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quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

São Sabas

São Sabas (A12)
05 de dezembro
Localização: Turquia (Capadócia)
São Sabas

Sabas nasceu na Capadócia (hoje Turquia), por volta de 440. Teve uma infância difícil e, com a morte do pai, foi morar com um tio. Parece ter havido disputas familiares pela sua herança, o que o levou a procurar abrigo no convento de Flabiana, onde iniciou sua busca de vida monástica. Com 20 anos, aproximadamente, viajou para a Terra Santa, onde conheceu e entrou para o mosteiro de Santo Eutímio. A partir de então teve várias experiências nas diferentes formas de vida consagrada: eremítica, em que cada monge vivia em total solidão, cenobítica, na qual os monges viviam em celas vizinhas mas isoladas, e monástica, com a vida comunitária numa construção maior e sob a obediência a um abade.

Com o tempo, a sua santidade pessoal ganhou fama e muitos jovens quiseram tê-lo como mestre de espiritualidade. Foi assim obrigado a construir um mosteiro cada vez mais vasto, que chegou a abrigar 150 religiosos, numa região árida e deserta da estrada entre Jerusalém e Jericó.

Como ótimo organizador e sábio mestre, Sabas adquiriu grande prestígio. Quando o imperador Anastácio passou a perseguir os católicos no Oriente, ele foi, a pedido do Patriarca de Jerusalém, pedir clemência ao monarca, em Constantinopla. Foi muito bem recebido e conseguiu benevolência. De novo, já com 89 anos de idade, voltou a Constantinopla para pedir a proteção de Justiniano, sucessor de Anastácio, contra os ataques que os samaritanos faziam aos católicos da Palestina. E, novamente, obteve sucesso e foi aclamado como salvador do seu povo em Jerusalém.

Faleceu em 531, aos 93 anos, depois de ter fundado e organizado vários mosteiros, defendido a ortodoxia da fé contra as heresias da época, e ficar conhecido como protetor dos pobres e mestre de ciência e santidade.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

A sabedoria de São Sabas começa pela sua fuga às heranças deste mundo, e a busca da verdadeira riqueza escondida em Cristo. Esta riqueza se mostra indiferentemente numa vida de maior solidão, de parcial sociabilidade, ou de vida comunitária, dentro ou fora dos mosteiros: para cada um Deus tem uma vocação, mas todas elas vivenciam o amor a Deus e ao próximo, na oração e no serviço. São Sabas tanto viveu isolado, como argumentou com reis; fez sempre o que Deus lhe pedia para o bem dos irmãos. Nossa vida pode também ter diferentes etapas e características, mas em todas elas o Pai está presente, nos orienta e nos ajuda.

Oração:

Deus de Amor e infinita ternura, cuja Providência conduz a história humana, concedei-nos, pela intercessão de São Sabas, fundar e sempre expandir na alma o edifício da íntima comunhão Convosco, onde possamos conhecer a Vossa vontade e vivê-la em missão de caridade aos irmãos, vencendo a aridez dos desertos desta vida. Pelas mãos de Nossa Senhora, Vossa Mãe. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

Dom Vital: Os padres da Igreja e a esperança

Dom Vital: Os padres da Igreja e a esperança | Vatican News

A esperança foi um dos temas fundamentais dos santos padres, os primeiros autores cristãos. Eles a percebiam como doutrina bíblica, sobretudo presente no Apóstolo Paulo (Rm 12,12).

Dom Vital Corbellini, Bispo de Marabá – PA.

A igreja iniciará o um ano jubilar ao final de dezembro de 2024 que terá como tema: Peregrinos de esperança e o seu lema: A esperança não engana (Rm 5,6). O Papa Francisco elaborou uma Bula que é um documento selado, tendo valor como lei onde o Sumo Pontífice concede indulgencia que é o perdão dos pecados, e graças seguindo as normas da Igreja que é a participação da vida da comunidade pela missa, confissão dos pecados, eucaristia, rezar pelo Papa e realizar obras de caridade[1]. A palavra esperança vem do latim; Speransa cujo significado é esperar, sentimento de expectativa confiante na realização presente[2]. A esperança é a mensagem central do ano jubilar. Ainda que as pessoas carreguem dúvidas, no entanto acreditam na esperança, no hoje da existência e no amanhã, na vida verdadeira, a eterna. O Papa Francisco solicita a toda a Igreja para que o ano jubilar seja ocasião para reanimar a esperança, deixarmo-nos guiar pela esperança em Jesus Cristo, porque a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações, pelo Espírito Santo que nos foi dado (Rm 5,1-2, 5). Vejamos a seguir a esperança nos santos padres, os primeiros escritores cristãos.

A esperança nos padres da Igreja

A esperança foi um dos temas fundamentais dos santos padres, os primeiros autores cristãos. Eles a percebiam como doutrina bíblica, sobretudo presente no Apóstolo Paulo (Rm 12,12). Os padres da Igreja desenvolveram o tema da esperança segundo exigências pastorais e espirituais devido aos confrontos do cristianismo com a cultura antiga. Eles tinham presentes os Salmos e as Cartas Paulinas sobretudo a Carta aos Romanos (Rm 5-8). Havia a explicitação de que era preciso aprofundar a esperança cristã da vida além da morte, a ressurreição da carne, ponto afirmado pelos Padres como Tertuliano e Orígenes diante do confronto as vezes negado pelo paganismo, em relação à vida além da morte[3].

A consolação provinda da esperança

Santo Agostinho, bispo dos séculos IV e V em Hipona, Norte da África afirmou que o fiel, a pessoa que segue Jesus Cristo e a sua Igreja passa por muitos sofrimentos, perseguições até por viver o amor de Cristo. Existem muitas discórdias entre as pessoas, povos. No entanto a alegria é própria da pessoa cristã. A esperança é graça do Senhor na qual vive a consolação pelo dom de Deus. O amor é possível entre as pessoas na convivência, nos lares, na comunidade e no mundo. Deus caminha com as pessoas que lutam pelo bem, pela graça da esperança, para que a unidade em Cristo Jesus se realize[4].

A esperança humana em Jesus Cristo

Santo Agostinho ainda teve presentes que as tribulações vão se difundindo pelas pessoas mas Jesus vem caminhando sobre as ondas, garantindo a sua presença para as pessoas que acreditam nele num mundo melhor. Se as pessoas se espantam porque as perseguições ocorrem contra os cristãos, Jesus Cristo é a esperança pois ele caminha sobre as ondas, afastando as ambições e a soberba terrenas. Os discípulos ficaram com medo ao ver Jesus caminhando sobre as ondas do mar, mas Jesus lhes garantiu a sua presença, a esperança de uma vida melhor (cf. Mt 14,27). Jesus disse aos seus discípulos que não era para temer ninguém pois era Ele, de modo que os discípulos não teriam medo, mas a esperança de que era Ele, o Salvador da humanidade (cf. Jo 6,20)[5]

A esperança nos bens eternos

Santo Agostinho também afirmou que a família que confia em Deus, possui a esperança nos bens eternos e não naqueles que passam, pois são caducos. É claro que a família enquanto peregrina neste mundo, usa dos bens terrenos, sabendo que estes passam e é preciso que a comunidade, a Igreja não se tornem escravas dos mesmos[6], de modo que ela utiliza-se deles, como instrumento da graça e nunca como fim.

As coisas deste mundo e as do mundo futuro

São João Crisóstomo, bispo de Constantinopla, séculos IV e V, disse que a graça de Deus não tem fim, porque ela sempre alude para o melhor em relação aos seres humanos. No futuro, as coisas de Deus são dadas pelo amor dele para cada pessoa humana, porque serão concedidas em plenitude. Por isso o Apóstolo Paulo disse que nós nos gloriamos na esperança da glória de Deus ( cf. Rm 5,2) para que assim as pessoas não se apegam demais nas coisas deste mundo, esquecendo-se daquelas do futuro dadas em sua plenitude. A esperança das realidades futuras deve superar aquelas que passam, porque a glória de Deus é o seu resultado, não por obra humana, mas pela graça de Deus que age na pessoa humana[7].

E a esperança não decepciona

São João Crisóstomo disse que a esperança é reforçada pelas tribulações que as pessoas passam neste mundo devido à vida futura. São Paulo foi bem objetivo na afirmação que a esperança não decepciona (Rm 5,5), porque ela aponta para o futuro em vista das realidades eternas. O bispo disse que as pessoas que não vivem bem caem no desespero em vista do futuro, temendo o juízo, enquanto as pessoas que levam uma vida honesta, com muito amor ao próximo e a Deus não tem medo porque estão em comunhão com o Senhor e com as pessoas. Elas possuem uma grande esperança que não decepciona das verdades futuras. As pessoas passarão pela morte, mas carrega-se a esperança da ressurreição e nada haverá que faça confundir as pessoas que acreditem no Senhor, porque elas não abraçaram uma esperança transitória, mas sim a eterna. A esperança não decepciona porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações (cf. Rm 5,5), de modo que o apóstolo afirmou que não foi dado, mas ele foi derramado, indicando a iniciativa de sua divina liberalidade[8].

O dom divino

São João Crisóstomo disse também que a esperança vem por graça do Espírito Santo. Ele fez de cada um de nós, filhos e filhas de Deus, irmãos em Cristo, por graça do Espírito Santo. A caridade com o próximo aponta para a esperança de modo que somos chamados a fazer obras de caridade. O bispo convidou os fiéis para não perder a esperança porque nós temos a caridade perante o juiz, o Senhor Deus, de modo que a esperança não decepciona (Rm 5,5), não atribuindo às nossas obras, mas ao amor de Deus pelas obras de caridade, de amor[9].

Nós somos chamados a viver bem o ano jubilar pela graça da indulgência, pela esperança que vem de Deus Uno e Trino em vista da nossa salvação e da salvação do mundo inteiro. Sejamos na família, na comunidade e na sociedade pessoas de esperança. Os Padres da Igreja ressaltaram a graça da esperança em ligação ao Espírito Santo, a Jesus Cristo e ao Pai, Deus Uno e Trino.

 Notas:

[1] Cfr> https://www.vatican.va/content/francesco/pt/bulls/documents/20240509_spes non confundit - Bula de proclamação do Jubileu Ordinário do Ano 2025 (9 de maio de 2024) | Francisco

[2] Cfr. Speranza. In: Il Vocabolario TreccaniIl Conciso.  Roma, 1998, pg. 1652.

[3] Cfr. Basil Studer. Speranza. In: Nuovo Dizionario Patristico e di Antichità Cristiane, diretto da Angelo Di Berardino. Genova, Marietti, 2008, pg. 5074

[4] Cfr. Agostino. Le Lettere, II, 130,4-5 (A. Proba). In: La teologia dos pdres, volume 3, Roma, Città Nuova Editrice. 1982,  pg. 99

[5] Cfr. Agostino, Ciommento al Vangelo di San Giovanni, 25,6-7.In: Idem, pg. 100.

[6] Cfr. Agostino. La Città di Dio, 1,29. In: Idem, pg 101,

[7] Cfr. Giovanni Crisostomo. Commento alla lettera ai Romani, 10,2. In: Idem, pg. 102.

[8] Cfr. São João Crisóstomo. Comentário às Cartas de São Paulo/1. São Paulo, Paulus, pg. 169-170.

[9] Cfr. Idem, pg. 170. 

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

A Estrela do Botafogo


Símbolo do Botafogo (O Curioso do Futebol) e Imaculada Conceição (Opus Dei)

A ESTRELA DO BOTAFOGO 

Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)

No dia 8 de dezembro, celebramos com alegria a Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, um dos títulos mais queridos e significativos da Virgem Maria, que recorda sua pureza singular e sua especial missão no plano da salvação. Para os torcedores do Botafogo, essa data assume um significado ainda mais profundo: além de ser o dia dedicado à sua padroeira, é também o aniversário da fusão, em 1942, que deu origem ao Botafogo de Futebol e Regatas. 

A Estrela Solitária, símbolo maior do escudo alvinegro, carrega em si uma profunda ligação com Nossa Senhora. Essa estrela, que guia o clube e seus torcedores, remete àquela “Estrela Luminosíssima” mencionada na devoção à Imaculada Conceição. Não se trata apenas de um emblema esportivo, mas de um sinal de esperança e de luz que inspira fé e perseverança em momentos de desafio. 

A proclamação do dogma da Imaculada Conceição, em 1854, recorda que Maria, desde o primeiro instante de sua existência, foi preservada do pecado original, como parte do grande plano de Deus para a redenção da humanidade. Esse mistério de fé nos aponta para a importância de sua intercessão nos momentos de dificuldade, algo que também esteve presente na trajetória do Botafogo em 2024. 

Na segunda-feira, 25 de novembro, torcedores se reuniram para celebrar uma Missa no Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor, aos pés da imagem que abraça a cidade do Rio de Janeiro. Esse santuário, cuja história está intimamente ligada à Basílica da Imaculada Conceição, na Praia de Botafogo, tornou-se um local de renovação da fé e da esperança em um momento decisivo para o clube. 

No dia seguinte, o Botafogo retomou sua caminhada de superação e glória. Após perder a liderança do Campeonato Brasileiro na rodada anterior, o time venceu o Palmeiras por 3 a 1, em São Paulo, reassumindo o topo da tabela. Essa vitória, celebrada com fervor pelos torcedores, foi vista como resposta às orações elevadas à padroeira. 

Poucos dias depois, o Botafogo viveu um dos capítulos mais emocionantes de sua história: a final da Copa Conmebol Libertadores. Em Buenos Aires, mesmo enfrentando adversidades e jogando com um jogador a menos, o time venceu o Atlético-MG e conquistou o título inédito. Esses momentos de triunfo revelam não apenas o esforço e a dedicação humana, mas também a força que nasce da fé e da confiança na intercessão divina. 

De maneira providencial, a última rodada do Campeonato Brasileiro será disputada no dia 8 de dezembro, coincidindo com a solenidade da Imaculada Conceição. Neste mesmo dia, há 82 anos, o Botafogo renascia como um clube unificado, sob a proteção da Mãe de Deus. Hoje, com uma campanha que resgatou o orgulho alvinegro, os torcedores renovam sua gratidão e fé em Nossa Senhora da Conceição, certos de que sua luz continuará guiando o time nos desafios futuros. 

Este dia especial também nos convida a olhar para o ano de 2025, que trará a celebração de um Jubileu  na Igreja, um tempo de graça, conversão e renovação espiritual para todos os fiéis. Nesse contexto, a figura de Maria, a Mãe da Misericórdia, se torna ainda mais significativa, pois nos aponta para Cristo, fonte de toda alegria e redenção. Que esse jubileu inspire torcedores e devotos a reforçarem sua fé, sua solidariedade e seu compromisso com os valores cristãos que nos unem como irmãos e irmãs. 

A Imaculada Conceição, padroeira de tantas comunidades de fé no Brasil, é também uma inspiração de resiliência e confiança para o Botafogo e seus torcedores. Sua presença materna, simbolizada pela Estrela Solitária, nos lembra que, com fé, podemos superar até mesmo os momentos mais difíceis. 

Que o dia 8 de dezembro seja marcado por celebrações de gratidão e renovação espiritual, não apenas para o clube, mas para todos que veem em Nossa Senhora um modelo de esperança e fortaleza. Sob sua proteção, que possamos seguir nossas trajetórias, iluminando corações e fortalecendo a certeza de que, com fé, caminhamos sempre rumo à vitória final. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Papa: anunciar o Evangelho com humildade e oração, não pregar sobre si mesmo

Audiência Geral - 04 de dezembro de 2024 - Papa Francisco (Vatican News)

Na catequese desta quarta-feira (04/12), Francisco ressaltou a importância da obra evangelizadora do Espírito Santo e o seu papel na pregação da Igreja. "Pregação com a unção do Espírito é transmitir vida e profunda convicção, evitando o uso de meras palavras persuasivas de sabedoria”, afirmou o Pontífice.

Thulio Fonseca – Vatican News

Na Audiência Geral desta quarta-feira, 4 de dezembro, o Papa Francisco continuou sua série de catequeses sobre o Espírito Santo e a Igreja, enfocando a obra evangelizadora do Espírito Santo, ou seja, o seu papel na pregação da Igreja. Inspirado na Primeira Carta de São Pedro, o Santo Padre destacou que os apóstolos são definidos como "aqueles que vos pregaram o Evangelho da parte do Espírito Santo" (1Pd 1,12). A partir dessa definição, o Pontífice explicou os dois pilares da pregação cristã: seu conteúdo, que é o Evangelho, e o seu meio, que é o Espírito Santo.

O conteúdo da pregação deve ser o Evangelho

Francisco recordou que, no Novo Testamento, a palavra “Evangelho” possui dois significados principais. Primeiramente, refere-se à boa nova anunciada por Jesus durante sua vida terrena, conforme descrito nos quatro Evangelhos canônicos: Mateus, Marcos, Lucas e João. Após a Páscoa, o termo assume uma nova conotação: a boa nova é a mensagem central sobre Jesus Cristo, especialmente o mistério pascal de sua morte e ressurreição.

Ao citar a carta de São Paulo aos Romanos, o Papa sublinhou que o Evangelho é “uma força vinda de Deus para a salvação de todo o que crê” (Rm 1,16). Contudo, alertou que a pregação não deve colocar a lei acima da graça, nem as obras acima da fé. “Devemos sempre começar pelo anúncio do que Cristo fez por nós”, explicou o Santo Padre, reiterando a importância do querigma, o primeiro anúncio que é essencial em toda renovação eclesial, conforme ensinado em sua exortação Evangelii gaudium:

"Não se deve pensar que, na catequese, o querigma é deixado de lado em favor de uma formação supostamente mais 'sólida'. Nada há de mais sólido, mais profundo, mais seguro, mais consistente e mais sábio que esse anúncio.”

Francisco durante a Audiência Geral (Vatican Media)

O Espírito Santo como meio indispensável

O Papa enfatizou também que a eficácia da pregação não se limita a palavras ou doutrinas, mas depende do Espírito Santo, e relembrou que Jesus, no início de seu ministério, proclamou: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu; e enviou-me para anunciar a boa nova aos pobres” (Lc 4,18). Pregação com a unção do Espírito, explicou Francisco, é transmitir vida e profunda convicção, evitando o uso de meras “palavras persuasivas de sabedoria”. Para os que se perguntam como colocar isso em prática, o Pontífice ofereceu duas orientações fundamentais. Primeiro, a oração:

"O Espírito Santo chega a quem reza, porque o Pai celeste – está escrito – 'dará o Seu Espírito aos que lhe pedirem' (Lc 11,13), sobretudo se o pedirem para anunciar o Evangelho do seu Filho! Ai de quem pregar sem rezar! Torna-se naquilo que o Apóstolo define como 'um bronze que ressoa ou um címbalo que retine' (cf. 1Cor 13,1). Portanto, a primeira coisa que depende de nós é rezar."

Não pregar a si mesmo

A segunda orientação do Santo Padre é a humildade de não pregar a si mesmo, mas a Cristo. E neste sentido, o Papa exortou, de maneira específica, os pregadores:

"Muitas vezes há essas pregações longas, de 20 minutos, 30 minutos... Mas, por favor, os pregadores devem pregar uma ideia, um sentimento e um convite a agir. Mais de 8 minutos e a pregação se perde, não se entende. (...) Por favor, a pregação deve ser uma ideia, um sentimento e uma proposta de ação. E não deve passar de 10 minutos. Nunca! Isso é muito importante."

Colaborar com as iniciativas comunitárias

Ao concluir a catequese, o Santo Padre sublinhou que não querer pregar a si mesmo implica também não dar sempre prioridade às iniciativas pastorais promovidas por nós e ligadas ao próprio nome, mas colaborar de boa vontade, se solicitado, em iniciativas comunitárias ou que nos são confiadas por obediência, e completou:

"Que o Espírito Santo nos ajude, nos acompanhe e ensine a Igreja a pregar assim o Evangelho aos homens e mulheres deste tempo!"

Francisco com os fiéis na Praça São Pedro (Vatican Media)
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santa Bárbara, a “Rapunzel” original

PD

Philip Kosloski - publicado em 04/12/18 - atualizado em 03/12/24

Santa Bárbara, uma moça linda e de cabelos longos, viveu trancada em uma torre. Isso não te lembra um famoso conto de fadas?

A história de Rapunzel, o conto de fadas popular dos Irmãos Grimm, cativou a imaginação das crianças durante séculos e, mais recentemente ganhou vida nova no filme Tangled (Enroladosno Brasil), da Disney.

Curiosamente, a trágica história de uma linda princesa trancada em uma torre alta é baseada na história de Santa Bárbara, uma santa virgem que viveu no século III. Sua vida é narrada no livro medieval "Lenda Dourada” e tem muitas semelhanças com as adaptações populares. Veja o que diz um trecho do livro: 

"Havia um homem rico [cujo nome era] Dióscoro. Este Dióscoro tinha uma jovem filha que se chamava Bárbara, por quem ele tinha feito uma torre alta e forte na qual ele [manteve] Bárbara, para o fim de que nenhum homem a visse por causa de sua grande beleza."  

No entanto, muitos príncipes chegaram a pedir a mão de Bárbara em casamento. Ela recusou-se a casar e dedicou-se a Deus.

Um dia, quando o pai dela viajou a negócios, Bárbara instalou uma terceira janela em sua torre - era uma homenagem à Santíssima Trindade. Quando o pai voltou, ela mostrou-lhe a nova janela e professou sua fé cristã.

O martírio de Santa Bárbara

Mas isso irritou muito o homem, que era pagão. Ele imediatamente sacou sua espada para matar a própria filha. Bárbara rezou a Deus, que respondeu à sua oração e, milagrosamente, abriu um buraco na torre para ela escapar.

Ela acabou sendo descoberta e sofreu tratamento cruel por ser cristã. Bárbara morreu como mártir, decapitada pelo pai. Dizem que logo após a morte dela, seu pai foi morto por um raio.

Por conta dessa história, Bárbara sempre é invocada por aqueles que querem proteção contra raios e explosivos. Ela se tornou a padroeira dos artilheiros e mineiros (por causa do uso de explosivos na escavação). Muitos dos 33 mineiros chilenos que ficaram presos por dois meses no subsolo em 2010 atribuem o resgate à intercessão de Santa Bárbara.

Fonte: https://pt.aleteia.org/2018/12/04/santa-barbara-a-rapunzel-original

Papa: rezemos para que o próximo Jubileu nos fortaleça na fé

Vatican News

Na intenção de oração para este mês de dezembro, Francisco afirma que "a esperança cristã é um presente de Deus que enche de alegria nossa vida". "Ajudemo-nos uns aos outros a descobrir este encontro com Cristo que nos dá a vida e coloquemo-nos a caminho como peregrinos da esperança, para celebrar a vida e dentro da vida está também o próximo Jubileu, como uma etapa", diz o Papa na mensagem de vídeo.

https://youtu.be/YNVl-Fgc22U

Vatican News

"Pelos peregrinos da esperança" é a intenção de oração do Papa Francisco para este mês de dezembro, um chamado especial no contexto do Jubileu 2025.

Na mensagem de vídeo, divulgada nesta terça-feira (03/12), o Santo Padre afirma que "a esperança cristã é um presente de Deus que enche de alegria nossa vida. E hoje, necessitamos tanto dela. O mundo a necessita tanto". O Papa Francisco convida os fiéis a serem testemunhas da "esperança cristã" num mundo onde predominam a desesperança e a desconfiança.

A esperança é uma âncora

Durante o período da pandemia, durante a Statio Orbis na Praça São Pedro totalmente vazia, o Papa Francisco utilizou a metáfora evangélica do barco em meio da tempestade, para recordar a fragilidade e o desconcerto da humanidade diante das grandes provações. Num certo sentido, na intenção de oração deste mês, o Santo Padre volta a nos colocar nesse barco a fim de destacar a importância da âncora:

Quando não sabes se amanhã poderás dar de comer a teus filhos, ou se o que estás estudando te permitirá ter um trabalho digno, é fácil cair no desânimo. Onde buscar a esperança?

“A esperança é uma âncora. Uma âncora que se joga com a corda e afunda na areia. E nós temos de estar agarrados à corda da esperança. Bem agarrados.”

"A virtude da esperança nos dá tanta força para caminhar na vida", disse o Papa Francisco na Audiência Geral de 28 de dezembro de 2016, dedicada à figura de Abraão, que, por um lado, não tem "receio de ver a realidade por aquilo que ela é" e, por outro, é capaz de "ir além dos raciocínios humanos, da sabedoria e da prudência do mundo, além daquilo que normalmente é considerado sensatez, para acreditar no impossível".

Como Abraão, os protagonistas do vídeo deste mês também se põem a caminho, partindo de suas próprias dificuldades: as preocupações de uma mulher diante de sua despensa vazia, as dúvidas de uma estudante a respeito de seu futuro. Ambas encontram, em seu caminho, uns “peregrinos da esperança” que as acolhem e as consolam, convidando-as a se unirem a seu caminho metafórico para a Porta Santa, que permanecerá aberta durante todo o Jubileu.

Que o Jubileu nos fortaleça na fé

O Jubileu 2025, cujo tema é "Peregrinos da esperança", será um tempo de celebração e de profunda reflexão. O também chamado "Ano Santo" não é somente uma etapa no caminho da fé, mas é um chamado a reconhecer a Cristo no dia a dia.

“Ajudemo-nos uns aos outros a descobrir este encontro com Cristo que nos dá a vida e coloquemo-nos a caminho como peregrinos da esperança, para celebrar a vida e dentro da vida está também o próximo Jubileu, como uma etapa.”

"Vamos encher nosso dia a dia com o dom da esperança que Deus nos dá e permitamos que através de nós ela chegue a todos que a procuram. Não se esqueçam: a esperança não decepciona nunca", diz o Papa no vídeo elaborado pela Rede Mundial de Oração do Papa e produzido em parceria com a Fundação Pro Rede Mundial de Oração do Papa e com o  Dicastério para a Evangelização.

“Rezemos para que o próximo Jubileu nos fortaleça na fé, nos ajude a reconhecer Cristo ressuscitado presente em nossas vidas, e nos transforme em peregrinos da esperança cristã.”

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

terça-feira, 3 de dezembro de 2024

A mulher e oito belas virtudes que a Bíblia destaca

Mix and Match Studio | Shutterstock

Karen Hutch - publicado em 01/12/24

A beleza e os dons das mulheres são únicos, por isso a Bíblia menciona e destaca o papel das mulheres. Continue lendo, pois aqui compartilhamos mais.

O papel da mulher é muito importante aos olhos de Deus; por isso, também o é dentro da Igreja Católica, que é universal. A Bíblia destaca e honra a mulher com suas virtudes, beleza e espiritualidade, qualidades que são ressaltadas em mais de uma ocasião dentro das Sagradas Escrituras. Esta galeria de fotos apresenta algumas dessas passagens. 

A mulher é um dom essencial para a humanidade e para a própria Igreja. Sua contribuição para o mundo, para a família, para a fé e para a sociedade é inestimável, e o chamado que Deus faz a cada uma delas continua sendo relevante aos olhos de Deus e de todo o mundo.

A seguir, compartilhamos esta galeria de fotos com algumas das maravilhas mencionadas na Bíblia, que nos lembram que, como mulheres, somos amadas por Deus.

Abrir galeria de fotos:

https://pt.aleteia.org/slideshow/a-mulher-e-oito-belas-virtudes-que-a-biblia-destaca

Fonte: https://pt.aleteia.org/2024/12/01/a-mulher-e-oito-belas-virtudes-que-a-biblia-destaca

Das Cartas a Santo Inácio, de São Francisco Xavier, presbítero

Os Milagres de São Francisco Xavier (Vatican News)

Das Cartas a Santo Inácio, de São Francisco Xavier, presbítero

(E Vita Francisci Xaverii, auctore H. Tursellini, Romae, 1596, Lib. 4, epist. 4 [1542] et 5 [1544])    (Séc. XVI)

Ai de mim, se não evangelizar!

Percorremos as aldeias de neófitos, que receberam os sacramentos cristãos há poucos anos. Esta região não é cultivada pelos portugueses, já que é muito estéril e pobre; e os cristãos indígenas, por falta de sacerdotes, nada sabem a não ser que são cristãos. Não há ninguém que celebre para eles as sagradas funções; ninguém que lhes ensine o Símbolo, o Pai-nosso, a Ave-Maria e os mandamentos da Lei de Deus.

Desde que aqui cheguei, não parei um instante: visitando com frequência as aldeias, lavando na água sagrada os meninos não batizados. Assim, purifiquei grandíssimo número de crianças que, como se diz, não sabem absolutamente distinguir entre a direita e a esquerda. Estas crianças não me permitiram recitar ofício divino, nem comer, nem dormir, enquanto não lhes ensinasse alguma oração; foi assim que comecei a perceber que delas é o reino dos céus.

À vista disto, como não podia, sem culpa, recusar pedido tão santo, começando pelo testemunho do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinava-lhes o Símbolo dos Apóstolos, o Pai-nosso e a Ave-Maria. Observei que são muito inteligentes; se houvesse quem os instruísse nos preceitos cristãos, não duvido que seriam excelentes cristãos.

Nestas paragens, são muitíssimos aqueles que não se tornam cristãos, simplesmente por faltar quem os faça tais. Veio-me muitas vezes ao pensamento ir pelas academias da Europa, particularmente a de Paris, e por toda a parte gritar como louco e sacudir aqueles que têm mais ciência do que caridade, clamando: “Oh! Como é enorme o número dos que excluídos do céu, por vossa culpa se precipitam nos infernos!”

Quem dera que se dedicassem a esta obra com o mesmo interesse com que se dedicam às letras, para que pudessem prestar contas a Deus da ciência e dos talentos recebidos!

Na verdade, muitos deles, impressionados por esta ideia, entregando-se à meditação das realidades divinas, talvez estivessem mais preparados para ouvir o que Deus diria neles: abandonando as cobiças e interesses humanos, se fizessem atentos a um aceno ou vontade de Deus. Decerto, diriam de coração: Aqui estou, Senhor; que devo fazer? (At 9,10; 22,10). Envia-me para onde for do teu agrado, até mesmo para a Índia.

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

Jesus se revela aos pequenos

Bento XVI durante a homilia na Capela Paulina, terça-feira, 1º de dezembro de 2009 [© Osservatore Romano]

Arquivo 30Giornio nº. 12 - 2009

Jesus se revela aos pequenos

Homilia do Papa Bento XVI durante a Santa Missa com os membros da Comissão Teológica Internacional, Capela Paulina, terça-feira, 1º de dezembro de 2009.

Homilia do Papa Bento XVI

Queridos irmãos e irmãs,
as palavras do Senhor, que ouvimos anteriormente no trecho evangélico, são um desafio para nós, teólogos, ou talvez, melhor dizendo, um convite a um exame de consciência: o que é a teologia? o que somos teólogos? Como fazer bem teologia? Ouvimos que o Senhor louva o Pai porque escondeu o grande mistério do Filho, o mistério trinitário, o mistério cristológico, diante dos sábios, dos instruídos - eles não o sabiam -, mas revelou-o aos pequenos, aos os Népioi , aos que não são instruídos, que não têm grande cultura. Este grande mistério foi revelado a eles.

Com estas palavras o Senhor descreve simplesmente um facto da sua vida; um facto que começou já no momento do seu nascimento, quando os Magos do Oriente perguntaram aos peritos, aos escribas, aos exegetas o lugar de nascimento do Salvador, do Rei de Israel. Os escribas sabem disso porque são grandes especialistas; podem dizer imediatamente onde nasceu o Messias: em Belém! Mas não se sentem convidados a ir: para eles permanece o conhecimento académico, que não afeta as suas vidas; eles ficam de fora. Eles podem dar informações, mas a informação não se torna a formação da vida de alguém.

Depois, ao longo da vida pública do Senhor encontramos a mesma coisa. É inacessível aos eruditos compreender que este homem galileu inculto possa realmente ser o Filho de Deus. Continua a ser inaceitável para eles que Deus, o grande, o único, o Deus do céu e da terra, possa estar presente neste homem. Eles sabem tudo, conhecem até Isaías 53, todas as grandes profecias, mas o mistério permanece oculto. Em vez disso, é revelada aos mais pequenos, começando pela Nossa Senhora até aos pescadores do Lago da Galileia. Eles sabem, tal como sabe o capitão romano debaixo da cruz: este é o Filho de Deus.

Os factos essenciais da vida de Jesus não pertencem apenas ao passado, mas estão presentes, de diferentes maneiras, em todas as gerações. E assim, mesmo em nossa época, nos últimos duzentos anos, observamos a mesma coisa. Existem grandes estudiosos, grandes especialistas, grandes teólogos, mestres da fé, que nos ensinaram muitas coisas. Penetraram nos detalhes da Sagrada Escritura, da história da salvação, mas não conseguiram ver o próprio mistério, o verdadeiro núcleo: que Jesus era verdadeiramente o Filho de Deus, que o Deus Trinitário entra na nossa história, num momento histórico específico, em um homem como nós. O essencial permaneceu escondido! Poderíamos facilmente citar grandes nomes da história da teologia destes duzentos anos, com os quais aprendemos muito, mas o mistério não foi aberto aos olhos dos seus corações.

Em vez disso, também existem pequeninos do nosso tempo que conheceram este mistério. Pensemos em Santa Bernadete Soubirous; a Santa Teresinha de Lisieux, com a sua nova leitura “não científica” da Bíblia, mas que entra no coração da Sagrada Escritura; até os santos e bem-aventurados do nosso tempo: Santa Josefina Bakhita, Beata Teresa de Calcutá, São Damião de Veuster. Poderíamos listar muitos!

Mas de tudo isso surge a pergunta: por que isso acontece? O Cristianismo é a religião dos tolos, de pessoas incultas e informes? A fé se extingue onde a razão desperta? Como você explica isso? Talvez precisemos olhar para a história mais uma vez. O que Jesus disse permanece verdadeiro, o que pode ser observado ao longo dos séculos. E, no entanto, existe um “tipo” de pequeninos que também aprende. Sob a cruz está Nossa Senhora, a humilde serva de Deus e a grande mulher iluminada por Deus. E também João, pescador do lago da Galiléia, mas é esse João que será justamente chamado pela Igreja de “o teólogo”. porque realmente soube ver o mistério de Deus e anunciá-lo: com o olho da águia entrou na luz inacessível do mistério divino. Assim, mesmo depois da sua ressurreição, o Senhor, no caminho de Damasco, toca o coração de Saulo, que é um dos homens cultos que não veem. Ele mesmo, na primeira Carta a Timóteo, define-se como “ignorante” naquele momento, apesar do seu conhecimento. Mas o Ressuscitado toca-o: torna-se cego e, ao mesmo tempo, torna-se verdadeiramente vidente, começa a ver. O grande erudito torna-se um pequeno e por isso mesmo vê a loucura de Deus que é sabedoria, sabedoria maior que toda sabedoria humana.

Santa Bernadete Soubirous e Santa Teresinha de Lisieux | 30Giorni

Poderíamos continuar lendo toda a história dessa maneira. Só mais uma observação. Esses eruditos, sophói e synetói , aparecem de outra forma na primeira leitura.  Aqui sophia synesis são dons do Espírito Santo que repousam no Messias, em Cristo. O que isso significa? Verifica-se que existe um duplo uso da razão e uma dupla maneira de ser sábio ou pequeno. Existe uma forma de usar a razão que é autônoma, que se coloca acima de Deus, em todo o âmbito das ciências, a começar pelas naturais, onde se universaliza um método adequado para a pesquisa da matéria: Deus não entra neste método, portanto, Deus não existe. E assim, finalmente, também na teologia: pesca-se nas águas da Sagrada Escritura com uma rede que só permite pescar peixes de um determinado tamanho e tudo o que ultrapassa esse tamanho não entra na rede e portanto não pode existir. Assim, o grande mistério de Jesus, do Filho feito homem, reduz-se a um Jesus histórico: uma figura trágica, um fantasma sem carne e ossos, um homem que permaneceu no túmulo, corrompeu-se e está verdadeiramente morto. O método sabe “pescar” certos peixes, mas exclui o grande mistério, porque o próprio homem faz a medição: ele tem esse orgulho, que ao mesmo tempo é uma grande tolice porque absolutiza certos métodos que não são adequados às grandes realidades ; entrar neste espírito académico que vimos nos escribas, que respondem aos Magos: isso não me diz respeito; Permaneço fechado na minha existência, que não é tocada. É a especialização que vê todos os detalhes, mas não vê mais a totalidade.

E existe a outra forma de usar a razão, de ser sábio, a do homem que reconhece quem é; reconhece a sua própria medida e a grandeza de Deus, abrindo-se com humildade à novidade da ação de Deus. Assim, precisamente aceitando a sua pequenez, tornando-se pequeno como realmente é, chega à verdade. Desta forma, também a razão pode exprimir todas as suas possibilidades, não se extingue, mas expande-se, torna-se maior. É outra sophia synesis , que não exclui ninguém do mistério, mas é precisamente comunhão com o Senhor em quem repousa a sabedoria e a sabedoria, e a sua verdade.

Neste momento queremos orar para que o Senhor nos dê a verdadeira humildade. Que ele nos dê a graça de sermos pequenos para sermos verdadeiramente sábios; ilumina-nos, faz-nos ver o seu mistério da alegria do Espírito Santo, ajuda-nos a ser verdadeiros teólogos, que podem anunciar o seu mistério porque são tocados no fundo do seu coração, da sua própria existência. Amém. © Copyright 2009 - Libreria Editrice Vaticana.

Fonte: https://www.30giorni.it/

São Francisco Xavier

São Francisco Xavier (A12)
03 de dezembro
Localização: Esapanha
São Francisco Xavier

Francisco nasceu na Espanha, em 1506, sendo filho de família nobre, e estudou na Universidade de Paris. Logo começou a lecionar ali, com grande sucesso, tendo imenso conhecimento e enormes ambições mundanas. Porém outro estudante, Inácio de Loyola, através de esforços e orações, e constantemente lembrando a Francisco as palavras de Cristo – “Que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua alma?” (Mt 16,26) – convenceu-o a dedicar-se à Igreja. Assim torna-se Francisco cofundador da Companhia de Jesus, junto a Santo Inácio.

Ordenado padre, Francisco inicialmente cuidou de leprosos em Veneza, atendendo os que ninguém se atrevia a ajudar. Mas João III, rei de Portugal, solicitou a ajuda dos jesuítas para a evangelização das Índias, e Francisco embarcou para Goa.

Muito árduo foi o seu trabalho no Oriente. Visitou diversa ilhas e chegou ao Japão. Desdobrou-se na evangelização e batismo dos nativos, e fundou comunidades. Pouco antes de morrer, escrevia a Santo Inácio: “Nestas paragens são muitíssimos aqueles que não se tornam cristãos, simplesmente por faltar quem os torne cristãos. Veio-me muitas vezes ao pensamento ir pelas academias da Europa e, por toda a parte, gritar como louco e sacudir aqueles que têm mais ciência do que caridade, clamando: ‘Oh!, como é enorme o número dos que são excluídos do Céu por vossa culpa!’”.

Planejava entrar na China, então fechada aos estrangeiros, mas, exausto pelas fadigas, faleceu na ilha fronteiriça de Sancian, em 3 de dezembro de 1552, com apenas 46 anos de idade e 11 de vida religiosa. É patrono das missões entre os infiéis.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

A Igreja Católica é, por definição, missionária, e grande é o exemplo de São Francisco Xavier, não apenas nas viagens apostólicas, mas igualmente na preocupação com a salvação das almas: de vaidoso catedrático, compreendeu que a verdadeira sabedoria é a busca da salvação e do bem do próximo, e não o orgulho intelectual. O conhecimento, é claro, é importantíssimo e desejável para a boa formação espiritual, mas não um objetivo em si mesmo; como tudo mais nesta vida, se não for orientado para a obra de Deus, só conduzirá a enganos e tristezas, desvirtuado pela vã arrogância do século.

Oração:

Deus de Sabedoria e Humildade, guardai-nos das tentações de vaidade e poder, e conduzi-nos ao serviço do Vosso reino, através do exemplo e do serviço aos irmãos, especialmente ao levar a Sua Palavra para a conversão dos que mais necessitam. Por intercessão de Vosso servo e missionário, São Francisco Xavier, e pelas mãos amorosas de Maria Santíssima. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF