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segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

Abertura do Jubileu da Esperança na Arquidiocese de Brasília

Missa Campal na Esplanada dos Ministérios (arqbrasilia)

Abertura do Jubileu da Esperança na Arquidiocese de Brasília é marcado pela fé e união na Esplanada dos Ministérios

Os fiéis da Arquidiocese de Brasília se reuniram na tarde deste domingo (29/12), na Esplanada dos Ministérios, para a grande celebração de abertura do Jubileu da Esperança, no Distrito Federal.

29 de dezembro de 2024

O Tríduo de abertura do Ano Jubilar da Esperança na Arquidiocese de Brasília teve início neste domingo, com a Celebração Eucarística presidida pelo Cardeal Arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa, concelebrada pelos Bispos auxiliares da Arquidiocese e Bispos convidados, além de todo o Clero da Arquidiocese.

A Santa Missa teve início em frente ao Teatro Nacional, de onde os fiéis seguiram em peregrinação até o estacionamento da Cúria Metropolitana, ao lado da Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, que será uma Igreja de Peregrinação Jubilar do Distrito Federal durante o Jubileu Ordinário de 2025.

“Todos nós somos peregrinos, pois caminhamos rumo à eternidade, para o nosso encontro com Deus. Este é um caminhar cheio de esperança, porque somos amados por Deus. A nossa condição é de filhos e filhas muito amados pelo amor infinito de Deus”, frisou o Cardeal.

A celebração que marca o início de um período especial de vivência da graça de Deus na Arquidiocese de Brasília, reuniu milhares de católicos, em um momento de profunda espiritualidade e renovação da fé, destacando a importância da esperança como um dos pilares da vida cristã.

Durante a homilia, o Cardeal lembrou que a vida cristã é uma peregrinação constante, um movimento em direção à plenitude do encontro com o Pai, enfatizando que, mesmo diante das dificuldades e incertezas do caminho, a esperança deve ser a força motriz, pois ela está enraizada no amor incondicional que Deus tem por cada um de seus filhos.

“A esperança cristã não é uma ilusão ou um simples otimismo humano, mas uma certeza que brota da fé em Jesus Cristo, que venceu a morte e nos abriu as portas da vida eterna. Neste Ano Jubilar, somos convidados a reavivar em nossos corações a chama da esperança, lembrando que Deus nunca nos abandona e que, mesmo nas noites mais escuras, Ele está conosco, guiando nossos passos”, destacou o Arcebispo.

O Ano Jubilar da Esperança foi instituído pelo Santo Padre, Papa Francisco, como um período especial de graça, reflexão e conversão, inspirado no tema da esperança que permeia as Sagradas Escrituras e o magistério da Igreja.

“A esperança é a virtude que nos faz levantar após cada queda, que nos impulsiona a seguir adiante mesmo quando o caminho parece difícil, porque sabemos que Deus caminha conosco e nos sustenta com seu amor. Como Igreja, somos chamados a ser sinais vivos da esperança no mundo. Que nossas ações, palavras e gestos possam testemunhar ao mundo que, em Cristo, há sempre uma luz que ilumina nossas vidas e um futuro cheio de promessas”, disse o Cardeal.

O Ano Jubilar da Esperança se estenderá ao longo de 2025, com uma programação repleta de atividades pastorais, retiros, palestras e ações sociais, todas voltadas para fortalecer a fé e a esperança dos fiéis. A Arquidiocese de Brasília convida todos os arquidiocesanos a viverem este tempo com entusiasmo e dedicação, buscando crescer na virtude da esperança e partilhando-a com aqueles que mais precisam.

Após a bênção final, os fiéis seguiram em procissão até a Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, acompanhando a Santa Cruz que ficará no presbitério ao longo do Ano Jubilar. Sendo a Igreja Mãe da Arquidiocese de Brasília, a Catedral será um local de peregrinação onde os fiéis poderão lucrar indulgências durante o Ano Santo celebrado pela Igreja. 

A abertura do tríduo do Ano Jubilar segue com rica programação. No dia 30/12 (segunda-feira), terá um grande evento para celebrar o Jubileu da Renovação Carismática e das Novas Comunidades. A programação começa às 15h, no estacionamento ao lado da Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, com momentos de louvor, pregação e shows ao longo da tarde. Às 20h, será celebrada a Santa Missa, presidida por Dom Vicente Tavares, Bispo auxiliar da Arquidiocese de Brasília.

“Esse dia será uma celebração de renovação e fortalecimento dos carismas e comunidades que florescem em nossa Arquidiocese. É um convite para que todos se sintam parte dessa grande família de fé”, salienta Dom Paulo Cezar.

No dia 31/12 (terça-feira), o Tríduo de Abertura culmina com a Santa Missa do Réveillon da Paz promovido pela Comunidade Shalom, às 20h, presidida pelo Cardeal Arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa. Após a celebração, os fiéis poderão participar de um show especial com a cantora Suely Façanha, momentos de adoração e pregação, encerrando o ano de 2024 com muita fé, louvor e esperança.

A transmissão completa da Santa Missa de Abertura do Ano Jubilar na Arquidiocese de Brasília pode ser conferida no vídeo abaixo:


Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

'Eu não tinha ideia de que beber socialmente prejudicaria meu fígado aos 31 anos'

A jornalista da BBC Hazel Martin foi instruída a parar de beber álcool completamente (Crédito, Daniel Taylor-Sweet / BBC)

'Eu não tinha ideia de que beber socialmente prejudicaria meu fígado aos 31 anos'

Por Hazel Martin

De BBC Panorama*

  • 25 novembro 2024

Aos 31 anos, os médicos me disseram que, se eu não parasse de beber álcool, eu poderia morrer.

Fiquei chocada porque não bebia todos os dias, nunca bebia sozinha e bebia porque gostava como uma atividade social, não porque me sentia dependente do álcool.

Mas, por definição, meu consumo de álcool do fim da adolescência até o final dos 20 anos seria considerado binge drinking (consumo excessivo em uma ocasião). Parecia normal porque as pessoas ao meu redor estavam fazendo o mesmo — mas, agora, era algo que estava me afetando.

Eu tinha me tornado mãe recentemente e tinha ido ao clínico geral porque me sentia cansada o tempo todo. Isso levou a exames de sangue e uma verificação da função hepática (relacionada ao fígado).

Outros exames revelaram que eu tinha fibrose hepática grave relacionada ao álcool, ou cicatrizes no meu fígado, provavelmente por causa do meu hábito de beber.

Eu voltei do hospital para casa atordoada, com minha filha no carrinho.

Se isso aconteceu comigo, talvez eu não fosse a única. Eu queria saber o que isso dizia sobre a cultura de bebida do Reino Unido e comecei a pesquisar para o programa Panorama, da BBC.

As mortes específicas por álcool estão em seus níveis mais altos no Reino Unido desde que os registros começaram, em 2001.

Globalmente, um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) publicado em junho, com base em dados de 2019, descobriu que havia 2,6 milhões de mortes relacionadas ao álcool a cada ano.

Embora o problema seja, sem dúvida, maior em homens — especialmente homens mais velhos —, mais do que nunca mais mulheres com menos de 45 anos estão morrendo devido à doença hepática relacionada ao álcool (DHRA), de acordo com os números do Escritório de Estatísticas Nacionais (ONS) do Reino Unido entre 2001 e 2022.

Uma proporção crescente de pessoas mais jovens está sendo tratada por doenças hepáticas e insuficiência hepática, diz a Prof. Debbie Shawcross | BBC News Brasil

Se bebermos uma determinada quantidade de álcool de uma só vez — por exemplo, em uma saída à noite —, pode ser muito mais prejudicial do que se bebermos a mesma quantidade por um período mais longo.

Uma pesquisa recente, feita por uma equipe da University College London e das universidades de Oxford e Cambridge, no Reino Unido, sugere que o binge drinking pode ser até quatro vezes mais prejudicial para o fígado.

Quando pensamos em binge drinking, tendemos a imaginar pessoas bêbadas saindo de bares e caindo em pontos de ônibus. Mas, na verdade, uma bebedeira desse tipo pode ter menos álcool do que você imagina.

No Reino Unido, é considerado binge drinking beber seis ou mais unidades de álcool de uma só vez para mulheres e oito ou mais para homens. Isso equivale a duas taças grandes de vinho para uma mulher.

No King's College Hospital em Londres, a hepatologista consultora Debbie Shawcross me conta que ela trata regularmente mulheres trabalhadoras na faixa dos 40 e 50 anos com doença hepática.

"Elas estão girando pratos no ar e talvez tenham famílias jovens", diz ela. “Elas não são alcoólatras... mas estão apenas bebendo demais como um hábito.”

Ainda não estou na casa dos 40, mas ela poderia estar me descrevendo.

Quando eu era mais jovem, eu facilmente bebia mais do que é definido como binge drinking em uma noite fora.

Eu não refleti sobre nada disso até receber meu diagnóstico.

Depois que meus exames de sangue vieram anormais, fui enviada para o New Victoria Hospital de Glasgow, onde fiz um ultrassom e, finalmente, um exame chamado fibroscan. Tudo isso ocorreu ao longo de cerca de um ano.

Um fibroscan é um tipo de ultrassom não invasivo que mede a rigidez do fígado. Uma leitura de 7 kPA (unidade usada para medir o nível de oxigênio no sangue) ou menos é considerada normal. Minha leitura foi 10,2.

Isso indicou cicatrizes graves — se não tivessem sido detectadas e se eu não tivesse parado de beber, poderiam ter se transformado em cirrose.

Recebi meu diagnóstico em fevereiro de 2024. Meu médico, Dr. Shouren Datta, disse que se eu me abstivesse de álcool, então havia uma possibilidade de que minha fibrose pudesse ser revertida.

Hazel (na foto, à esquerda com uma amiga) começou a beber socialmente na adolescência e isso parecia completamente normal (Crédito,Rachel Adam)

Sinto-me extremamente sortuda que o problema foi descoberto a tempo para que eu tentasse fazer algo a respeito.

Os médicos descobriram o problema enquanto investigavam meu cansaço.

No entanto, parte do problema com a doença hepática é que geralmente não há sintomas no início.

Sete em cada 10 pessoas com doença hepática em estágio terminal não sabem de nada sobre ela até serem internadas no hospital com sintomas como icterícia, retenção de líquidos e sangramento anormal.

Foi o que aconteceu com Emma Jones, 39, originalmente do norte do País de Gales. Eu a conheci 15 meses após seu transplante de fígado bem-sucedido.

Como eu, Emma era uma bebedora social, com uma carreira de sucesso e uma vida social vibrante. Mas durante as medidas de isolamento da covid-19, as coisas pioraram para ela — no auge da bebedeira, ela tomava três garrafas de vinho por dia.

Emma diz que tem sorte de estar viva (BBC News Brasil)

Emma foi internada no hospital, onde descobriu que estava em estágio terminal de doença hepática. Ela recebeu menos de 36 horas de vida.

Milagrosamente, ela se recuperou e — após cumprir os seis meses de sobriedade exigidos — conseguiu o transplante de que tanto precisava.

A recuperação de Emma está em andamento e não é sem grandes mudanças de vida.

Ela tomará medicamentos pelo resto da vida e está imunossuprimida, o que significa que é mais difícil para seu corpo combater infecções e doenças.

Mas ela está viva, bem, e diz que está no melhor lugar em que já esteve. Acho sua positividade e determinação contagiantes.

‘Hora do gim’

De acordo com os dados mais recentes do Escritório de Estatísticas Nacionais do Reino Unido, de 2018, a doença hepática está consistentemente, a cada ano, entre as três principais causas de morte entre mulheres de 39 a 45 anos.

"O consumo de álcool por mulheres praticamente dobrou em um período muito curto de tempo... cerca de 10 anos", me conta a Profa. Fiona Measham, uma especialista no consumo de bebidas e drogas da Universidade de Liverpool.

Sua pesquisa sugere que, nas décadas de 1990 e 2000, a indústria de bebidas alcoólicas do Reino Unido se concentrou nas mulheres que bebiam, direcionando-as a produtos alcoólicos misturados e com teor baixo — e usando o feminismo, o empoderamento e a libertação como uma ferramenta de marketing.

Ela acha que essas práticas estabeleceram uma cultura de consumo de álcool em toda uma geração de mulheres jovens.

"O que estamos vendo agora é que o consumo entre jovens está caindo mais rápido, mas continua bastante estável para pessoas na faixa dos 30, 40 e 50 anos", diz ela.

A mesma abordagem agressiva persiste hoje na indústria do álcool, acredita Carol Emslie, da Glasgow Caledonian University.

Só que, agora, este mercado está promovendo coisas como prosecco, a "hora do gim" e "hora do vinho" como formas de as mulheres relaxarem e praticarem o autocuidado após um dia difícil.

O Portman Group, que representa a indústria do álcool no Reino Unido, enviou posicionamento à BBC.

Embora "o aumento da doença hepática relacionada ao álcool entre mulheres e homens no Reino Unido seja uma preocupação séria, é importante lembrar que o álcool sempre foi um produto legal", disse o grupo.

A entidade acrescentou que seu Código de Práticas "não protege contra marketing baseado em gênero especificamente", mas define "padrões mínimos para empresas de álcool comercializarem seus produtos de forma responsável".

E garantiu que está "comprometida em continuar... [seus] esforços para promover o consumo moderado, bem como responsabilizar a indústria do álcool".

Reprogramando o cérebro

Vários meses após meu diagnóstico, repeti o fibroscan para ver se havia alguma melhora.

Fiquei aliviada ao ver que meu nível no fibroscan tinha ido de 10,2 para 4,7 — de volta à faixa normal e saudável.

Surpreendi-me com a diferença drástica que cortar o álcool fez em tão pouco tempo.

Não pretendo beber novamente — fui aconselhada a não fazer isso.

Não toco em uma gota há quase um ano e me sinto muito melhor por isso, mas ainda lamento de uma forma que não consigo identificar.

O álcool está arraigado na cultura britânica. Bebemos em festas de aniversário, casamentos e funerais. E então, é claro, há a temporada festiva, que vai desde antes do Natal até o Ano Novo.

Para mim, enquanto crescia, o álcool parecia normalizado e acho que não tinha plena consciência de quanta pressão havia para beber até ser forçada a desistir.

A abstinência não foi fácil. Levou muito tempo para reprogramar meu cérebro de forma a não precisar ou querer álcool como um mimo, uma recompensa ou como uma forma de relaxar e me divertir socialmente.

Acho que isso era parte do problema para mim naquela época, e continua sendo um problema para nossa sociedade agora.

Com reportagem de Amber Latif e Kirstie Brewer

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/articles/cx2yzpzvrk7o

Santa Anísia

Santa Anísia (A12)
30 de dezembro
Localização: Grécia (Tessalônica)
Santa Anísia

Anísia nasceu no ano de 284 na Tessalônica, em Macedônia da Grécia. Era filha de um casal muito religioso, que a educou na Fé católica. O falecimento prematuro dos pais a deixou herdeira de grande fortuna, incluindo terras, escravos e joias.

Dedicou-se ela então, ainda jovem, a uma vida muito discreta, de oração, jejum e vigílias, seguindo os Mandamentos. Em relação a estas coisas, dizia: "Ó, quão falsa é a vida da juventude, ou escandalizam ou são escandalizados. O melhor é a velhice; mas a tristeza me consome por causa da distância de tempo que me separa do Paraíso". E também: "É perigoso dormir enquanto meu inimigo mantém vigília". A riqueza material não a corrompeu; ao contrário, fez um voto particular de castidade e pobreza, e de forma coerente, ciente de que, como ensinam os Evangelhos, é difícil aos ricos entrar no Reino dos Céus (Mt 19,23-24), usou seus bens para ajudar os necessitados: libertou os escravos e vendeu as propriedades, usando o valor adquirido na caridade para com os mendigos, os presos, os órfãos e as viúvas. Além do auxílio material, cuidava dos doentes e consolava os aflitos.

Seus recursos financeiros acabaram por se esgotar, e Anísia passou a viver numa pobreza extrema, tendo que trabalhar para se sustentar, sem contudo deixar de atender os enfermos e angustiados.

O período correspondia ao das duras perseguições aos católicos, determinadas pelos imperadores romanos Dioclesiano e Maximiano no Ocidente. Não apenas a pena de morte foi decretada aos cristãos que não abjurassem a sua Fé e abraçassem a idolatria pagã, mas eram facultadas a qualquer cidadão do império tais execuções, sem nenhuma pena legal. Logo corpos de mártires começaram a ser encontrados nas estradas, nas vilas e nas cidades… Em Tessalônica, governava Ducisio, que implementou o decreto imperial, de modo a que os cristãos não mais celebrassem a Missa nem batizassem mais convertidos.

Estas determinações não conseguiam evitar que os fiéis se reunissem para reuniões religiosas e para a Eucaristia. Anísia, a caminho de uma igreja, passou perto de uma aglomeração diante de um templo pagão, onde um soldado, observando-a, a parou, para que entrasse no templo e participasse do sacrifício prescrito no festival a Apolo, o deus do sol. A sua resposta foi de que era cristã e estava indo à Missa. Tomado de raiva, o soldado a agarrou com brutalidade, querendo levá-la para dentro do templo, blasfemando contra Deus e tentando arrancar-lhe o véu. Indignada, ela cuspiu no seu rosto, dizendo: "Meu Senhor Jesus Cristo te proíbe!". Ouvindo o nome de Cristo, a Quem odiava, o soldado puxou da espada e a atingiu no lado do corpo, matando-a de imediato. O ano da sua morte é referido como 299 ou 304.

Alguns cristãos a recolheram e sepultaram próximo ao Portão de Cassandra, à entrada da cidade, onde mais tarde foi construída uma capela. Santa Anísia é venerada na Igreja Católica, a 30 de dezembro, e na Igreja Ortodoxa, a 1 de janeiro, que dedica a ela ao menos uma kontakion, isto é, um tipo de hino temático próprio dos ortodoxos e outras denominações cristãs orientais.

Reflexão:

Embora seja evidente a santidade dos mártires, cada um deles apresenta um aspecto personalíssimo que nos encanta e edifica diferentemente. Santa Anísia, antes do martírio, já apresentava, também, algo comum aos canonizados: não apenas desprendeu-se dos seus bens materiais, mas deu-se a si mesma, o que é ainda mais importante para os irmãos e agradável a Deus, pois mais fundamental é o pão do espírito do que o pão objeto. Ainda outra generalização é o fato de que, como ela e os santos, sempre somos interceptados pelos poderes deste mundo quando nos dirigimos a Cristo… queira Ele que sejamos tão firmes na sua mesma resposta. Mas muito particular é de Santa Anísia é a sua bela reação de decoro, quando com violência lhe quiseram arrancar o véu: o véu do decência, da castidade, de corpo e da alma: naquele momento, não apenas uma indiscrição e inconveniência física estavam sendo tentadas, mas era agredida a sua disposição de recolhimento, alma e corpo, em Cristo Jesus; sua vida inteira foi ameaçada pela devassa mundana, à qual ela reage com santa violência e indignação, invocando a Verdade que deve suprir e guiar a nossa existência: "Meu Senhor Jesus Cristo te proíbe!", mundo, pecado, demônio e/ou fraquezas pessoais, de arrancar ou perturbar a intimidade de uma alma na sua Vida, que é Cristo. Por isso ela não hesitou, diante de tamanha desfaçatez, injúria e violência, em cuspir no rosto – do mundo, do pecado, daquilo que a queria arrastar para longe de Deus. Uma reação de desprezo, santo desprezo, a tudo o que afasta do Senhor e tenta impedir a nossa salvação. É absolutamente imperativo “usar o valor adquirido” nesta vida, para termos o Céu; e não há outro valor, senão Cristo Jesus. Necessário é resistir ao mundo, com firmeza sempre, com radicalidade se queremos de fato viver a santidade.

Oração:

Ó Deus de infinita bondade, que sempre nos recompensa com muito mais do que merecem as nossas obras, concedei-nos por intercessão de Santa Anísia a verdadeira juventude da alma, que nos traz a sincera saudade do Paraíso, e por isso nos leva à firmeza das boas obras e a nunca dormir frente aos assaltos do inimigo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

CRISTANDADE: «Deus, como criança, implora, por assim dizer, o nosso amor»

Bento XVI [© Osservatore Romano]

Arquivo 30Giorni nº. 03/04 - 2012

«Deus, como criança, implora, por assim dizer, o nosso amor»

Homilia do Papa Bento XVI por ocasião da Santa Missa pelo seu 85º aniversário

Cappella Paolina, segunda-feira, 16 de abril de 2012

do Papa Bento XVI

Senhoras e senhores, queridos irmãos no episcopado e no sacerdócio, queridos irmãos e irmãs!

No dia do meu aniversário e do meu Batismo, 16 de abril, a liturgia da Igreja colocou três placas de sinalização que me mostram onde leva o caminho e que me ajudam a encontrá-lo.

Em primeiro lugar, a memória de Santa Bernadette Soubirous, a visionária de Lourdes; depois, há um dos santos mais particulares da história da Igreja, Bento José Labre; e depois, sobretudo, o fato de este dia estar sempre imerso no mistério pascal, no mistério da Cruz e da Ressurreição, e no ano do meu nascimento se exprimiu de maneira particular: era Sábado Santo , o dia do silêncio de Deus, da aparente ausência, da morte de Deus, mas também o dia em que foi anunciada a Ressurreição.

Bernadette Soubirous, a menina simples do Sul, dos Pirenéus, todos a conhecemos e amamos. Bernadette cresceu na França iluminista do século XIX, numa pobreza difícil de imaginar. A prisão, que tinha sido abandonada por ser demasiado insalubre, acabou por se tornar - após alguma hesitação - a casa da família, onde passou a infância. Não havia possibilidade de ter educação escolar, apenas um pouco de catecismo para preparar a Primeira Comunhão. Mais precisamente esta menina simples, que no seu coração permaneceu pura e sincera, tinha o coração que vê, foi capaz de ver a Mãe do Senhor e nela o reflexo da beleza e da bondade de Deus. Para esta menina, Maria pôde. mostrar-se e através dela falar ao século e além do próprio século. Bernadette sabia ver, com um coração puro e genuíno. E Maria mostra-lhe a fonte: ela pode descobrir a fonte, a água viva, pura e incontaminada; água que é vida, água que dá pureza e saúde. E através dos séculos, agora, esta água viva é um sinal de Maria, um sinal que indica onde se encontram as fontes da vida, onde podemos purificar-nos, onde encontramos o que não está contaminado. No nosso tempo, em que vemos o mundo em tantas dificuldades e em que surge a necessidade de água, de água pura, este sinal é ainda maior. De Maria, da Mãe do Senhor, do coração puro vem também a água pura e genuína que dá vida, a água que neste século - e nos séculos que virão - nos purifica e nos cura.

Penso que podemos considerar esta água como uma imagem da verdade que nos chega na fé: a verdade não simulada, mas pura. Na verdade, para viver, para nos tornarmos puros, precisamos ter dentro de nós a nostalgia da vida pura, da verdade não distorcida, do que não está contaminado pela corrupção, de sermos homens imaculados. Portanto, este dia, este santinho sempre foi para mim um sinal que me mostrou de onde vem a água viva de que necessitamos - a água que nos purifica e dá vida -, e um sinal de como devemos ser: com todos os conhecimento e todas as habilidades, que também são necessárias, não devemos perder o coração simples, o olhar simples do coração, capaz de ver o essencial, e devemos orar sempre ao Senhor para que conservemos dentro de nós a humildade que ele permite que o coração permaneça clarividente – para ver o que é simples e essencial, a beleza e a bondade de Deus – e assim encontrar a fonte de onde provém a água que dá vida e purifica.

Depois há Benedetto Giuseppe Labre, o piedoso peregrino mendicante do século XVIII que, depois de várias tentativas inúteis, finalmente encontrou a sua vocação para peregrinar como mendigo - sem nada, sem qualquer apoio e não guardando para si nada do que recebeu, exceto o que recebeu. absolutamente necessário – peregrinar por toda a Europa, por todos os santuários da Europa, da Espanha à Polónia e da Alemanha à Sicília: um santo verdadeiramente europeu! Podemos dizer também: um santo um tanto particular que, mendigando, vagueia de um santuário para outro e não quer fazer nada além de rezar e assim dar testemunho do que importa nesta vida: Deus, claro, não representa um exemplo a ser. emular, mas é um sinal, um dedo apontando para o essencial. Ele nos mostra que só Deus é suficiente; que além de tudo o que possa existir neste mundo, além das nossas necessidades e capacidades, o que importa é conhecer a Deus só Ele é suficiente. E este “único Deus”, ele nos aponta de forma dramática. E, ao mesmo tempo, esta vida verdadeiramente europeia que, de santuário em santuário, abraça todo o continente europeu, deixa claro que quem se abre a Deus não se aliena do mundo e dos homens, mas antes encontra irmãos, porque no da parte de Deus caem fronteiras, só Deus pode eliminar fronteiras porque graças a Ele somos todos apenas irmãos, somos parte uns dos outros; torna-nos conscientes de que a singularidade de Deus significa, ao mesmo tempo, a fraternidade e a reconciliação dos homens, a quebra das fronteiras que nos une e nos cura. Portanto, ele é um santo da paz precisamente porque é um santo sem necessidade, que morre pobre de tudo, mas abençoado com tudo.

Bento XVI com o Cardeal Decano do Sacro Colégio, Angelo Sodano, após o discurso de saudação no início da missa de ação de graças pelo octogésimo quinto aniversário do Pontífice
[© Osservatore Romano]

E depois, finalmente, há o mistério pascal. No mesmo dia em que nasci, graças aos cuidados dos meus pais, também renasci da água e do Espírito, como acabamos de ouvir no Evangelho. Em primeiro lugar, há o dom da vida que os meus pais me deram em momentos muito difíceis e pela qual devo agradecer-lhes. Mas não é óbvio que a vida do homem seja em si uma dádiva. Pode realmente ser um belo presente? Sabemos o que paira sobre o homem nos tempos sombrios que estão por vir - mesmo nos tempos mais brilhantes que podem vir? Podemos prever quais preocupações, quais eventos terríveis ele poderá estar exposto? É certo dar a vida assim, simplesmente? Ele é responsável ou está muito incerto? É um presente problemático se permanecer sozinho. A vida biológica em si é uma dádiva, mas está rodeada de uma grande questão. Só se torna um verdadeiro dom se, junto com ele, puder ser feita uma promessa mais forte do que qualquer infortúnio que nos possa ameaçar, se estiver imerso numa força que garanta que é bom ser homem, que por para esta pessoa, tudo o que o futuro pode trazer é bom. Assim, o nascimento deve estar associado ao renascimento, à certeza de que, na verdade, é bom estar ali, porque a promessa é mais forte que as ameaças. Este é o significado de renascer da água e do Espírito: estar imerso na promessa que só Deus pode fazer: é bom que você esteja aí e possa ter certeza disso, aconteça o que acontecer. A partir desta certeza pude viver, renascer da água e do Espírito.

Nicodemos pergunta ao Senhor: «Pode um velho renascer?». Agora, o renascimento nos é dado no Batismo, mas devemos crescer continuamente nele, devemos deixar-nos sempre imergir por Deus na sua promessa, para renascermos verdadeiramente na grande e nova família de Deus, que é mais forte que todas as fraquezas. e de todos os poderes negativos que nos ameaçam. Portanto este é um dia de grande ação de graças.

O dia em que fui batizado, como disse, foi o Sábado Santo. Naquela época ainda era costume antecipar a Vigília Pascal pela manhã, à qual ainda seria seguida a escuridão do Sábado Santo, sem o Aleluia. Parece-me que este singular paradoxo, esta singular antecipação da luz num dia escuro, pode quase ser uma imagem da história dos nossos dias.

Por um lado, ainda existe o silêncio de Deus e a sua ausência, mas na Ressurreição de Cristo já existe a antecipação do “sim” de Deus, e a partir desta antecipação vivemos e, através do silêncio de Deus, ouvimos sua fala e, através da escuridão de sua ausência, vislumbramos sua luz. A antecipação da Ressurreição no meio de uma história em evolução é a força que nos mostra o caminho e nos ajuda a seguir em frente.

Agradecemos ao bom Deus porque nos deu esta luz e rezamos-lhe para que ela permaneça sempre. E neste dia tenho motivos para agradecer a Ele e a todos aqueles que me fizeram perceber continuamente a presença do Senhor, que me acompanharam para que eu não perdesse a luz.

Estou enfrentando o último trecho da jornada da minha vida e não sei o que me espera. Sei, porém, que a luz de Deus está aí, que Ele ressuscitou, que a sua luz é mais forte que todas as trevas; que a bondade de Deus é mais forte do que qualquer mal neste mundo. E isso me ajuda a prosseguir com confiança. Isto ajuda -nos a seguir em frente e neste momento agradeço de coração a todos aqueles que continuamente me fazem perceber o “sim” de Deus através da sua fé.

No final, Cardeal Decano, agradeço cordialmente as suas palavras de amizade fraterna, por toda a sua colaboração ao longo de todos estes anos. E um grande obrigado a todos os colaboradores dos trinta anos em que estou em Roma, que me ajudaram a carregar o peso da minha responsabilidade. Obrigado. Amém.

© Copyright 2012 – Editora Vaticano

Galeria de fotos

A parição da Virgem de Lourdes a Santa Bernadete uma imagem antiga | 30Giorni
Benedetto Giuseppe Labre olhando o Coliseu, pintura de artista anônimo do século XIX, preservada em Roma, em capela da via dei Serpenti 2, construída na casa onde o santo foi feito | 30Giorni
Bento XVI, com seu pai Georg, visitando a igreja paroquial de Sankt Oswald, em Marktl am Inn, sua cidade natal, onde se localizou na praça batismal onde foi batizado em 16 de abril de 1927, mesmo dia de seu nascimento [© Observatório Romano]

Fonte: https://www.30giorni.it/

O Papa: a família é um tesouro precioso que devemos apoiar e proteger

Fiéis e peregrinos rezam com o Papa Francisco a oração do Angelus na Praça São Pedro (Vatican Media)

Este domingo (29/12), festa da Sagrada Família, depois de rezar a oração mariana do Angelus, o Santo Padre elevou suas orações pelas famílias do mundo, porque a família é a célula da sociedade, um tesouro precioso que devemos apoiar e proteger. O Pontífice também rezou pelas muitas famílias da Coreia do Sul que estão de luto após o dramático acidente aéreo e pelas famílias que sofrem por causa das guerras.

Vatican News

“A família é a célula da sociedade, a família é um tesouro precioso que devemos apoiar e proteger”, disse o Papa Francisco após rezar a oração mariana do Angelus este domingo, 29 de dezembro, festa da Sagrada Família de Nazaré.

Um tesouro precioso que devemos apoiar e proteger

Ao saudar os muitos romanos e peregrinos que se reuniram na Praça São Pedro para rezar à Mãe de Deus, o Santo Padre estendeu suas saudações às famílias presentes na praça e àqueles que estavam acompanhando a transmissão do Angelus de suas casas através da mídia.

“A família é a célula da sociedade, a família é um tesouro precioso que devemos apoiar e proteger!”

Oração pelas vítimas do acidente aéreo na Coreia do Sul

Em seguida, o Pontífice voltou seu pensamento para as vítimas e suas famílias do acidente aéreo ocorrido neste domingo na Coreia do Sul, onde um avião que transportava 181 passageiros caiu ao tentar fazer um pouso de emergência, no Aeroporto Internacional de Muan, na província de Jeolla do Sul, a 288 quilômetros de Seul.

“Meus pensamentos estão com as muitas famílias da Coreia do Sul que estão de luto hoje após o dramático acidente aéreo. Eu me uno em oração pelos sobreviventes e pelos falecidos.”

Oração pelas famílias que sofrem por causa das guerras

O Papa também pediu orações pelas muitas famílias que estão sofrendo por causa de guerras: na atormentada Ucrânia, na Palestina, em Israel, em Mianmar, no Sudão, em Kivu do Norte (na República Democrática do Congo) e em outras partes do mundo. “Oremos por todas essas famílias em guerra”, pediu por fim Francisco.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Félix I, Papa

São Félix I, Papa (A12)
30 de dezembro
São Félix I, Papa

São Félix I foi o Papa da Igreja Católica entre os anos de 269 e 274. Ele assumiu o papado em uma época de intensa perseguição aos cristãos por parte do Império Romano, e dedicou-se a guiar o rebanho com sabedoria e coragem.

Um dos grandes desafios enfrentados por São Félix foi a consolidação da fé cristã e a defesa contra heresias que ameaçavam a unidade da Igreja. Ele era um defensor fervoroso da doutrina da Trindade, afirmando com clareza a divindade de Cristo em resposta ao arianismo e outras falsas doutrinas.

Durante seu pontificado, ele incentivou a construção de igrejas e lugares de culto, fortalecendo a comunidade cristã em um período de perseguição. Félix acreditava que os fiéis precisavam de espaços sagrados para celebrarem a fé e se fortalecerem espiritualmente.

Ele também foi conhecido por sua preocupação com os mártires e suas famílias. São Félix instituiu a prática de celebrar a memória dos mártires com Missas especiais, tradição que permanece até hoje na Igreja.

São Félix faleceu em 274 e foi sepultado nas catacumbas de São Calisto, em Roma. Sua fidelidade e amor pela Igreja o tornaram um exemplo para todos os cristãos, especialmente em tempos de tribulação.

Com o tempo, ele foi canonizado e é lembrado como um papa que defendeu a fé e fortaleceu a comunidade cristã, deixando um legado de coragem e devoção.

Reflexão:

A espiritualidade de São Félix I nos lembra a importância de permanecermos fiéis à doutrina e ao amor de Cristo, especialmente em tempos de crise. Seu exemplo nos inspira a valorizar nossa fé e a defender a Igreja com coragem. Que seu testemunho nos encoraje a seguir Cristo de todo o coração, confiando na providência divina para nos guiar e proteger.

Oração:

São Félix I, defensor da fé, intercede por nós para que possamos permanecer firmes em nossa crença e amor por Cristo. Amém. Que tua vida de dedicação à Igreja nos inspire a viver com coragem e fidelidade em nossa jornada de fé. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

domingo, 29 de dezembro de 2024

Sagrada Família de Nazaré

Sagrada Família de Nazaré (Vatican News)

29 dezembro

Celebra-se a festa da Sagrada Família de Jesus, Maria e José no domingo após o Natal. Esta festa desenvolveu-se a partir do século XIX, no Canadá e, depois, em toda a Igreja, a partir de 1920. No início, era celebrada no domingo após a Epifania. Esta festa tem o intuito de apresentar a Sagrada Família de Nazaré como "verdadeiro modelo de vida" (Coleta), no qual as nossas famílias possam se inspirar e encontrar ajuda e conforto.

ANO C

Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém para a Festa da Páscoa. Tendo ele completado doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume da festa. No final dos dias da festa, enquanto voltavam, o Menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais percebessem. Achando que ele estivesse com os seus companheiros de comitiva, caminharam por um dia. Depois, ao sentirem a sua falta, começaram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. Visto que não o encontravam, voltaram a Jerusalém para procurá-lo. Após três dias, encontraram-no no Templo, sentado entre os doutores, ouvindo-os e interrogando-os. Todos os que o ouviam ficavam maravilhados pela sua sabedoria e respostas. Quando seus pais o viram, ficaram atônitos; e sua mãe disse-lhe: “Meu filho, por que nos fizeste isto? Teu pai e eu estávamos aflitos à tua procura”. Respondeu-lhes ele: “Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de meu Pai?”. Mas, eles não compreenderam o que lhes estava dizendo. Depois, desceu com eles para Nazaré e lhes era submisso. Sua mãe guardava todas essas coisas no seu coração. E Jesus crescia em sabedoria, idade e graça, diante de Deus e dos homens” (Lc 2,41-52).

Dom divino

O primeiro aspecto desta festa, que emerge dos textos bíblicos, é que o Menino é um dom de Deus: é que lemos na primeira leitura, que narra o nascimento do profeta Samuel, a partir da resposta que Jesus dá a seus pais no Templo.

Mal-entendido

“Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de meu Pai?”Na sua explicação: “Teu pai e eu estávamos aflitos à tua procura”, Maria se referia ao seu pai José, mas, na sua resposta, Jesus alude a Deus, seu Pai. Seus pais, porém, "não entenderam”, embora soubessem que seu filho era um "dom de Deus". No fundo, somente a Cruz revela, em toda a sua plenitude, quem realmente era Jesus, o Filho de Deus.

O caminho de fé de Maria

A resposta de Jesus não foi fácil para a Virgem Maria, tanto que o evangelista esclarece: Sua mãe guardava todas essas coisas no seu coração”. Ela não as descarta da memória e do coração, mas sabia que tinha que esperar para entender. Este é o caminho da fé, onde a dúvida não detém a esperança, mas se abre à expectativa.

José e Maria, pais de Jesus

Como os pais de hoje, José e Maria também tiveram dificuldade de compreender as palavras e as escolhas do Filho Jesus: os pais de hoje podem aprender deles a tomar consciência de que, acima de tudo, se tratava de um filho, que devia crescer e, certamente, corresponder às muitas expectativas, dos pais, amigos, colegas... No entanto, há uma expectativa bem mais importante, fundamental e básica: a de Deus, Pai e Criador. Diante desta expectativa, que se torna uma “chamada” no coração de cada um de nós, a atitude mais adequada é a oração, “guardar no coração”, para que tudo possa se revelar em tempos e modos oportunos.

O Espírito Santo fala às famílias de hoje

O Espírito Santo continua, ainda hoje, a guiar "todos os povos", "todos os casais", "todos os pais". Porém, temos que ouvir o que o Espírito nos fala. Se o Filho de Deus vem ao nosso encontro, através de um Menino, e se o nosso olhar de fé pode captar esta presença, então temos que lembrar que as coisas do dia a dia tem sua importância; os encontros cotidianos nunca são inúteis ou puras coincidências. Por isso, é preciso manter nosso olhar de fé, dentro e ao nosso redor, pois podemos encontrar ou rejeitar a presença de Deus em todos os lugares, porque tudo é um sinal, para quem acredita.

Evangelho da Família

Viver o Evangelho da família, sobretudo hoje, não é fácil: somos criticados ou atacados porque defendemos a vida, desde o seio materno. No entanto, o Evangelho nos mostra o caminho, talvez exigente, para vivermos uma vida digna, em nível pessoal e familiar, mas fascinante e totalizante: um caminho que, ainda hoje, merece confiança e crédito, sob o exemplo e intercessão da Família de Nazaré. Em toda família há momentos de felicidade e tristeza, de tranquilidade e dificuldades. Esta é a vida. Viver o "Evangelho da família" não nos dispensa de passar por dificuldades e tensões, momentos de alegre fortaleza e de triste fragilidade. As famílias feridas e marcadas pela fragilidade, fracassos, dificuldades... podem reviver, se souberem haurir da fonte do Evangelho; assim, poderão encontrar novas possibilidades para recomeçar.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

A Esperança não Engana

Cardeal Dom Paulo Cezar Costa, Arcebispo de Brasília (arqbrasilia)

A Esperança não Engana

Abertura do Ano Jubilar da Esperança

Amados e amadas de Deus, o Motu Proprio Spes non confundit, com o qual o Papa Francisco promulgou o Ano Jubilar da Esperança, nos ajuda a compreender a dimensão e a importância desse Ano Santo para toda a Igreja, e a desejar vivê-lo autenticamente. Estamos iniciando, hoje, o ano jubilar que tem como tema: “‘Spes non confundit – a esperança não engana’ (Rm 5, 5). Sob o sinal da esperança, o apóstolo Paulo infunde coragem à comunidade cristã de Roma. A esperança é também a mensagem central do próximo Jubileu, que, segundo uma antiga tradição, o Papa proclama de vinte e cinco em vinte e cinco anos. Penso em todos os peregrinos de esperança, que chegarão a Roma para viver o Ano Santo e em quantos, não podendo vir à Cidade dos apóstolos Pedro e Paulo, vão celebrá-lo nas Igrejas particulares. Possa ser, para todos, um momento de encontro vivo e pessoal com o Senhor Jesus, ‘porta’ de salvação (cf. Jo 10, 7.9); com Ele, que a Igreja tem por missão anunciar sempre, em toda a parte e a todos, como sendo a ‘nossa esperança’ (1 Tm 1, 1)”. […]

“O Ano Santo de 2025 está em continuidade com os anteriores eventos de graça. No último Jubileu ordinário, atravessou-se o limiar dos dois mil anos do nascimento de Jesus Cristo. Em seguida, no dia 13 de março de 2015, proclamei um Jubileu extraordinário com o objetivo de manifestar e permitir encontrar o ‘Rosto da misericórdia’ de Deus, anúncio central do Evangelho para toda a pessoa e em cada época. Agora chegou o momento dum novo Jubileu, em que se abre novamente de par em par a Porta Santa para oferecer a experiência viva do amor de Deus, que desperta no coração a esperança segura da salvação em Cristo. Ao mesmo tempo, este Ano Santo orientará o caminho rumo a outra data fundamental para todos os cristãos: de fato, em 2033, celebrar-se-ão os dois mil anos da Redenção, realizada por meio da paixão, morte e ressurreição do Senhor Jesus. Abre-se, assim, diante de nós um percurso marcado por grandes etapas, nas quais a graça de Deus precede e acompanha o povo que caminha zeloso na fé, diligente na caridade e perseverante na esperança (cf. 1 Ts 1, 3)”. […]

A indulgência é uma realidade forte dos anos jubilares, mas ela deve ser bem entendida, na sua fundamentação. O juízo de Deus é uma realidade ligada à vida eterna, que “diz respeito à salvação na qual esperamos e que Jesus nos obteve com a sua morte e ressurreição. Visa abrir ao encontro definitivo com Ele. E, como em tal contexto não se pode pensar que o mal cometido permaneça oculto, o mesmo precisa de ser purificado, para nos permitir a passagem definitiva ao amor de Deus. Compreende-se, neste sentido, a necessidade de rezar por aqueles que concluíram o caminho terreno: uma solidariedade na intercessão orante que encontra a sua eficácia na comunhão dos santos, no vínculo comum que nos une em Cristo, primogênito da criação. Assim, a Indulgência Jubilar, em virtude da oração, destina-se de modo particular a todos aqueles que nos precederam, para que obtenham plena misericórdia. De fato, a indulgência permite-nos descobrir como é ilimitada a misericórdia de Deus. Não é por acaso que, na antiguidade, o termo ‘misericórdia’ era cambiável com o de ‘indulgência’, precisamente porque pretende exprimir a plenitude do perdão de Deus que não conhece limites”. (PAPA FRANCISCO, Spes non Confundit, n. 1, 6, 22-23).

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Quem foi São Paulo e que legado ele deixou para a Igreja? (III)

O Espírito Santo nos ajuda a colocar em prática no dia-a-dia as virtudes: a caridade, a alegria, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fé, a mansidão, a continência ...|Opus Dei

Quem foi São Paulo e que legado ele deixou para a Igreja?

Quem foi Paulo de Tarso? São Paulo sofreu perseguições e conheceu sua própria debilidade enquanto pregava a fé no Ressuscitado. Em troca, não quis outra coisa senão a misericórdia de Cristo.

24/01/2023

Viver no Espírito, segundo São Paulo

Identificar-se com Cristo significa viver no Espírito. São Lucas enfatiza em seu segundo livro o papel dinâmico e operativo do Espírito Santo; e comenta São Josemaria: apenas existe  uma página dos Atos dos Apóstolos na qual  não  nos fale d’Ele bem como da ação pela qual guia, dirige e anima a vida e as obras da primitiva comunidade cristã: Ele é quem inspira a pregação de São Pedro (cf. Atos 4,8), quem confirma em sua fé aos discípulos (cf. Atos 4,31), quem sela com sua presença a chamada dirigida aos gentios (cf. Atos 10, 44-47), quem envia Saulo e Barnabé para terras longínquas, para abrir novos caminhos aos ensinamentos de Jesus (cf. Atos 13, 2-4). Em uma palavra, sua presença e sua atuação dominam tudo (20).

Em seus escritos, Paulo põe em relevo a presença da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade na vida do cristão. O Espírito habita em nossos corações(21); foi enviado por Deus para que nos identifique com o Filho e possamos exclamar Abba, Pai!(22). Deixar-se conduzir pelo Espírito, que nos dá a vida em Cristo Jesus, liberta da lei do pecado e da morte; leva a que se manifestem na vida do crente as obras – os frutos – do Espírito Santo: a caridade, a alegria, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fé, a mansidão, a continência. Contra esses frutos, não há lei. Os que são de Jesus Cristo crucificaram sua carne com suas paixões e concupiscências. Se vivemos pelo Espírito, caminhemos também segundo o Espírito(23)

“Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim”. |Opus Dei

O Apóstolo nos diz que a oração autêntica só existe quando está presente o Espírito: do mesmo modo também o Espírito acode em ajuda de nossa fraqueza: porque não sabemos o que devemos pedir, como convém; mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis(24). Com palavras de Bento XVI, é como dizer que o Espírito Santo “é a alma de nossa alma, a parte mais secreta de nosso ser, da qual se eleva incessantemente até Deus um movimento de oração, cujos termos não podemos nem sequer precisar”(25). Paulo nos convida a ser cada vez mais sensíveis, a estar mais atentos à presença do Espírito em nós e a aprender a transformá-la em oração.

O primeiro dos frutos do Espírito na alma do cristão é o amor. Com efeito, o amor de Deus foi derramado em nossos corações por meio do Espírito Santo que nos foi dado(26). Se, por definição, o amor une, o Espírito é quem gera a comunhão na Igreja: é a força de coesão que mantém unidos os fiéis ao Pai, por Cristo, e atrai os que ainda não gozam da plena comunhão. O Espírito Santo guia a Igreja em direção à unidade.

Rumo à Unidade dos Cristãos

Este é outro aspecto, entre os múltiplos dos quais trata o Apóstolo em suas epístolas, que vale a pena ter em conta no início deste Ano Paulino: a unidade dos cristãos. É motivo de consolação e de estímulo para pedir insistentemente ao Senhor esta graça – tão grande como difícil de alcançar – que o Patriarca ecumênico Bartolomeu I, seguindo as pegadas do Vigário de Cristo, também tenha convocado para a Igreja ortodoxa um Ano Paulino.

O ensinamento de Paulo nos recorda que a plena comunhão entre todos os cristãos encontra seu fundamento no fato de ter um só Senhor, uma só fé, um só batismo(27). Devemos rezar “para que a fé comum, o único batismo para o perdão dos pecados e a obediência ao único Senhor e Salvador se manifestem plenamente na dimensão comunitária e eclesial” (28).

São Pedro e São Paulo | Opus Dei

São Paulo nos mostra o caminho mais eficaz para a unidade, com palavras que também nos propunha o Concílio Vaticano II em seu decreto sobre o ecumenismo: assim, pois, eu vos rogo, o prisioneiro do Senhor, que vivais uma vida digna da vocação a que fostes chamados, com toda humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros com caridade, continuamente dispostos a conservar a unidade do Espírito com o vínculo da paz (29).

O Apóstolo  empenhou-se sempre em conservar essa imensa graça da unidade. Aos cristãos de Corinto convida-os, já desde o começo de sua primeira carta, a evitar as divisões entre eles (30). Suas exortações e suas chamadas de atenção podem servir-nos também hoje. Diante da humanidade do terceiro milênio, cada vez mais globalizada e. paradoxalmente, mais dividida e fragmentada pela cultura hedonista e relativista, que põe em dúvida a  própria existência da verdade(31), a oração do Senhor – ut omnes unum sint, que todos sejam um(32) - é para nós a melhor promessa de união com Deus e de unidade entre os homens.

B. Estrada

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20. É Cristo que passa, n. 127.

21. Cf. Rm 8, 9.

22. Gal 4, 6.

23. Gal 5, 22-24.

24. Rm 8,26.

25. Bento XVI, Audiência geral, 15-11-2006.

26. Rm 5, 5.

27. Ef 4, 5.

28. Bento XVI, Discurso durante o encontro com Bartolomeu I na abertura do Ano Paulino, 28-06-2008.

29. Ef 4, 1-3.

30. Cf. 1 Cor 1, 10.

31. Cf. Bento XVI, Discurso durante o encontro com Bartolomeu I na abertura do Ano Paulino, 28-06-2008.

32. Jo 17, 21.

Fonte: https://opusdei.org/pt-br/article/no-ano-paulino/

O Papa: a escuta mútua é o que podemos aprender hoje com a Sagrada Família

Angelus, 29 de dezembro de 2024 - Papa Francisco (Vatican News)

“Sabeis por que a Sagrada Família de Nazaré é um modelo? Porque é uma família que dialoga, que conversa. O diálogo é o elemento mais importante para uma família! Uma família que não se comunica não pode ser uma família feliz”: disse Francisco no Angelus ao meio-dia deste domingo, 29 de dezembro, festa da Sagrada Família.

https://youtu.be/3ZgIHY03zXY

Raimundo de Lima – Vatican News

“Na família é mais importante ouvir do que entender”, disse Francisco no Angelus ao meio-dia deste domingo (29/12), festa da Sagrada Família, ao rezar a oração mariana com os fiéis peregrinos reunidos na Praça São Pedro.

Atendo-se à liturgia dominical, o Pontífice destacou que o Evangelho conta que Jesus, aos doze anos de idade, no final da peregrinação anual a Jerusalém, perdeu-se de Maria e José, que o encontraram no Templo discutindo com os doutores (Lc 2,41-52). O evangelista Lucas revela o estado de espírito de Maria, que pergunta a Jesus: “Meu Filho, por que agiste assim conosco? Olha que teu pai e eu, aflitos, te procurávamos”. Jesus lhe respondeu: “Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai?”

O Papa frisou tratar-se da experiência de uma família que alterna entre momentos tranquilos e dramáticos. Parece a história de uma crise familiar de nossos dias, de um adolescente difícil e dois pais que não conseguem entendê-lo. Dito isso, o Santo Padre convidou-nos a olhar para essa família:

“Sabeis por que a Sagrada Família de Nazaré é um modelo? Porque é uma família que dialoga, que conversa. O diálogo é o elemento mais importante para uma família! Uma família que não se comunica não pode ser uma família feliz”.

É belo quando uma mãe não começa com uma reprovação, mas com uma pergunta. Maria não acusa nem julga, mas tenta entender por meio da escuta como acolher esse Filho que é tão diferente.

Apesar desse esforço, observou Francisco, o Evangelho diz que Maria e José “não compreenderam o que lhes dissera”, mostrando que na família é mais importante ouvir do que entender. Ouvir é dar importância ao outro, reconhecer seu direito de existir e pensar por si mesmo. Os filhos precisam disso.

Um momento privilegiado para o diálogo e a escuta na família é a hora das refeições. É bom estar juntos à mesa e conversar. Isso pode resolver muitos problemas e, acima de tudo, une as gerações: filhos conversando com os pais, netos conversando com os avós... Nunca ficar fechados em si mesmos ou, pior ainda, com a cabeça no celular. Conversar, ouvir uns aos outros, esse é o diálogo que é bom e que faz crescer!

A família de Jesus, Maria e José é santa, disse o Papa. “No entanto, vimos que até mesmo os pais de Jesus nem sempre o compreendiam. Podemos refletir sobre isso e não nos surpreender se, às vezes, acontecer conosco na família de não nos entendermos uns aos outros. Quando isso acontecer conosco, perguntemo-nos: temos ouvido uns aos outros? Lidamos com os problemas ouvindo uns aos outros ou nos fechamos em silêncio, ressentimento e orgulho? Reservamos tempo para o diálogo? “O que podemos aprender hoje com a Sagrada Família é a escuta mútua”, reiterou.

Francisco concluiu convidando-nos a confiarmos à Virgem Maria e pedindo a Nossa Senhora o dom da escuta para nossas famílias.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF