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segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

A esperança como sabedoria

A esperança não decepciona | YouTube

A ESPERANÇA COMO SABEDORIA 

Dom Carlos Romulo

Bispo de Montenegro (RS)

A vida cristã é um caminho, mas que precisa de momentos fortes para nutrir e robustecer a esperança, momentos que permitem vislumbrar a meta, que é o encontro com o Senhor Jesus. Neste caminho, vamos fazendo a experiência do encontro com a misericórdia de Deus. 

Nós estamos vivendo a experiência do Ano Jubilar, que celebra 2025 anos do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Nos dias de hoje, como em todos os tempos, é sabedoria proporcionar a cada pessoa um caminho de esperança. Não uma vaga esperança, mas um encontro com a Aquele, como nos diz São Paulo Apóstolo, “Cristo Jesus que é a nossa esperança” (1Tm 1,1). 

A esperança é sabedoria, pois é o impulso que nos permite dar um passo. Por isso, faz parte do Ano Jubilar a experiência da peregrinação, pois peregrinar é percorrer um caminho. Sobre isto, o Papa Francisco nos fala sobre a peregrinação: Não é por acaso que peregrinação representa um elemento fundamental de todo o evento jubilar. Pôr-se a caminho é típico de quem anda à procura do sentido da vida. A peregrinação a pé favorece muito a redescoberta do valor do silêncio, do esforço, da essencialidade” (Spes non confundit, n. 5). 

Portanto, despertar no coração humano a esperança, é uma sabedoria, pois ela nos faz caminhar, vislumbrar uma saída, em meio aos desafios do cotidiano, pois, “a esperança não decepciona” (Rm 5,5). Vamos acolher as propostas de peregrinação que nossa Diocese, e cada paróquia vai oferecer ao longo deste ano de 2025. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Papa escreve a Trump: EUA sejam terra de acolhimento para todos

Os preparativos em Washington para a cerimônia de posse de Trump como 47º presidente dos EUA  (REUTERS)

Mensagem de Francisco ao 47º presidente dos Estados Unidos por ocasião de sua posse: “É minha esperança que, sob sua liderança, o povo americano se esforce sempre por construir uma sociedade mais justa, onde não haja espaço para ódio, discriminação ou exclusão”. O Pontífice reza para que Deus guie os esforços do líder republicano pela paz e reconciliação.

Vatican News

“Inspirado pelos ideais da nação, terra de oportunidades e acolhimento para todos, espero que, sob sua liderança, o povo americano prospere e se empenhe sempre na construção de uma sociedade mais justa, onde não haja espaço para ódio, discriminação ou exclusão”. Esses são os votos que o Papa Francisco enviou a Donald Trump no "Inauguration Day", o dia do juramento como 47º presidente dos Estados Unidos.

Esforços pela paz

Na mensagem, Francisco envia sua saudação e assegura suas orações para que Deus conceda ao novo presidente “sabedoria, força e proteção no exercício de suas altas funções”. Olhando para os “inúmeros desafios” que a família humana enfrenta atualmente, em primeiro lugar “o flagelo da guerra”, o Papa pede “a Deus – escreve – que guie seus esforços na promoção da paz e da reconciliação entre os povos”.

A cerimônia

Trump retorna, portanto, à Casa Branca para um segundo mandato (o primeiro foi em 2016) após a eleição de novembro de 2024. A cerimônia de transição de governo com Joe Biden ocorrerá por volta do meio-dia (horário local, cerca de 18h na Itália) na Rotunda do Capitólio, com a presença de líderes mundiais e grandes nomes do setor de tecnologia. Antes de Trump, fará o juramento o vice-presidente, JD Vance.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Sebastião

São Sebastião (A12)
20 de janeiro
Localização: França (Narbona)
São Sebastião

Sebastião nasceu em Narbona, França, em 256, num lar cristão. Ainda pequeno, a família mudou-se para Milão, na Itália, onde ele cresceu e estudou. Sebastião seguiu a carreira militar do pai. No exército romano, chegou por méritos a ser Capitão da primeira coorte da guarda pretoriana, ou seja, do próprio imperador Dioclesiano, que muito o estimava, sem saber que ele era cristão.

Embora fidelíssimo nas obrigações do exército, Sebastião não participava das manifestações idólatras aos deuses pagãos nem das perseguições, prisões e execuções dos cristãos; antes, discretamente, a eles visitava levando ânimo e conforto nas provações, protegendo-os quando possível. Seu cargo permitia também acesso a muitos lugares e pessoas, do que ele se utilizava para fazer profícuo apostolado.

Identificado e denunciado como cristão, compareceu ao julgamento do imperador, que procurou dissuadi-lo da Fé, com promessas e depois ameaças. Resistindo Sebastião, foi condenado a morrer flechado, como punição exemplar. Abandonado pelos soldados e dado como morto, Sebastião foi encontrado ainda vivo, à noite, amarrado a um tronco e cravado de flechas por (Santa) Irene. Ela, viúva do mártir Cástulo, que procurava o seu corpo para lhe dar sepultura, o levou para sua casa e o tratou.

Depois de curado, Sebastião corajosamente apresentou-se ao imperador, reprovando-lhe a iniquidade da perseguição aos cristãos. Dioclesiano, estupefato e enraivecido, novamente o condenou à morte, por espancamento com bolas de chumbo. O martírio aconteceu a 20 de janeiro de 288, e seu corpo foi jogado nas fossas do esgoto de Roma, para não ser encontrado.

Porém Santa Luciana conseguiu resgatá-lo e o sepultou nas catacumbas, e posteriormente o imperador Constantino mandou construir uma basílica em sua homenagem em local próximo, junto à Via Appia. Nesta época Roma foi assolada pela peste, que desapareceu quando do translado das relíquias do mártir. Desde então São Sebastião é venerado como protetor contra a peste, a fome e a guerra, sendo um dos santos mais conhecidos no Ocidente (mas sua memória também é cultuada na Igreja Ortodoxa).

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Sebastós, nome de origem grega, significa divino, venerável; o que é perfeitamente adequado à grandeza da vida de morte de São Sebastião. Militou ele tanto no exército regular quanto no exército de Cristo, cumprindo sempre o seu dever, mas respeitando a hierarquia correta, como ensina São Pedro – “É preciso obedecer antes a Deus do que aos homens” (At 5,29).

Oração:

Ó Deus dos Exércitos, que combateis o erro e o pecado, dai-nos a graça da intercessão, e a coragem, de Vosso glorioso Capitão, São Sebastião, para que saibamos obedecer à divina ordem de confortar os irmãos nas suas necessidades e denunciar sem respeitos humanos os erros deste mundo. Por Jesus Cristo Nosso Senhor, Vosso Filho obediente até a morte de Cruz, e Nossa Senhora, poderosa como um exército em linha de batalha. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

domingo, 19 de janeiro de 2025

CRISTANDADE: «A fé exige»

Último encontro de Dom Giussani com João Paulo II, Praça de São Pedro, 30 de maio de 1998 | 30Giorni

Arquivo 30Giorni nº. 01 - 2008

«A fé exige»

No dia 22 de fevereiro de 2008 assinala-se o terceiro aniversário da morte de Dom Luigi Giussani. Recordando-o com gratidão e esperança, publicamos algumas de suas frases sobre oração. Todos poderiam ser resumidos na expressão de Santo Agostinho: “O que a lei ordena, a fé exige”

Algumas frases de Dom Luigi Giussani sobre a oração no terceiro aniversário de sua morte

Ao grito desesperado do pastor Brand na peça homônima de Ibsen ("Responde-me, ó Deus, na hora em que a morte me engole: não é toda a vontade de um homem suficiente para alcançar uma única parte da salvação?") responde a humilde positividade de Santa Teresa do Menino Jesus que escreve: «Quando sou caridoso, só Jesus age em mim».

Tudo isto significa que a liberdade do homem, sempre implicada pelo Mistério, tem na oração a sua forma de expressão suprema e incontestável. Por isso a liberdade surge, segundo a sua verdadeira natureza, como questão de adesão ao Ser, portanto a Cristo. Palavras pronunciadas diante de João Paulo II, Roma, Praça de São Pedro, 30 de maio de 1998 É Cristo [a] presença que salva. Portanto cabe a nós perguntar: a “questão da presença de Cristo em cada situação e ocasião da vida”: toda ascese pode ser resumida nesta palavra do Papa. O trabalho do movimento. A fraternidade de comunhão e libertação, São Paulo, Cinisello Balsamo (Milão) 2002, p. 177 E a ascese é precisamente isto: que a questão da presença de Cristo em todas as situações da vida se torne familiar para nós, apesar de tudo: para Cristo, a presença que salva. Temos que caminhar sem parar de perguntar. Em busca do rosto humano. Contribuição para uma antropologia , Rizzoli, Milão 1995, p. 92 «A questão da presença de Cristo em cada situação e ocasião da vida» – é uma frase do Papa –, isto é ascetismo. Que a questão da presença de Cristo em cada situação e ocasião da vida se torne familiar em nós, isto é ascetismo. O trabalho do movimento. A fraternidade de comunhão e libertação, São Paulo, Cinisello Balsamo (Milão) 2002, p. 176 «Entre dizer e fazer há um mundo de diferença». Foi uma das primeiras manchetes dos nossos raios no primeiro ano em Berchet: “Entre dizer e fazer há uma diferença”. Em vez disso, há outra fórmula, que é quase a mesma – quase a mesma em palavras –: “Entre dizer e fazer está o perguntar”. É possível (mesmo?!) viver assim? , Bur, Milão 1996, p. 377 Então a força da pergunta é o outro que está presente, não você. Esta é a diferença entre toda a grandeza de alma do homem – tanto epicurista como estóico, segundo as diversas versões – e a cristã. Para o homem normal o que importa é o que ele é capaz de fazer, capaz de superá-lo (estóico ou epicurista). E para o cristão... ele é como uma criança: fica todo tenso na presença da mãe, do pai, do outro. É a força de Deus Uma presença mutável , Bur, Milão 2004, p. 122 Este é o trabalho?

Certo; onde se entende que o trabalho, em última análise, é oração, ou seja, é uma pergunta: o pedido a Deus para que você se recomponha, para que você se equilibre, para que seus olhos voltem a ser claros, para que dê força ao seu coração. Então você entende que ler os salmos das Laudes, da Meia-Noite, das Vésperas e das Completas, ler os salmos com atenção renova tudo em você, serve para renovar tudo em você.

Mosaico da Catedral de Monreale, Palermo, século XII; Jesus cura a mulher com hemorragia em particular | 30Giorni

Ele [Jesus] é o destino, porque é Deus, que passa pela proposta e pela indicação que dá à sua liberdade, é o destino que se submete à sua liberdade, que te ama tanto a ponto de se condicionar à sua liberdade. E não à sua liberdade como acontecimento heróico, porque diante da escolha do destino o tema é tal que obrigaria a imaginação a fazer um gesto heróico: a liberdade, a escolha da liberdade (e todos, aliás, bombeiam essa coisa aqui em cima!). Mas não: Jesus é o destino que indica e se propõe à tua liberdade no seu aspecto mais infantil, mais ingênuo e bom, mais elementar, que é o choro ou o pedido. A atratividade de Jesus , Bur, Milão 1999, p. 290 Devemos pedir a força do Pai, a força de Deus. A força de Deus é um homem, a misericórdia de Deus tem um nome na história: Jesus Cristo, diz o Papa na encíclica que citei. Devemos pedir por Jesus! “Vem, Senhor Jesus. Vem, Senhor” é o grito que resume toda a história humana, a história da relação entre o homem e Deus na Bíblia. Vá e pegue a Bíblia, na última página as últimas palavras são estas: “Vem, Senhor”. Temos que orar. É uma mendicância, não é uma força, mas a extrema fraqueza, a expressão extrema da consciência da fraqueza que está dentro de nós. A consciência da nossa fraqueza torna-se mendicância. A mendicância é a última possibilidade de força adequada ao nosso destino, torna o homem adequado ao destino. Normalmente é chamado de oração. Evento de liberdade. Conversas com jovens universitários , Marietti, Gênova 2002, p. 56 Então a questão também é um milagre? É claro que ninguém pode dizer “Senhor Jesus” exceto no Espírito. É como se alguém afirmasse estar – pelo menos em três fios de cabelo – sozinho. Nem um fio de cabelo! Não dá para adicionar um único fio de cabelo na cabeça (sim, pode usar Pantène , mas não adianta!). O verdadeiro problema é que a procura já é um milagre. É o primeiro caminho da coerência, da autorrealização, da própria liberdade. Orar é um milagre e devemos aceitar o milagre. A atratividade de Jesus , Bur, Milão 1999, p. 216

Fonte: https://www.30giorni.it/

Quatro países da América Latina estão em lista de lugares em que ser cristão pode custar a vida

Lista Mundial de Perseguição 2025. | Open Doors

Quatro países da América Latina estão em lista de lugares em que ser cristão pode custar a vida.

Por Andrés Henríquez*

17 de janeiro de 2025

O grupo evangélico Open Doors (Portas Abertas), organização que atende cristãos perseguidos, publicou sua Lista Mundial de Perseguição 2025 com os 50 países mais perigosos do mundo para os cristãos, onde “seguir a Cristo pode custar a sua vida”.

Há quatro países latino-americanos na lista: Cuba (26ª posição), Nicarágua (30ª posição), México (31ª posição) e Colômbia (46ª posição). Os dados foram coletados entre 1º de outubro de 2023 e 30 de setembro do ano passado.

Marco Cruz, diretor da Open Doors Latin America, diz que mais de 400 pessoas trabalham, direta ou indiretamente, na composição da lista, que é publicada há mais de 30 anos. A investigação é auditada pelo Instituto Internacional para a Liberdade Religiosa, para garantir “a qualidade e transparência do processo e dos resultados”.

“A maioria dos nossos irmãos na América Latina não conhece a situação de perseguição no nosso continente”, disse Cruz. “É uma surpresa quando falamos de países de maioria cristã, como o México, que é um país livre, mas há regiões onde há forte perseguição aos cristãos, especialmente nas comunidades indígenas e onde operam os traficantes de drogas”.

Cruz falou também sobre o aumento do número de cristãos perseguidos no mundo em relação a 2023. Atualmente, a organização diz que pelo menos 380 milhões de pessoas são perseguidas por causa da sua fé, um em cada sete cristãos sofre violência, discriminação e perseguição. O último número registrado foi de 365 milhões de pessoas.

“Outro ponto importante foi o aumento da violência contra cristãos nos países da Ásia Central”, disse Cruz.

“A Coreia do Norte está na primeira posição no ranking da Lista Mundial de Perseguição 2025. Segundo nossa investigação, a Coreia do Norte obteve 98 pontos (de 100 possíveis) em termos de perseguição. O governo controla tudo, você não pode ser cristão na Coreia do Norte”.

Cruz diz também que pelo menos 400 mil pessoas praticam secretamente a fé cristã na Coreia do Norte. Entre 50 mil e 70 mil dessas pessoas estão presas em campos de trabalhos forçados, muitas delas traídas por suas próprias famílias, que são bombardeadas pela propaganda estatal.

Os outros nove países da lista são: Somália, Iêmen, Líbia, Sudão, Eritreia, Nigéria, Paquistão, Irã e Afeganistão. Cruz falou sobre a presença do Quirguistão na 47ª posição, depois de não constar da lista do ano passado.

Segundo estimativas da Open Doors, quase 4,5 mil cristãos foram mortos no ano passado por causa da sua fé em Jesus, pelo menos 4,7 mil foram presos sem julgamento e mais de 40 mil foram atacados física e psicologicamente. Na Nigéria ocorreram 69% dos assassinatos de cristãos no mundo, especialmente pela ação de grupos radicais islâmicos da etnia fulani.

Open Doors diz também que cerca de 7,7 mil igrejas e outras propriedades cristãs foram atacadas no mesmo período e quase 140 mil cristãos foram forçados a abandonar suas casas ou seu país de origem.

*Andrés Henríquez é um jornalista venezuelano especializado em religião e política. Mais de 5 anos de experiência em meios bilingues. É membro da Federação Regnum Christi.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/60925/quatro-paises-da-america-latina-estao-em-lista-de-lugares-em-que-ser-cristao-pode-custar-a-vida

Fazei Tudo o que Ele vos Disser

Cardeal Dom Paulo Cezar Costa - Arcebispo de Brasília (arqbrasilia)

Fazei Tudo o que Ele vos Disser

19 de janeiro de 2025

Estamos vivendo o Ano Jubilar, no qual somos convidados, como discípulos de Jesus Cristo, a ouvir o que Maria nos manda: “Fazei tudo o que ele vos disser”. Isso deve ser o nosso programa de vida. Papa Francisco nos ajuda a entrar no mistério da festa de casamento. Diz ele: “No domingo passado, com a festa do Batismo do Senhor, demos início ao caminho do tempo litúrgico chamado ‘comum’: o tempo em que seguimos Jesus na sua vida pública, na missão para a qual o Pai o enviou ao mundo. No Evangelho de hoje (cf. Jo 2,1-11), encontramos a narração do primeiro milagre de Jesus. O primeiro destes sinais prodigiosos decorreu na aldeia de Caná, na Galileia, durante a festa de um matrimônio. Não é por acaso que, no início da vida pública de Jesus, haja uma cerimônia nupcial, porque n’Ele Deus se uniu à humanidade: é esta a boa nova, embora quantos o convidaram ainda não saibam que à sua mesa está sentado o Filho de Deus e que o verdadeiro esposo é Ele. Com efeito, todo o mistério do sinal de Caná se funda na presença deste esposo divino, Jesus, que começa a revelar-se. Jesus manifesta-se como o esposo do povo de Deus, anunciado pelos profetas, e revela-nos a profundidade da relação que nos une a Ele: é uma nova Aliança de amor.

No contexto da Aliança, compreende-se plenamente o sentido do símbolo do vinho, que está no centro deste milagre. Precisamente quando a festa chega ao ápice, acaba o vinho; Nossa Senhora dá-se conta disto e diz a Jesus: ‘Não têm vinho’ (v. 3). Porque teria sido desagradável continuar a festa com água! Uma má figura para aquelas pessoas. Nossa Senhora dá-se conta e, dado que é mãe, vai ter imediatamente com Jesus. As Escrituras, especialmente os Profetas, indicavam o vinho como elemento típico do banquete messiânico (cf. Am 9,13-14;Jl 2,24; Is 25,6). A água é necessária para viver, mas o vinho exprime a abundância do banquete e a alegria da festa. Uma festa sem vinho? Não sei… Transformando em vinho a água das ânforas utilizadas ‘para a purificação ritual dos judeus’ (cf. v. 6) — era o costume: antes de entrar em casa, purificar-se —, Jesus realiza um sinal eloquente: transforma a Lei de Moisés em Evangelho, portador de alegria.

E, agora, contemplemos Maria: as palavras que Maria dirige aos servos coroam o quadro esponsal de Caná: ‘Fazei o que Ele vos disser!’ (v. 5). Também hoje Nossa Senhora diz a todos nós: ‘Fazei o que Ele vos disser!’. Estas palavras são uma herança preciosa que a nossa Mãe nos deixou. E de fato em Caná os servos obedeceram. ‘Disse-lhes Jesus: ‘Enchei as vasilhas de água’. Eles encheram-nas até em cima. Então ordenou-lhes: ‘Tirai agora e levai ao chefe de mesa’. E eles assim fizeram’ (vv. 7-8). Nestas bodas, foi deveras estipulada uma Nova Aliança e, aos servos do Senhor, isto é, a toda a Igreja, foi confiada a nova missão: ‘Fazei o que Ele vos disser!’. Servir o Senhor significa ouvir e praticar a sua palavra. É a recomendação simples, essencial, da Mãe de Jesus, é o programa de vida do cristão”. […] (Papa Francisco, Angelus de 20 de janeiro de 2019).

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Pizzaballa, apelo para retomar as peregrinações à Terra Santa

Peregrinos na Terra Santa (Vatican News)

O cardeal patriarca de Jerusalém dos Latinos e o custódio padre Patton convidam os peregrinos a retornarem aos locais sagrados após quinze meses de ausência devido ao conflito em Gaza: é uma forma de fortalecer a fé e, ao mesmo tempo, ajudar os cristãos locais.

Roberto Cetera - Jerusalém

Na manhã deste sábado, 18 de janeiro, na pequena praça em frente ao Santo Sepulcro, o patriarca de Jerusalém dos Latinos, cardeal Pierbattista Pizzaballa, e o custódio da Terra Santa, padre Francesco Patton, fizeram um apelo à Igreja universal para que, diante da trégua que começará neste domingo, as peregrinações possam ser retomadas em breve.

Peregrinos no ano do Jubileu

“O sentido do nosso apelo”, disse Patton, “é convidar as pessoas a voltarem a esta terra e encontrar os cristãos que, nos últimos quinze meses, têm sofrido a falta de contato com a Igreja universal, mas também as consequências econômicas do conflito. Milhares de cristãos aqui vivem principalmente dos rendimentos da acolhida turística de peregrinos, especialmente na área de Belém. Além disso, há o Jubileu em andamento, para o qual três santuários na Terra Santa foram dedicados à visita jubilar, em Jerusalém, Nazaré e Belém. Fortalecendo nossa fé, portanto, por meio dos lugares que testemunharam a encarnação, a paixão e a ressurreição de Jesus. Nossos cristãos sentem a necessidade de participar com vocês, peregrinos, dessa reafirmação de sua fé.

A Igreja está pronta

Nossas instalações de acomodação estão prontas para reabrir já nas próximas semanas, para receber aqueles que desejam compartilhar conosco o tempo da Quaresma e da Páscoa, que este ano será particularmente importante não apenas por causa do Jubileu, mas também por causa da coincidência de datas com outras denominações cristãs”, observou o padre custódio. Já nestes dias, com a cooperação do Ministério do Turismo de Israel, um grupo de sacerdotes responsáveis pelas peregrinações em suas respectivas dioceses visitou a Terra Santa. “Nessa experiência, ouvimos o grito da Igreja Mãe de Jerusalém, que está novamente esperando por seus filhos peregrinos na terra de Jesus e de Maria, sua mãe”, disse o bispo de Mileto-Nicotera-Tropea, Attilio Nostro, que liderou o grupo de sacerdotes.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Nas férias seja um peregrino de si mesmo

Imagem de peregrino | Depositphotos

NAS FÉRIAS SEJA UM PEREGRINO DE SI MESMO

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz 
Bispo de Campos (RJ)

As férias para muitos é apenas não trabalhar ou o distanciamento das rotinas cotidianas em outros cenários, no entanto pensando dessa forma corremos o risco de levar toda a nossa agitação e barulho mental para este período e não conseguir descansar.  

Por isso as férias nos convidam em primeiro lugar a mergulhar na vida interior, a conversar espiritualmente conosco mesmo, a conhecer-nos melhor e escutar as nossas buscas e anseios. Também é o momento propício para reencontrar os amigos e mesmo com todas as pessoas estabelecer novas formas de relacionamento, mais espontâneas e gratuitas visando o convívio fraterno. Ter mais tempo para sentir a terra ou a areia debaixo da sola dos pés, respirar o ar lentamente sentindo-se vivo, contemplar o crepúsculo e molhar-se os pés na praia tendo um contato intenso com a água dos rios ou do mar.  

Mas sem dúvida as férias são um momento para apagar a saudade de Deus, a nostalgia de vivenciar a nossa filiação divina e corresponder com muita gratidão a ternura e misericórdia do Bom Pai para conosco. Se desprogramarmos e descondicionarmos nossa vida esquecendo brevemente as rotinas e agendas, nos libertaremos das pressões que não faltam e aprenderemos a deixarmos de lado tudo aquilo que não somos e fingimos ser, tudo que é apenas conveniência social mas secundariza e escanteia o essencial de nós mesmos. 

 Nas férias deixemos ser e acontecer nossa verdadeira vocação de ser filhos de Deus, irmãos(ãs), servos e guardiães da Criação e sobretudo atendamos o chamado a sermos inteiramente felizes no espírito das bem aventuranças. Simplifiquemos a vida, vivamos como convida o Papa Francisco a “sobriedade feliz” que nos ensina que muitas vezes o menos é mais. Deus seja louvado! 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Papa: diante dos medos e das forças perturbadoras do mal, o Senhor nos dá esperança

Angelus, 19 de janeiro de 2025 - Papa Francisco (Vatican News)

O Papa Francisco conduziu a oração mariana do Angelus neste 2º domingo Tempo Comum (19/01), rezada com os fiéis reunidos na Praça São Pedro. Apesar do tempo nublado milhares de fiéis e peregrinos participaram do encontro semanal.

https://youtu.be/k01XfJmYPCY

Silvonei José – Vatican News

“No banquete de nossa vida às vezes descobrimos que o vinho está faltando, e que nos faltam as forças… tantas coisas. Isso acontece quando as preocupações que nos afligem, os medos que nos assaltam, ou as forças perturbadoras do mal nos tiram o gosto da vida, a embriaguez da alegria e o sabor da esperança”. Foi o que disse o Papa Francisco na sua alocução que precedeu a oração mariana do Angelus neste 2º Domingo Tempo Comum rezada com os fiéis reunidos na Praça São Pedro. Apesar do tempo nublado milhares de fiéis e peregrinos participaram do encontro semanal na grande Praça.

O Evangelho da liturgia de hoje, iniciou o Papa, nos fala sobre o primeiro sinal que Jesus realizou, transformando água em vinho durante uma festa de casamento em Caná da Galileia. Trata-se de uma narração que antecipa e sintetiza toda a missão de Jesus: no dia da vinda do Messias - assim diziam os profetas - o Senhor preparará “um banquete de vinhos excelentes” (Is 25,6) e “os montes destilarão o vinho novo” (Am 9,13); Jesus, é o Esposo que veio trazer o “vinho novo”.

Praça São Pedro – Angelus (Vatican Media)

O Papa Francisco então sublinhou que nesse Evangelho, podemos encontrar duas coisas: a carência e a superabundância.

Por um lado, há falta de vinho e Maria diz ao Seu Filho: “Eles não têm mais vinho”; por outro lado, Jesus intervém mandando encher seis grandes ânforas e, no final, o vinho é tão abundante e requintado que o mestre do banquete pergunta ao noivo por que conservou até o fim.

Assim, “o sinal nosso é sempre a carência, mas o sinal de Deus é a superabundância”, e “a superabundância de Caná é o sinal. À carência do homem, como responde Deus? Com a superabundância, destacou o Papa.

Francisco chama então a atenção dos fiéis: “Deus não é avaro; Deus, quando dá, dá muito. Ele não lhe dá um pedacinho, ele dá muito. Às nossas carências, o Senhor responde com sua superabundância”.

Devemos estar atentos, continuou o Papa, é diante das carências, que o Senhor dá, dá a superabundância. Parece uma contradição: mais nossa carência, mais superabundância do Senhor, porque o Senhor quer fazer uma festa conosco, uma festa que não terá fim. 

O Papa conclui: “rezemos então à Virgem Maria. Para que ela, a “Mulher do vinho novo”, interceda por nós e, neste ano jubilar, nos ajude a redescobrir a alegria do encontro com Jesus”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

A democracia é uma planta que precisa de cuidados

Cuidar da democracia como uma planta frágil | PÚBLICO

A DEMOCRACIA É UMA PLANTA QUE PRECISA DE CUIDADOS

Dom Itacir Brassiani
Bispo de Santa Cruz do Sul (RS)

Vivi a adolescência e a primeira fase da juventude em Anchieta, uma pequena cidade do interior de Santa Catarina. Com minha geração, cantei emocionado as canções que falavam de um país que só ia para frente. Naqueles “verdes anos”, ignorava que gente da minha idade sofria perseguição política, era presa e torturada. Não sabia eu que vivíamos tempos nos quais a democracia havia sido pisoteada por uma ditadura militar. 

Somente no início da década de 1980, com o ingresso no mundo universitário, muito lentamente fui tomando consciência dos valores da democracia e da força corrosiva e destruidora dos regimes autoritários. Mas foi preciso avançar vários anos no calendário da vida para que eu chegasse a compreender que a democracia não está inscrita na nossa certidão de nascimento; ela é uma conquista sempre precária, e pode ser destruída. 

Embora seja tentador, não podemos deduzir das Sagradas Escrituras um sistema ou regime político, nem uma forma específica de governo (monarquia, aristocracia, democracia ou ditadura). Mas a Bíblia e a Tradição cristã viva deixam suficientemente claro que, aos olhos de Deus, o povo é sujeito de direitos, e deve ser respeitado. As escrituras atestam que o clamor dos pobres e oprimidos move a ação do próprio Deus. 

A Igreja católica ensina que “o sujeito da autoridade política é o povo, considerado na sua totalidade como detentor da soberania”. O povo transfere o exercício dessa autoridade soberana àqueles que elege livremente como seus representantes, mas mantém o direito e o dever do controle sobre eles. Por isso, graças aos seus mecanismos de controle, a democracia é o sistema que melhor garante a soberania de um povo. 

A Igreja aprecia a democracia, pois ela “assegura a participação dos cidadãos nas opções políticas e garante aos governados a possibilidade de escolher e controlar os próprios governantes” (João Paulo II). Ao mesmo tempo, sublinha que a democracia não pode ser refém de “grupos restritos que usurpam o poder do Estado a favor dos seus interesses particulares”.  A democracia deve servir ao bem comum. 

Mas a democracia pode ser limitada gravemente por vários fatores, inclusive pelas imposições do “mercado”. Por isso, o Estado precisa subordinar a economia à política e as empresas ao bem comum. “A globalização das finanças, da economia, do comércio e do trabalho, jamais devem violar a dignidade e a centralidade da pessoa humana, nem a liberdade e a democracia”, diz a Igreja (Compêndio de Doutrina Social, nº 322). 

Hoje estamos às voltas com um perigoso enfraquecimento da democracia. Sinais disso são as investidas do mercado financeiro sobre a soberania dos países, a manipulação da informação, a crescente polarização política e social, e a sedução que as soluções autoritárias e sectárias sobre a população. A democracia não sobrevive quando a lógica dos interesses parciais de alguns especuladores se antepõe à busca do bem comum.  

Cuidemos desse bem precioso conquistado a duras penas. Milton Nascimento canta, em outro contexto: “Já podaram seus momentos, desviaram seu destino, seu sorriso de menino, quantas vezes se escondeu… Mas renova-se a esperança, nova aurora a cada dia. E há que se cuidar do broto pra que a vida nos dê flor e fruto”. Ainda estamos aqui! 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF