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domingo, 15 de dezembro de 2024

Papa: sem perdão não há justiça. Em 2025, superar a "crise da dívida" para alcançar a paz

Papa em oração pela paz (Vatican News)

Três propostas concretas para o decorrer de 2025 estão contidas na mensagem de Francisco para o Dia Mundial da Paz, celebrado em 1º de janeiro, Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus: o perdão da dívida externa, o fim da pena de morte e um fundo mundial para a eliminação definitiva da fome.

Bianca Fraccalvieri - Vatican News

O Dia Mundial da Paz celebra-se em 1º de janeiro, mas a mensagem do Papa está destinada a ecoar durante todo o ano de 2025. 

O texto da mensagem foi publicado esta quinta-feira, 12 de dezembro, cujo tema é “Perdoa-nos as nossas ofensas, concede-nos a tua paz”. A palavra central, portanto, é o perdão, estreitamente ligada ao Ano Santo que a Igreja viverá em 2025. 

Escutar o grito da humanidade

Na origem do jubileu hebraico, estão a clemência e o fim da opressão, com o restabelecimento da justiça divina. Esta tradição se manteve e também hoje somos chamados a unir a nossa voz a de quem denuncia as inúmeras situações de exploração da terra e de opressão do próximo, naquilo que São João Paulo II chamava de "estruturas de pecado", profundamente enraizadas em nossa sociedade. Francisco cita algumas dessas injustiças: desigualdades de todos os tipos, tratamento desumano dispensado aos migrantes, degradação ambiental, confusão gerada intencionalmente pela desinformação, rejeição a qualquer tipo de diálogo e o financiamento ostensivo da indústria militar. 

“Todos estes são fatores de uma ameaça real à existência de toda a humanidade. No início deste ano, portanto, queremos escutar este grito da humanidade para nos sentirmos chamados, todos nós, juntos e de modo pessoal, a quebrar as correntes da injustiça para proclamar a justiça de Deus”, escreve o Santo Padre. 

Atos esporádicos de filantropia não serão suficientes, acrescenta, mas são necessárias transformações culturais e estruturais.

Quando não há gratidão, o homem deixa de reconhecer os dons de Deus e começa a nutrir um pensamento de que as relações com os outros podem ser regidas por uma lógica de exploração, em que o mais forte pretende ter o direito de prevalecer sobre o mais fraco. Isso vale seja para as relações interpessoais, seja entre comunidades e nações.  

Três propostas

O Papa denuncia o modo de agir de alguns governos e instituições financeiras privadas dos países mais ricos, que não hesitam em explorar os recursos humanos e naturais dos países mais pobres. Deste modo, a dívida ecológica e a dívida externa se transformam em dois lados da mesma moeda  A este fenômeno interligado, o Papa dá o nome de “crise da dívida”, que aflige vários países, especialmente no Sul do planeta. 

“Inspirando-me neste ano jubilar, convido a comunidade internacional para que atue no sentido de perdoar a dívida externa, reconhecendo a existência de uma dívida ecológica entre o Norte e o Sul do mundo. É um apelo à solidariedade, mas sobretudo à justiça.”

Assim, o perdão da dívida externa é a primeira das três ações concretas que o Pontífice propõe à comunidade internacional para este ano de 2025.

Para que não se trate de um ato isolado de beneficência, seria necessário, ao mesmo tempo, desenvolver uma nova arquitetura financeira que conduza à criação de um acordo financeiro global, baseado na solidariedade e na harmonia entre os povos.

A segunda ação é voltada à defesa da vida humana, desde a concepção até à morte natural: “Gostaria de convidar, uma vez mais, para um gesto concreto que possa favorecer a cultura da vida. Refiro-me à eliminação da pena de morte em todas as nações. Em realidade, esta punição, além de comprometer a inviolabilidade da vida, aniquila toda a esperança humana de perdão e de renovação”.

O terceiro gesto é uma proposta já feita por São Paulo VI e Bento XVI: utilizar uma porcentagem fixa do dinheiro gasto em armamento para a criação de um fundo mundial para acabar definitivamente a fome e facilitar a realização de atividades educativas nos países mais pobres. Essas atividades promoveriam o desenvolvimento sustentável, lutando contra as alterações climáticas. 

“Devemos tentar eliminar qualquer pretexto que possa levar os jovens a imaginar o seu futuro sem esperança, ou como uma expectativa de vingar o sangue derramado por seus entes queridos. O futuro é um dom que permite ultrapassar os erros do passado e construir novos caminhos de paz”, escreve o Papa.

Através desses gestos, a tão almejada paz estará mais próxima

“Que 2025 seja um ano em que a paz cresça!”, são os votos de Francisco, que exorta a procurá-la com um coração desarmado: um coração que não se esforça por calcular o que é meu e o que é teu; que dissolve o egoísmo, que não hesita em reconhecer-se devedor de Deus e, por isso, está pronto para perdoar as dívidas que oprimem o próximo. 

Por vezes, acrescenta Francisco, é suficiente um sorriso. “Com efeito, a paz não vem apenas com o fim da guerra, mas com o início de um mundo novo”.

O Santo Padre conclui a mensagem com a seguinte oração:

Perdoa-nos as nossas ofensas, Senhor,

assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, 

e, neste círculo de perdão, concede-nos a tua paz, 

aquela paz que só Tu podes dar

para aqueles que deixam o seu coração desarmado,

para aqueles que, com esperança, querem perdoar as dívidas aos seus irmãos,

para aqueles que confessam sem medo que são vossos devedores, 

para aqueles que não ficam surdos ao grito dos mais pobres.

 Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Iconem, a empresa que produz imagens impressionantes do patrimônio cristão no mundo

O mosteiro de Geghard na Armênia na plataforma Iconem | Captura de tela / Iconem. |ALETEIA

Hugues Lefèvre - Isabella H. de Carvalho - publicado em 03/12/24

A Iconem é especializada na digitalização 3D de lugares históricos no mundo inteiro. Seu último desafio: a digitalização da Basílica de São Pedro, em Roma.

Em breve, o peregrino ou turista que for visitar a Basílica de São Pedro em Roma poderá mergulhar em uma exposição fascinante que conta a história e a importância dessa igreja, construída sobre o túmulo do apóstolo Pedro. Essa viagem incrível, sob a cúpula desenhada por Michelangelo, foi possível graças ao trabalho de uma pequena empresa francesa aliada ao gigante americano Microsoft. Fundada em 2013, a Iconem é especializada na digitalização 3D de lugares excepcionais.

Da cidade de Palmira na Síria, às pirâmides do Egito, a um templo de Angkor no Camboja, essa startup francesa fez voar seus drones na África, na Ásia, na Europa e na América para preservar e compartilhar um patrimônio notável. "Trabalhamos muito em áreas de conflito, como no Afeganistão, na Síria, no Iraque, na Líbia, onde o patrimônio está ameaçado", conta Yves Ubelmann, presidente e fundador da Iconem, à Aleteia.

Os projetos

Ao olhar o mapa dos projetos realizados pela empresa, com cerca de dez funcionários,  é possível ver que o patrimônio cristão ocupa um lugar de destaque entre as obras realizadas. Na França, por exemplo, a Iconem fez o modelo digital do Mont-Saint-Michel, assim como a catedral de Reims, a basílica do Sagrado Coração e a igreja de Saint-Germain-des-Prés em Paris. Na Armênia, por exemplo, vários mosteiros, como o de Gherart, perto de Erevan, foram preservados digitalmente.

https://youtu.be/eajawgk3Fd8

Os milhões de dados coletados permitem que os cientistas estudem os sites, compreendam melhor sua história e os preservam de maneira mais eficaz. A digitalização da abadia de Saint-Roman, na França, por exemplo, ajudou os trabalhos de estabilização e valorização do local.

https://youtu.be/BALYb8gUuW8

"Nós já escaneamos muitos sites cristãos, na Europa, no Oriente Médio, nos Estados Unidos também. Tomamos consciência da diversidade da arquitetura cristã", explica Yves Ubelmann. "Na Armênia, por exemplo, encontramos mosteiros fortificados que serviam para proteger toda a comunidade e seus tesouros. O mosteiro era um local de culto, um castelo defensivo e também um banco.”

400.000 fotos da Basílica de São Pedro

Foram feitas 400.000 fotos da Basílica de São Pedro para capturar cada detalhe do edifício.  Drones sobrevoaram a basílica, capturando imagens em alta resolução de cada detalhe, dentro e fora da igreja. Os especialistas também utilizaram lasers para reproduzir perfeitamente o monumento em três dimensões.

"É um dos monumentos mais complexos que já escaneamos. Dentro da própria basílica, há uma rede labiríntica, salas escondidas aos visitantes, corredores, escadas", explica Yves Ubelmann, que é arquiteto de formação. A representação 3D permite entender a maneira como o edifício foi construído – e reconstruído – ao longo dos séculos. "É uma verdadeira lição descobrir a criatividade dos arquitetos que responderam a questões espirituais, mas também muito pragmáticas", destaca Yves Ubelmann.

Para mostrar a engenhosidade dos construtores da época, a Iconem participou da criação da exposição imersiva que será inaugurada em breve ao público sob os telhados da Basílica de São Pedro.

https://youtu.be/5dQI_TXYJbU

O choque do incêndio de Notre-Dame

Segundo Yves Ubelmann a digitalização desse patrimônio excepcional tem um papel de preservação que se torna cada vez mais evidente. "Eu havia visitado a ‘floresta’ [a estrutura de madeira do telhado,] da Notre-Dame de Paris alguns meses antes do incêndio com o objetivo de digitalizá-la", ele confessa. Mas operações de digitalização mais urgentes haviam adiado o projeto parisiense. "Foi um choque. Eu percebi que as prioridades nem sempre são o que pensamos e que precisamos escanear rapidamente quando temos acesso a um lugar", explica Yves Ubelmann. Com sua equipe, ele gostaria de poder atuar em outras catedrais na França, em edifícios excepcionais que não têm a mesma visibilidade que a de Paris, mas que também guardam muitos tesouros.

Fpnte: https://pt.aleteia.org/2024/12/03/iconem-a-empresa-que-produz-imagens-impressionantes-do-patrimonio-cristao-no-mundo

Reflexão para o III Domingo do Advento (C)

João Batista (Vatican News)

No Evangelho, vemos a pregação de João Batista e o anúncio, feito por ele, de que o Messias, aquele que iria fundar a nova sociedade estava para chegar.

Padre Cesar Augusto, SJ – Vatican News

A primeira leitura, tirada de Sofonias é marcada pelo otimismo, pela alegria e pela esperança. O motivo está no centro do texto onde se lê que o Senhor é rei de Israel. Após os desmandos de um governo tirano, que levara o povo ao exílio e à ruína, Deus lidera e reorganiza com o pequeno resto, uma nova sociedade.

O Senhor iniciou revogando a sentença de morte que havia sobre o povo, permitiu a volta dos exilados, e o mais importante, Ele é o companheiro que está junto ao povo, em seu meio, amando-o.

O Senhor é o verdadeiro líder, defendendo o povo das ameaças externas e exercendo a justiça dentro do próprio país.

No Evangelho, vemos a pregação de João Batista e o anúncio, feito por ele, de que o Messias, aquele que iria fundar a nova sociedade estava para chegar. João prepara essa nova sociedade. fazendo com que as pessoas se abram umas às outras, e à novidade que está para chegar.

Essa abertura ao outro se inicia com a partilha de bens. Não se trata de esmolas, mas de dar metade do que possui, de autêntica partilha. Também é dito não cobiçar os pertences alheios, contentar-se com seus próprios bens e respeitar os direitos humanos. O poder se chama serviço!

 “A pá está em sua mão: limpará a sua eira e recolherá o trigo em seu celeiro;” Isso significa que Jesus irá desmascarar a sociedade cujo projeto é de morte. Ele traz a nova sociedade, baseada na justiça, na vida. Exatamente porque é baseada na vida, a nova sociedade não caducará e será eterna. Nós a vivemos já aqui, à medida em que nossas opções são de partilha, de praticar a justiça, mesmo desagradando as estruturas deste mundo, com sua sociedade baseada em estruturas mortais, injustas, anti-evangélicas.

Na segunda leitura, São Paulo nos diz que o projeto de Deus, essa nova sociedade,  deverá ser o objetivo ao redor do qual a comunidade  deverá sempre se reunir. Para isso ele apela à alegria, ao equilíbrio, ao diálogo com Deus (oração) e com os irmãos. Com esses elementos não só preservaremos essa nova sociedade, mas faremos sua propaganda, a tornaremos agradável aos olhos daqueles que nos observam.

Como está nossa vida pessoal, comunitária e de responsabilidade pastoral? Transparecemos alegria, equilíbrio, discernimento? Dialogamos com Deus e com os demais? 

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Valeriano, Bispo na África e Mártir

São Valeriano (A12)
15 de dezembro
Localização: Norte da África
São Valeriano

São Valeriano foi um bispo da Igreja Católica no norte da África, no século V. Ele viveu em uma época de intensas perseguições religiosas, especialmente durante o domínio dos vândalos, que impunham um regime severo aos cristãos. Como pastor, ele cuidava de sua comunidade e incentivava seus fiéis a perseverarem na fé, mesmo em meio às dificuldades.

Sua vida foi marcada pela fidelidade ao Evangelho e pela defesa inabalável da fé cristã. Os vândalos, que haviam adotado o arianismo (uma doutrina que negava a divindade de Cristo), perseguiam católicos e tentavam forçá-los a renunciar à sua fé. Valeriano recusou-se firmemente a ceder às pressões, mantendo sua fidelidade à Igreja e à Tradição Católica.

Em uma das muitas tentativas de coagi-lo, o governador dos vândalos ordenou que Valeriano entregasse seus bens e desistisse de sua missão de liderança. Porém, Valeriano permaneceu fiel, declarando que preferia morrer do que trair a fé que ele defendia.

Por sua resistência, ele foi condenado a sofrer severas punições. Em uma ocasião, foi abandonado ao relento, exposto ao sol do deserto, sem água ou comida, até que seu corpo não pudesse mais suportar as condições extremas.

São Valeriano faleceu como mártir, sem nunca renunciar a Cristo. Sua vida é um testemunho de coragem e perseverança para todos os cristãos, especialmente os que vivem em contextos de perseguição religiosa.

Seu martírio foi um grande exemplo para os cristãos de sua época e ainda inspira a Igreja nos dias de hoje. Ele é lembrado como um símbolo de resistência contra a opressão e de amor incondicional a Deus.

Reflexão:

A espiritualidade de São Valeriano nos convida a refletir sobre a força da fé e a importância de permanecermos fiéis a Deus, mesmo diante das adversidades. Sua vida é um exemplo de resistência, lembrando-nos que, em Cristo, encontramos coragem para suportar qualquer tribulação. O testemunho de São Valeriano nos inspira a cultivar uma fé sólida, que não se abala diante dos desafios. Que possamos pedir sua intercessão para que nossa fé seja igualmente firme e verdadeira.

Oração:

São Valeriano, defensor da fé, intercede por nós para que tenhamos a mesma coragem em nossas lutas diárias e possamos manter nossa fidelidade a Cristo. Amém. Que tua vida de martírio e entrega nos inspire a seguir Jesus com todo o nosso coração, sem medo e sem desânimo. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

sábado, 14 de dezembro de 2024

Decálogo do pregador

Cardeal Raniero Cantalamessa (Presbíteros)

Decálogo do pregador

1. Não se dirija ao ambão sem que antes saiba o que vai dizer. E quando o tenha dito, saia de lá: não alongue o discurso inutilmente.

2. Faça um esquema do que vai pregar: no papel ou na cabeça.

3. Procure despertar o interesse dos ouvintes pelo que diz. Senão, desconectarão de sua pregação.

4. Que aquilo que diz seja proveitoso para o ouvinte. A missão do pregador não é entreter, mas evangelizar.

5. Ser breve não é o supremo valor da pregação: não devemos sacrificar o importante para sermos breves. Mas também é verdade que aquilo que “é bom e breve é duplamente bom”.

6. Fale com naturalidade: o teatral pode tornar-se repulsivo.

7. Procure falar de modo que todo mundo o entenda, mas com toda precisão para que as pessoas cultas aceitem o que se diz.

8. Para comunicar uma ideia é necessário que você esteja convencido daquilo que diz: não pregue aquilo que você não vive.

9. Cuide para que os aparelhos de som e microfone funcionem perfeitamente. É um desperdício para o Evangelho usar aparelhos ruins enquanto o mal se difunde com técnica excelente. A tecnologia de ponta pode ser colocada a serviço da evangelização.

10. Não almeje seu próprio êxito pessoal, mas o bem das almas. O êxito só deve ser buscado para facilitar a evangelização.

  1.  

Escrito originalmente pela redação da página www.vidasacerdotal.org e publicada em “Cuestiones Pastorales”.

Fonte: https://presbiteros.org.br/decalogo-do-pregador/

Nossa Senhora ajudou são João da Cruz a escapar de uma terrível prisão

São João da Cruz contemplando Cristo crucificado (imagem recortada) | Sailko - Wikimedia Commons (CC BY 4.0 DEED)

*Por Abel Camasca

14 de dez de 2024

A Igreja celebra hoje (14) o grande são João da Cruz, carmelita descalço e doutor da Igreja. Num dos momentos mais difíceis que teve de viver, Nossa Senhora apareceu a ele e mostrou-lhe o caminho para escapar de uma prisão, onde foi colocado por outros religiosos.

No livro Vidas dos Santos, do padre Alban Butler, é narrado que são João da Cruz (1542-1591), em plena reforma carmelita que levou ao surgimento dos Carmelitas Descalços, recebeu uma ordem do Carmelita Provincial de Castela para voltar ao convento de Medina del Campo.

São João não aceitou a ordem, dizendo que o núncio do papa o havia enviado a Ávila. O provincial não quis ouvir os motivos e enviou vários homens armados para levá-lo à força até Toledo.

Ali foi pedido ao santo que desistisse de suas ideias de reforma, mas como não aceitou, foi trancado numa pequena e escura cela, onde foi cruelmente espancado e cujas marcas ficaram com ele por toda a vida.

Um dia, na véspera da festa da Assunção da Virgem, um prior entrou na prisão onde são João estava detido. O local tinha um cheiro insuportável. Ao ver o santo deitado, o religioso o chutou. São João imediatamente pediu desculpas por não poder cumprimentá-lo, pois estava fraco e sem forças para se levantar.

O prior perguntou-lhe o que estava pensando e ele lhe disse que queria poder celebrar a missa no dia seguinte, na festa de Nossa Senhora. Então, o religioso respondeu: “Você não fará isso enquanto eu for superior”.

Na festa da Assunção da Virgem Maria, ao cair da noite, a Mãe de Deus apareceu a são João e pediu-lhe que tivesse paciência porque esta provação terminaria em breve. Dias depois a Virgem apareceu-lhe novamente e numa visão mística mostrou-lhe uma janela, dizendo-lhe: “Por aí sairá e eu te ajudarei”.

Após nove meses de prisão, são João teve a oportunidade de se exercitar por alguns minutos. O santo aproveitou a oportunidade para encontrar a janela que Nossa Senhora lhe mostrara. À noite conseguiu abrir a porta de sua cela e com uma corda que havia feito com lençóis e roupas pendurou-se na janela e escapou.

São João refugiou-se e continuou seu trabalho reformador. Algum tempo depois, os Carmelitas Reformados obtiveram permissão para a criação de uma província separada, como Carmelitas Descalços.

O santo dedicou-se a escrever as suas obras espirituais que o tornaram um grande Doutor da Igreja. “Onde não há amor, ponha amor e você terá amor”, dizia são João da Cruz.

*Abel Camasca é comunicador social. Foi produtor do telejornal EWTN Noticias por muitos anos e do programa “Más que Noticias” na Radio Católica Mundial.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/56922/nossa-senhora-ajudou-sao-joao-da-cruz-a-escapar-de-uma-terrivel-prisao

Para fazer resplandecer o espírito do Natal!

O espírito do Natal (Sincope)

PARA FAZER RESPLANDECER O ESPÍRITO DO NATAL! 

Dom José Gislon
Bispo de Caxias do Sul (RS)

Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! O espírito do Natal nos pede para olhar além do nosso círculo familiar e de amizades; para olharmos com amor para aquelas realidades que é comum se fazerem presentes em nossa vida e em nossa sociedade, mas que nós muitas vezes fingimos não ver. Mas eu e você sabemos que existem. Não adianta querermos ignorar, porque o espírito do Natal irá nos recordar.  

Portanto, abra as portas do seu coração, com um sorriso nos lábios, abra os braços para um abraço. Vá ao encontro daqueles que precisam da sua presença, do seu carinho, do seu amor e do seu gesto de solidariedade. Para fazer isso, não precisa viajar milhares de quilômetros, basta apenas alguns passos. A oportunidade para fazer o bem, dentro do espírito do Natal, pode estar dentro da sua casa, ou quem sabe na casa ao lado, ou estar logo na quadra seguinte ou no bairro vizinho. 

Sem gestos concretos de amor e solidariedade, a nossa celebração de Natal pode ser apenas uma formalidade superficial. A estrada interior, que parte do coração, e que fomos convidados a percorrer neste tempo do Advento, em preparação ao Santo Natal, nos levar a contemplar a alegria estampada no sorriso das crianças, a esperança no futuro, presente nos passos dos jovens, as preocupações com as realidades que envolvem o cotidiano da vida dos adultos, e as marcas deixadas no rosto, pelos longos anos vividos, às vezes com muita renúncia e sofrimento, pelos nossos idosos.  

O caminho do Advento, percorrido através de pequenos passos, a partir do coração, nos aproxima dos irmãos e irmãs que conosco querem encontrar o Senhor e celebrar a vida e o amor de Deus.  Esse amor pode ser manifestado através de pequenos gestos e fazem muito bem para a nossa saúde espiritual, física e psíquica, na vida pessoal e familiar, no ambiente de trabalho e na comunidade.  

Estimados irmãos e irmãs! As grandes coisas começam sempre a tomar forma ou a acontecer pelas pequenas decisões e pelos pequenos passos que damos no dia a dia. Por isso, mesmo estando o seu coração fragilizado e ferido pela dor, mantenha o espírito de oração, que alimenta a sua esperança, a confiança e o dom da gratidão a Deus. O “Senhor Jesus”, cujo nascimento celebramos no Santo Natal, é o senhor da vida! Que você possa encontrá-lo, percorrendo o caminho do coração, para ter vida e vida em abundância. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

CRISTANDADE: A oração, os milagres, a virgindade de Maria, a humanidade de Jesus (III)

Jesus cura um aleijado , painel de madeira policromada da igreja de San Martino, Zillis, Suíça | 30Giorni

Arquivo 30Giorni nº. 12 - 2011

A oração, os milagres, a virgindade de Maria, a humanidade de Jesus

Bento XVI no Advento e no Natal

Audiência geral
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Oração e milagres

O Doador é mais precioso que a dádiva concedida; o presente é concedido "além"

Hoje gostaria de refletir convosco sobre a oração de Jesus ligada à sua prodigiosa ação curativa. Nos Evangelhos são apresentadas diversas situações em que Jesus ora diante da obra benéfica e curativa de Deus Pai, que atua através dele. É uma oração que, mais uma vez, manifesta a relação única de conhecimento e comunhão com o Pai. , enquanto Jesus se deixa envolver com grande participação humana nas dificuldades dos seus amigos, por exemplo de Lázaro e da sua família, ou de tantos pobres e doentes que Ele quer ajudar concretamente.

Um caso significativo é a cura do surdo-mudo (cf. Mc 7, 32-37). A história do evangelista Marcos – acabada de ouvir – mostra que a ação curativa de Jesus está ligada à sua intensa relação tanto com o próximo – o doente – como com o Pai.

Mas o ponto central deste episódio é o facto de Jesus, ao realizar a cura, procurar diretamente a sua relação com o Pai. A história diz, de fato, que Ele “olhando... para o céu, suspirou” (v. 34). A atenção ao doente, o cuidado de Jesus para com ele, estão ligados a uma atitude profunda de oração dirigida a Deus. E a emissão do suspiro é descrita com um verbo que no Novo Testamento indica a aspiração por algo de bom que ele deseja. ainda está faltando (ver Rm 8, 23).

A história como um todo mostra, então, que o envolvimento humano com o doente leva Jesus à oração. Mais uma vez ressurge a sua relação única com o Pai, a sua identidade de Filho Unigénito. Nele, através da sua pessoa, torna-se presente a ação curativa e benéfica de Deus. Não é por acaso que o comentário final do povo depois do milagre recorda a avaliação da criação no início do Gênesis: «Ele fez tudo bem» ( Marcos 7, 37). A oração entra claramente na ação curativa de Jesus, com o olhar voltado para o céu. A força que curou o surdo-mudo é certamente causada pela compaixão por ele, mas provém do apelo ao Pai. Estas duas relações se encontram: a relação humana de compaixão com o homem, que entra na relação com Deus, e assim se torna curativa.

Catecismo da Igreja Católica comenta assim a oração de Jesus na história da ressurreição de Lázaro: «Introduzida pela ação de graças, a oração de Jesus revela-nos como pedir: antes de o dom ser concedido, Jesus adere àquele que dá e quem em seus dons ele se dá. O Doador é mais precioso que o presente dado; ele é o “Tesouro”, e nele está o coração do seu Filho; o dom é concedido “além” (cf. Mt 6, 21 e 6, 33)”. Isto me parece muito importante: antes que o dom seja concedido, adira Àquele que dá; o Doador é mais precioso que o presente. Portanto, também para nós, além daquilo que Deus nos dá quando O invocamos, o maior presente que Ele nos pode dar é a sua amizade, a sua presença, o seu amor. Ele é o tesouro precioso que sempre devemos pedir e valorizar.

Com a sua oração, Jesus quer levar à fé, à confiança total em Deus e na sua vontade, e quer mostrar que este Deus que amou o homem e o mundo a ponto de enviar o seu Filho Unigênito (cf. Jo 3,16 ) ), é o Deus da Vida, o Deus que traz esperança e é capaz de reverter situações humanamente impossíveis.

Fonte: https://www.30giorni.it/

O Papa: a música tem uma grande capacidade de criar unidade e promover a comunhão

O Papa saúda um dos participantes do “Concurso de Natal” e do Concerto de Natal de 2024  (VATICAN MEDIA Divisione Foto)

No encontro com cantores e músicos que se apresentam, neste sábado, no palco do Auditorium della Conciliazione, em Roma, Francisco os convidou "a promover, com a arte e com a vida, onde quer que estejam, a cultura da fraternidade e a cultura da reconciliação de que precisamos mais do que nunca hoje".

Mariangela Jaguraba – Vatican News

O Papa Francisco recebeu em audiência, neste sábado (14/12), na Sala Clementina, no Vaticano, os promotores e artistas do Concerto de Natal que se realiza no Auditorium della Conciliazione, em Roma.

Em seu discurso, o Pontífice agradeceu a todos os que colaboraram na realização deste evento. A seguir, refletiu sobre dois valores importantes, para os quais eles podem dar uma valiosa contribuição: a paz e a esperança.

Promover a cultura da fraternidade e a cultura da reconciliação

"A paz. É bom lembrar, aqui com vocês, cantores e músicos, que no nascimento de Jesus, no silêncio da noite, o hino de paz de “uma multidão do exército celestial” encheu de alegria o céu e a terra", disse o Papa, acrescentando:

“Isso é de fato verdade: a música, falando de maneira especial e direta ao coração humano, tem uma grande capacidade de criar unidade e promover a comunhão. Convido-os, portanto, a serem também “anjos da paz”, investindo seus talentos o máximo possível para promover, com a arte e com a vida, onde quer que estejam, a cultura da fraternidade e a cultura da reconciliação de que precisamos mais do que nunca hoje!”

A seguir, Francisco refletiu sobre a esperança.

Apreciei a escolha de dedicar o concerto de hoje a esse tema, que é o tema de seus testemunhos artísticos e de seus testemunhos também de solidariedade, particularmente em apoio aos missionários salesianos, que trabalham com os jovens em todo o mundo. Isso os coloca em sintonia com o caminho de toda a Igreja para o Jubileu: “peregrinos da esperança”.

Afundar suas raízes no solo fértil da comunhão com o Senhor

"O Natal nos recorda que a esperança é, antes de tudo, um dom de Deus e que, como tal, «é fundada na fé e alimentada pela caridade»", disse o Papa, citando um trecho da Bula de Proclamação do Jubileu 2025 Spes non confundit.

“Portanto, ela precisa, por um lado, afundar suas raízes no solo fértil da comunhão com o Senhor e, por outro lado, crescer e florescer em escolhas concretas de amor, de modo a preencher o presente com significado, abrindo novos horizontes para o amanhã.”

O Papa encorajou a encher as estradas do mundo de "paz e esperança", entregando-o assim às gerações futuras. "Muitas pessoas esperam, nesse sentido, um presente de vocês", disse ainda Francisco, pensando nos jovens do Concurso de Natal (Christmas Contest), que serão acompanhados hoje no palco pelos promotores e artistas, "com um gesto que expressa um pacto virtuoso e saudável entre as gerações".

"Amigos, o mundo e a Igreja também precisam muito do seu talento, de sua idealidade criativa, precisam de sua capacidade de doação, de sua paixão pela justiça e pela fraternidade. Por isso, invoco abundantemente as bênçãos do Senhor sobre vocês e seus entes queridos, desejando-lhes um bom concerto e um Feliz Natal", concluiu Francisco.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São João da Cruz

São João da Cruz (A12)
14 de dezembro
Localização: Espanha (Ávila)
São João da Cruz

Juan de Yepes nasceu em Ávila, Espanha, em 1542. Com a morte do pai, a mãe mudou para Medina, onde Juan trabalhava num hospital de dia e estudava gramática a noite. Aos 21 anos entrou na Ordem Carmelita, adotando o nome de João da Cruz, e logo demonstrou vocação para vida austera e penitencial. Foi estudar teologia na Universidade de Salamanca, e nos tempos livres visitava doentes nos hospitais, servindo-os como enfermeiro. Sacerdote aos 25 anos, e insatisfeito com a (in)disciplina nos mosteiros carmelitas, cogitou fazer-se trapista.

Conheceu então Santa Teresa de Ávila, que o convenceu a, com ela, reformar o Carmelo. Esta reforma implicava na oposição dos muitos que se sentiam desconfortáveis com uma vida mais fiel ao espírito original da Ordem, e por isso ele sofreu perseguições e calúnias, chegando a ficar encarcerado nove meses na prisão de um dos conventos que se opunham à reforma. Conseguiu fugir e continuar a sua obra.

Pedia insistentemente a Deus três coisas: primeiro, dar-lhe forças para trabalhar e sofrer muito; segundo, não deixá-lo sair deste mundo como superior de uma Ordem ou comunidade; e terceiro, que o deixasse morrer desprezado e humilhado pelos homens, e em tudo foi atendido.

Através das penitências e sofrimentos, João chegou a um altíssimo grau de santidade, que incluiu êxtases e visões. Profundamente contemplativo, deixou obras essenciais de temas ascéticos e místicos, de valor perene e que lhe conferiram o título de Doutor da Igreja. Mas sua poesia lírica é também uma das mais expressivas da literatura espanhola.

 Faleceu após penosa doença, em 14 de dezembro de 1591, com apenas 49 anos de idade, na Espanha, após novas incompreensões e calúnias – foi exonerado de todos os cargos na comunidade, passando os seus últimos meses no abandono e na solidão.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

São João da Cruz é uma daquelas raras vocações que, pela via voluntária de enormes sofrimentos, procura identificar-se com Cristo na Sua dolorosa Paixão, e por consequência atinge igualmente raros níveis de santidade. Para a maior parte dos fiéis, Deus pede apenas a boa vontade de aceitar os sofrimentos mais correntes desta vida, que sim incluem também doenças, injustiças, dificuldades, mas em graus muito mais brandos. E, na verdade, mesmo isso já nos é muito difícil. Sejamos humildes na compreensão da nossa pequenez, para não ofendermos a Deus pretendendo ser mais do que somos, e ao mesmo tempo agradeçamos pela Sua proteção e Providência, que nunca permitem sejamos expostos ao que não podemos suportar; e esta humildade, se pura e sincera, nos alcançará santidade tão grande como a dos maiores canonizados, pois não é propriamente no peso específico da nossa cruz que está o valor para Deus, mas sim no amor com que o carregamos.

Oração:

Ó Pai de misericórdia, que conheceis as nossas limitações e desejais o nosso bem, concedei-nos, por intercessão de São João da Cruz, a coragem e perseverança de alegremente aceitar as dificuldades que nos permitis viver, como caminho certo de salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Santa Maria, Vossa e nossa Mãe. Amém.

Fonte\; https://www.a12.com/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF