Translate

sábado, 23 de novembro de 2024

Das Conferências de Santo Tomás de Aquino, presbítero

Como será a glória do Céu? (Arautos do Evangelho)

Das Conferências de Santo Tomás de Aquino, presbítero

(Col. super Credo in Deum: Opuscula theologica 2, Taurini 1954, pp. 216-217)             (Séc. XIII)

Serei saciado quando aparecer a vossa glória

Com muita propriedade se põe a consumação de todos os nossos desejos, a vida eterna, no final do Símbolo dado aos fiéis, dizendo: “Na vida eterna. Amém”. 

Em primeiro lugar, a vida eterna une-nos a Deus. Pois Deus mesmo é o prêmio e a consumação de nossos esforços todos: Eu sou teu protetor e tua imensa recompensa (Gn 15,1). Esta união consiste na visão perfeita: Vemos agora como por espelho, em enigma; depois, face a face (1Cor 13,12).

Comporta ainda o máximo louvor, segundo o Profeta: Gozo e alegria nela haverá, ação de graças e voz de louvor (Is 51,3).

E também a perfeita satisfação do desejo, porque lá cada bem-aventurado terá muito além do desejado e esperado. A razão está em que, nesta vida, ninguém pode contentar perfeitamente seu desejo, e criatura alguma sacia o anseio do homem; só Deus o sacia e o excede infinitamente. Por isto, o ser humano não descansa senão em Deus. Santo Agostinho disse: “Tu, Senhor, nos fizeste para ti e inquieto está nosso coração enquanto não repousa em ti”.

Já que, na pátria, os santos possuirão a Deus perfeitamente, é evidente que seu desejo será saciado e ainda a glória o excederá. Assim diz o Senhor: Entra no gozo de teu Senhor (Mt 25,21). Agostinho diz por sua vez: “O gozo inteiro não entrará nos que se alegram, mas os que se alegram entrarão inteiros nesse gozo. Sereis saciados quando aparecer tua glória”; e outra vez: “Quem cumula de bens teu desejo”.

Quanto há de delicioso, tudo ali está com superabundância. Se procuramos delícias, lá haverá o máximo e perfeitíssimo prazer, porque brotando do sumo bem, de Deus: Delícias a tua destra para sempre (Sl 15,11).

Consiste ainda na suave companhia de todos os santos; sociedade agradável a mais não poder, porque cada um terá, em companhia de todos os bem-aventurados, todos os bens. Um amará o outro como a si mesmo, então se alegrará com o bem do outro como se fosse próprio. O que terá por resultado que crescerá a alegria e o gáudio de um, na medida do gáudio de todos.

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

Beber durante as refeições faz mal? Depende

Faz mal beber líquido durante a refeição? — Foto: azerbaijan_stockers via Freepik

Faz mal beber líquido durante as refeições? Segredo está na quantidade e no tipo de bebida.

Especialistas explicam que é interessante evitar bebidas açucaradas, refrigerantes e bebidas alcoólicas, já que essas opções podem trazer impactos negativos à saúde.

Por Mariana Garcia, g1

22/11/2024

Você já ouviu que beber algum líquido enquanto come pode atrapalhar a digestão? Essa é uma crença comum, mas não é amparada pela ciência. Aliás, segundo estudos, o consumo durante a refeição pode até ser uma boa ideia, já que o líquido pode auxiliar na deglutição, especialmente de alimentos secos ou mais difíceis de mastigar.

Especialistas explicam que o segredo está na quantidade e no tipo de líquido. Pois é, bebidas açucaradas não são indicadas.

"Consumir água durante as refeições, em quantidades moderadas, não oferece riscos à saúde. Não há evidências científicas sólidas que comprovem que a ingestão de água dilua os sucos gástricos ou comprometa o processo digestivo", diz a nutricionista Maiara Soares, doutora em Ciência da Saúde e pesquisadora do Labcas, da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Ao contrário do que se pensa, o líquido não “dilui” os sucos gástricos a ponto de prejudicar a digestão. Débora Poli, gastroenterologista do Hospital Sírio-Libanês, explica que tudo que cai dentro do estômago gera algum estímulo para produzir as substâncias necessárias para a digestão.

A "dose certa" de água durante a refeição gira em torno de 200 a 300 ml.

"Essa ideia de que a água talvez vá diluir as enzimas não é verdade. Vamos produzir as substâncias necessárias a partir de estímulos. A água e outros líquidos podem participar do estímulo. Se a gente tomar um suco, ele tem nutrientes que também vão precisar ser digeridos e o corpo vai produzir substâncias necessárias", diz a gastroenterologista.

Entendendo a digestão

A digestão começa na boca, com a mastigação e a ação das enzimas salivares. Depois passa pelo esôfago e chega no estômago, onde os sucos gástricos entram em cena para desintegrar os alimentos.

Segue então para o intestino delgado, onde encontra bile e enzimas pancreáticas que quebram os nutrientes ainda mais. É lá que acontece a maior parte da absorção dos nutrientes, com a ajuda de estruturas chamadas vilosidades, que aumentam a área de contato com os alimentos.

Por fim, o intestino grosso reabsorve água e eletrólitos e compacta o que sobra em fezes, enquanto a microbiota intestinal dá aquela força na digestão.

Todo líquido vale?

Não. É interessante evitar bebidas açucaradas, refrigerantes e bebidas alcoólicas, já que essas opções podem trazer impactos negativos à saúde, como o aumento do risco de ganho de peso, problemas metabólicos e desconfortos digestivos.

"A recomendação é optar por água, sucos naturais sem açúcar ou chás não adoçados, sempre em pequenas quantidades", pontua Maiara Soares.

Lara Natacci, nutricionista pós-doutora em nutrição e diretora clínica da Dietnet, ressalta que quando consumimos essas calorias líquidas, o corpo não “compensa” reduzindo a quantidade de comida ingerida. Ou seja, você acaba comendo o mesmo e ainda soma as calorias da bebida, o que pode prejudicar sua saúde a longo prazo.

É fundamental evitar o consumo de líquidos açucarados, como refrigerantes e sucos industrializados, durante as refeições — Foto: stockking via freepik

Se sentiu estufado?

Se você ingerir muito líquido durante a refeição, pode ser que sinta algum desconforto, principalmente se for uma bebida gasosa.

"A maioria das bebidas gaseificadas têm outros produtos, como excesso de açúcar, cafeína, substâncias químicas, corante e conservante. Isso tudo gera sintomas, vai dar mais desconforto, contribuir para maior fermentação", aponta a gastroenterologista.

Quem tem alguma sensibilidade gastrointestinal pode sentir desconfortos ao consumir líquidos em excesso ou certos tipos de bebidas durante as refeições. Mas, para a maioria das pessoas, a água em doses moderadas não deve causar gases nem inchaço.

Dicas para quem adora uma bebida durante a refeição

Para quem gosta de beber algo durante as refeições, Maiara Soares diz que o melhor é optar por água, sucos naturais sem açúcar ou chás não adoçados, sempre em pequenas quantidades.

"Essas escolhas são mais saudáveis e complementam uma alimentação balanceada e equilibrada. É importante evitar bebidas açucaradas, refrigerantes e bebidas alcoólicas, pois podem elevar a ingestão calórica, favorecer o ganho de peso e, a longo prazo, impactar negativamente a saúde metabólica. Além disso, beber lentamente durante as refeições é essencial para evitar desconfortos gástricos e facilitar a digestão, promovendo um maior bem-estar à mesa", recomenda a nutricionista.

Fonte: https://g1.globo.com/saude/noticia/2024/11/22/entenda-se-faz-mal-beber-liquido-durante-as-refeicoes-segredo-esta-na-quantidade-e-no-tipo-de-bebida.ghtml

Esperar, apesar da multicrise

Otimismo e pessimismo (Casule)

ESPERAR, APESAR DA MULTICRISE

Dom Leomar Brustolin
Arcebispo de Santa Maria (RS)

Vivemos tempos apocalípticos, que revelam situações escatológicas: pandemia, guerras e emergência climática, fome, injustiça e violência. O colapso da civilização humana é percebido com maior premência. Pode-se dizer que estamos inseridos numa multicrise que ameaça a esperança de muitos.  

Vivemos entre uma crise e outra, uma catástrofe e outra. Esse clima gera medo e sufoca a esperança. Com o medo cresce uma atmosfera depressiva que atiça o ódio. Os ativistas climáticos receiam do futuro, isso lhes rouba a esperança. Suas preocupações são inegavelmente justificadas. Somente a esperança permitirá superar essa pandemia do medo, pois a esperança é o antônimo do medo. 

Nesse contexto preocupante somente a esperança permite recuperar a vida, pois a esperança nos presenteia com o futuro. Como Abraão que esperou contra toda esperança, pode-se dizer que quanto mais profunda é a desesperança mais densa é a esperança. 

A esperança não é nem otimista e nem pessimista. Ao otimista falta a negatividade, ele não conhece dúvidas e desespero, pois é pura positividade. Assim, o otimista crê que tudo terminará bem e vive num tempo fechado onde nada o surpreende e não é capaz de perceber a indisponibilidade daquilo que virá. Por isso, toda esperança precisa contar com a negatividade, como na cruz já se percebe a ressurreição, e como no Tabor já se anuncia a experiência do calvário. Trata-se de uma relação dialética que acolhe em si a dureza da vida, mas espera dias melhores.  

Entre o otimista e o pessimista está o peregrino da esperança em seu movimento de busca. Quem espera avança para o desconhecido indo além do que já existe. O otimista depende de sua exagerada alegria, o pessimista está preso ao seu desespero, o esperançoso acolhe o sofrimento do tempo e com olhos bem abertos caminha para um futuro vindouro que ele não conhece, mas busca dando crédito ao que virá.  

Em nosso tempo quem tem esperança supera os desejos de consumo. Ele somente tem desejos e necessidades que tendem a ser atendidos pelo consumo. Um sonho consumido é um sonho consumado. Perde-se o horizonte do futuro e por isso a vida se torna apática, pois viver supõe ter esperança. 

No intenso desespero o cristão é chamado a proclamar a esperança. Esta não despreza a negatividade do que estamos vivendo, mas igualmente não aceita o desespero profundo. Ela orienta para um sentido que está além dos dados e estatísticas. A esperança desafia até mesmo o caos absoluto e ela oferece as razões para agir e caminhar rumo ao futuro. 

Quem trilha os caminhos da esperança não se baseia em conceitos, mas se confia ao campo de possibilidades que podem surpreender. Quem espera não fica preso ao passado, mas sonha para frente em direção ao futuro, àquilo que virá. A esperança é diferente do otimismo exagerado, e em meio ao desespero ela reergue quem a ela se confia. Quem tem esperança torna-se receptivo ao novo, as novas possibilidades. Por isso, quem espera não se preocupa em adivinhar o futuro ou a fazer prognósticos de um destino fechado. Quem espera conta com o incalculável, com possibilidades contra toda a probabilidade. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Publicada uma nova edição do livro litúrgico para as exéquias do Papa

Publicação da segunda edição típica do Ordo Exsequiarum Romani Pontificis. (Vatican News)

Francisco o aprovou em abril passado e foi elaborado pelo Departamento das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice. O arcebispo Diego Giovanni Ravelli: “O rito renovado destaca que o funeral do Romano Pontífice é o de um pastor e discípulo de Cristo e não de um poderoso deste mundo”.

Vatican News

O Departamento das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice supervisionou a redação e publicação da segunda edição típica do Ordo Exsequiarum Romani Pontificis, aprovada em 29 de abril de 2024 pelo Papa Francisco, que recebeu o primeiro exemplar do volume impresso no passado dia 4 de novembro. Entre as novidades introduzidas está a constatação da morte não mais no quarto do falecido, mas na capela, a deposição imediata dentro do caixão, a exposição do corpo do Papa à veneração dos fiéis já dentro do caixão aberto, a eliminação dos tradicionais três caixões de cipreste, chumbo e carvalho. O livro litúrgico é apresentado como nova edição do anterior, o editio typica do Ordo Exsequiarum Romani Pontificis aprovado em 1998 por São João Paulo II e publicado em 2000, que foi utilizado nas exéquias do próprio Pontífice em 2005 e, com adaptações, naquelas do Papa emérito Bento XVI em 2023. «Fez-se necessária uma segunda edição – explicou arcebispo Diego Ravelli, Mestre das Celebrações Litúrgicas dos Pontífices - antes de tudo porque o Papa Francisco pediu, como ele mesmo declarou em diversas ocasiões, para simplificar e adaptar alguns ritos de forma que a celebração das exéquias do Bispo de Roma expressasse melhor a fé da Igreja em Cristo Ressuscitado... O rito renovado, ademais, deveria enfatizar ainda mais que o funeral do Romano Pontífice é o de um pastor e discípulo de Cristo e não de uma pessoa poderosa deste mundo."

Continuidade e novidade

O Departamento das Celebrações Litúrgicas, com a assessoria de vários especialistas, procedeu assim a uma revisão aprofundada de todo o livro, intervindo posteriormente no léxico, nos textos litúrgicos e nos ritos individuais, adequando todo o ritual à nova Constituição. Prædicate Evangelium de março de 2022 que, embora mantendo em vigor o ofício do Camerlengo, extingue a Câmara Apostólica. Foram mantidas as três “estações” clássicas, aquela na casa do falecido, a na Basílica Vaticana e no local da sepultura. «No entanto - explica ainda o arcebispo Ravelli - a estrutura interna das estações e os textos foram revistos à luz da experiência amadurecida com as exéquias de São João Paulo II e Bento XVI, da atual sensibilidade teológica e eclesial e dos livros litúrgicos recentemente renovados". Entre as inovações mais relevantes, a simplificação dos títulos pontifícios: foi retomada a terminologia utilizada na terceira edição do Missale Romanum (2008), ou seja, as denominações de Papa, de Episcopus [Romæ] e de Pastor, enquanto nas notas introdutórias gerais e nas rubricas optou-se pela expressão Romanus Pontifex, em conformidade com o título do livro litúrgico. Na tradução italiana foi retomado o léxico utilizado na segunda edição do Rito delle Esequie (2010) editado pela Conferência Episcopal Italiana, a partir da qual foi atualizada grande parte da terminologia na versão italiana do Rito, por exemplo preferindo o termo féretro para indicar o corpo já fechado no caixão. «A estrutura do novo Ordo – acrescenta o Mestre das Celebrações papais – foi simplificada com a revisão ou eliminação de diversos elementos rituais difíceis de coordenar ou considerados no momento inadequados. Além disso, cada sequência ritual ficou mais clara e precisa, assim como foram melhor definidas as competências e os papéis daqueles que estão envolvidos na preparação e execução dos ritos”.

As três “estações”

A primeira estação «na casa do defunto» prevê as novidades da confirmação do óbito na sua capela privada, e não no quarto, e a deposição do corpo em um único caixão de madeira e naquele interno de zinco, antes de ser trasladado para a Basílica. Foi eliminada a primeira trasladação para o Palácio Apostólico. São melhor precisadas algumas passagens, remodelando também a segunda estação: como a deposição no caixão já ocorreu após a confirmação da morte, na noite anterior à Missa exequial se procede ao seu fechamento. A segunda estação «na Basílica Vaticana» considera uma única trasladação em São Pedro, o fechamento do caixão e a Missa exequial. Na Basílica Vaticana, o corpo do Papa falecido é exposto diretamente no caixão e "não mais sobre um alto esquife", além disso, em conformidade com o que estabelece o Cæremoniale Episcoporum para as exéquias do bispo diocesano, durante esta exposição não será colocado ao lado do caixão o pastoral papal. Por fim, a terceira estação “no local da sepultura” inclui a trasladação do féretro para o túmulo e o sepultamento. «Esta estação – explica Ravelli – sofreu uma significativa racionalização devido à eliminação da deposição e fechamento do caixão de cipreste em um segundo de chumbo e em um terceiro de carvalho ou outra madeira». Outro elemento novo consiste na introdução das indicações necessárias para o eventual sepultamento em um local diferente da Basílica Vaticana.

Revisão aprofundada dos textos

A nova edição do Ordo Exsequiarum Romani Pontificis foi submetida a uma revisão aprofundada também no que diz respeito aos textos rubricais, eucológicos e bíblicos. Em particular, foi necessário conformar as orações latinas com a terceira edição típica do Missale Romanum de 2008 e à tradução bíblica da Nova Vulgata, enquanto a tradução italiana foi conformada com a terceira edição do Missal Romano de 2020 e do Lecionário da CEI em vigor desde 2008 «Para deixar maior liberdade na escolha do repertório a ser seguido - acrescenta o arcebispo Ravelli - preferiu-se eliminar a notação musical, inserindo porém referências específicas às páginas do Graduale Romanum de 1979, enquanto livro litúrgico oficial livro de canto da Igreja romana. Também neste caso, os textos dos salmos foram conformados com a Nova Vulgata». Foram corrigidos erros de natureza tipográfica e foi melhorada a correspondência de algumas traduções com o original latino. Foi atualizada a Ladainha dos Santos, cantada durante os ritos fúnebres em duas ocasiões: durante a transladação do corpo do Papa para a Basílica, na forma mais longa, e durante a tradicional súplica da Igreja de Roma, no final da Missa exequial, para a qual foi escolhida a forma abreviada. Foram incluídos todos os santos celebrados com grau de festa ou memória obrigatória, indicados no Calendário geral, e completados com a inclusão de todos os santos Papas presentes no Calendário geral com o grau de memória facultativa e de alguns santos da Igreja de Roma.

Os “novendiais”

Um quarto e último capítulo do livro litúrgico é dedicado às disposições para as novendiais, ou seja, as Missas em sufrágio do Papa falecido celebradas durante nove dias consecutivos a partir da Missa exequial. No ritual são citadas quatro - e não mais três - formas de oração à escolha, enquanto foram retomadas todas aquelas oferecidas pelo Missale Romanum pelo Papa falecido e aquela pelo bispo diocesano falecido. Diferentemente da edição anterior, são omitidos os textos do Lecionário, do qual são oferecidas apenas as indicações bíblicas. Por fim, esta nova edição não apresenta o consistente apêndice com o ordinário da Missa, as coletâneas de salmos penitenciais e graduais e os cantos do ordinário em a notação gregoriana. «O Ordo Exsequiarum Romani Pontificis - conclui o Mestre das Celebrações papais - não é pensado como um “missal plenário”, mas sim como um Ordo no sentido próprio do termo, que contém as indicações rituais, o desenvolvimento de ritos e os textos próprios, mas para todo o resto refere-se aos livros litúrgicos em uso, nomeadamente o missal, o lecionário e o gradual. O resultado é, portanto, um volume mais ágil, de fácil consulta e preciso nas indicações rituais, instrumento essencial para a preparação e celebração das exéquias do discípulo de Cristo escolhido como sucessor de Pedro»..

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Santa Cecília

Coro na missa de posse de dom Gregório Paixão, em Fortaleza | Laércio Peixoto ( Arquidiocese de Fortaleza)

No dia de santa Cecília, perguntamos como vai a música litúrgica no Brasil hoje

Por Monasa Narjara*

22 de nov de 2024

Hoje a Igreja celebra santa Cecília, a nobre romana que converteu seu marido, preservou sua virgindade e, junto com ele, foi martirizada no século II ou III. Forçada a se casar com um pagão, Cecília, no dia de seu casamento, manteve-se à parte cantando, de improviso a Deus. Por isso, ela é a padroeira dos músicos.

Assim como foi para a santa Cecília em seu casamento, a música na missa “deve ajudar os fiéis a elevar a mente e o coração para Deus”, disse o liturgista da arquidiocese de Fortaleza, padre Rafhael Maciel a ACI Digital, citando o papa são Pio X.

São Pio X, em sua luta contra o modernismo na Igreja, escreveu em sua encíclica Tra le sollicitude (Dentre as preocupações), de 1903, querer que “a música sacra seja cultivada com especial cuidado no modo devido nos seminários e faculdades eclesiásticas de Roma”.

Assim, para o padre Maciel, a música litúrgica é “ao mesmo tempo também “ritual”.

“Deve ser executada de tal modo que, quem a executa não tome o lugar da assembleia, não seja uma apresentação artística, mas seja um modo de execução que leve o fiel ‘a se sintonizar’ com o Divino, com Deus, com Nosso Senhor”.

Para o mestre e doutor em música, Delphim Rezende Porto, professor de música sacra e litúrgica e maestro da catedral de São Paulo, “o maior zelo que um artista sacro pode desenvolver em relação à Igreja e ao canto litúrgico é de nunca se contentar com a mera qualidade técnica do que faz”. Para ele, “qualquer música que pretenda acompanhar o rito da missa deve ser uma música ligada estreitamente à cena ritual, de modo que não haja distinção entre a oração e a música”.

“É muito importante a formação técnica, contudo, não se pode haver uma verdadeira música litúrgica sem que o espírito do artista esteja realmente conectado ao que pede a Igreja e o seu magistério desde os tempos apostólicos, que não é apenas produzir melodias afinadas e harmonias corretas, mas sim congregar os irmãos e favorecer a disseminação da Palavra de Deus através da música”, disse o musicista a ACI Digital.

 Imagem ilustrativa. Shutterstock/Zvonimir Atletic

Aspectos da música litúrgica

Padre Rafhael Maciel disse que nem todo canto religioso é litúrgico. “Muitas vezes um canto religioso é catequético, mas não é litúrgico”, como “muitos cantos por exemplo, do padre Zezinho e de outros grandes autores católicos”, destacou o liturgista.

“Os critérios do canto” litúrgico, segundo padre Rafhael “é que, primeiro ele esteja de acordo” com “os livros rituais (missal), inclusive com as letras” e que tenha a “inspiração a partir dos livros litúrgicos aprovados”. “Por exemplo, o hino de louvor segue a letra do hino de louvor e, é claro, nós temos que encontrar também algum ritmo que se encaixe e que não destoe da solenidade ou do ritual”.

O sacerdote ainda explicou que a música litúrgica tradicional “são cantos feitos apropriadamente para a liturgia” e “provém do canto gregoriano e tem nele sua inspiração”, mas também é “aquilo que está no nosso hinário litúrgico”. Ele ressaltou que, a Sacrosanctum Concilium, primeira constituição apostólica aprovada pelo Concílio Vaticano II e que deu origem à reforma da liturgia, “mantém o canto gregoriano como canto litúrgico para missa, mas, dando abertura para as adaptações”. Essas orientações, “nesse exato momento que nós estamos vivendo, tem sido um pouco mais pensadas aqui no Brasil”, segundo Maciel. “Tem muita gente boa trabalhando com a o auxílio de muitos bispos diocesanos para incrementar bem as orientações de Sacrosanctum Concilium”.  

Limites na música litúrgica

Segundo Delphim Porto, “o limite ou a baliza para a música litúrgica deve ser sempre a qualidade artística que é intrínseca à exigência ritual que ela possui”. Ele acha que a música deve “ser suficientemente simples para que todas as pessoas, das mais ilustradas e cultas às mais simples e mais humildes, possam participar igualmente do louvor divino”.

“Hoje, penso que tudo aquilo que leva a música litúrgica a se configurar ao que a indústria cultural coloca como padrão, me parece que esteja inadequado”, diz o músico.

O liturgista da arquidiocese de Fortaleza também acredita “que existe limite sim” e que, na música litúrgica, “não se pode usar tudo e fazer tudo”.

“Por exemplo: um rock, um samba, um forró não são ritmos apropriados para que a gente cante na liturgia”, disse. “Inclusive, a própria letra do canto se perde no meio digamos assim, da batucada dos instrumentos. Então, claro que existem limite sim, naquilo que pode ser aceitável como música litúrgica”.

“É preciso aprender que a liturgia não pode ser uma liturgia personalista, principalmente no canto. Mas que, a liturgia precisa seguir aquilo que a igreja nos orienta”, como “a Sacrosanctum Concilium nos orienta desde a reforma do Concílio Vaticano II”, advertiu o padre.

Órgão de tubos. Delphim Rezende Porto

Cantos tradicionais nas missas

Embora o canto gregoriano e a polifonia sacra tradicional da liturgia católica estejam “um pouco esquecidos, padre Maciel vê melhoras na música litúrgica do Brasil. “Hoje, nós temos escutado muitos bonitos coros diocesanos e até paroquiais que têm retomado o estilo da polifonia sacra”, que “tem dado uma entonação muito mais bonita nas nossas missas”.

Para Delphim Porto, “o canto gregoriano, a polifonia sacra, devem ser avaliados a partir de um contexto mais estrito de uso litúrgico e ritual, e não apenas como um grande adorno museológico ou de arqueologia, mas sim, como o grande repertório sacro que se desenvolveu e legou à Igreja latina um verdadeiro patrimônio que foi resguardado por tantos séculos”.  

Para o musicista, “a música em nossas paróquias precisa ser orientada por um sentido genuinamente pastoral, em vez de buscar títulos que expressem algo extraordinário ou desvinculado desse objetivo”.

*Monasa Narjara é jornalista da ACI Digital desde 2022 e foi jornalista na Arquidiocese de Brasília entre 2014 a 2015.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/60159/no-dia-de-santa-cecilia-perguntamos-como-vai-a-musica-liturgica-no-brasil-hoje

Os sinos de Assis tocam para celebrar a canonização de Carlo Acutis

O corpo de Carlo Acutis está exposto no Sanctuaire de la Spoliation, église sainte Marie Majeure, em Assise | ALETEIA I MR

Isabella H. de Carvalho - publicada em 21/11/24

“Assis se alegra com esta importante notícia” da canonização de Carlo Acutis em 27 de abril de 2025, afirma o Arcebispo de Assis, Domenico Sorrentino.

No dia 20 de novembro, o toque dos sinos das igrejas ecoou pelas ruas de Assis para celebrar o anúncio do Papa Francisco , durante a audiência geral, de que o Beato Carlo Acutis será canonizado como santo no dia 27 de abril de 2025, durante o Jubileu da Adolescente em Roma.

O túmulo do jovem está localizado no Santuário da Renúncia de Assis, que faz parte da Igreja de Santa María la Mayor.

“Assis se alegra com esta importante notícia que nos permite caminhar para o dia da canonização do Beato Carlo Acutis com todo o entusiasmo necessário e boa preparação”, declarou Domenico Sorrentino, arcebispo de Assis-Nocera Umbra-Gualdo Tadino e Foligno, em um comunicado de imprensa publicado em 20 de novembro.

“Sinto que este é um momento de graça para a nossa Igreja, para a Igreja na Itália e para o mundo inteiro. A Igreja e especialmente os jovens sentem que Carlo é um raio de luz, como o foram São Francisco e Santa Clara, em cujos passos ele veio para se santificar e agora descansa.

Diocese de Assis-Nocera Umbra-Gualdo Tadino | ALETEIA

"Verdadeiramente original"

Era realmente um original, não uma fotocópia. Queria conformar-se plenamente com Jesus, ser sorriso de Deus e ímã de santidade para os jovens”, continuou o Arcebispo. “Graças ao Santo Padre Francisco, graças sobretudo ao Senhor porque com Carlo ele está fazendo grandes coisas. ."

“Compartilhamos nossa alegria com o pai [de Carlo], Andrea, a mãe, Antônia, a irmã, Francesca, e o irmão, Michele. É lindo que Carlo aponte a família como caminho para a santidade”, concluiu.

Diocese de Assis-Nocera Umbra-Gualdo Tadino | ALETEIA

Carlo Acutis (1991-2006), um entusiasta da informática que colocou as suas competências ao serviço da evangelização, morreu de leucemia em 2006, aos 15 anos.

Foi proclamado venerável apenas 12 anos após a sua morte, em 2018, e depois reconhecido beato em 2020, depois de um milagre ter sido atribuído à sua intercessão.

Inicialmente sepultado não muito longe de Milão, de onde é originário, o seu corpo foi trasladado para Assis, respondendo ao desejo de estar próximo da figura de São Francisco, que apreciava especialmente.

Em 23 de maio de 2024, o Papa Francisco aceitou um decreto atribuindo um segundo milagre à intercessão de Carlos, abrindo caminho para a sua canonização.

2 novos jovens santos

Durante a audiência geral de 20 de novembro, o Papa Francisco anunciou que dois jovens beatos italianos, cujas datas de canonização eram aguardadas com grande expectativa, serão proclamados santos em 2025: Carlo Acutis e Pier Giorgio Frassati (1901-1925).

Pier Giorgio Frassati será proclamado santo diante de milhares de jovens durante o Jubileu da Juventude que será celebrado em Roma, de 28 de julho a 3 de agosto. A data exata ainda não foi confirmada, mas acredita-se que seja domingo, 3 de agosto.

Frassati era um entusiasta do montanhismo que dedicou sua vida a servir os pobres antes de morrer de poliomielite aos 24 anos. Embora um segundo milagre seja normalmente necessário para que um beato seja reconhecido como santo, no caso de Frassati parece que o Papa Francisco aprovou a sua canonização no próximo verão, antes de um decreto ter sido publicado oficialmente reconhecendo outro milagre atribuído a ele.

Fonte: https://es.aleteia.org/2024/11/21/las-campanas-de-asis-repican-para-celebrar-la-canonizacion-de-carlo-acutis

O “problema” da bebida?

O problema da bibida alcoólica (Veritatis Splendor)

22 de setembro de 2020

O “problema” da bebida?

  • Autor: Pe. Arthur W. Terminiello
  • Fonte: Livro “The 40 Questions Most Frequently Asked about the Catholic Church by Non-Catholics” (1956) / Site “Una Fides, One Faith” (http://net2.netacc.net/~mafg)
  • Tradução: Carlos Martins Nabeto

– Como a Igreja Católica tolera bebida [alcoólica]?

A Igreja não tolera mais o beber EXCESSIVAMENTE do que permite o excesso em qualquer outra coisa. As ações humanas são divididas em três categorias: boa, ruim e indiferente. Ações indiferentes são aquelas que podem tornar-se boas ou más, dependendo do uso ou abuso delas. Por exemplo, comer é um ato indiferente. Torna-se bom quando é feito com a finalidade de manter saúde e vigor. Torna-se pecaminoso – gula – quando é feito em excesso. O mesmo acontece com jogos de azar, fumo, dança e muitas outras ações indiferentes.

Beber pode ser bom se for feito por razões de saúde ou recreação inocente. Seu abuso ou embriaguez é sempre mau e pecaminoso.

As Escrituras não condenam a bebida como tal. Na Bíblia, calcula-se que existam 117 referências a beber como algo bom. Temos um exemplo disso em São Paulo, que recomendou beber. Escrevendo para Timóteo, ele diz:

  • “Não beba água, mas use um pouco de vinho por causa do teu estômago e por tuas frequentes enfermidades” (1Timóteo 5,23).

Nosso Senhor foi acusado pelos fariseus de ser um homem “glutão e bebedor de vinho” (Mateus 11,19). Também na festa de casamento de Caná, o próprio Senhor transformou a água em vinho. Ele realizou um milagre para que aqueles que ali estivessem pudessem beber vinho. Certamente não podemos acusar Nosso Senhor de fazer algo que seria pecaminoso. Portanto, o consumo de bebidas alcoólicas é um ato indiferente; torna-se mau por abuso e por excesso.

Fonte: https://www.veritatis.com.br/o-problema-da-bebida/

Papa: homilias breves e bem preparadas

Papa Francisco (Vatican Media)

Na catequese da Audiência Geral desta quarta-feira, o Papa Francisco recomendou que as homilias das Missa sejam breves, bem preparadas - com a oração - e que não tenham mais de 10 minutos.

Cidade do Vaticano

Dando continuidade a sua série de catequeses sobre a Santa Missa, o Papa Francisco falou na Audiência Geral desta quarta-feira sobre “o Evangelho e a homilia”, ressaltando que a homilia não deve ter mais de dez minutos.

O diálogo entre Deus e o seu povo, que tem lugar na Liturgia da Palavra, alcança a sua plenitude na proclamação do Evangelho, que é precedida pelo canto do Aleluia ou, na Quaresma, por outra aclamação, na qual “a assembleia dos fiéis acolhe e saúda o Senhor que está para falar no Evangelho”.

O Evangelho, de fato, é a luz que ajuda a entender o sentido dos demais textos bíblicos proclamados na Missa, explicou o Papa; por isso é objeto de uma veneração particular: somente um ministro ordenado pode proclamá-lo, que ao final beija o livro.

Os fiéis ficam de pé para escutá-lo e fazem o sinal da cruz na testa, na boca e no peito. As velas e o incenso honram Cristo que, mediante a leitura evangélica, faz ressoar a sua eficaz palavra”.

Precisamente deste sinais “a assembleia reconhece a presença de Cristo que dirige a “boa nova” que converte e transforma”.

“É um discurso direto aquele que acontece” como comprovam as aclamações com que se responde à proclamação: “Graças a Deus” e “Glória a vós Senhor”.

Nós nos levantamos para ouvir o Evangelho, mas é Cristo que nos fala ali. E por isto nós estamos atentos, porque é uma conversa direta. É o Senhor que nos fala”:

Portanto, na Missa não lemos o Evangelho  - estejam atentos a isto - para saber como foram as coisas, mas ouvimos o Evangelho para tomar consciência que aquilo que Jesus fez e disse uma vez, e aquela Palavra é viva, a Palavra de Jesus que está nos Evangelhos é viva e chega ao meu coração. Por isto escutar o Evangelho é tão importante, com o coração aberto, porque é Palavra viva”.

Como dizia Santo Agostinho,  “a boca de Cristo é o Evangelho - “bonita imagem!” - Ele reina no céu, mas não deixa de falar na terra”.

“Se é verdade que na Liturgia “Cristo anuncia ainda o Evangelho, então, participando da Missa, devemos dar uma resposta. Nós ouvimos o Evangelho e devemos dar uma resposta na nossa vida”.

A homilia

E, para fazer chegar a sua mensagem ao seu povo, Cristo também se serve da palavra do sacerdote durante a homilia:

Vivamente recomendada desde o Concílio Vaticano II como parte da própria Liturgia, a homilia está longe de ser um discurso de circunstância, tampouco uma catequese como esta que estou fazendo agora, nem uma conferência, nem mesmo uma aula. A homilia é outra coisa. O que é a homilia?”:

É  “retomar aquele diálogo que já está aberto entre o Senhor e seu povo, para que encontre cumprimento na vida. A exegese autêntica do Evangelho é a nossa vida santa!”.

Neste sentido o Papa recordou o que havia dito na última catequese, de que “a Palavra do Senhor entra pelos ouvidos, chega ao coração e vai até as mãos, às boas obras. E também a homilia segue a Palavra do Senhor e também faz este percurso para nos ajudar para que a Palavra do Senhor chegue às mãos, passando pelo coração”.

Eu já tratei do tema da homilia na Exortação Evangelii Gaudium, onde recordava que o contexto litúrgico “exige que a pregação oriente a assembleia, e também o pregador, para uma comunhão com Cristo na Eucaristia que transforme a vida”:

Quem profere a homilia deve realizar bem o seu ministério. Aquele que prega, o sacerdote, o diácono, o bispo, oferecendo um real serviço a quem participa da Missa, mas também aqueles que ouvem devem fazer a sua parte. Antes de tudo prestando a devida atenção, assumindo, isto é,  as justas disposições interiores, sem pretensões subjetivas, sabendo que cada pregador tem méritos e limites”.

“Se às vezes existem motivos para chatear-se pela homilia longa ou não focada ou incompreensível, outras vezes é, pelo contrário, o preconceito a ser o obstáculo”.

O Papa observou que quem faz a homilia, “deve estar consciente de que não está fazendo uma coisa própria, está pregando, dando voz a Jesus. Está pregando a Palavra de Jesus”:

E a homilia deve ser bem preparada, deve ser breve, breve! Um sacerdote me dizia que uma vez havia ido a outra cidade onde viviam os pais. E seu pai lhe disse: Sabes, estou contente, porque com os meus amigos encontramos uma igreja onde tem Missa sem homilia!”.

“E quantas vezes - observou Francisco – nós vemos que na homilia alguns dormem, outros conversam ou saem para fumar um cigarro. Por isto, por favor, que seja breve a homilia, mas que seja bem preparada”.

“E como se prepara uma homilia, queridos sacerdotes, diáconos, bispos? Como se prepara?”, pergunta o Papa.

Com a oração, com o estudo da Palavra de Deus e fazendo uma síntese clara e breve, não deve ir além de 10 minutos, por favor”.

Ao concluir, o Papa recordou que na Liturgia da Palavra, por meio do Evangelho e da homilia, Deus dialoga com o seu povo, que o escuta com atenção e veneração e, ao mesmo tempo, o reconhece presente e operante.

Assim, se nos colocarmos na escuta da “boa nova”, por ela seremos convertidos  e transformados, portanto, capazes de mudar nós mesmos e o mundo. Por quê? Porque a Boa Nova, a Palavra de Deus entra pelos ouvidos, vai ao coração e chega ás mãos para fazer as boas obras”.

Saudação aos peregrinos brasileiros

Ao final, o Papa Francisco saudou os peregrinos de língua portuguesa presentes na Sala Paulo VI, em particular os seminaristas da Administração Apostólica São João Maria Vianney, acompanhados pelo seu Bispo, Dom Arêas Rifan.

Queridos amigos, na preparação de vocês para o Ministério Ordenado, de bom grado façam da Bíblia o alimento diário do diálogo de vocês com o Senhor, para que, quando forem enviados a proclamar esta Palavra divina, as pessoas encontrem na vida de vocês o testemunho mais eloquente da sua eficácia. Obrigado pela visita e rezem por mim”.

Confira as dicas do Santo Padre!

https://youtu.be/naHVKeCLzSY

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Um sinal de esperança e compromisso

Pobreza é consequência do egoísmo, destaca o Papa Francisco (cancaonova)

UM SINAL DE ESPERANÇA E COMPROMISSO 

Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)
 

Nesta semana, tivemos a honra de receber no Rio de Janeiro o Eminentíssimo Senhor Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano, que representou o Santo Padre, o Papa Francisco, na Cúpula do G20. Sua presença é um gesto de como a Igreja se empenha em dialogar com o mundo, contribuindo de forma eloquente com sua voz profética em prol da justiça, da paz e da solidariedade. Na semana passada ele esteve na COP 29 no Azerbaijão também no diálogo com a sociedade mundial. 

O Cardeal Parolin não apenas traz consigo a presença do Papa Francisco, mas também carrega as preocupações do Sumo Pontífice expressas em sua mensagem às autoridades reunidas nesta Cúpula.  

A carta do Papa Francisco que o Cardeal Parolin leu na cúpula do G20 é uma verdadeira convocação ao compromisso global contra a fome e a pobreza, denunciando as injustiças que afligem milhões de pessoas e clamando por soluções concretas e duradouras. 

Na mensagem enviada ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a todos os participantes do G20, o Papa Francisco relembra o que afirmou na Encíclica Fratelli Tutti“A fome é criminosa, a alimentação é um direito inalienável”. Ele denuncia a contradição de um mundo em que bilhões de pessoas sofrem por falta de alimentos enquanto outras tantas enfrentam problemas relacionados ao excesso. Essa discrepância, fruto de injustiças econômicas e sociais, exige de todos nós uma reflexão profunda e, sobretudo, ações concretas. 

O Santo Padre destaca que a fome não é consequência de escassez de alimentos, mas de sua má distribuição, agravada pela indiferença global e pela especulação financeira que transforma o alimento em mercadoria. Ele faz um apelo claro: “Nenhum esforço deve ser poupado para tirar as pessoas da pobreza e da fome”. 

Para nós, do Rio de Janeiro, a visita do Cardeal Parolin é significativa. Receber um representante tão próximo do Papa em nossa cidade, especialmente no contexto de uma reunião tão importante como o G20, nos enche de alegria e responsabilidade. 

O Rio de Janeiro, como sede dessa Cúpula, se torna palco de discussões globais que têm o potencial de transformar vidas. Como Igreja, pedimos a Deus que ilumine os estadistas presentes, para que suas decisões sejam guiadas por um compromisso sincero com a paz, a fraternidade e a dignidade humana. 

A presença do Cardeal Parolin também reforça nosso compromisso local de trabalhar em favor dos mais vulneráveis. Em nossa Arquidiocese, temos diversas iniciativas que buscam combater a fome, promover a educação e oferecer assistência aos que mais precisam. Essa visita é um chamado para intensificarmos ainda mais nossos esforços, ecoando o clamor do Papa Francisco. 

O Papa Francisco, em sua carta, também nos chama a uma conversão coletiva. Ele denuncia a tragédia dos conflitos armados que, além de ceifar vidas e destruir lares, agravam a fome e a pobreza ao redor do mundo. A cada dia, bilhões de dólares são gastos em armamentos enquanto milhões de pessoas carecem do essencial para viver. 

O Santo Padre propõe uma ideia inspiradora: redirecionar os recursos destinados à guerra para um fundo global contra a fome e a pobreza. Essa proposta, que a Santa Sé já defende há anos, é um testemunho de como o Evangelho pode inspirar soluções concretas e realistas para os problemas do mundo. 

A mensagem do Papa não se limita a um apelo aos governantes. Ela é também um chamado para todos nós. Cada pessoa, cada comunidade, tem um papel a desempenhar na construção de um mundo mais justo. O combate ao desperdício de alimentos, o apoio a iniciativas locais e o engajamento em causas sociais são formas de vivermos essa mensagem no nosso dia a dia. 

Como Igreja, continuaremos promovendo a dignidade humana, oferecendo nossa contribuição específica para o bem comum. Nossas instituições católicas, tanto no Rio de Janeiro quanto ao redor do mundo, são sinais concretos do amor de Deus por todos, especialmente pelos mais pobres. 

A presença do Cardeal Parolin em nossa cidade é um lembrete de que a Igreja não se isola dos problemas do mundo, mas busca ser luz e sal, contribuindo para soluções que respeitem a dignidade de cada pessoa. A mensagem do Papa Francisco, lida durante o G20, é um chamado à responsabilidade e à esperança, lembrando-nos que, juntos, podemos transformar as estruturas de pecado em caminhos de vida. 

Significativas foram as duas Santas Missas presididas pelo Cardeal Pietro Parolin, na Capela São Joaquim, do Palácio Arquiepiscopal São Joaquim, na noite de segunda-feira, dia 18 de novembro, com os representantes da arquidiocese, bispos, padres, diáconos, religiosas, seminaristas e leigos e, na manhã do dia 19 de novembro, com alguns colaboradores mais íntimos, foram momentos em que no Altar do Cordeiro rezamos pelo G20 e para que todas as nações possam vencer a pobreza e a fome. Que o Pão da Vida nos inspire a partilhar o pão nosso de cada dia na mesa de todos os homens e mulheres de boa vontade. 

Nosso agradecimento a Deus pela presença alegre e cativante do Emmo. Sr. Cardeal Pietro Parolin no Rio de Janeiro. Agradecimento extensivo ao Exmo. Dom Giambattista Diquattro, Núncio Apostólico no Brasil, que assomou a legação pontifícia neste evento do G20. 

Peço a todos os fiéis que rezem por este momento tão importante. Que o Espírito Santo inspire para que os líderes reunidos no G20 possam colocar em prática as decisões sábias e corajosas em favor dos que mais sofrem que estão na declaração final. E que nós, como povo de Deus, possamos também fazer a nossa parte, vivendo o Evangelho com generosidade e compromisso. 

Que Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, interceda por nossa cidade, por nosso país e pelo mundo inteiro. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

O Papa: estudar a história com a memória do passado para construir um futuro fraterno

Publicada a carta do Papa Francisco sobre a renovação do estudo da história da Igreja (Vatican Media)

Em um novo documento intitulado “Carta sobre a renovação do estudo da História da Igreja”, Francisco partilha reflexões acerca da importância do estudo da História da Igreja. A mensagem é direcionado aos sacerdotes, especialmente àqueles que estão em formação para as ordens ministeriais, e também aos leigos. “Esta é uma questão que gostaria que fosse tida em consideração na formação dos novos padres, mas também de outros agentes pastorais”.

Fagner Lima – Vatican News

Publicada nesta manhã, 21 de novembro, a carta onde o Papa Francisco demonstra sua preocupação pastoral com a formação dos jovens, especialmente aqueles que se preparam para as ordenações ministeriais em seminários e casas de formação. “O que eu gostaria de sublinhar agora seria mais um convite para que se promova, nos jovens estudantes de teologia, uma verdadeira sensibilidade histórica”, destacou o pontífice.

Importância da sensibilidade histórica

No início de sua mensagem, Francisco destacou a importância do conhecimento profundo e atualizado do passado, “dos vinte séculos do cristianismo que nos precederam”. Deixando em evidência que a História da Igreja ajuda a entender a dimensão histórica do ser humano e da comunidade, para se desenvolver uma “sensibilidade histórica”, permitindo-nos compreender a realidade social e eclesial em sua complexidade, de modo aprofundado. “Ninguém pode saber verdadeiramente quem é, e nem o que pretende ser amanhã, se não alimentar o laço que o liga às gerações que o precederam”, afirmou o pontífice.

Uma Igreja real

Ainda em sua reflexão, o Santo Padre pontuou que fortalecer e se aprofundar na história da Igreja evita uma visão “idealizada”, apresentando-a, em vez disso, como “real, com suas manchas e rugas”. Isso promove um “olhar para a Igreja real, a fim de que possamos amar a Igreja que existe realmente”, como uma comunidade de fiéis ainda imperfeitos que buscam a santidade.

Nesse sentido, o pontífice nos lembrou da importância de não perder de vista a “carne” de Jesus Cristo: 

“Todos nós devemos ter o cuidado de nunca perder de vista a ‘carne’ de Jesus Cristo: aquela carne feita de paixões, emoções, sentimentos, histórias concretas, mãos que tocam e curam, olhares que libertam e encorajam, hospitalidade, perdão, indignação, coragem, intrepidez: em uma palavra, amor”

Recordando a humanidade de Cristo, o que nos permite entender a realidade eclesial e amar a Igreja em sua autenticidade. Francisco ainda sublinhou que “A Igreja [...] não ignora que entre os seus membros [...] não faltaram alguns que foram infiéis ao Espírito de Deus”, destacando uma consciência histórica que permite aprender com os erros do passado e construir um futuro mais fiel ao Evangelho.

Uma memória vívida para um futuro fraterno

Por fim, o Santo Padre enfatizou que o estudo “sincero e corajoso da História ajuda a Igreja a compreender melhor as suas relações com os diversos povos”, o que deve “ajudar a explicar e a interpretar os momentos mais difíceis e confusos”, recordando acontecimentos que não devem ser esquecidos, pelo contrário recordados sempre e repetidamente, como o Holocausto, bombardeamentos atómicos de Hiroshima e Nagasaki e ainda "as perseguições, o comércio dos escravos e os massacres étnicos que se verificaram e verificam em vários países, e tantos outros eventos históricos que nos fazem envergonhar de sermos humanos.” 

“Não devemos convidar ao esquecimento”, exortou Francisco, destacando que devemos garantir às atuais e futuras gerações uma memória ativa do passado, com o intuito de construir um futuro melhor. “Não podemos permitir que as atuais e as novas gerações percam a memória do que aconteceu, aquela memória que é garantia e estímulo para construir um futuro mais justo e fraterno”

Francisco ainda salientou a cultura atual do esquecimento e a “tentação de virar a página”, atribuindo ao tempo a justificativa de se olhar a diante: “Isso não, por amor de Deus! Sem memória, nunca se avança; não se evolui sem uma memória íntegra e luminosa”. Na conclusão do documento, o Santo Padre faz um convite: "Eis a vossa tarefa: responder aos estribilhos paralisantes do consumismo cultural com escolhas dinâmicas e fortes, com a riqueza, o conhecimento e a partilha."

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF