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segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Papa Francisco: Deus não se nega a ninguém nem se esquece de ninguém

Epifania (Vatican News)

Na sua homilia em São Pedro, na Solenidade da Epifania, Francisco destacou que a estrela nos fala do sonho de Deus: “que toda a humanidade, na riqueza das suas diferenças, chegue a formar uma só família e viva unida na prosperidade e na paz”.

Silvonei José – Vatican News

“‘Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo’: é este o testemunho que os Magos dão aos habitantes de Jerusalém, anunciando-lhes que nasceu o rei dos Judeus”: assim iniciou a sua homilia o Papa Francisco na Santa Missa na Solenidade da Epifania do Senhor celebrada na Basílica de São Pedro, no Vaticano, neste dia 6 de janeiro. Em muitas Igrejas locais – como no Brasil – a Solenidade foi celebrada neste domingo (05/01).

Francisco destacou nas suas palavras que os Magos testemunham que se puseram a caminho e realizaram uma mudança nas suas vidas, porque viram uma nova luz no céu. Enquanto celebramos a Epifania do Senhor no Jubileu da Esperança – disse o Santo Padre -, podemos deter-nos a refletir sobre esta imagem. Então destacou três caraterísticas da estrela de que nos fala o evangelista Lucas: é brilhantevisível para todos e indica um caminho.

Papa Francisco (Vatican Media)

Antes de mais, a estrela é brilhante. No tempo de Jesus, muitos governantes faziam-se chamar “estrelas” porque se sentiam importantes, poderosos e famosos. Não foi, porém, a sua luz – a de nenhum deles! – que revelou aos Magos o milagre do Natal.

Fê-lo um outro tipo de luz, simbolizada pela estrela, que ilumina e aquece, queimando e deixando-se consumir. A estrela fala-nos da única luz que pode indicar a todos o caminho da salvação e da felicidade: a do amor.

“Antes de mais, o amor de Deus, que se fez homem e se entregou a nós, sacrificando a sua vida. Depois, por repercussão, aquele [amor] com que também nós somos chamados a gastar-nos uns pelos outros, tornando-nos, com a sua ajuda, um sinal recíproco de esperança, mesmo nas noites escuras da vida”.

Como a estrela guiou, com o seu brilho, os Magos até Belém, assim também nós, com o nosso amor - enfatizou o Papa - podemos levar a Jesus as pessoas que encontramos, fazendo-as conhecer, no Filho de Deus feito homem, a beleza do rosto do Pai e o seu modo de amar, feito de proximidade, compaixão e ternura.

Solenidade da Epifania (Vatican Media)

A caraterística da estrela: ela é visível para todos. Os Magos não seguem as indicações de um código secreto, mas uma estrela que veem resplandecer no firmamento. Eles reparam nela; outros, como Herodes e os escribas, nem sequer se apercebem da sua presença. Porém, a estrela está sempre lá, acessível a quem levante o olhar para o céu, em busca de um sinal de esperança.

“Também esta é uma mensagem importante: Deus não Se revela em círculos restritos ou a uns poucos privilegiados, mas oferece a sua companhia e orientação a quem O procure de coração sincero. Aliás, muitas vezes Ele antecipa as nossas demandas, vindo procurar-nos ainda antes de nós Lhe pedirmos".

O Santo Padre então sublinhou que a estrela, que a todos no céu oferece a sua luz, recorda-nos que Deus, fazendo-se homem, vem ao mundo para encontrar todo o homem e mulher da terra, independentemente da etnia, língua ou povo a que pertença, e que nos confia a mesma missão universal.

“Isto é, chama-nos a banir todas as formas de discriminação, marginalização e descarte das pessoas, e a promover, em nós mesmos e nos ambientes em que vivemos, uma forte cultura do acolhimento, na qual às fechaduras do medo e da rejeição se prefiram espaços abertos de encontro, integração e partilha; lugares seguros onde todos possam encontrar aconchego e abrigo”.

É por isso que a estrela está no céu: não para permanecer distante e inacessível, antes pelo contrário, para que a sua luz seja visível a todos, para que chegue a todas as casas e ultrapasse qualquer barreira, levando a esperança aos cantos mais remotos e esquecidos do planeta.

Está no Céu para dizer a todos, com a sua luz generosa, que Deus não se nega a ninguém nem se esquece de ninguém.

Papa Francisco (Vatican Media)

Francisco destacou em seguida que a estrela nos fala do sonho de Deus: “que toda a humanidade, na riqueza das suas diferenças, chegue a formar uma só família e viva unida na prosperidade e na paz”.

E isto leva-nos à última caraterística da estrela: a de indicar um caminho. Também esta é uma importante pista de reflexão, especialmente no contexto do Ano Santo que estamos a celebrar, no qual um dos gestos distintivos é a peregrinação.

"A luz da estrela convida-nos a realizar um caminho interior que, como escreveu São João Paulo II para o Grande Jubileu do Ano 2000, liberta o nosso coração de tudo o que não é caridade, para “termos a possibilidade de nos encontrarmos plenamente com Cristo, confessando a nossa fé n’Ele e recebendo a abundância da sua misericórdia”.

Só assim, convertidos e perdoados, poderemos anunciar a todos, com entusiasmo missionário, “a proximidade do Reino de Deus”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Carlo de Sezze

São Carlo de Sezze (A12)
06 de janeiro
Localização: Itália (Lázio)
São Carlo de Sezze

Giancarlo Marchioni nasceu em Sezze Romano, região de Lázio, Itália, em outubro de 1613. Sua avó materna lhe ensinou práticas devotas e outros valores religiosos na infância. Algumas fontes indicam que seus pais eram ricos, outros que eram pobres, mas de toda a forma moravam no campo, e ele trabalhava na fazenda. Seus familiares tinham outros planos para Carlo, pois queriam que ele estudasse e fizesse carreira.

Conta-se que pássaros espantaram os bois que ele dirigia no arado, e o gado precipitou-se contra ele, havendo grave risco de morte. Percebendo que iria perecer, Carlo fez uma promessa a Deus: se fosse salvo, tornar-se-ia religioso. Poupado milagrosamente, fez-se frade franciscano menor em 1635, aos 22 anos, no convento de San Francesco em Nazzano, assumindo o nome de Carlo.

Apesar da insistência familiar, não quis ser ordenado sacerdote. Viveu em vários conventos, servindo como hortelão, cozinheiro jardineiro, carregador, sacristão, porteiro; socorrendo doentes e moribundos em suas casas. Atuou também como esmoler, isto é, pedia esmolas como um mendigo, "pelo amor de Cristo"; aproveitava estas ocasiões para evangelizar.

Contudo, a graça de Deus deu a Carlo o dom de ouvir e aconselhar as pessoas. A ele, encarregado dos serviços mais humildes, padres, leigos, religiosos e religiosas procuravam para orientação. Com muita frequência era enviado para outras cidades para aconselhar bispos e cardeais. O Papa Clemente IX diretamente lhe pediu para verificar a fama de pureza de uma madre na cidade de Perúgia. Ele também era muito estimado em toda a região do Lácio, e famílias nobres dali, e depois de Roma, o elogiavam e buscavam seu conselho, assim como os Papas Inocêncio X, Clemente IX e Alexandre VII.

Muitas pessoas lhe pediam que redigisse indicações de como orar melhor e crescer em santidade, e ele publicou um folhetim que lhe causou diversas dificuldades, pelo que quase foi expulso da comunidade.

Por fim os superiores se convenceram da sua sinceridade e pureza e lhe permitiram continuar escrevendo; sua autobiografia originou o livro “As Grandezas das Misericórdias de Deus”. Apesar da pouca instrução, escrevia profundas páginas espirituais, com gramática fraca porém suficiente. Como “escritor sem letras”, como se chamava, publicou várias obras, por exemplo “As três vias”, “Os discursos sobre a vida de Jesus”, “A conversa de Jesus Cristo sobre a Vida”.

Em outubro de 1648, enquanto orava na igreja de San Giuseppe a Capo le Case, o seu coração foi traspassado por um dardo de luz vindo da Sagrada Hóstia, marcando-o com uma chaga. Deus concedeu-lhe outros dons extraordináriosvisões (do Papa Victor e Santa Teresa de Ávila) e revelações (as eleições papais de Inocêncio X e Alexandre VII Clemente IX, por exemplo), conhecimento das verdades teológicas e ascéticas, e um amor ardente.

Em 22 de agosto de 1664, doente, foi levado para San Francesco a Ripa para se recuperar. Aí passou seus últimos anos. O Papa Clemente IX o chamou no seu próprio leito de morte, pedindo-lhe a bênção, não muito antes de os dois morrerem. Faleceu em 6 de janeiro de 1670, no Convento de São Francisco em Roma. Descobriu-se então no seu peito uma marca, considerada sobrenatural por uma comissão médica: tratava-se do "raio de luz" que o havia atingido em 1648, durante êxtase profundo com Deus.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

A vida de São Carlo é um daqueles ótimos exemplos de como Deus favorece de muitas formas os humildes de coração, que podem ser ricos ou pobres materialmente, mas que se destacam particularmente quando também são pobres de bens terrenos. Imitando São Francisco (que igualmente nem sacerdote foi), Carlo buscou apenas amar a Deus e serví-Lo nas coisas mais simples e escondidas, valorizando a oração, a Eucaristia, a Virgem Maria. A pureza das suas intenções o levou a receber alta sabedoria, e de um homem pouco instruído Deus fez um escritor profundo, um conselheiro do clero, dos nobres, do povo, e um místico marcado com Sua chaga.

Oração:

Senhor Deus Todo-Poderoso, por Vossa infinita misericórdia e pela intercessão de São Carlo de Sezze, dai-nos a graças da verdadeira e salvadora humildade, para que nunca nos esqueçamos de que para Vos seguir basta, e só importa, o amor de caridade que serve ao próximo, em qualquer atividade e circunstância. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora, que só fizeram servir a Vós e a nós. Amém.

Fonte: 
https://www.a12.com/

domingo, 5 de janeiro de 2025

“Crês isto?” (Jo 11,26)

"Crês isto" (revista Cidade Nova)

“Crês isto?” (Jo 11,26) | Palavra de Vida Janeiro 2025

por Organizado por Silvano Malini com a comissão da Palavra de Vida.   publicado às 00:00 de 18/12/2024, modificado às 16:15 de 18/12/2024

Jesus está chegando a Betânia, onde Lázaro se encontra morto há quatro dias. Ao saber da notícia, Marta corre esperançosa ao seu encontro. Jesus amava Marta, Maria e Lázaro, como salienta o Evangelho (1). Mesmo na dor, Marta manifesta ao Senhor a sua confiança Nele. Tinha a certeza de que, se Ele tivesse estado presente antes da morte do irmão, Lázaro ainda estaria vivo. Mas também confia que, mesmo agora, Deus atenderá qualquer pedido que Ele fizer. “Teu irmão vai ressuscitar” (Jo 11,23), afirma então Jesus.

“Crês isto?” 

Jesus esclarece que está falando do retorno de Lázaro à vida física, aqui e agora, e não apenas da vida após a morte, destino de todo aquele que crê. Depois, pede que Marta afirme sua adesão à fé, não só para que Ele realize um dos seus milagres – que o evangelista João define como “sinais” –, mas para dar uma vida nova e a ressurreição tanto a ela, como a todos os que acreditam. “Eu sou a ressurreição e a vida” (Jo 11,25), afirma Jesus. E a fé que lhe pede é uma relação pessoal com Ele, uma adesão ativa e dinâmica. Crer não é como aceitar um contrato que se assina uma vez e depois não se olha mais, mas é um fato que transforma e permeia a vida de cada dia.

“Crês isto?” 

Jesus convida a viver uma vida nova aqui e agora. Ele nos chama a experimentá-la todos os dias, sabendo que, conforme redescobrimos no Natal, foi Ele mesmo que nos trouxe essa vida nova, tomando a iniciativa de nos procurar e de vir para estar entre nós.

Como responder à pergunta que Ele faz? Olhemos para Marta, a irmã de Lázaro.

No diálogo com Jesus, brota uma profissão de fé completa Nele. O texto grego original expressa isso com força ainda maior. A declaração de Marta “eu creio” significa, com todas as consequências, “atingi a fé”, “creio firmemente” que “tu és o Cristo, o Filho de Deus, aquele que vem ao mundo (2)”. É uma convicção amadurecida ao longo do tempo, comprovada nas diversas circunstâncias que ela enfrentou na vida. 

O Senhor dirige a sua pergunta também a mim. Pede também a mim que tenha uma confiança generosa Nele e que adote o seu estilo de vida, fundamentado no amor generoso e concreto para com todos. A perseverança amadurecerá a minha fé, que se fortalecerá ao constatar dia após dia como são verdadeiras as palavras de Jesus colocadas em prática. E esses frutos não deixarão de se manifestar nas minhas atitudes diárias para com todos. Enquanto isso, podemos adotar como nosso o pedido que os apóstolos fizeram a Jesus: “Aumenta a nossa fé” (Lc 17,5).

“Crês isto?” 

“Uma das minhas filhas perdeu o emprego juntamente com todos os seus colegas, porque o governo extinguiu o órgão público para o qual trabalhavam”, diz Patrícia, de um país sul-americano. “Como forma de protesto, organizaram um acampamento em frente à sede da entidade. Eu procurava apoiá-los, participando de algumas das suas atividades, levando-lhes comida ou simplesmente ficando ali para conversar com eles.

Na Quinta-feira Santa, um grupo de sacerdotes que os acompanhava decidiu celebrar uma cerimônia, em que também foram oferecidos espaços de diálogo. Foi lido o Evangelho e se fez o gesto do lava-pés, em memória daquilo que Jesus tinha feito. A maioria dos presentes não adotava uma vida religiosa. Contudo, foi um momento de profunda união, de fraternidade e de esperança. Eles se sentiram abraçados e, com emoção, agradeciam aos sacerdotes que os acompanhavam na incerteza e no sofrimento.” 

A palavra de Jesus “Crês isto?” foi escolhida como guia para a “Semana de Oração pela Unidade Cristã de 2025 (3)”, mas serve para todos os tempos e lugares. Rezemos, então, e trabalhemos para que a nossa fé comum seja o que nos move na busca da fraternidade com todos: é a proposta e o desejo de Deus para a humanidade, mas exige a nossa adesão. A oração e a ação serão eficazes se brotarem dessa confiança em Deus e da nossa vivência coerente com essa fé.

Organizado por Silvano Malini com a comissão da Palavra de Vida.

_________________

Notas:

1) Jo 11,5. 

2) Cf. Jo 11,27. 

3) No hemisfério Norte, a Semana de Oração pela Unidade Cristã (SOUC) é celebrada todos os anos do dia 18 ao dia 25 de janeiro, festa da conversão de são Paulo. No hemisfério Sul é celebrada entre o domingo em que se festeja a Ascensão e o domingo de Pentecostes (em 2025 será de 1º a 8 de junho). 

Fonte: https://www.cidadenova.org.br/editorial/inspira/4046-cres_isto_jo_11_26_palavra_de_vida_janei

Quem eram os Reis Magos e por que se chamam Melchior, Gaspar e Baltazar

Adoração dos Reis Magos. | Pintura de Luca Giordano

Por Redação central

5 de janeiro de 2025

A Igreja celebra em 6 de janeiro a solenidade da Epifania do Senhor, quando se recorda a adoração dos Reis Magos ao Menino Jesus em Belém. No Brasil, esta celebração é transferida para o domingo mais próximo, neste ano, hoje (5).

Mas, será que Reis Magos eram reis ou magos e seus nomes eram mesmo Melchior, Gaspar e Baltazar? Um sacerdote e teólogo fala sobre estas questões.

Padre Miguel Fuentes, do Instituto do Verbo Encarnado (IVE), afirma no site "El Teólogo Responde" que "o termo 'magos' (magoi) que aparece em Mt 2,1 se refere àqueles que eram denominados ‘sábios’ na antiguidade".

"Neste caso, foram homens sábios que vieram do 'Oriente' (Mt 2,1), que pode ser uma referência a Arábia, Mesopotâmia ou algum outro território mais a leste da Palestina".

Padre Fuentes afirma que "o fato de terem sido guiados por uma estrela (Mt 2,2) sugere que eles eram instruídos em astrologia ou em ciência da navegação e cálculo do tempo por meio das configurações estelares".

"Além de uma tribo de Média chamada assim, os magos aparecem, em sua primeira época, como uma casta sacerdotal de Média e da Pérsia. Eles se dedicaram ao estudo da sabedoria. Estrabão diz que eles eram ‘zelosos observadores da justiça e da virtude’. E Cícero diz que eles são ‘a classe de sábios e doutores na Pérsia’”.

Padre Fuentes assinala que foi o escritor e teólogo Orígenes, do século III, "quem disse pela primeira vez que foram três magos em virtude dos três presentes oferecidos ao Menino".

O sacerdote afirma ainda que, "antes do século VI, nenhum autor afirmava expressamente que eles eram reis, com exceção de Tertuliano, que sugeriu que eles eram ‘quase reis’".

"Isto se tornou popular por interpretar assim a referência ao Salmo 72,10 (os reis da terra se prosternarão e lhe oferecerão os seus dons) que parece estar implícita no relato de são Mateus".

"A arte já os apresenta como reis desde o século VIII, enquanto nas pinturas das catacumbas de santa Priscila, do início do século II-IV, são representados apenas como nobres persas", afirma.

No entanto, diz, "o Novo Testamento não fala sobre o número nem sobre a sua suposta realeza".

A partir do século VIII, continua padre Fuentes, os Reis Magos "receberam nomes, com algumas variações (os primeiros foram Bithisarea, Melchior e Gathaspa)".

"Os nomes atuais de Gaspar, Melchior e Baltazar, foi-lhes atribuído no século IX pelo historiador Agnello, em sua obra 'Pontificalis Ecclesiae Ravennatis'".

"Na Idade Média, eles foram até mesmo venerados como santos", diz.

"A cena dos magos adorando o Menino Jesus se tornou o tema favorito na arte dos baixos-relevos, miniaturas e vitrais", conclui.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Por que o Santo Nome de Jesus é celebrado em 3 de janeiro?

Stig Alenas | Shutterstock

Philip Kosloski - publicado em 03/01/23 - atualizado em 20/12/24

A festa do Santo Nome de Jesus, celebrada durante a época do Natal, está ligada ao evento bíblico da sua circuncisão. Descubra por quê!

Durante a época do Natal, o Rito Romano celebra a memória facultativa do Santo Nome de Jesus em 3 de janeiro, aproximadamente uma semana depois do Natal, pois relembra a circuncisão de Jesus.

No Evangelho de São Lucas, Ele recebe o seu nome no momento da circuncisão, oito dias após seu nascimento.

"Completados que foram os oito dias para ser circuncidado o menino, foi-lhe posto o nome de Jesus, como lhe tinha chamado o anjo, antes de ser concebido no seio materno".

São Lucas, 2,21

O rito estava de acordo com o costume judaico e foi seguido por Maria e José, os pais de Jesus.

Historicamente, o Rito Romano já celebrou uma variedade de festas para rememorar esta ocasião. Antes de 1962, por exemplo, era celebrada em 1º de janeiro a festa da circuncisão de Jesus. Além disso, já houve uma festa separadamente dedicada ao Santo Nome de Jesus, também celebrada em algumas datas diferentes ao longo do tempo.

Durante o século XIX, o Santo Nome de Jesus era celebrado no segundo domingo após a Epifania, e, no início do século XX, foi transferido para o domingo entre 2 e 5 de janeiro. Em 1962, a festa foi estabelecida em 2 de janeiro e, após o Vaticano II, desapareceu do calendário romano, sendo restabelecida em 3 de janeiro de 2002. Na época, 3 de janeiro era a data mais próxima de 1º de janeiro que não possuía memória obrigatória.

A festa do Santo Nome de Jesus, em suma, é uma bela celebração que recorda o poder do nome do Filho de Deus, bem como o evento bíblico da sua circuncisão.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Solenidade da Epifania do Senhor

Epifania do Senhor (Vatican News)

Os magos, representando aqueles que não receberam a Revelação, como a receberam os judeus, usaram suas inteligências, cultura, todos os recursos que possuíam e intuíram o nascimento do Messias através do surgimento de uma estrela com um brilho extraordinário, a estrela guia.

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

Celebramos, nesta festa, a abertura do Reino de Deus para todos os povos, para todos aqueles que possuem sentimentos de paz, que buscam fazer o bem e evitar o mal. Deus acolhe em sua casa todos os homens de boa vontade. É o redimensionamento da História da Salvação, ou melhor, é a plenificação de seus objetivos.

No presépio eram os pastores judeus a adorarem o Menino Jesus, a verem cumpridas as profecias da vinda do Messias, agora, representando toda a Humanidade, temos os Magos adorando o Redentor de todos os homens.

A festa da Epifania mostra a saída dos judeus do protagonismo da Economia da Salvação e tomada de posse do novo povo de Deus, ou seja, de todos aqueles que aceitam o Menino Deus, o Príncipe da Paz, como o Cristo Redentor!

Na primeira leitura, extraída do Livro de Isaías, temos o anúncio da manifestação a glória do Senhor sobre Jerusalém e a consequente vinda para ela dos outros povos, para também serem iluminados pela luz divina.

Como segunda leitura, temos um trecho da Carta de Paulo aos Efésios. Lá ele nos diz que essa glória que ilumina Jerusalém e atrai para ela os demais povos, é Jesus Cristo. Através dele todos os povos “são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo, são associados à mesma promessa”.

Já no Evangelho, São Mateus clarifica, com a vinda dos Magos, a atração dos povos pela luz que ilumina Jerusalém. E ela os conduz à casa da luz, à casa onde habita a Luz do Mundo, Jesus Cristo.

Paradoxalmente, São Mateus fala que os doutores da Lei, aqueles que deveriam possibilitar a Luz iluminar, não querem ser incomodados pela luz e preferem permanecer na escuridão.

Ao contrário, os magos, representando aqueles que não receberam a Revelação, como a receberam os judeus, usaram suas inteligências, cultura, todos os recursos que possuíam e intuíram o nascimento do Messias através do surgimento de uma estrela com um brilho extraordinário, a estrela guia. Por isso passaram a fazer parte do novo Povo de Deus, aceitando os ditames do Menino Deus, da aliança feita por ele através do derramamento de seu sangue, e vivendo o amor, o perdão, a simplicidade de vida, a generosidade, entre outros valores.

Nas festas de Natal demonstramos nosso poder aquisitivo na compra de presentes e no preparo de uma ceia faustosa, contudo a comida já foi para um lugar escuso e os presentes começaram a perder o seu valor e poderão ir parar nas mãos de quem não amamos. O tempo corrói! Mas as esmolas que demos, as visitas que fizemos, os moradores de rua que levamos para cear conosco, o tempo gasto com pessoas marginalizadas pela sociedade e também o tempo dedicado à oração foram contabilizados na economia da salvação, se transformaram em bens de eternidade, de acordo com os valores do grande rei, o menino que nasceu no presépio e morreu na cruz, após lavar os pés de seus discípulos.

Como foi o nosso Natal? Como encaramos as exigências da revelação? Se temos dificuldades, peçamos a intercessão da Virgem Maria e de São José para mudarmos o nosso modo de pensar e de agir. Sabemos que o velho e viciado modo de pensar e de agir fala mais alto na hora das decisões. A salvação não virá dos poderosos, nem do dinheiro, nem da sociedade consumista. Será de um coração despojado, fraterno, pobre, que confia em Deus e nele tem sua única riqueza que o Senhor se servirá para fazer o bem.

Como os Magos, desviemos nossa caminhada daquelas pessoas ou situações que nos afastam de Deus, que optam pelo Mal, que preferem o acomodamento à prática do bem.

A Igreja tem a missão de ser farol porque nela está a Luz Verdadeira. Como batizado faço parte da Igreja e a vela acesa que recebi logo após ter sido lavado no sangue de Jesus, me leva a manifestar a misericórdia de Deus a todos o homens, façam já parte da Igreja, ou ainda não.

Tenhamos a coragem de romper com os vícios do passado e vivamos a autenticidade do Evangelho.  Permitamos que o Senhor faça sua Epifania através de nós, como a fez através de Teresa de Calcutá e de tantos homens e mulheres de todos os tempos. É preciso coragem! Coragem! Ele venceu o mundo!

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Dom Paulo Cezar publica Decreto sobre Igrejas Jubilares para o Ano Santo de 2025

Ano Santo de 2025 (Arqbrasilia)

Nesta sexta-feira, 03 de janeiro, o Cardeal Arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa, publicou um decreto oficializando as Igrejas Jubilares na Arquidiocese de Brasília, no contexto do Jubileu Ordinário de 2025, conforme a bula Spes non confundit proclamada pelo Papa Francisco.

03 de janeiro de 2025

O documento marca o início das preparações para o Ano Santo, com o objetivo de renovar a esperança cristã e promover um encontro pessoal com o Senhor.

As Igrejas designadas como Jubilares são a Catedral Metropolitana de Brasília Nossa Senhora Aparecida e a Basílica Menor de São Francisco de Assis. Estas serão os principais destinos de peregrinação para os fiéis da Arquidiocese e oferecem a oportunidade de obter indulgências plenárias, um dos grandes benefícios espirituais deste evento.

O decreto destaca a importância de preparar espiritualmente os fiéis para o Ano Santo. De acordo com o Artigo 2º, as paróquias deverão organizar celebrações e catequeses especiais baseadas na mensagem de esperança da bula papal. Esse esforço busca fortalecer a espiritualidade dos fiéis e aprofundar a compreensão do jubileu, que, segundo a bula Spes non confundit, é um convite para os cristãos se reconciliarem com a fé, refletindo sobre as dificuldades enfrentadas e buscando sempre a esperança.

Além disso, o decreto autoriza a organização de peregrinações paroquiais e arquidiocesanas, conforme disposto no Artigo 3º, que incentiva a participação ativa de todas as comunidades religiosas e movimentos eclesiais. A participação nessas peregrinações será uma vivência intensa da graça jubilar e da renovação da esperança cristã.

Outro ponto importante do decreto é a disponibilização de horários especiais para confissões e celebrações eucarísticas, especialmente nos períodos de maior afluência de peregrinos. Isso visa facilitar o acesso dos fiéis aos sacramentos essenciais para a vivência plena do jubileu.

A indulgência plenária será concedida aos fiéis que, cumprindo as condições habituais, como confissão sacramental, comunhão eucarística e oração pelas intenções do Papa, realizarem a peregrinação ou participarem devotamente das celebrações litúrgicas. Além disso, o decreto enfatiza a prática de caridade e obras de misericórdia como um testemunho do espírito jubilar, incentivando os fiéis a estenderem sua fé à solidariedade com os necessitados.

Com esta iniciativa, a Arquidiocese de Brasília se prepara para um Ano Santo de profunda renovação espiritual, convidando todos os fiéis a experimentarem a graça de um jubileu que reforça a esperança cristã como força essencial para a vida do cristão no mundo atual.

Clique aqui e confira o Decreto

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

A democracia tem futuro?

Presente e futuro da democracia (Clic Folha)

A DEMOCRACIA TEM FUTURO?

Dom Lindomar Rocha Mota
Bispo de São Luís de Montes Belos (GO)

As Democracias, geralmente, não decaem pela luta nem são feridas pela força, anuviam-se, na maioria das vezes, sob os aplausos! Entretanto, os aplausos à sua desqualificação são construídos pouco a pouco. Rastejam por entre as democracias, que são sistemas difíceis pela necessidade que tem de conciliar os contrários, por isso, também, o mais desejável.

O modo sorrateiro dos ataques a ela, como nos alerta os autores do livro How Democracies Die (Como morrem as democracias), são enumerados e nos explicam como eles a atacam. Esses ataques sorrateiros “são adotados sob o pretexto de diligenciar algum objetivo público legítimo – e mesmo elogiável -, como combater a corrupção, ‘limpar’ as eleições, aperfeiçoar a qualidade da democracia ou aumentar a segurança nacional”. Assim, isoladamente esses atos parecem ser inocentes e benfazejos, mas juntos e na boca de tiranos visam promover a derrocada da Democracia.

Um outro elemento que me vem à mente é a certeza que o autocrata (aquele que detesta a democracia) tem de que os seus fracassos no governo, porque a maioria chegou ao poder de maneira legítima e fracassam, é o fato de seus adversários não o deixarem fazer e agir segundo os seus propósitos. Essa é uma fé que o autocrata deve ter para que consiga êxito em sua empreitada.

Como a democracia é um jogo de peso e contrapeso, logo se alardeia que também as instituições legítimas do Estado são inimigas. Essas ideias, dominantes entre os autocratas, espalha-se também para uma parcela significativa da população, que começa a enxergar na democracia e na alternância de poder, que é um de seus elementos básicos, um inimigo declarado.

É certo que depois do abalo da mais longeva democracia do Ocidente moderno, nos rendemos conta que a Constituição, por si só, não a protege. Tanto nos Estados Unidos, que penaram recentemente nas mãos virulentas de Donald Trump, e que se preparam para o seu retorno triunfal; quanto na subversão constante que o poder legislativo vem fazendo na Constituição brasileira, demonstram sua ineficácia, enquanto texto.

Então surge o seguinte problema- se o interesse dos que estão postos como guardiões da Democracia não a estimam e se a própria Constituição não tem a força necessária para defendê-la, como poderá a Democracia sobreviver?

Há, ainda, outro elemento pernicioso nas Democracias em desenvolvimento: o excesso de privilégio dos seus guardiões. Nas múltiplas esferas do poder, quando se trata de aumentar o ganho e as vantagens de seus membros, privilégios estendidos para a sua prole, o acordo é imediato. Parece ter uma combinação geral para justificar vantagens das mais absurdas, como auxílio moradia, alimentação e até paletó, para indivíduos que ganham dezenas de milhares de Reais. Historicamente sabemos que o excesso de regalias e privilégios nunca terminou bem na política. Estaria, assim, o povo sendo representado por seus inimigos?

Voltando às duas questões anteriores, no âmbito nacional, e considerando que, se os indivíduos que estão no poder não estimam a democracia, então deveriam ser substituídos, mas essa substituição esbarra em uma trapaça! Nela, o povo é levado a crer que fará escolha entre o bem e o mal; assim, os inimigos da democracia subvertem o objeto real da política e desvia o olhar da nação para questões privadas ou secundárias, e evolvem, neste mixtum compositum, as instituições que o povo preza. No fim, sempre que eles percebem algum risco para suas próprias posições, aceitam engrossar a fileira dos mandatários, mas eles mesmos não cogitam deixar o poder.

Na vida ordinária, quando o indivíduo está descontente com os seus rendimentos ele abandona o antigo emprego, e, segundo a sua capacidade, buscará outro que lhe pagará melhor. Para esses agentes de Estado, essa não parece ser uma alternativa, preferindo, eles, subverter as regras da justiça pública para aumentar os seus ganhos. Difícil dizer se há diferença entre os agentes públicos, neste quesito.

Por outro lado, podemos partir do princípio que os indivíduos não são bons nem maus, em sua origem. As oportunidades e os contextos é que os leva a inclinar-se para um lado ou para o outro.

Já dizia Rudolf von Ihering: o delinquente é um calculador. Ele vai calcular o risco que corre ao atacar os bens públicos e a Democracia. Verá as suas vantagens e agirá segundo os seus interesses.

O povo, que tem múltiplos inimigos, não pode se dividir. Deve ter um foco na melhoria da Nação como um todo. Para isso, deverá substituir continuamente aqueles a quem confiou o poder. Não deve perder-se em querelas arranjadas para mascarar os seus problemas reais. Devem se concentrar no quanto o País, os Estados e os municípios estão fazendo para enriquecer a população (não somente a alguns); como está sendo gasto o dinheiro do trabalho de cada um, recolhido como impostos; o aumento de impostos não deve ser suportado, se não para equilibrar a justiça como equidade, e que seja suficientemente claro à sociedade que ele irá melhorar a vida de todos ou da maioria.

Por fim, o povo deve ter uma repulsa total a qualquer solução milagrosa ou que proponha cortar caminho para retirar o poder de suas mãos. Excluindo, agora, a grande premissa acima, voltemos ao futuro da democracia. Por mais paradoxal que pareça e democracia tem sim um futuro. Decerto, não esta democracia que ora respiramos, mas uma democracia aperfeiçoada.

Sabemos com muita clareza, na ciência política, que a democracia representativa, aquela onde se delega a decisão aos representantes, é um momento imperfeito e transitório da democracia, ela deverá avançar para o seu cumprimento.

Neste delegar de poderes dos últimos duzentos anos os agentes públicos se apossaram das decisões e geraram para si mesmos estabilidade, e é essa estabilidade que deverá ser rompida em breve. Na democracia aperfeiçoada o povo colocará e tirará qualquer um do exercício do poder não apenas por corrupção ou delinquência, mas por incompetência, indolência e prevaricação.

No futuro da democracia está a capacidade do povo de estabelecer metas e exigir de seus trabalhadores a sua execução, devendo esse mesmo trabalhador ir cuidar de suas coisas e se retirar desse encargo quando sentir que não tem a capacidade de desempenhá-lo.

Haverá uma série de regras para quem aceitar um cargo em nome do povo, mesmo quando eleito. A começar pelo salário que for prometido para o exercício do cargo, ele será vigiado pelo povo e nada mais poderá ser acrescentado a quem aceitar o serviço! As condições serão claras como no setor privado. Caso o cidadão não aceite o cargo voltará para o setor privado, onde se espera que tenha suficiente competência para sobreviver.

A regra do salário para os servidores públicos será determinada pela regra do piso mínimo e não mais pelo salário da suprema corte, que por terem cargos vitalícios são, agora os escolhidos para definir os próprios salários, com reflexo em todo o funcionalismo público.

A regra do piso inferior e dos critérios claros e invioláveis dos salários, obrigará um esforço de todos para o enriquecimento da população, pois seu salário só aumentará se o mínimo, que pode ser mais bem definido se calculado por hora trabalhada, subir. Ajustando assim a teoria econômica de que, quem reparte o bolo pega por último.

É aconselhável também que nenhum salário do funcionalismo público supere dez vezes o salário-mínimo. Isso é importante, porque cada vez que um indivíduo se afasta economicamente mais que esse valor do povo ele perde o contato com a realidade, tornando-se incapaz de intuir as necessidades do coletivo. O valor limite é suficiente para atrair pessoas jovens, relevantes e atuais, embora possa parecer desprezível para advogados de grandes escritórios, coronéis de famílias “tradicionais” e lobistas.

O povo poderá, segundo as suas necessidades, autorizar em investimento de pessoal, de universidades privadas, e pessoas capazes de pensar e fazer inovação, mas estes não serão parte dos servidores públicos, e, embora possam receber salários superior ao que foi estabelecido, prestará serviço ao Estado, mas não será servidor do povo nem terá estabilidade.

Por fim, aquele dito que alude: fora da política não tem saída, deve tornar-se um epitáfio, pois quem o declama confunde a democracia com o sistema que ora se opera. O que é incorreto! Pois acaba dizendo que a mudança não é possível. Entretanto, o tempo é de mudança! Este modo de fazer política deve morrer, ou aniquilará a democracia.

A democracia, embora esteja sofrendo no momento, retornará. Para o povo não há alternativa, ou ele toma os caminhos das decisões ele mesmo, ou terá que entregar a pessoas e grupos o seu destino, e isso nunca acabou bem até agora.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Papa: o amor de Deus é poderoso, vamos dizer "sim" à vida!

Angelus de 05 de janeiro de 2025 - Papa Francisco (Vatican News)

Sob garoa, diante de milhares de fiéis na Praça São Pedro, Francisco afirmou que o Ano jubilar nos pede para sermos mensageiros de esperança com simples, mas concretos “sins” à vida. "Façamo-lo todos: este é o caminho da salvação!"

Bianca Fraccalvieri - Vatican News

O primeiro capítulo de João (cfr Jo 1,1-18) inspirou a alocução do Papa Francisco no Angelus do primeiro domingo de 2025. Ao falar de Jesus, o Evangelho diz que "a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam". Isto é, recorda quanto é poderoso o amor de Deus, que não se deixa vencer por nada e que, para além de obstáculos e rejeições, continua a resplandecer e a iluminar o nosso caminho.

É o que vemos no Natal, quando o Filho de Deus, feito homem, supera muros e divisões. Enfrenta o fechamento da mente e do coração dos “grandes” do seu tempo, preocupados mais em defender o poder do que em buscar o Senhor. Compartilha a vida humilde de Maria e José, que o acolhem e crescem com amor, mas com as dificuldades de quem não tem meios. 

Diante destes e de tantos outros desafios, disse o Pontífice, Deus jamais desiste: encontra mil maneiras para chegar a todos e a cada um de nós onde quer que estejamos, sem cálculos nem condições, abrindo, mesmo nas janelas mais obscuras da humanidade, janelas de luz.

"É uma realidade que nos consola e que nos dá coragem, especialmente num tempo como o nosso, onde há tanta necessidade de luz, de esperança e de paz, onde os homens às vezes criam situações tão complicadas, que parece impossível sair delas. Hoje, a Palavra de Deus nos diz que não é assim: ou melhor, nos chama a imitar o Deus do amor, abrindo feixes de luz onde quer que possamos, com todos que encontramos, em todos os contextos: familiar, social, internacional." 

Não tenhamos medo!

O convite de Deus, prosseguiu o Papa, é para não ter medo de fazer o primeiro passo, escancarando janelas luminosas de proximidade a quem sofre, de perdão, de compaixão e de reconciliação, para tornar o caminho mais claro, seguro e possível para todos.

"E este convite ressoa de modo especial no Ano jubilar há pouco iniciado, solicitando-nos a ser mensageiros de esperança com simples, mas concretos “sins” à vida, com escolhas que trazem vida. Façamo-lo todos: este é o caminho da salvação!"

Aos fiéis presentes na Praça São Pedro, o Pontífice dirigiu alguns questionamentos: de que modo posso abrir uma janela de luz no meu ambiente e nas minhas relações? Onde posso ser um feixe que deixa passar o amor de Deus?

"Que Maria, estrela que guia a Jesus, nos ajude a ser para todos testemunhas luminosas do amor do Pai."

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

O Papa: "catástrofe educativa", 250 milhões de crianças não têm instrução

Pelo direito à educação (Vatican News)

Na mensagem de vídeo da intenção de oração para o mês de janeiro, Francisco afirma que "todas as crianças e os jovens têm direito a ir à escola, não importa a sua situação migratória. A educação é uma esperança para todos". "Rezemos para que os migrantes, os refugiados e as pessoas afetadas pela guerra vejam sempre respeitado o seu direito à educação, necessária para construir um mundo mais humano", diz o Papa.

Vatican News

"Pelo direito à educação" é a intenção de oração do Papa Francisco para este mês de janeiro.

Na mensagem de vídeo, divulgada nesta quinta-feira (02/01), o Santo Padre diz que "hoje vivemos uma 'catástrofe educativa'”.

“E não é exagero. Por causa das guerras, das migrações e da pobreza, cerca de 250 milhões de crianças não têm instrução.”

Na verdade, as crianças e jovens que migram ou se deslocam devido às guerras interrompem o seu processo educativo devido à necessidade de abandonar a sua terra natal. Em muitos casos, as escolas em áreas de conflito ou os campos de refugiados têm um acesso muito limitado a materiais educativos, infraestruturas adequadas e docentes bem preparados.

Além disso, quando as crianças e os jovens se mudam para outros países ou regiões, a sua condição de migrantes pode impedi-los de ter acesso ao sistema de ensino e, consequentemente, a um futuro melhor.

“Todas as crianças e os jovens têm direito a ir à escola, não importa a sua situação migratória. A educação é uma esperança para todos: pode salvar os migrantes, os refugiados da discriminação, das redes de delinquência e da exploração... Tantos menores explorados. E ajudá-los a integrarem-se nas comunidades que os acolhem.”

A Igreja na linha de frente

Crianças e adolescentes que fogem dos conflitos ou da pobreza são os protagonistas das imagens que acompanham as palavras de Francisco. O Vídeo do Papa deste mês testemunha o compromisso da Igreja na linha de frente para lhes garantir a educação, mesmo nos contextos mais complicados.

Há centros educativos promovidos pela Fundação italiana AVSI sem fins lucrativos para crianças refugiadas – a maioria, da Síria – na Jordânia e no Líbano. Há escolas salesianas em Palabek, em Uganda, onde 60% dos migrantes provenientes do Sudão do Sul têm menos de 13 anos. Há o Instituto Madre Assunta, em Tijuana, na fronteira entre o México e os Estados Unidos, dirigido pela família scalabriniana, frequentado por menores provenientes de vários países da América Latina. Há o compromisso, em diversos continentes, do Serviço Jesuíta para Refugiados (JRS), presente também no Este do Chade, junto de gerações inteiras nascidas e criadas nos campos de refugiados. Há os voluntários da Associação Papa João XXIII, que acompanham nos estudos os menores chegados à Grécia e à Itália através das rotas migratórias. E não faltam os esforços das organizações internacionais, como o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), presente com projetos educativos em vários países de acolhimento. Por essa razão, nos últimos anos, muitas crianças que fugiram da guerra na Ucrânia puderam aprender idiomas nos países onde residem.

“A educação abre-nos as portas a um futuro melhor. E assim, os migrantes e refugiados podem contribuir para a sociedade, seja no seu novo país, seja no seu país de origem, se decidirem regressar. E não nos esqueçamos nunca de que quem acolhe um estrangeiro, acolhe Jesus. Rezemos para que os migrantes, os refugiados e as pessoas afetadas pela guerra vejam sempre respeitado o seu direito à educação, necessária para construir um mundo mais humano.”

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF