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domingo, 22 de dezembro de 2024

Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo

Madonna do Parto (Liturgia das Horas Online)

Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo
(Sermo 185: PL 38, 997-999)            (Séc. V)

A verdade brotou da terra e a justiça olhou do alto do céu

Desperta, ó homem: por tua causa Deus se fez homem. Desperta, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e sobre ti Cristo resplandecerá (Ef 5,14). Por tua causa, repito, Deus se fez homem.

Estarias morto para sempre, se ele não tivesse nascido no tempo. Jamais te libertarias da carne do pecado, se ele não tivesse assumido uma carne semelhante à do pecado. Estarias condenado a uma eterna miséria, se não fosse a sua misericórdia. Não voltarias à vida, se ele não tivesse vindo ao encontro da tua morte. Terias perecido, se ele não te socorresse. Estarias perdido, se ele não viesse salvar-te.

Celebremos com alegria a vinda da nossa salvação e redenção. Celebremos este dia de festa, em que o grande e eterno Dia, gerado pelo Dia grande e eterno, veio a este nosso dia temporal e tão breve. 

Ele se tornou para nós justiça, santificação e libertação, para que, como está escrito, “quem se gloria, glorie-se no Senhor” (1Cor 1,30-31).

A verdade brotará da terra (Sl 84,12), o Cristo que disse: eu sou a verdade (Jo 14,6), nasceu da Virgem. E a justiça olhou do alto do céu (cf. Sl 84,12), porque o homem, crendo naquele que nasceu, é justificado não por si mesmo, mas por Deus.

A verdade brotou da terra porque o Verbo se fez carne (Jo 1,14). E a justiça olhou do alto do céu porque todo o dom precioso e toda a dádiva perfeita vêm do alto (Tg 1,17).

A verdade brotou da terra, isto é, da carne de Maria. E a justiça olhou do alto do céu porque o homem não pode receber coisa alguma, se não lhe for dada do céu (Jo 3,27).

Justificados pela fé, estamos em paz com Deus (Rm 5,1) porque a justiça e a paz se beijaram (cf. Sl 84,11) por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo, pois a verdade brotou da terra. Por ele tivemos acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes e nos gloriamos, na esperança da glória de Deus (Rm 5,2). Não disse “de nossa glória”, mas da glória de Deus, porque a justiça não procede de nós, mas olha do alto do céu. Portanto, quem se gloria não se glorie em si mesmo, mas no Senhor. 

Eis por que, quando o Senhor nasceu da Virgem, os anjos cantaram: Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade (Lc 2,14 Vulgata).

Como veio a paz à terra senão por ter a verdade brotado da terra, isto é, Cristo ter nascido em carne humana? Ele é a nossa paz: de dois povos fez um só (cf. Ef 2,14), para que fôssemos homens de boa vontade, unidos uns aos outros pelo suave vínculo da caridade.

Alegremo-nos com esta graça, para que nossa glória seja o testemunho da nossa consciência, e assim nos gloriaremos, não em nós mesmos, mas no Senhor. Por isso disse o  SalmistaVós sois a minha glória que levanta a minha cabeça (Sl 3,4). Na verdade, que graça maior Deus poderia nos conceder do que, tendo um único Filho, fazê-lo Filho do homem e reciprocamente fazer os filhos dos homens serem filhos de Deus?

Procurai o mérito, procurai a causa, procurai a justiça; e vede se encontrais outra coisa que não seja a graça de Deus.

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

Papa: devemos nos maravilhar com o mistério da vida: “nenhuma criança é um erro”

Angelus, 22 de dezembro de 2024 - Papa Francisco (Vatican News)

Devido ao frio intenso, unido aos sintomas de um resfriado que se manifestaram nos últimos dias neste domingo, 22 de dezembro, o Papa Francisco conduziu a oração do Angelus na capela da Casa Santa Marta. Abençoou os "Bambinelli".

Silvonei José – Vatican News

“Sinto muito não estar na Praça com vocês, mas é preciso tomar precauções”. Foi o que disse o Papa Francisco, dirigindo-se aos fiéis presentes na Praça São Pedro, em relação ao seu estado de saúde, no início da alocução que precedeu a oração mariana do Angelus. “Estou melhorando”, garantiu o pontífice.

Papa Francisco - Angelus  (VATICAN MEDIA Divisione Foto)

Devido ao frio intenso, unido aos sintomas de um resfriado que se manifestaram nos últimos dias neste domingo, 22 de dezembro, o Papa Francisco conduziu a oração do Angelus na capela da Casa Santa Marta, também em vista dos compromissos da próxima semana, destacou o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, em um comunicado divulgado na tarde deste sábado através do canal Telegram.

Francisco em seguida recordou que o Evangelho deste 4º domingo do Advento nos apresenta Maria que, após o anúncio do Anjo, visita Isabel, sua parente idosa, que também está esperando um filho. Trata-se, portanto, do encontro de duas mulheres felizes pelo extraordinário dom da maternidade: Maria acaba de conceber Jesus, o Salvador do mundo, e Isabel, apesar de sua idade avançada, carrega no ventre João, que preparará o caminho para o Messias

Papa na Capela da Casa Santa Marta (Vatican Media)

Francisco sublinhou que ambas as mulheres “têm muito com o que se alegrar, e talvez possamos senti-las distantes, protagonistas de milagres tão grandes, que normalmente não ocorrem em nossa experiência”. No entanto, a mensagem que o evangelista quer nos transmitir, poucos dias antes do Natal, é diferente. De fato, contemplar os sinais prodigiosos da ação salvífica de Deus não deve nos fazer sentir distantes d’Ele, mas nos ajudar a reconhecer a sua presença e o seu amor perto de nós, por exemplo, no dom de cada vida, de cada criança carregada no ventre pela sua mãe.

“Nenhuma criança é um erro” enfatizou o Papa, dizendo que leu isso no programa “A Sua imagem”. “Nenhuma criança é um erro, o dom da vida”.

O Santo Padre, olhando para a Praça disse que ali havia certamente mães com seus filhos, e talvez houvessem algumas que estejam “grávidas”.

“Por favor, não fiquemos indiferentes à presença delas, aprendamos a nos maravilhar com sua beleza e, como fizeram Isabel e Maria, a beleza das mulheres grávidas. Abençoemos as mães e louvemos a Deus pelo milagre da vida!”

https://youtu.be/2FlNlpwuWbk

“Eu gosto - disse Francisco, eu gostava, porque agora não posso fazer isso - quando, na outra diocese, eu costumava pegar o ônibus, quando uma mulher que estava esperando entrava no ônibus, imediatamente lhe davam um lugar para sentar: é um gesto de esperança e respeito!”

Nestes dias gostamos de criar uma atmosfera festiva com luzes, decorações e músicas natalinas. Lembremo-nos, porém, - continuou o Papa - de expressar sentimentos de alegria toda vez que encontrarmos uma mãe que leva seu filho nos braços ou no ventre. E quando isso acontecer, rezemos em nossos corações e também digamos, como Isabel: “Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre!”; cantemos como Maria: “A minha alma engrandece o Senhor”, para que toda maternidade seja abençoada, e em cada mãe do mundo seja agradecido e exaltado o nome de Deus, que confia aos homens e às mulheres o poder de dar vida às crianças!

Bambinelli (Vatican Media)

Em seguida o Papa disse que iria abençoar os “Bambinelli” (imagens do Menino Jesus) que as crianças trouxeram. “Eu trouxe o meu, afirmou o Papa apontando para a imagem de um Menino Jesus sobre a mesa. Este – confidenciou -, foi-me dado pelo arcebispo de Santa Fé; foi feito pelos aborígenes equatorianos”.

Podemos nos perguntar, então, continuou Francisco: agradeço ao Senhor porque Ele se tornou homem como nós, para compartilhar em tudo, exceto o pecado, a nossa existência? Eu O louvo e O abençoo por cada criança que nasce? Quando encontro uma mamãe grávida sou gentil? Apoio e defendo o valor sagrado da vida dos pequeninos desde sua concepção no ventre materno?

O Santo Padre concluiu pedindo que Maria, a Bendita entre todas as mulheres, nos torne capazes de sentir admiração e gratidão diante do mistério da vida que nasce.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

A felicidade e a alegria do Natal

Presépio (Mundo Educação - UOL)

A FELICIDADE E A ALEGRIA DO NATAL 

Dom Itacir Brassiani
Bispo de Santa Cruz do Sul (RS)

Aproxima-se o Natal, e o clima é de alegria. Não cansamos de repetir: “Feliz Natal!” Por razões diferentes, também aquele Natal do ano zero da era cristã está cercado de alegria. A quem duvida disso, recomendo que dê uma olhada, mesmo que seja rápida e superficial, nos dois primeiros capítulos do evangelho segundo Lucas. A alegria é a moldura na qual o evangelista insere, com mãos de artista, uma a uma as cenas do anúncio, da espera e do nascimento de Jesus. O cenário é simples, camponês e doméstico, e não o apelativo e artificial espaço das vitrines e dos shoppings centers. 

Esta alegria vem da realização de uma promessa que manteve um povo de cabeça erguida e peregrinando na esperança por muitos séculos. Depois de cada fracasso ou frustração, uma esperança insistente, antiga e repaginada erguia os derrotados, fortalecia os fracos, reunia os dispersos, consolava quem caíra prisioneiro da desolação. E suscitava iniciativas que antecipavam no tempo aquilo que esperavam para o futuro. Aquele povo não precisou do mito comercial do “bom velhinho” do “ho-ho-ho”. 

A Igreja escolhe como um dos textos que iluminam a festa do Natal o capítulo 9 do profeta Isaías (v. 1-6). Num tempo em que o povo vivia oprimido, ameaçado e em risco de vida, Isaías fala do surgimento de uma luz para quem anda nas trevas, de uma dupla dose de felicidade e de multiplicação da alegria; uma alegria como aquela que vem de uma colheita abundante, de uma luta vitoriosa, da superação de grandes dificuldades. 

E qual é o motivo dessa alegria? É o nascimento de um bebê, um “filho pequenino, cujos pais não são nomeados. É a teimosa esperança, que se torna certeza inquebrantável, de que da humanidade nascerá um líder que a todos maravilhará com sua bondade, que a todos ajudará com seu conselho, que estenderá seu braço forte aos fracos, que será o primeiro na pacificação das relações, que resgatará o direito e a justiça para os pobres. Maria entendeu bem isso, e expressou claramente no seu cântico (cf. Lc 1,46-55). 

Mesmo que a criança se pareça a um broto frágil que surge das raízes de uma árvore decepada (cf. Is 11,1), este nascimento quebra os instrumentos de opressão e a destrói os fardamentos ensanguentados dos militares numa grande fogueira. A paz duradoura será verdade quando as armas são transformadas em ferramentas para produzir alimentos! “Das suas espadas, forjarão arados, e das suas lanças, podadeiras” (Is 2,4). Eis a glória de Deus nas alturas e a paz para as criaturas que ele ama (cf. Lc 2,14). 

Os questionamentos não pedem licença e são inevitáveis. Isso não é apenas romantismo vazio e fuga da realidade? Não temos aqui mais uma dessas detestáveis leituras ideológicas das sagradas escrituras? Que possibilidades tem de realizar isso alguém que nasceu numa estrebaria e acabou executado na cruz? Olhando o presépio e a cruz, Jesus não parece mais um perdedor que um salvador, um excluído que um unificador? 

Creio que o Natal de Jesus, mistério e promessa, desafia a nossa fé, assim como sua morte e ressurreição. O recém-nascido “envolto em faixas e deitado numa manjedoura” (Lc 2,12) continua sendo um sinal e um apelo capaz de despertar em nós a humanidade adormecida, a bondade entorpecida e a solidariedade enrijecida. Não seria esse o jeito de Jesus de salvar a humanidade? Não seria pela sua fragilidade que ele dá força aos fracos? Não seria pela sua proximidade que ele reestabelece a paz? Não seria fazendo-se pequeno que ele revela a grandeza do ser humano? 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Reflexão para o 4º Domingo do Advento (C)

Evangelho do domingo (Vatican News)

Ser pobre é abrir mão de desejos particulares, egocêntricos em favor dos companheiros de caminhada. Ser pobre é abrir mão de ser sábio aos olhos do mundo e acatar a Palavra de Deus como verdade que salva.

Padre Cesar Augusto, SJ – Vatican News

A primeira leitura, extraída de Miquéias, nos fala que o poder será popular e não mais aristocrático Deus manterá sua fidelidade à Casa de Davi quando escolheu o caçula de Jessé para ser um grande rei de Israel. Davi, não só venceu o opressor ao derrotar Golias apenas com uma pedrada, mas utilizou sua capacidade de pastor para reorganizar e salvar o povo.

Miquéias, tendo em mente o advento do rei Davi,  fala que Belém, a cidade davídica,  no momento uma aldeia desprezível para os habitantes da capital, será o berço daquele que governará Israel, de um modo mais grandioso que o realizado pelo filho de Jessé..

Isso irá acontecer quando uma mulher der à luz e os compatriotas voltarem do exílio. Será a formação da nova sociedade de que falamos no domingo passado. Novo rei, segundo o coração de Deus e, consequentemente, nova sociedade.

O versículo 3, do capítulo diz que o novo rei será a paz. Ele se refere ao triunfo da paz em todo o orbe e o domínio da justiça em todos os setores. Não será apenas Israel o beneficiário desta paz, mas o mundo todo.

No Evangelho, Lucas ao falar da visita de Maria a Isabel e, naturalmente, de Jesus a João Batista, revela Deus visitando os pobres e marginalizados. Jesus, o Salvador, é levado por Maria, a escolhida a visitar aqueles que outrora eram desprezados por não terem filhos. É uma visita que celebra a misericórdia do Senhor. Isabel a saúda bendizendo-O pois tem consciência de que a visita que recebe é a de Deus que salva.

Tanto a 1ª leitura quanto o Evangelho nos mostram que o lugar social onde Deus assume posição é no meio dos pobres. O Senhor se identificou com eles e se fez um deles. Para eles veio a plenitude da vida, a Salvação. Quem desejar ser salvo deverá observar que desde o início da História da Salvação, o Senhor escolheu os pobres e eles souberam receber os mandamentos do Senhor como dom de Deus. Ser pobre é mais que fazer parte de uma categoria social. Ser pobre é também uma opção de vida que coloca no Senhor a sua confiança e não nos bens e nos poderes deste mundo.. Ser pobre é abrir mão de desejos particulares, egocêntricos em favor dos companheiros de caminhada. Ser pobre é abrir mão de ser sábio aos olhos do mundo e acatar a Palavra de Deus como verdade que salva. Ser pobre é abrir mão dos bens deste mundo, de seus privilégios se tais riquezas se contrapõem à vontade de Deus; ser pobre, enfim é buscar a simplicidade de vida porque ela não só foi vivida pela família de Nazaré, mas foi a escolha livre de Jesus. Ser pobre é ser filho e ser irmão!

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

sábado, 21 de dezembro de 2024

Maior presépio a céu aberto do mundo está em Grão Mogol, Minas Gerais

Imagens de Nossa Senhora e do Menino Jesus no Presépio Natural Mãos de Deus | Paulo Henrique Silva | ACI Digital

Maior presépio a céu aberto do mundo está em Grão Mogol, Minas Gerais

Por Natalia Zimbrão*

19 de dez de 2024

Na Serra do Espinhaço, no Norte de Minas Gerais, está a cidade de Grão Mogol, que tem o maior presépio permanente a céu aberto do mundo. É o Presépio Natural Mãos de Deus, de 3,6 mil m², idealizado pelo empresário Lúcio Marcos Bemquerer, que morreu em 2021, e doado à arquidiocese de Montes Claros (MG).

Grão Mogol é conhecida como a cidade das pedras, com seu calçamento e construções em pedras, como a igreja de Santo Antônio. A paisagem natural é um atrativo turístico. Foi observando esse cenário que o empresário Lúcio Bemquerer teve a ideia de construir o presépio.

“Ele é um filho de Grão Mogol que ficou mais ou menos 20 anos ausente da cidade. E passou um tempo e retornou à sua cidade natal”, contou à ACI Digital o condutor de turismo de Grão Mogol, Paulo Henrique Silva.

Segundo Silva, Bemquerer comprou “uma casa centenária”, da qual ele tinha “uma visão muito bonita da Cordilheira do Espinhaço”, de “um amontoado rochoso, com as pedras aflorando na serra”. “Ele sentou um belo dia e, olhando para lá, pensou: ‘nossa, como dá um belo presépio’. Aí, eu acho que ele refletiu um pouco mais e falou assim: ‘não, não dá um belo presépio, já é um belo presépio e, se já é um belo presépio, só pode ter sido feito por mãos poderosas’”, por isso, “Mãos de Deus”.

Bemquerer adquiriu um terreno para construir o presépio. “Ele comprou quatro lotes lá. Depois, viu que não ia dar e comprou mais dois”, disse Silva.

O complexo do presépio tem “72 metros de frente, 50 metros de fundo e 30 metros de altura”, disse o condutor de turismo. É o “maior presépio permanente a céu aberto do mundo”, garante.

Presépio Natural Mãos de Deus. Paulo Henrique Silva | ACI Digital

O presépio tem 15 imagens “em tamanho natural”, algumas foram feitas em pedra-sabão e outras moldadas em cimento. Cada imagem em pedra-sabão pesa “aproximadamente de 700 a 800 kg”, disse Paulo Henrique Silva.

Ele contou que Bemquerer costumava dizer que o cenário já estava pronto e que ele só fez o acesso, colocou o gradil, o piso. As imagens são obras dos artistas mineiros Edson Novaes e Antônio da Silva Reis.

A obra custou “quase um milhão de reais” e foi inaugurada em 9 de dezembro de 2011. O presépio foi doado à arquidiocese de Montes Claros em 2018.

O condutor de turismo Paulo Silva contou que, no local, “em um primeiro ponto, você vai ver o palco”. Mais à frente, “há as estações”. “O primeiro ponto é onde tem o anjo de Gabriel, em cima da rocha, anunciando à Virgem Maria. Um pouco mais à frente, você vai ver os três reis magos, em pedra-sabão”, disse.

“À esquerda, tem uma sala ecumênica, onde tem água benta, onde as pessoas gostam muito de meditar. À direita, você vai ver a gruta da manjedoura, que é uma lapa mesmo, uma gruta que já existia ali, onde está o menino Jesus”, contou. Próximo à gruta, “também tem outras imagens, como o pastorzinho, o burro”.

Silva disse que “um pouco mais adiante”, há “uma sala de prece, que é a sala de Nossa Senhora das Graças”. E, “mais acima”, há o mirante, com uma “bela vista” da região.

O presépio conta também com a imagem de são Francisco de Assis, o santo que em 1223 montou o primeiro presépio da história, em Greccio, Itália.

Presépio Natural Mãos de Deus iluminado à noite. Marina Froes | ACI Digital

O condutor de turismo contou que Lúcio Bemquerer “recebeu uma carta do papa Francisco abençoando-o e a todas as pessoas que visitaram e que vão visitar ainda” o local. “Eu falo, para você ver, que chegou até o Vaticano. Então, olha a importância dessa obra de Grão Mogol”, disse.

Para Paulo Henrique Silva, o Presépio Natural Mãos de Deus “tem um significado muito especial” para Grão Mogol. “Porque quando falamos de Natal, principalmente, a primeira coisa que vem à cabeça é o presépio”, disse.

“Então, quando as pessoas vêm aqui e veem aquela obra magnífica e tão grande, ficam impressionadas”, disse. “Tem pessoas que choram, que se sentem muito bem por estar em um local muito calmo”, disse Silva, para quem o presépio é um “monumento de fé e de natureza”.

“Nascido e criado em Grão Mogol”, Paulo Henrique Silva disse se sentir “muito privilegiado” por poder trabalhar e levar as pessoas “para conhecer um pouco mais dessa grande obra”.

*Natalia Zimbrão é formada em Jornalismo pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. É jornalista da ACI Digital desde 2015. Tem experiência anterior em revista, rádio e jornalismo on-line.

Fonte:https://www.acidigital.com/noticia/60577/maior-presepio-a-ceu-aberto-do-mundo-esta-em-grao-mogol-minas-gerais

Antonin: “Em Notre-Dame, eu realmente trabalhei para Deus”

Antonin, trabalhando no canteiro de obras da Igrja Notre-Dame (Opus Dei)

Antonin: “Em Notre-Dame, eu realmente trabalhei para Deus”.

Por ocasião da reabertura da Notre-Dame de Paris no domingo, 8 de dezembro de 2024, oferecemos o testemunho de Antonin, que teve a sorte de trabalhar nesse canteiro de obras único.

10/12/2024

Antonin, você é canteiro de pedras. O que seu trabalho envolve em termos práticos?

Como canteiro especializado em monumentos históricos, trabalho principalmente na restauração de pedras antigas e em projetos de design artístico. Meus clientes geralmente são representantes de monumentos históricos ou galerias que desejam implementar o projeto de um artista, como um brasão de armas.

Você é um dos cerca de 2.000 artesãos que tiveram a chance de trabalhar na reconstrução de Notre-Dame. Como você chegou a participar dessa aventura?

Em janeiro de 2024, eu deveria estar treinando para me tornar um técnico de acesso por corda, mas o curso acabou sendo cancelado. Com uma agenda mais leve, decidi avisar às pessoas que estava disponível, pois já me haviam chamado três vezes para trabalhar no local da Notre-Dame. Por três vezes, tive que recusar, com pesar, é claro, justamente por falta de disponibilidade. Felizmente, houve uma quarta vez, e me convidaram para colaborar na obra. Esse foi o início de uma aventura incrível! Foram dois meses excepcionais, apesar das restrições de segurança muito rigorosas. A atmosfera era fantástica, e conheci pessoas realmente incríveis de diferentes profissões. Às vezes, havia até 400 de nós no local ao mesmo tempo. Além disso, eu nunca tinha visto um lugar tão limpo e bem organizado: parecia uma clínica!

Antonin, trabalhando no canteiro de obras da Igrja Notre-Dame (Opus Dei)

Qual é a diferença entre essa obra e as outras? Qual foi a sensação de contribuir para a construção?

A Notre-Dame é um lugar único para os cristãos de todo o mundo, mas também é um local mítico para nós, artesãos. Poder contemplar o pôr do sol do alto da torre de Notre-Dame, no coração de Paris, é realmente incrível. A emoção que senti ao trabalhar lá foi ainda maior porque, quando cheguei ao local, eu havia sido batizado apenas 6 meses antes - fui batizado na missa de Páscoa de 2023! Assim que comecei a trabalhar em Notre-Dame, fiquei impressionado. Fiquei particularmente impressionado com a enorme estátua de Cristo, abençoando a cidade com suas mãos feridas pelos estigmas, que domina a fachada sul e sob a qual eu estava trabalhando. Realmente me senti como se estivesse ajudando a construir um edifício para Deus, aos pés de Deus.

Pode nos dar uma descrição concreta do seu trabalho em Notre-Dame?

Trabalhei na fachada sul, acima da grande rosácea. Nossa tarefa era reconstruir completamente duas torres de 8 metros de altura em cada lado da pequena rosácea. Para isso, elas tiveram que ser desmontadas, reconstruídas e pré-cortadas no tamanho certo. Em seguida, cada peça foi remontada com o uso de um guindaste, ajustada milimetricamente, antes que eu, como canteiro, fosse recortá-las no local. Foi um trabalho de precisão e paixão, pois cada pedra tinha que ser perfeita.

Antonin, trabalhando no canteiro de obras da Igrja Notre-Dame (Opus Dei)

Como a sua conversão afetou sua forma de trabalhar e os relacionamentos com seus colegas de trabalho?

No canteiro de obras, um católico malgaxe começou a me chamar de “o padre” porque, quando estávamos esperando os guindastes colocarem uma nova pedra, às vezes eu pegava o meu terço. Afinal de contas, estávamos trabalhando para Nossa Senhora! Algumas pessoas às vezes zombavam de mim, mas os malgaxes sempre vinham em minha defesa, dizendo: “Deixem o padre em paz, ele está rezando por nós!” Rezar o terço naquela torre sul, seguindo o caminho do sol ao longo do dia, era incrível!

Minha conversão teve um impacto enorme em meu trabalho. Todas as manhãs, por exemplo, eu peço ajuda a São José, o santo padroeiro dos artesãos. Se eu não rezar, realmente sinto que meu trabalho fica prejudicado. Minha fé também influencia a maneira como trabalho com meus colegas, a quem digo que sou católico e com quem tento compartilhar minha alegria. Explico a eles que saber que não estou sozinho diante da adversidade, mas que sou apoiado por Alguém que está sempre ao meu lado, me ajuda a seguir em frente.

Ouvi dizer que você descobriu recentemente o livro Caminho de São Josemaria. Houve alguma coisa em particular que o tenha impressionado?

Caminho é perfeito para quem trabalha em obras! Ao contrário das longas homilias, que às vezes podem ser difíceis de ler, aqui você encontra frases curtas, francas e diretas que falam ao nosso coração e às vezes nos colocam em nosso lugar. Eu devorei esse livro. Ele me impressionou tanto que decidi comprar outro exemplar e dar de presente a um amigo da obra. Alguns de nós, embora nem todos católicos, ficamos impressionados, logo na primeira página de Caminho, com o ponto em que São Josemaria escreve: Sê homem - esto vir! Isso “devastou” mais de um de nós no canteiro de obras.

Não digas: “Eu sou assim…, são coisas do meu caráter”. São coisas da tua falta de caráter. Sê homem - esto vir. Os pontos sobre o trabalho têm uma ressonância especial em nosso mundo de artesãos: fazer bem a tarefa e encontrar a perfeição na beleza. Para mim, que sou canteiro e, portanto, uma pessoa bastante solitária, descobrir essa dimensão cristã é uma verdadeira vantagem: agora sei que o Senhor está ao meu lado, levando-me ao longo do caminho.

São Josemaria gostava de levar os estudantes ao topo da Catedral de Burgos para lhes mostrar a beleza do trabalho realizado para a glória de Deus. O que isso inspira em você?

Quando você trabalha em igrejas, vê coisas magníficas que são invisíveis para as pessoas na rua. O que fizemos na torre sul é realmente muito bonito, mas não o fizemos para as pessoas, fizemos para Deus. Há realmente algo de graça nisso. Eu também já tive a forte sensação de que estava fazendo meu trabalho com Deus e para Deus: um dia, estava esculpindo o altar-mor na igreja do mosteiro de Saint-Wandrille, enquanto eu trabalhava, os monges estavam cantando a liturgia das horas. Meu trabalho se tornou oração! Eu estava realmente feliz.

Um trabalho humano com raízes divinas

Gostava de subir a uma torre, para que contemplassem os lavores cimeiros, um autêntico rendilhado de pedra, fruto de um trabalho paciente, custoso. Nessas conversas, fazia-os notar que aquela maravilha não se via lá de baixo. E, para materializar o que com repetida frequência lhes havia explicado, comentava-lhes: Assim é o trabalho de Deus, a obra de Deus!: acabar as tarefas pessoais com perfeição, com beleza, com o primor destas delicadas rendas de pedra. Diante dessa realidade que entrava pelos olhos dentro, compreendiam que tudo isso era oração, um diálogo belíssimo com o Senhor. Os que haviam consumido as suas energias nessa tarefa sabiam perfeitamente que das ruas da cidade ninguém apreciaria o seu esforço: era só para Deus. Entendes agora como é que a vocação profissional pode aproximar de Deus? Faze tu o mesmo que aqueles canteiros, e o teu trabalho será também operatio Dei, um trabalho humano com raízes e perfis divinos.

Amigos de Deus, n. 65.

Fonte: https://opusdei.org/pt-br/article/antonin-em-notre-dame-eu-realmente-trabalhei-para-deus/

CRISTANDADE: A oração, os milagres, a virgindade de Maria, a humanidade de Jesus (V)

Menino Jesus, detalhe da Natividade , Andrea Pisano, púlpito da Catedral de Siena

Arquivo 30Giorni nº. 12 - 2011

A oração, os milagres, a virgindade de Maria, a humanidade de Jesus

Bento XVI no Advento e no Natal

Audiência geral
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

A manjedoura de Belém

Quando ouvimos ou pronunciamos, nas celebrações litúrgicas, este “hoje nasceu para nós o Salvador”, não estamos usando uma expressão convencional vazia, mas queremos dizer que Deus nos oferece “hoje”, agora, a mim, a cada um de nós a possibilidade de reconhecê-lo e acolhê-lo, como fizeram os pastores em Belém, para que também Ele nasça na nossa vida e a renove, ilumine, transforme com a sua Graça, com a sua Presença.

E, ainda São Leão Magno, noutra das suas homilias de Natal, afirmou: «Hoje o autor do mundo foi gerado do ventre de uma virgem: aquele que fez todas as coisas tornou-se filho de uma mulher dele mesmo criado. Hoje a Palavra de Deus apareceu revestida de carne e, embora nunca tivesse sido visível ao olho humano, tornou-se também visivelmente palpável. Hoje os pastores aprenderam pela voz dos anjos que o Salvador nasceu na substância do nosso corpo e da nossa alma” ( Sermo 26, In Nativitate Domini 6, 1: PL 54, 213).

O Natal e a Páscoa são celebrações de redenção. A Páscoa celebra-a como uma vitória sobre o pecado e a morte: marca o momento final, quando a glória do Homem-Deus brilha como a luz do dia; O Natal celebra-o como a entrada de Deus na história, tornando-se homem para reconduzir o homem a Deus: marca, por assim dizer, o momento inicial, quando se vislumbra a luz da aurora. Mas assim como a aurora precede e já anuncia a luz do dia, assim o Natal já anuncia a Cruz e a glória da Ressurreição.

Olhemos para a gruta de Belém: Deus abaixa-se até ser colocado numa manjedoura, o que já é um prelúdio à humilhação na hora da sua paixão. O ápice da história de amor entre Deus e o homem passa pela manjedoura de Belém e pelo túmulo de Jerusalém.

Vivamos o Natal do Senhor contemplando o caminho do imenso amor de Deus que nos elevou a Si através do mistério da Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição do seu Filho, pois - como afirma Santo Agostinho - «em Cristo a divindade do Unigênito, ela participou de nossa mortalidade, para que pudéssemos participar de sua imortalidade" ( Epístola 187, 6, 20: PL 33, 839-840).

Fonte: https://www.30giorni.it/

Na fragilidade do “Menino” está a força do amor de Deus

Um Menino é a resposta de Deus...(Colégio Antônio Vieira)

NA FRAGILIDADE DO “MENINO” ESTÁ A FORÇA DO AMOR DE DEUS

Dom José Gislon
Bispo de Caxias do Sul (RS)

Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Faltam poucos dias para celebrarmos o Santo Natal, e gostaria imensamente de poder apresentar Jesus a vocês, para que vocês pudessem conhecê-lo, acolhê-lo no coração, na vida, na caminhada de fé, na família e na comunidade. Gostaria de apresentar a vocês o príncipe da paz, que traz consigo o poder, a força e o mistério de Deus; mas também o amor, a ternura, a compaixão e a misericórdia do Pai. Alguém dotado dos poderes divinos, porque Filho de Deus, mas que por amor a nós assumiu a condição humana, com toda a sua fragilidade. 

Na fragilidade humana, Jesus experimentou a exclusão, precisou nascer numa gruta porque não tinha lugar para seus pais na hospedaria. Foi colocado numa manjedoura, recém-nascido, porque não tinha um berço para acolhê-lo. E vivendo a experiência da fragilidade humana, pode sentir e valorizar o amor, o carinho e a ternura de uma família. Uma família em condições muito limitadas, do ponto de vista econômico, mas enriquecida pela graça de Deus, porque na simplicidade não deixou faltar o amor, soube acolher e proteger a vida, mesmo em condições difíceis.   

O tempo que antecede o Natal é marcado por uma espera, que acaba contagiando as crianças e também aqueles que já foram crianças um dia. Mas quem não se comove, diante da fragilidade e do olhar de uma criança? Talvez por isso, Deus na sua infinita sabedoria escolheu manifestar-se ao mundo de um jeito tão frágil, para poder tocar os corações endurecidos pela indiferença, a violência e a carência do amor solidário, que é capaz de olhar para um horizonte muito mais amplo, que vai além dos próprios pés.   

O que pode nos manter vigilantes, a não ser a espera e o desejo de ver algo que julgamos importante para a nossa vida? Talvez na imaginação de uma criança não exista nada de mais bonito ou mais difícil, e ao mesmo tempo mais excitante e angustiante que esperar. Quantos pequeninos fazem neste tempo a pergunta aos seus pais e avós: Quando é o Natal? 

Nós, adultos, temos ainda a capacidade de alimentar o sonho da espera e da esperança das nossas crianças? Ou nos esvaziamos completamente do mistério e daquela “magia” contagiosa do Natal? E quem sabe tenhamos deixado morrer dentro de nós a capacidade de nos encantar, de sonhar e nos alegrar com a mensagem do Natal. Corremos o risco de negar às crianças o direito de conhecerem a beleza e a força do amor, presente na mensagem da Festa do Natal. Nos contentamos em dar alguns brinquedos aos pequeninos, como costumamos fazer quase que rotineiramente, mas esquecemos que o Natal é uma mensagem de amor, de esperança e de compromisso com a vida, através do gesto de amor do Pai. 

Desejo a você e a sua família, um feliz e abençoado Natal. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Padre Edvino Sicuro: A luz do Natal é você, quando sua vida ilumina

Natal - presépio (Vatican News)

“A fraternidade em vez de egoísmo, a simplicidade em vez de orgulho, a paz em vez de violência, o acolhimento em vez da exclusão, amor que vence o ódio, o poder que sabe servir, a ternura de um Deus apaixonado, que deseja refazer em nós a sua imagem e semelhança, para renovar a face da terra”.

Padre Edvino Sicuro

Celebraremos novamente o Natal e, mais uma vez, sentimos que a mensagem dos anjos, na Noite, aos pastores não foi compreendia ainda pela humanidade. A paz ainda não reina entre os homens de boa vontade, pois a cada dia uma nova guerra eclode em nosso planeta. Todavia, nós cristãos somos “gente da esperança” e acreditamos que um dia a paz reinará.

Para isso continuaremos a rezar e começar a espalhar o amor onde estivermos porque o Natal nos convida a celebrar: “A fraternidade em vez de egoísmo, a simplicidade em vez de orgulho, a paz em vez de violência, o acolhimento em vez da exclusão, amor que vence o ódio, o poder que sabe servir, a ternura de um Deus apaixonado, que deseja refazer em nós a sua imagem e semelhança, para renovar a face da terra”.

Talvez estejamos cansados das ideologias e teorias que não constroem o mundo novo como propagam. Chegou o momento de passarmos à prática, como nos diz a Carta de Tiago: “Sejam praticantes da Palavranão apenas ouvintes” (Tg 1, 22).

Viver no dia-a-dia o Evangelho do Amor, semear a paz e ver Jesus sobretudo nos mais necessitados, partilhando com eles o que somos e temos. E como bem disse a mensagem distribuída no Colégio Sagrada Família:  o Natal será você quando decide nascer de novo, deixando Deus penetrar sua vida; Os enfeites de Natal são você quando embeleza o mundo com seus gestos de amor! A luz do Natal é você, quando sua vida ilumina e dissipa as trevas da violência, maldade e agressividade humanas! Os anjos do Natal são você, quando se propõe a cantar a grandeza e a beleza de Deus! A estrela de Natal é você, quando a bondade estiver escrita em seu coração! A noite de Natal é você, quando humilde e consciente recebe o Salvador, no silêncio! O presépio de Natal é você, quando perdoa, acolhe e devolve a paz, quando sacia a fome dos empobrecidos. Quando estende a mão para acolher e proteger!”

Repasso essa mensagem porque ela marcou muito minha vida e tenho procurado viver seguindo essas sugestões. Espero que seja útil também para todos.

Que Deus nos abençoe e façamos de cada dia do Ano Novo um eterno Natal.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Das Homilias em louvor da Virgem Mãe, de São Bernardo, abade

Anunciação (Portal Divina Misericórdia)

Das Homilias em louvor da Virgem Mãe, de São Bernardo, abade

(Hom. 4,8-9: Opera omnia, Edit. Cisterc. 4, [1966], 53-54)

(Séc. XII)

O mundo inteiro espera a resposta de Maria

Ouviste, ó Virgem, que vais conceber e dar à luz um filho, não por obra de homem – tu ouviste – mas do Espírito Santo. O Anjo espera tua resposta: já é tempo de voltar para Deus que o enviou. Também nós, Senhora, miseravelmente esmagados por uma sentença de condenação, esperamos tua palavra de misericórdia.

Eis que te é oferecido o preço de nossa salvação; se consentes, seremos livres. Todos fomos criados pelo Verbo eterno, mas caímos na morte; com uma breve resposta tua seremos recriados e novamente chamados à vida.

Ó Virgem cheia de bondade, o pobre Adão, expulso do paraíso com a sua mísera descendência, implora a tua resposta; Abraão a implora, Davi a implora. Os outros patriarcas, teus antepassados, que também habitam a região da sombra da morte, suplicam esta resposta. O mundo inteiro a espera, prostrado a teus pés.

E não é sem razão, pois de tua palavra depende o alívio dos infelizes, a redenção dos cativos, a liberdade dos condenados, enfim, a salvação de todos os filhos de Adão, de toda a tua raça.

Apressa-te, ó Virgem, em dar a tua resposta; responde sem demora ao Anjo, ou melhor, responde ao Senhor por meio do Anjo. Pronuncia uma palavra e recebe a Palavra; profere a tua palavra e concebe a Palavra de Deus; dize uma palavra passageira e abraça a Palavra eterna.

Por que demoras? Por que hesitas? Crê, consente, recebe. Que tua humildade se encha de coragem, tua modéstia de confiança. De modo algum convém que tua simplicidade virginal esqueça a prudência. Neste encontro único, porém, Virgem prudente, não temas a presunção. Pois, se tua modéstia no silêncio foi agradável a Deus, mais necessário é agora mostrar tua piedade pela palavra.

Abre, ó Virgem santa, teu coração à fé, teus lábios ao consentimento, teu seio ao Criador. Eis que o Desejado de todas as nações bate à tua porta. Ah! se tardas e ele passa, começarás novamente a procurar com lágrimas aquele que teu coração ama! Levanta-te, corre, abre. Levanta-te pela fé, corre pela entrega a Deus, abre pelo consentimento. Eis aqui, diz a Virgem, a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra (Lc 1,38).

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF