recuerdo de Álvaro del Portillo, Rialp, Madri 1996, p. 278. Veja aqui o vídeo da tertúlia em que Dom Álvaro fala sobre este provérbio:

[10] Fernando Ocáriz, Carta Pastoral 1/11/2019, n.16.

[11] Ibid. , n.5.

[12] Ibid., n. 19.

[13] Ibid., n. 19.

[14] Salvador Bernal, Recuerdo de Álvaro del Portillo, Rialp, Madri 1996, p. 179.

[15] Fragmento da oração pública para pedir a intercessão de São Josemaria.

Fonte: https://opusdei.org/pt-br/article/chamei-vos-amigos-2-para-iluminar-a-terra/

A Igreja é minha casa

O Evangelho da família (D.A Online)

A IGREJA É MINHA CASA 

Dom  Messias dos Reis Silveira
Bispo de Teófilo Otoni (TO)

Casa é sempre uma referência para a vida humana. Estar em casa é assumir uma identidade, desenvolver afetos, sentir-se seguro e não se sentir perdido no mundo. É muito importante que se tenha uma casa para ir, para morar, dela sair e para ela voltar. O ser humano sempre necessitou de uma casa, de um chão, de um abrigo. Quando Deus criou o mundo, nos relatam as Sagradas Escrituras, nossos primeiros pais Adão e Eva habitavam no Jardim do Éden. Sim, aquele Jardim no meio do Paraíso era a casa deles. 

Ao constituir o grupo dos seus discípulos, Jesus informou-lhes que o Filho do Homem não tinha um lugar para morar, nem mesmo uma pedra para reclinar a cabeça (cf. Lc 9,58). Mas Ele já havia feito, muitas vezes, a experiência de uma casa. Por trinta anos viveu em casa com seus pais em Nazaré. Quando ia a Cafarnaum, hospedava-se na casa de Pedro. Já em Bethânia, tinha como referência uma família amiga, Lázaro, Maria e Marta, e muitas vezes frequentava esse lar amigo. Quando, no exercício do seu ministério, afirma aos seus seguidores que não tinha nem sequer um lugar para reclinar a cabeça, está querendo dizer que a sua nova referência de casa é o grupo dos Doze Apóstolos. Neste grupo Jesus sentia-se acolhido e nele vivia a sua profunda realidade de Filho de Deus e irmão de todos os outros filhos e filhas de Deus.  

No Antigo Testamento podemos encontrar várias alusões a pessoas que habitavam em suas casas e também a pessoas que habitavam em tendas.  No Novo Testamento, Simeão e Ana de Fanuel tinham por referência em suas vidas o Templo de Jerusalém e foi naquela Casa Sagrada que encontraram o Menino Deus. A casa é, assim, o lugar do encontro. Jesus disse que “onde está o teu Tesouro aí estará também o teu coração” (Mt 6,21). Por tudo isso, é importante descobrir que a Igreja é a nossa casa e nela está o tesouro de uma comunidade reunida em torno de Jesus. Ele mesmo é o tesouro. 

Se a casa é a referência saudável para todas as pessoas, podemos perguntar: como entram nesta realidade as pessoas que não tem casa, não tem onde morar e vivem na rua? Aqui entra um diálogo muito bonito e profundo que alguém teve com um morador de rua. Um grupo de pessoas solidárias resolveu dar-lhe um teto, mas ele não quis morar ali. Num dia chuvoso, uma mulher daquele grupo conversou com o homem dizendo que queriam dar-lhe proteção, pois naquele tempo instável ele precisava de uma casa. O homem pediu que ela olhasse para o céu e lhe disse em seguida: “A senhora está vendo tudo isso? Foi Deus quem criou e foi Ele quem nos deu essa casa”. Ele quis dizer que todos moram em uma casa, mesmo que ela seja tão ampla do tamanho do universo, nossa casa comum, mesmo que esteja dentro uma cidade com muitas casas. Porém, no meio de tantas casas, é preciso se identificar com uma casa e essa não inclui apenas o ambiente familiar, ou uma edificação, mas estende-se também à comunidade de fé, pois a Igreja, uma das casas da cidade, é a casa da família dos filhos de Deus e o lugar especial do relacionamento com o Divino, Nela precisamos nos sentir realmente e intimamente em casa. 

Sabemos que toda casa necessita, muitas vezes, passar por ajustes, reformas, pinturas e manutenções. A Igreja, como comunidade que acolhe os seus filhos, vive num constante processo de crescimento. Esta foi a preocupação do Papa ao convocar o Sínodo, recentemente concluído. Espera-se que as conclusões deste tempo de estudo, oração e conversa no Espírito ajude todos os habitantes desta casa a melhorar a qualidade da vida na Igreja que, conforme disse o Papa Francisco, é para todos, todos, todos. A Igreja é a minha casa. Nela me sinto acolhido, vivo a experiência dignificante de ser filho de Deus e me preparo para a moradia eterna no Reino dos Céus. A Igreja, como comunidade de fé, tem como fundamento e fonte o mistério Divino da Santíssima Trindade e da revelação máxima do Amor na pessoa de Jesus através dos mistérios da Encarnação e Redenção. Vivamos felizes em nossa casa. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Desafios e esperanças na luta contra o “Suicídio Ecológico”

Amazônia - seca | Vatican News

O mundo está vivendo momentos importantes para tomadas de decisões que envolvem metas para o enfrentamento das questões climáticas que têm afetado intensamente a humanidade nos últimos anos, mas especialmente neste ano de 2024.

Adriana Rabelo - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil

Líderes globais, representantes de governos, organizações não governamentais e especialistas estão reunidos em Baku, Azerbaijão, desde o dia 11 de novembro, para debater e apresentar soluções para o fortalecimento dos compromissos climáticos nacionais (NDCs), o financiamento climático e a busca por mecanismos de perdas e danos para apoiar comunidades afetadas pelas mudanças climáticas.

Há também um foco em mercados de carbono e ações de adaptação, como a ampliação de financiamento para projetos resilientes em países em desenvolvimento. As atividades serão encerradas no próximo dia 22. Organizado anualmente pela ONU como parte da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), este é o principal fórum global para negociações climáticas, tendo sido estabelecido na Cúpula da Terra de 1992, no Rio de Janeiro, com a participação de mais de 190 países.

Cop29 | Vatican News

Já no Brasil, nesta segunda e terça-feira, 18 e 19 de novembro, reúne-se o G20, Grupo dos Vinte, que é um fórum internacional formado pelas 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia. Ele foi criado em 1999 para promover a cooperação econômica e financeira global, sendo considerado um dos principais espaços para discussão de questões econômicas e políticas globais.

Na atualidade, o G20 desempenha papel fundamental no enfrentamento de crises econômicas e ambientais. Este é o primeiro ano que o país sedia a cúpula, com foco em sustentabilidade, mudanças climáticas e cooperação para o desenvolvimento. O fato é considerado uma oportunidade histórica para o Brasil, que assume um papel de destaque em discussões globais a partir de temas relevantes para o futuro da humanidade.

Paralelo a esse evento, entre os dias 14 e 16 deste mês, também ocorreu na capital carioca a Cúpula dos Povos Frente ao G20, com o tema: “Vida acima do Lucro: Povos e Natureza não estão à venda!”. A iniciativa é de organizações da sociedade civil e movimentos sociais, que desde 2012 ocorre no mesmo período das grandes conferências globais, com o objetivo de ressaltar a agenda popular e o compromisso com as necessidades dos mais vulneráveis.

Neste ano, o Sefras – Ação Social Franciscana – esteve presente com o propósito de fortalecer a “agenda dos invisibilizados”, abordando temas essenciais para as pessoas em situação de rua, idosos, imigrantes e outros grupos em situação de vulnerabilidade.

G20 | Vatican News

Enquanto a COP29 e o G20 trabalham com mecanismos políticos e econômicos, a Encíclica Laudato Si’ oferece uma base moral e espiritual para as ações climáticas, incentivando governos e indivíduos a tomarem decisões que beneficiem toda a criação e promovam a equidade global na luta pela preservação da Casa Comum.

Nesses ambientes de debates e acordos, nos quais as lideranças e células da sociedade estão envolvidos, a Igreja Católica também ganha força com pautas que já estão sendo refletidas e levadas para o debate há anos e fortalecidas pela Encíclica Laudato Si’, que foi publicada em 2015 pelo Papa Francisco, tendo como inspiração as palavras de São Francisco de Assis “Louvado sejas, meu Senhor”. Foi um documento nunca antes abordado por um Papa, trazendo à tona importantes reflexões sobre o forte agravamento da crise climática e a preocupação do Pontífice com uma conversão ecológica urgente de “todas as pessoas de boa vontade”.

De acordo com o Movimento Laudato Si’, uma rede global dedicada à promoção e mobilização dos princípios da Encíclica do Papa Francisco sobre o cuidado com a nossa Casa Comum, as palavras de outros papas, bispos e santos fizeram Francisco se conscientizar de que a Igreja precisava de um texto sobre a ecologia integral. Seu objetivo era levar os católicos e todas as pessoas ao redor do mundo a agirem para reduzir o impacto humano sobre o meio ambiente e preservar nossa Casa Comum para as gerações presentes e futuras. Próxima de completar 10 anos, a Encíclica continua sendo atual e fonte de importantes reflexões para o futuro da humanidade.

Entrevista com Carlos Nobre

Carlos Nobre | Vatican News

Em entrevista ao Site Franciscanos, o climatologista Carlos Nobre, um dos cientistas brasileiros mais conhecidos mundialmente, falou sobre a COP 29, a situação do Brasil e a importância da extensão dos debates sobre a situação climática no mundo, com o propósito de evitar o que chama de “suicídio ecológico”.

“Desde o acordo de Paris, em 2015, e depois quando foi reformulado na COP 26, em 2021, na Escócia, quando foram colocadas metas muito abrangentes e desafiadoras. No entanto, a ciência, naquela época, indicava que não poderíamos deixar o aquecimento global passar de 1,5° C e, se chegasse a 2° C, seria um desastre, o que significaria um suicídio ecológico para o planeta. Na ocasião, todos os países assinaram e colocaram suas metas para não deixar a temperatura passar de 1,5° C.

Segundo ele, a questão é que já chegamos na temperatura que era para ser evitada e estamos assim há 16 meses. Entre janeiro e setembro deste ano, o planeta está 1,54° C mais quente, explicou. Ele salientou que esse aumento de temperatura estava sendo associado ao fenômeno El Niño, acreditando que a situação passaria, mas isso não aconteceu com o final dessa manifestação da natureza. O cientista ainda explicou que o aquecimento anormal e a persistente da superfície do Oceano Pacífico na linha do Equador provocado pelo El Niño induziram à seca recorde na Amazônia.

“Se a temperatura continuar subindo dessa forma até 2026, a situação irá se agravar ainda mais, pois, na verdade, essa alta era esperada para 2050. Diante disso, todas as metas relacionadas à emissão deverão ser muito mais rápidas e, consequentemente, mais desafiadoras. Essa é uma das realidades da COP”, salientou.

Carlos Nobre afirmou que, até o momento, não se discute muito a necessidade de acelerar a redução das emissões. “Nas últimas COPs, apenas deram continuidade às ideias das metas de 2023 para redução de emissão em 43% até 2025 e zerar as emissões líquidas até 2050.

Como critério de esclarecimento, a redução de emissões refere-se às ações e medidas tomadas para diminuir a quantidade de gases de efeito estufa ou outros poluentes emitidos na atmosfera. Essas emissões podem ser provenientes de diversas atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis, desmatamento, agricultura, processos industriais e transporte.

Com a manutenção da alta da temperatura, o cientista questiona: “Será que a COP29 vai acelerar? Vai buscar metas mais abrangentes?” Ele ainda lembrou que os países têm até o primeiro semestre de 2025 para colocarem suas novas metas.

De acordo com o site de notícias G1, no último dia 8 de novembro o Brasil apresentou seu posicionamento. O vice-presidente Geraldo Alckmin defendeu e classificou como “ambiciosa” a meta brasileira de redução de gases do efeito estufa em até 67% antes de 2035.

Diante do cenário alarmante, Carlos Nobre citou as eleições norte-americanas e a volta do presidente Donald Trump, e disse ser um momento muito preocupante. “Ele já disse que fará novamente o que fez em 2017, quando tirou os Estados Unidos do acordo de Paris. Desta vez, o presidente da Argentina, Javier Milei, retirou sua delegação da COP. Ele disse que faria isso quando foi eleito.”

Já no encontro do G20, o presidente argentino assinou, nesta segunda-feira (18/11), a adesão formal à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, proposta do Brasil e uma das prioridades do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o grupo.

Voltando à questão do clima e à participação do Brasil, o climatologista explicou que o país está progredindo em suas ações com a redução do número de desmatamento na Amazônia e no Serrado. De acordo com ele, o objetivo é zerar o desmatamento até 2030. Na COP28, o governo brasileiro lançou a meta em suas Contribuições Nacionais Determinadas (NDCs, na sigla em inglês) de restaurar 240 mil quilômetros quadrados na Amazônia brasileira. “Isso é muito importante, assim como a transição energética que vai ajudar a reduzir a queima de combustíveis fósseis.” No entanto, Carlos Nobre alertou que um ponto mais complicado são as emissões da agropecuária.

Quando questionado sobre as questões climáticas, os impactos na sociedade, especialmente entre a população mais carente e o posicionamento da Igreja Católica diante das questões de preservação da Casa Comum, a partir da encíclica Laudato Si’, o cientista foi esclarecedor. “Os extremos climáticos que batemos em 2024, com as ondas de calor, seca, inundações, chuvas, rajadas de vento, provocou uma enorme perturbação e um enorme desafio também para o equilíbrio socioeconômico. As pessoas mais pobres são as mais afetadas por esses eventos. Buscar uma solução para a emergência climática é também não causar a destruição da vida das populações mais vulneráveis, pois são as que mais sofrem”, afirmou.

De acordo com o cientista, não podemos permitir um suicídio ecológico do planeta. “Precisamos reduzir drasticamente a emissão, assim como um projeto de recuperação dos biomas que perturbamos por muitos séculos.”

Carlos Nobre considera a mensagem do Papa Francisco muito interessante, porque de fato também representa um reconhecimento da cultura de preservação dos povos indígenas que sempre mantiveram os biomas e conseguiram lidar com a biodiversidade, fazendo uso dela, se alimentando, sem destruir. “Por isso acredito que a ecologia integral é o caminho para que possamos proteger e recuperar a biodiversidade.”

A citação 13 da Encíclica Laudato Si’, diz que: “ O urgente desafio de proteger a nossa Casa Comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar”.

Cardeal Parolin | Vatican News

Solidariedade Global

Nesta segunda-feira, 18 de novembro, dia da abertura da reunião do G20, no Rio de Janeiro, o Papa Francisco enviou uma mensagem, que foi lida pelo Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, durante o lançamento da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza.

De acordo com o site Vatican News, no texto endereçado ao presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, o Pontífice faz um apelo por solidariedade global e coordenação entre as nações para enfrentar injustiças sociais e econômicas, e sublinha que ações imediatas e conjuntas são indispensáveis para erradicar a fome e a pobreza, com foco na dignidade humana, no acesso aos bens essenciais e na redistribuição justa de recursos.

“A implementação de medidas eficazes requer um compromisso concreto dos governos, das organizações internacionais e da sociedade como um todo. A centralidade da dignidade humana, dada por Deus, de cada indivíduo, o acesso aos bens essenciais e a justa distribuição de recursos devem ser priorizados em todas as agendas políticas e sociais”, afirmou o Pontífice.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF