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segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

IGREJA: A fé, de fato, ilumina tudo com uma luz nova (I)

Fé e a Verdade: A Compreensão que Transforma (Catequizar)

Arquivo 30Giorni nº. 01 - 1998

«A fé, de fato, ilumina tudo com uma luz nova... e, portanto, orienta a inteligência para soluções plenamente humanas»

Um diálogo com o cardeal Pio Laghi, prefeito da Congregação para a Educação Católica.

Editado por Giovanni Cubeddu Um diálogo com o Cardeal Pio Laghi

Os Padres do último Concílio Ecuménico na constituição pastoral Gaudium et spes declararam: « A fé , de facto, ilumina tudo com uma luz nova... e, portanto, orienta a inteligência para soluções plenamente humanas». Quando desaparece a simplicidade e a gratuidade da fé, acontece que desaparece também a criatividade da inteligência de quem ainda professa ser crente. Assim acabamos falando muito e genericamente sobre cultura, de uma forma no mínimo chata. Mas é difícil encontrar evidências de intuição, pensamento e julgamento verdadeiramente criativos e inteligentes. Em suma, é como se Giacomo Leopardi, em vez de escrever poemas, tivesse apenas concebido obras poéticas...

Sobre estes temas convidamos o cardeal Pio Laghi, prefeito da Congregação para a Educação Católica, para um diálogo franco e cordial com 30Giorni . 

Teologia: muitos mestres, poucas testemunhas 

30GIORNI : Depois de décadas de contestação aberta de dogmas e fatores fundamentais da instituição eclesial, parece agora que uma teologia e uma cultura formalmente ortodoxas são hegemônicas na Igreja (nos seminários, faculdades teológicas e universidades católicas). No entanto, parece-nos que entre muitos professores e teólogos formalmente ortodoxos (e aqueles com carreiras eclesiásticas) é muito difícil - para não dizer impossível - encontrar pessoas que também testemunhem no seu trabalho teológico e cultural a simplicidade do amor por Jesus Cristo. . Todos, evidentemente, falam de Cristo, mas, para usar as palavras de Charles Péguy, “o que é sério é o facto de ser uma tese”. Não uma presença real à qual se possa dizer antes de tudo “Jesus” de joelhos, mas apenas uma tese teológica correta. Para nós, este parece ser o ponto de julgamento mais radical da situação actual. Você não acha que esse perigo mortal é generalizado? Numa entrevista anterior a 30Giorni nos encontramos discutindo o documento Presença da Igreja na universidade e na cultura universitária . Aquele documento falava da preocupação de que – em comparação com a ciência e a cultura – a Igreja se torne uma academia, enquanto a presença da Igreja, precisamente, “deve oferecer a possibilidade efetiva de um encontro com Cristo”...

PIO LAGHI: A perspectiva indicada pela pergunta capta evidentemente um ponto essencial de verificação da autenticidade e adequação de qualquer iniciativa no âmbito eclesial e também, consequentemente, de toda a atividade desenvolvida pelos seminários, faculdades teológicas e universidades católicas. Cada obra, cada gesto, cada palavra de cada crente, bem como da Igreja, deve de facto encontrar a sua justificação última, o seu significado, unicamente na sua capacidade de "dizer" a presença de Jesus, de deixar transparecer a sua oferta de salvação. . Nada na Igreja deve ir além do testemunho, além da voz da Noiva respondendo ao amor do seu Noivo. Contudo, se este continua a ser um critério essencial de discernimento para estabelecer a validade daquilo que os cristãos fazem, não é fácil fazer com que se torne o argumento para um julgamento sobre a capacidade real dos homens e das instituições para expressar a simplicidade da fé. Não conhecemos as características do valor global, para podermos fazer afirmações seguras sobre características individuais. Dito isto, podemos certamente detectar uma tendência a esconder-se atrás de uma teologia e cultura cristã formalmente ortodoxa, mas não sem detectar simultaneamente numerosos e encorajadores sinais que vão na direção oposta. Não se passaram muitos anos desde que Hans Urs von Balthasar denunciou a lacuna antinatural que surgiu no Ocidente entre a teologia e a santidade. Hoje pode-se dizer que a necessidade de superar o contraste entre “teologia sobre a mesa” e “teologia de joelhos” – segundo as conhecidas expressões do teólogo suíço – é percebida por muitos, especialmente pela geração mais jovem de seminaristas, professores, estudantes. É necessário levar isto em conta e promover o desenvolvimento destes germes positivos. Não se pode tirar conclusões demasiado precipitadas. Corre-se o risco de fomentar uma espécie de suspeita em relação ao mundo dos estudos, da investigação rigorosa e paciente, da inteligência, como se este já não fosse capaz de ser permeado pelo anúncio evangélico. Pelo contrário, é necessário continuar a trabalhar para que a universidade, permanecendo verdadeiramente uma universidade, ofereça a possibilidade efetiva de um encontro com Cristo. 

Homologação cultural 

30GIORNI : Outro perigo que parecemos ver na atual situação eclesial é a tentativa de impor uma cultura única, a tentativa de hegemonia cultural a todo custo e, portanto, o perigo da homologação cultural. Em vez de estarmos unidos nas coisas necessárias, nos dogmas ( in necessitas unitas...), e livre nas tentativas culturais (nas hipóteses e escolhas culturais), parece-nos que se procura uma uniformidade cultural. O que, portanto, não é uma cultura autêntica. A cultura, sendo uma consciência crítica e sistemática de uma experiência, é pela sua natureza fruto da criatividade pessoal. Enquanto hoje, que escritor inteligente e atípico, Gianni Baget Bozzo, em seu livro O Futuro do Catolicismo, parece hegemônico. A Igreja depois do Papa Wojtyla (Casale Monferrato, Piemme, 1997), chama de “ideologia conciliar” em sua versão moderada. Uma ideologia que é exatamente o oposto da letra e do espírito, por exemplo, das duas constituições dogmáticas do Concílio Ecuménico Vaticano II, a Lumen Gentium a Dei Verbum . Com uma frase paradoxal, poderíamos dizer que hoje também podemos colocar certos dogmas (como o pecado original) entre parênteses, desde que sejamos culturalmente moderados.
Você não acha que esta falta de liberdade na cultura, esta tentativa de um projeto cultural uniforme, poderia ser um perigo? (Estamos falando de falta de liberdade, não teorizada, mas prática).

Não lhe parece que esta falta de liberdade (de legítimo pluralismo teológico e cultural) nas hipóteses e escolhas culturais é um perigo para a própria fé, por que há uma tendência a confundir a unidade necessária no essencial com o que é eminentemente livre e contingente?

LAGHI: Numa cultura onde domina o “politicamente correto”, é perfeitamente compreensível que haja, mesmo no âmbito eclesial, tentativas de impor um modelo cultural uniforme. Tentamos fazer com que todos concordem; se para ele está tudo bem, que sentido ainda pode ter o ir em direção ao outro, buscando a comunicação, o diálogo? Neste sentido, podemos falar de uma espécie de “hegemonia cultural” para o nosso tempo. Em resposta, acredito que devemos fomentar a crença de que uma visão tão “moderada”, aparentemente favorável ao surgimento da liberdade, é na realidade sufocante. Para criar uma sinfonia, onde as vozes individuais sejam simultaneamente autónomas e afinadas, é necessário o reconhecimento de um Centro dinamizador de vida, de um Coração palpitante. É este Centro que é indicado pelos dogmas da Igreja e é a este Centro que devemos nos referir se quisermos tornar-nos culturalmente fecundos, crescer na liberdade e desenvolver um saudável pluralismo teológico. É um horizonte sempre aberto, um apelo constante. O perigo real talvez seria o de não reconhecer mais que existe o risco que você relatou. 

Fonte: https://www.30giorni.it/

Das Conferências de Santo Tomás de Aquino, presbítero

Cruz: exemplo de virtude (Canção Mova)

Das Conferências de Santo Tomás de Aquino, presbítero

(Colatio 6 super Credo in Deum)              (Séc. XIII)

Na cruz não falta nenhum exemplo de virtude

Que necessidade havia para que o Filho de Deus sofresse por nós? Uma necessidade grande e, por assim dizer, dupla: para ser remédio contra o pecado e para exemplo do que devemos praticar.

Foi em primeiro lugar um remédio, porque na paixão de Cristo encontramos remédio contra todos os males que nos sobrevêm por causa dos nossos pecados.

Mas não é menor a utilidade em relação ao exemplo. Na verdade, a paixão de Cristo é suficiente para orientar nossa vida inteira. Quem quiser viver na perfeição, nada mais tem a fazer do que desprezar aquilo que Cristo desprezou na cruz e desejar o que ele desejou. Na cruz, pois, não falta nenhum exemplo de virtude.

Se procuras um exemplo de caridade: Ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos (Jo 15,13). Assim fez Cristo na cruz. E se ele deu sua vida por nós, não devemos considerar penoso qualquer mal que tenhamos de sofrer por causa dele.

Se procuras um exemplo de paciência, encontras na cruz o mais excelente! Podemos reconhecer uma grande paciência em duas circunstâncias: quando alguém suporta com serenidade grandes sofrimentos, ou quando pode evitar os sofrimentos e não os evita. Ora, Cristo suportou na cruz grandes sofrimentos, e com grande serenidade, porque atormentado, não ameaçava (1Pd 2,23); foi levado como ovelha ao matadouro e não abriu a boca (cf. Is 53,7; At 8,32).

É grande, portanto, a paciência de Cristo na cruz. Corramos com paciência ao combate que nos é proposto, com os olhos fixos em Jesus, que em nós começa e completa a obra da fé. Em vista da alegria que lhe foi proposta, suportou a cruz, não se importando com a infâmia (cf. Hb 12,1-2).

Se procuras um exemplo de humildade, contempla o crucificado: Deus quis ser julgado sob Pôncio Pilatos e morrer.

Se procuras um exemplo de obediência, segue aquele que se fez obediente ao Pai até à morte: Como pela desobediência de um só homem, isto é, de Adão, a humanidade toda foi estabelecida numa condição de pecado, assim também pela obediência de um só, toda a humanidade passará para uma situação de justiça (Rm 5,19).

Se procuras um exemplo de desprezo pelas coisas da terra, segue aquele que é Rei dos reis e Senhor dos senhores, no qual estão encerrados todos os tesouros da sabedoria e da ciência (Cl 2,3), e que na cruz está despojado de suas vestes, escarnecido, cuspido, espancado, coroado de espinhos e, por fim, tendo vinagre e fel como bebida para matar a sede.

Não te preocupes com as vestes e riquezas, porque repartiram entre si as minhas vestes (Jo 19,24); nem com honras, porque fui ultrajado e flagelado; nem com a dignidade, porque tecendo uma coroa de espinhos, puseram-na em minha cabeça (cf. Mc 15,17); nem com os prazeres, porque em minha sede ofereceram-me vinagre (Sl 68,22).

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

Você sabe lidar com a tristeza?

Tristeza ou Depressão | Pedes Psicologia

VOCÊ SABE LIDAR COM A TRISTEZA?

Dom Leomar Brustolin
Arcebispo de Santa Maria (RS)

Jesus é Deus que se fez humano para revelar nossa verdadeira identidade.  Aos contemplarmos a humanidade de Jesus, vemos a “transparência” do rosto de Deus. Seus traços humanos – sua história concreta, suas escolhas, seus comportamentos e seus sentimentos – nos permitem acessar quem é o homem Jesus, seu lado humano. Ao mesmo tempo, revelam o projeto de ser humano que Ele nos ofereceu.  Os primeiros cristãos sempre refletiram sobre Jesus como “o rosto divino do humano e rosto humano de Deus”.

Refletir sobre os sentimentos de Jesus pode iluminar nossas próprias experiências, frequentemente marcadas por incertezas e cansaços. Não temos como imitar Jesus em tudo, porque os contextos são diversos, mas podemos nos inspirar em sua vida ele para lidarmos com os revezes do nosso cotidiano. Como bem diz o Pe. Zezinho em sua canção: “O que é preciso para ser feliz? Amar como Jesus amou, viver como Jesus viveu, sonhar como Jesus sonhou, sentir o que Jesus sentia”.

Meditemos sobre a tristeza, esse sentimento que marca nossa existência e que foi santificado pela vivência de Jesus. Muitas vezes, ela pode nos paralisar ou lavar à depressão, tirando nossa vontade de viver. Porém, nem toda a tristeza é ruim.  Ficar triste, por exemplo, por estar longe de Deus, por ter feito algo errado ou por ter ofendido alguém e se arrepender, tem grande valor. São Paulo escreveu: “A tristeza, segundo Deus, produz um arrependimento irrevogável que leva à salvação, enquanto a tristeza mundana traz a morte” (2 Cor 7, 10).

A tristeza saudável pode conter valiosas lições: reconhecer o que já não temos, mas que nos fazia felizes; tomar consciência dos nossos defeitos, aprendendo a discernir o bem do mal; a sermos humildes, percebendo o que nos falta na vida e, ao mesmo tempo, abrir-nos para encontros inesperados, chamando-nos a sair da autossuficiência.

Jesus experimentou sentiu tristeza ao longo de sua vida. Ele se entristeceu diante do pecado da “dureza de coração” dos seus interlocutores, especialmente dos líderes religiosos que o rejeitavam. Experimentou a tristeza profunda no Jardim das Oliveiras antes ser preso, julgado e condenado (Mc 14,33). Ele superou esse momento entregando-se totalmente à vontade do Pai (Mc 14,36), encontrando na paixão iminente uma lógica de amor a Deus e ao próximo.

Com Jesus, aprendemos que, quando o amor se torna a razão de viver e de morrer, a tristeza dá lugar à felicidade e à alegria profunda, que são dons do Espírito Santo. Ele nos ensina a lidar com a tristeza sem nos perdermos em meio às trevas.

Jesus também manifestou sua vulnerabilidade com lágrimas. Ele chorou pela morte de seu amigo Lázaro: “Jesus começou a chorar”, e os presentes comentaram: “Vejam como ele o amava!” (Jo 11,35-36).  Chorou também ao avistar Jerusalém, após sua entrada triunfal messiânica, lamentando que a Cidade Santa não reconheceu o momento da sua visita. Ele veio trazer a paz, mas foi rejeitado e crucificado como um malfeitor (Lc 19,41-44).

Jesus disse “Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados” (Mt 5,4) e “Bem-aventurados vocês que agora choram, porque vocês se alegrarão” (Lucas 6,21).  Choramos de tristeza, pelo sofrimento injusto, pelos nossos pecados. Não são lágrimas inúteis. Elas são recolhidas por Deus, que no Reino, porá fim à morte e a tudo o que contradiz a vida em plenitude, com um gesto muito simples e cheio de amor: Ele mesmo enxugará as lágrimas de todos os rostos (cf. Ap 21,4).

É preciso aprender a sofrer sem perder a esperança. Afinal até a dor e a tristeza passam, mas Deus permanece conosco. Em Cristo, Deus experimentou a tristeza e nos indicou o caminho da superação pela fé. Deus é fonte da alegria e está sempre conosco.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Jesus é um Peregrino de Esperança

"Passar pela Porta Santa não é um ato mágico, é um símbolo cristão, um sinal que expressa o desejo de recomeçar, de se renovar, de se deixar encontrar por Deus" (Papa Francisco) | Vatican News.

"Para proclamar o Evangelho, não podemos ficar parados num só lugar. Temos que ser peregrinos e peregrinos de esperança que não esmorece, que não decepciona. Jesus sempre está a caminho e caminha até em cima do perigo das águas volumosas, caminha sobre o mar, símbolo nas Sagradas Escrituras da morte. Caminhar sobre as águas é vencer o dilúvio e o mar vermelho que produziram a morte de muitos."

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

Estamos vivendo o Ano Jubilar, no qual somos convidados a ser “Peregrinos de Esperança”. E o peregrino – como recentemente recordou o Papa - não é apenas aquele que caminha, mas aquele que tem uma meta, e essa meta é Jesus Cristo, que nos permite entrar na vida nova, livres da escravidão do pecado”.

Sim, Jesus é a meta, e neste caminho, “não estamos sozinhos”, pois é o próprio Jesus que “caminha ao nosso lado”, que nos acompanha, “porque quer encontrar-nos”. “É por isso que dizemos que o núcleo do cristianismo é um encontro: o encontro com Jesus”, disse Francisco em uma homilia na Casa Santa Marta, recordando que “há uma antiga regra de peregrinação, que diz que o verdadeiro peregrino deve ir ao ritmo da pessoa mais lenta. E Jesus é capaz disto, faz isto, não acelera, espera que demos o primeiro passo.”

Na reflexão “Jesus é um Peregrino de Esperança”, Pe. Gerson Schmidt* nos traz a dimensão do peregrinar de Jesus:

"O Ano Jubilar tem como tema “Peregrinos de Esperança”. Somos todos peregrinos e a esperança nos anima a continuar no caminho, rumo à eternidade. Maria mesma “é caminho, caminho que conduz a Cristo, caminho que conduz «ao Caminho»”87. Jesus mesmo disse no Evangelho joanino: “Eu sou O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA” (Jo 14,6). Ele sempre se põe a caminho e se declara ser Ele mesmo o caminho.

No Catecismo da Igreja Católica, no número 583, diz que Jesus subia ao templo todos os anos, ao menos pela Páscoa, durante a vida oculta. O seu próprio ministério público foi ritmado pelas peregrinações a Jerusalém nas grandes festas judaicas (Cf. Jo 2,13-14;5,1.14;7,1.10.14;8,2;10,22-23). Encontramos isso em diversos textos do Evangelho de São João.

Na narrativa dos evangelhos uma das caraterísticas de Jesus nitidamente perceptíveis é o seu estar «a caminho». Ele nasce na viagem, como recém-nascido tem de viajar para se refugiar num país estrangeiro, durante a sua vida pública desloca-se a um ritmo permanente, de aldeia em aldeia, de cidade em cidade, dos lugares desertos para as praças, de casa para a sinagoga, da estrada para o campo, da beira-mar para a montanha: quando se aproxima «a hora de passar deste mundo para o Pai» (Jo 13,1), toma a firme decisão de se pôr a caminho de Jerusalém» (Lc 9,51). Jesus sempre está a caminho e precisa pregar o Evangelho em toda a parte, como pediu depois aos discípulos que o fizessem. “Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda a criatura” (Mc 16,15). Para proclamar o Evangelho, não podemos ficar parados num só lugar. Temos que ser peregrinos e peregrinos de esperança que não esmorece, que não decepciona. Jesus sempre está a caminho e caminha até em cima do perigo das águas volumosas, caminha sobre o mar, símbolo nas Sagradas Escrituras da morte. Caminhar sobre as águas é vencer o dilúvio e o mar vermelho que produziram a morte de muitos.

Uma enchente avassaladora, como a que aconteceu em maio de 2024 no sul do Brasil, é sinônimo de tragédia e devastação. Diante de tantas mortes e descaminhos, da guerra e da perseguição, a Igreja nos convida no Ano Jubilar da encarnação do Verbo Divino a sermos “peregrinos de Esperança”. Como Jesus peregrino, também nós devemos peregrinar. Não somente peregrinar para um lugar sagrado para lucrar a Indulgência Plenária oferecida nesse ano, mas a peregrinar no anúncio da Boa Nova e de promoção social. o Jubileu busca reacender a fé em um mundo desafiado por conflitos e desigualdades. A celebração do Ano Jubilar inclui peregrinações, momentos de oração e ações concretas de solidariedade, como apoio a presos, doentes, jovens e marginalizados. Além disso, o Papa convoca a Igreja a ser sinal de esperança, promovendo a paz, a unidade entre cristãos, especialmente na celebração comum da Páscoa e a justiça social.

Jesus foi peregrino até a morte, peregrinando rumo ao calvário. Jesus morre fora de casa, a terminar uma via-crúcis. Ele mesmo é «o caminho» (Jo 14,6). Com um «segue-Me» envolve muitos a pôr-se a caminho juntamente com Ele: mesmo depois da sua morte, os seus discípulos são conhecidos como «os da via», de um grupo que chamavam “O Caminho” (At 9,2). Pedro captou bem a identidade do Mestre quando o anuncia com esta frase sintética: «Deus ungiu com o Espírito Santo e com o poder a Jesus de Nazaré, o qual andou de lugar em lugar, fazendo o bem e curando todos» (At 10,38). A imagem que fascinou os primeiros convertidos ao Cristianismo é a de Jesus que caminha conduzido pelo Espírito e fazendo bem por onde passa.

A Bíblia é um livro cheio de caminhos e de viagens, a história entre Deus e a humanidade é um entrelaçado dinâmico entre sair e chegar, ir e vir, partir e voltar, entre êxodo e advento. O Salmo 121 diz que “Deus abençoe tua partida e tua chegada” (Sl 121,8). O caminhar de Maria insere-se neste movimento, neste sistema de encontro divino-humano, sempre aberto ao imprevisto, à surpresa e à novidade, mas sempre guiado pelo sopro do Espírito. A sua mãe assemelha-se a Cristo nisto. A imagem de Maria a caminho emerge com nitidez nos evangelhos. Da Galileia à Judeia faz o mesmo percurso que mais tarde Jesus fará. Caminhando apressadamente pelos montes, ela evoca o célebre texto profético: «Como são belos sobre os montes os pés do mensageiro que apregoa a boa-nova…» (Is 52,7).

Que a peregrinação a um templo possa ser uma grande motivação para o Ano Jubilar, mobilizando nossas caravanas, nossas comunidades para um tempo novo de Igreja, um “caminhar juntos”, na sinodalidade e, como Jesus e Maria, um peregrinar constante na fé."

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santa Ângela de Mérici

Santa Ângela de Mérici
27 de janeiro
Localização: Itália (Desenzano)
Santa Ângela de Mérici

Ângela nasceu em 1474 na cidade de Desenzano, Itália, numa família pobre de bens e riquíssima de espiritualidade. Desde a infância desejava a vida religiosa, gostando de ler sobre a vida dos padres do deserto e imitar, como podia, as suas duras penitências. Cedo ficou órfã de pai e mãe, e foi morar, junto com sua irmã menor, na casa de um tio. Porém estes dois faleceram também. Dedicou-se então, já na plena juventude, a desenvolver o projeto de educar as meninas e as jovens, particularmente às mais expostas aos perigos morais. Acompanhada de outras jovens, visitava as prisões e hospitais, e cuidava dos pobres e abandonados.

Impressionada com a decadência dos costumes familiares, uma trágica consequência do espírito pagão da Renascença, focou seus esforços na educação das moças, das quais dependia largamente a saúde moral das famílias. Para isso criou a comunidade das Servas de Santa Úrsula – em homenagem a esta mártir que com suas companheiras morreu por defender sua religião e castidade. Queria assim formar as futuras mães de acordo com a doutrina da Igreja. A característica da instituição, inovadora para a época, era a forma maleável, adaptável às circunstâncias de tempo e lugar, com apenas um mínimo de vida comum.

Para fortificar-se espiritualmente nesta missão, Ângela, no inicio da sua obra, peregrinou à Terra Santa. Na viagem, adoeceu e perdeu a vista, de modo que nada pôde enxergar do lugar, a não ser pela fé. Na volta, o navio, providencialmente, perdeu o rumo e atracou na ilha de Cândia – Creta – onde havia próximo ao porto um santuário, e nele um crucifixo milagroso. Ângela foi até lá e rezou pedindo a Deus a cura, e foi imediatamente atendida. Em agradecimento, ela fez uma outra peregrinação, a Roma, no jubileu de 1525, onde o Papa Clemente VII a recebeu e abençoou sua obra.

Em 27 de janeiro de 1540, aos 75 anos, Ângela faleceu, e no seu túmulo foram constatados muitos milagres. Sua obra continuou e, em 1903, as várias comunidades se reuniram numa federação, mantendo a proposta inicial de educar a juventude feminina, especialmente as futuras mães de família, conservar os bons costumes, e dar assistência aos pobres e enfermos.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Quão atual é a necessidade da obra de Santa Ângela! Sem dúvida um dos pilares da sociedade bem estruturada é a família, e nesta a posição e função da mulher como mãe é fundamental e indispensável. A cultura atual contudo só promove a ideia de que a mulher não tem mais nenhuma responsabilidade como mãe, ao contrário deve viver de forma independente do marido e da família, ou nem sequer deve ter uma família organizada, além de priorizar um pretenso direito à “liberdade sexual” – em termos simples, mera e baixa promiscuidade – que inclui aberrações sexuais e a “opção” de matar o próprio filho através do aborto. Nestas condições, não é preciso grande esforço para perceber que nenhum projeto social pode ser bem sucedido; uma casa construída sobre a areia será facilmente derrubada (Mt 7,26-27), e seus moradores perecerão. As graças evidentes que Deus proporcionou à obra de Santa Ângela são um claro aviso de qual caminho é o certo.

Oração:

Ó Deus, que desde o princípio dispusestes para o ser humano a felicidade na vida familiar, baseada no amor fiel e na geração e cuidado aos filhos; e que quisestes Se encarnar numa família e ter, também Vós, uma Mãe, dai-nos na Vossa infinita misericórdia e por intercessão de Santa Ângela de Mérici a conversão das mentalidades, para que os povos responsavelmente sigam Vossa vontade quanto ao Sacramento do matrimônio, os governos defendam as famílias no molde católico, e as sociedades, principalmente as mulheres, zelem pelos bons costumes e pelo amparo à maternidade. Pela Sagrada Família, Jesus, Maria e José. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

domingo, 26 de janeiro de 2025

10 boas piadas do Papa Francisco

Antoine Mekary | ALETEIA

Camille Dalmas - publicado em 26/01/25

O Papa Francisco é conhecido por fazer piadas e pelo seu senso de humor. Confira esta lista com alguns de seus comentários mais engraçados!

Os católicos podem ter notado que o Papa Francisco adora fazer piadas e frequentemente diz que ter um bom senso de humor é essencial para viver uma vida feliz. Em sua última autobiografia, Esperança, o Papa Francisco afirma que “Deus sorri” e que um cristão triste “é sempre um cristão triste”.

A seguir, uma lista das melhores piadas ou brincadeiras que o Papa Francisco contou ou fez desde sua eleição em 2013. 

1 - O REMÉDIO DA TEQUILA

Em 2022, durante uma audiência geral na Praça de São Pedro, o Papa Francisco estava circulando em seu papamóvel quando um padre mexicano, acompanhado de seus confrades, perguntou-lhe como estava o seu joelho. “Muito caprichoso”, respondeu o Papa, e acrescentou: “Você sabe do que eu preciso para o meu joelho? Um pouco de tequila!”

2 - UMA SUGESTÃO PARA OS JOVENS QUE DESEJAM SE TORNAR JESUÍTAS

Em agosto de 2024, o Papa Francisco recebeu um responsável da Província chinesa dos Jesuítas e respondeu a várias perguntas. Em um determinado momento, o interlocutor perguntou ao Pontífice qual conselho ele daria a um jovem que quisesse ingressar na Companhia de Jesus. A resposta imediata do Papa: 'Torne-se dominicano!'

3O - PAPA BRINCA LOGO APÓS UMA OPERAÇÃO

Com uma hérnia intestinal com risco de obstrução, o Papa passou por uma cirurgia complexa em 7 de junho de 2023. Durante uma coletiva de imprensa, o cirurgião Sergio Alfieri falou sobre as circunstâncias da operação. O Papa “reagiu bem”, afirmou o médico. “Ele já fez a primeira piada dez minutos após acordar”, continuou Alfieri, que já havia operado o Papa dois anos antes. “Quando virá a terceira?”, teria perguntado o Papa ao acordar.

4O - PAPA E UM BISPO ALEMÃO

Em setembro de 2024, o Papa visitou a catedral de Luxemburgo, e vários bispos avançaram para saudá-lo. Apresentou-se Dom Jörg Michael Peters, bispo auxiliar de Tréveris, na Alemanha. Nos últimos anos, tensões marcaram as relações entre o episcopado alemão e a Santa Sé. Dom Peters explicou ao Papa que ele e seus confrades traziam as calorosas saudações da Conferência Episcopal Alemã, ao que o Papa respondeu brincando: “Isso é católico?”

5A - "PISTA DE POUSO" DE UM JORNALISTA

No avião que o levava à Eslováquia em 2021, o Papa Francisco foi saudar os jornalistas que o acompanhavam e percebeu que uma das correspondentes mais antigas, a mexicana Valentina Alazraki, não estava lá. No entanto, ele se alegrou ao saber que outro jornalista experiente, Philip Pullella, correspondente histórico da agência internacional Reuters, estava presente. Ele então começou a procurar o jornalista com o olhar, pelos assentos do avião. "Ah, lá está ele! Posso ver a pista de pouso!" exclamou, apontando para a careca do jornalista americano.

6O - HÚNGARO, LÍNGUA DO PARAÍSO

O embaixador húngaro Eduard Habsburg contou que, no aeroporto de Budapeste, o Papa Francisco, que conhece a fama de a língua húngara ser difícil de aprender, fez questão de contar sua piada húngara favorita: "Sabem por que se fala húngaro no paraíso? Porque leva uma eternidade para aprender!"

7 - "REZEM POR MIM!"

Ao final de cada catequese ou discurso, o Papa Francisco nunca se esquece de concluir com este pedido: "Não se esqueçam de rezar por mim." Mas, muitas vezes, para finalizar com um toque de humor, o Papa — que sabe que tem seus detratores — olha para seus anfitriões e diz: "Rezem por mim! Não contra mim!"

8O - LITURGISTA E O TERRORISTA

Em sua última autobiografia, Esperança, o Papa conta uma piada que lhe teria sido contada pelo antigo arcebispo de Cantuária, Justin Welby: "Você conhece a diferença entre um liturgista e um terrorista? Com o terrorista, você pode negociar..."

9 - A HISTÓRIA DO JESUÍTA "UM POUCO VAIDOSO"

Na autobiografia, Francisco narra a história de um jesuíta um pouco vaidoso que tem um problema cardíaco e precisa ser internado no hospital. "Antes de entrar na sala de operação, ele pede a Deus: 'Senhor, a minha hora chegou?' 'Não, você viverá ainda pelo menos quarenta anos', responde Deus. Assim que ele se recupera, aproveita para fazer um implante capilar, um lifting, uma lipoaspiração, corrigir as pálpebras, os dentes… Enfim, é um homem novo. Mas assim que saí do hospital, é atropelado por um carro e morre. Quando chega diante de Deus, ele protesta: 'Senhor, você me disse que eu viveria mais quarenta anos!' E Deus: 'Ops, desculpe, eu não te reconheci...'"

10 - UMA PIADA DO PAPA FRANCISCO NOS ESTADOS UNIDOS

O Papa conta outra piada no livro Esperança, uma história em que imagina chegar a Nova York para uma viagem. Ao descer do avião, encontra uma enorme limusine esperando por ele. "Ele fica um pouco constrangido com o luxo, mas pensa que faz uma eternidade que não dirige um carro, além disso, uma limousine como aquela, quando mais teria a oportunidade? Ele olha para a limusine e pergunta ao motorista: 'Você me deixaria dirigir?' E o motorista responde: 'Olha, desculpe, Sua Santidade, mas não posso, por causa do protocolo…' Mas você sabe o que dizem, quando o Papa põe uma ideia na cabeça... Bem, ele insiste, insiste até que o motorista cede. O Papa se senta ao volante e segue por uma daquelas enormes avenidas, vai se empolgando, acelera: cinquenta quilômetros por hora, oitenta, cento e vinte… Até que ouve uma sirene e um carro de polícia o para. Um jovem policial se aproxima da janela. Um pouco intimidado, o Papa a abaixa, e o outro fica pálido. 'Desculpe um momento', diz ele, e vai até o seu carro para ligar para a central. 'Chefe… acho que tenho um problema.' 'Que problema?' pergunta o chefe. 'Eu acabei de parar um carro por excesso de velocidade... mas é alguém realmente importante.' 'Importante como?' 'O prefeito?' 'Não, mais importante que o prefeito.' 'Mais importante que o prefeito? Quem é?' 'O governador?' 'Não, ainda mais...' 'Não será o presidente, né?' 'Ainda mais, eu acho...' 'Quem pode ser mais importante que o presidente?' 'Olha chefe, eu não sei quem é, mas o motorista é o Papa!'".

Fonte: https://pt.aleteia.org/2025/01/26/10-boas-piadas-do-papa-francisco

Reflexão para o III Domingo do Tempo Comum (C)

Evangelho do domingo (Vatican News)

Para mostrar a todos a excelência de Jesus dentro da tradição dos profetas, Lucas recorda o dia em que o Mestre, com trinta anos de idade, foi à sinagoga e o presidente dela convidou-o a fazer a segunda leitura do dia.

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

O Livro de Neemias nos dá um relato do que poderíamos chamar a “primeira celebração da Palavra”. Ela foi realizada quando se percebeu a desordem que havia no meio do povo, onde cada um fazia o que desejava. Por ignorância, não se praticava a Lei e o caos imperava.

Esdras, doutor da Lei mosaica, foi enviado por Artaxerxes, rei persa, a Jerusalém, para colocar ordem na cidade.

Ele preparou o povo e esperou o primeiro dia do novo ano para fazer uma solene celebração litúrgica, com todas as pessoas capazes de compreender.

Os convocados compareceram, com absoluta boa vontade e sabiam que a solenidade duraria muitas horas, e na verdade era o Senhor quem os convocava.

Esdras, consciente de que o momento era emblemático, usou de sua sensibilidade para demonstrar ao povo a grandeza do momento: mandou erguer um estrado de madeira, em um lugar visível a todos, e nele criou  um ponto elevado para ser o local da  tribuna, onde seria proclamada a Lei do Senhor. Era necessário que todos o vissem e ouvissem quando fosse abrir o livro e fazer sua leitura.

Quando isso aconteceu, o povo todo ficou de pé e o ouvia com atenção. Esdras explicava seu sentido para que o povo pudesse compreender a leitura. Ao final da proclamação o povo disse “Amém! Amém! e se prostrou por terra. Era o Senhor que falava através de Esdras e a prostração foi o sinal de que todos estavam conscientes disso. 

O povo, conhecedor de suas próprias falhas, chorava, contudo Esdras chamava-lhes a atenção para o aspecto da amizade de Deus; ela é mais importante que tudo, daí não chorar, mas festejar. Mais ainda, a alegria do Senhor é e será a força do povo. Por outro lado, sentir-se pecador, deve ser celebrado com alegria, pois ter essa consciência é um dom de Deus!

São Lucas, logo no início de seu Evangelho, escreveu: “...história dos acontecimentos que se realizaram entre nós, como nos foram transmitidos por aqueles ministros da palavra”. O evangelista nos diz que o que vai narrar não é uma fábula, mas aconteceu realmente e nos foi transmitido pelos servidores de Jesus Cristo, o personagem central de seus relatos.

Para mostrar a todos a excelência de Jesus dentro da tradição dos profetas, Lucas recorda o dia em que o Mestre, com trinta anos de idade, foi à sinagoga e o presidente dela convidou-o a fazer a segunda leitura do dia. Jesus abriu o rolo que continha os escritos que falavam sobre sua vinda, mas indecifráveis até então. Escolheu o texto do profeta Isaías que diz: “O Espírito do Senhor está sobre mim e...enviou-me a anunciar a boa nova aos pobres”. Ao enrolar o volume e entregá-lo ao assistente, Jesus diz, com esse gesto, que todos os escritos do Antigo Testamento acabaram, naquele instante, de cumprir sua missão: conduzir as pessoas até ele. Por isso podem ser enrolados e guardados.

Nesse exato momento, todos os olhos estão voltados para ele. Todos desejam ouvir o que o Mestre irá dizer. Começaram os novos tempos!

Se hoje continuamos a ler textos do Antigo Testamento, os lemos antes dos do Novo, pois eles são indispensáveis para nossa preparação à acolhida de Jesus Cristo.

A partir da homilia de Jesus, após as leituras bíblicas, sabemos que ela deverá estar dentro da realidade das pessoas  e sempre ser mensagem de alegria, de esperança em Deus.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

KIKO ARGÜELLO RECEBE A MEDALHA “POR ARTEM AD DEUM” (III)

Ezechiele Pasotti (neocatechumenaleiter.org)

KIKO ARGÜELLO RECEBE A MEDALHA “POR ARTEM AD DEUM”

3 de dezembro de 2024

EZECHIELE PASOTTI

OBRA ARTÍSTICA DE KIKO

Falar da Obra Artística de Kiko Argüello é extremamente complexo, não somente desde o ponto de vista formal, porque se vai da pintura à arquitetura, do canto à música polifônica, da catequese – portanto da teologia – à poesia, tocando um mundo de expressões e conteúdos não fáceis de colher e de compor em um cenário único, mas principalmente porque tudo isto se move dentro de um quadro que, apesar de estar bem composto dentro do marco da liturgia, da renovação litúrgica querida pelo Concílio Vaticano II, o autor tenta captar a perspectiva transcendente da “divina liturgia”, a favor da iniciação cristã, de um caminho de iniciação cristã, que leva os fiéis, também os mais pobres e afastados da Igreja, os mais desprovidos de qualquer formação, a um encontro pessoal com o outro, o Outro por excelência, que é Deus mesmo.

Em sua obra tudo está posto a serviço do divino: da gratuidade à cor, do toque do violão à disposição da assembleia que celebra, da composição de vários elementos litúrgicos aos detalhes da patena, do cálice para o vinho, à cruz… E o impulso para tudo isso, a inspiração profunda que nasce do amor pela beleza, Aquele que é o Senhor da beleza, é Jesus Cristo Ressuscitado, vencedor da morte, que derrama esta beleza sobre a assembleia que celebra e sobre cada membro que, revestido pelo mesmo Mistério divino, se faz-se dom um para o outro na comunidade cristã… E segundo as palavras da Santíssima Virgem que inspirou a Kiko esta iniciação cristã, ‘o outro é Cristo’, o Divino encarnado, a Beleza feita homem, o Mistério que se faz Páscoa, no encanto de uma noite que espera a aurora, a chegada do Oitavo dia final que inaugura o Céu.

Não é possível compreender a arte de Kiko senão dentro da complexidade deste Mistério Pascal: Mistério divino feito carne, para que este fosse revestido com os matizes das cores, a notas dos cantos e da sinfonia, a forma das pedras e da poesia, sobretudo da palavra para encaminhar-se para o Céu, para o cumprimento de sua vocação final: Deus.

Músicos do Caminho Neocatecumenal junto a Kiko, P. Mario e María Ascensión (Foto: Tomasz Marynowski)

O presidente da “Fundação Obra Artística Kiko Argüello”, Mons. Segundo Tejado, apresentando os trabalhos de Kiko, por ocasião do prêmio “Per Artem Ad Deum 2024”, outorgado pela Associação Sacra Expo no dia 1º de dezembro de 2024, disse: “Kiko Argüello, a partir de sua conversão, concebe sua arte como uma missão. Com essa concepção da arte sacra, a devolve ao lugar de sua vocação original: a liturgia. A arte sacra havia se deslocado do lugar sagrado ao museu, à sala de exposições, aos salões dos colecionadores, anulando assim seu valor cultual e litúrgico. Kiko devolve a obra de arte à liturgia; dentro de uma comunidade viva, uma assembleia que celebra os mistérios da salvação”.

E acrescentou: “Um detalhe que eu gostaria de lembrar aqui: Kiko arranca a arte do contexto do “negócio”: não cobra por suas obras: busca uma arte para os pobres, para a liturgia. Faz que a arte cumpra sua verdadeira e elevada missão: levar o coração do homem à Jerusalém celeste, para experimentar o amor que Deus nos mostrou em Cristo, nascido, encarnado, batizado, transfigurado, morto, ressuscitado, que subiu ao céu e está à direita de Deus, que nos mandou seu Espírito e que virá logo, no final dos tempos na glória, como nos lembra este Pantocrator e o tempo de Advento que justo hoje começamos”.

Mons. Segundo disse isso indicando, um por um, os diferentes ícones que compõem o grande retábulo pintado por Kiko na Capela do Seminário Redemptoris Mater, onde se desenvolveu o ato de entrega do prêmio Sacra Expo. E é muito significativo contemplar com a vista os mistérios que os ícones ilustram: é toda a história da salvação que se faz presente com um manto de cores e o envolve no ouro que define cada quadro e que, na perspectiva invertida própria da arte bizantina, o leva para dentro do desenho, o faz partícipe daquilo que anuncia o ícone.

É difícil escapar da fascinação e não abarcar todo o arco do ano litúrgico, que, com suas festas, relata e contempla o mistério da Páscoa que levou a cumprimento a história da salvação e a projeta para seu ato final: o Pantocrator, que anuncia no Livro que está em suas mãos: “Amai os vossos inimigos. Venho em breve”.

Catedral de Bahrein Nossa Senhora da Arábia (neocatechumenaleiter.org)

De novo, como disse Mons. Segundo, enriquecendo sua ideia: “A arte de Kiko, desde o início da experiência do nascimento das primeiras comunidades, terá como objeto de busca a necessidade de oferecer lugares de celebração adequados e dignos para a renovação que o Concílio Vaticano II está oferecendo à Igreja. Através do Caminho Neocatecumenal, criam-se um conjunto de estruturas para implementar esta renovação a serviço da comunidade cristã. Kiko encontra na arte da Igreja Oriental os ícones, a expressão mais adequada à experiência que está vivendo. Impressiona-o a espiritualidade destes pintores que, renunciando a sua própria “originalidade” e submetendo-se ao cânon pré-estabelecido pela tradição da Igreja, encontram o caminho para uma arte e uma espiritualidade muito mais elevados. Kiko segue o cânon ortodoxo, atualizando-o com as novidades da pintura moderna – como Picasso, Matisse – nas quais havia se formado”.

E a obra de Kiko não fica plasmada somente na pintura, mas também na arquitetura, no canto, na música sinfônica, nos escritos, no arquitetar uma composição do espaço celebrativo da comunidade que permite e favorece uma participação verdadeira e ativa nos mistérios que celebra a liturgia.

Trata-se daquilo que o mesmo Kiko ressaltou em sua breve intervenção, afirmando com convicção: “Muito mais importante que toda minha obra artística foi abrir um Caminho de Iniciação Cristã em toda a Igreja, que está ajudando tantas famílias e tantos jovens. Isto sim é uma obra de arte”.

Ezechiele Pasotti junto a Segundo Tejado atrás da Equipe responsável internacional do Caminho (neocatechumenaleiter.org)

No centro de todo este complexo artístico, como dizíamos no início, encontram-se dois grandes mistérios: Cristo e o homem. Cristo que, nas mãos do Pai é o artífice, o inspirador da beleza da criação do mundo e do homem, e este homem, Adão, que, criado como o cume da beleza junto à sua consorte Eva, deixa-se seduzir pela sugestão de fazer-se ‘deus’, de poder caminhar, construir um futuro sozinho, de edificar sua torre de Babel subindo ao céu – como tanta ideologia moderna voltou a imaginar –, esquecendo que, em vez disso, é Deus e só Deus que faz o homem grande. O homem, abandonado a si mesmo, não faz mais que cair no inferno dos campos de concentração e de extermínio e de morte.

Isso é o que Kiko quis proclamar forte, mais uma vez, ao receber o prêmio “Per Artem Ad Deum”: “O que é o homem?”. O que é o homem? É um devir, é um projeto, é um prodígio. O homem! O home é um prodígio. Somos um projeto em constante realização, quer dizer, em constante precariedade. Não temos direito a tirar do homem a possibilidade de se realizar tal como Deus o criou, porque é um projeto em constante realização”.

E continuou, citando São Paulo, afirmando que “Cristo morreu por todos para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que morreu e ressuscitou por eles. Esta é a visão do homem segundo a Revelação, esta é a antropologia cristã: o homem, escravo do pecado, está obrigado a oferecer tudo a si mesmo, precisamente porque é escravo, perdeu a dimensão da beleza que é o amor, o sair de si mesmo para amar o outro. A obra da salvação consiste em arrancar o homem desta maldição, devolvendo-lhe a beleza do amor”.

neocatechumenaleiter.org

“Para este homem estamos tentando criar um novo tipo de paróquia; fazemos paróquias com um coroa mistérica onde o céu está presente, com os mistérios mais importantes da nossa fé. A Igreja de hoje não tem uma estética definida… Isto nos impulsionou, em um certo sentido, a buscar uma estética. Em Madri, fizemos uma paróquia com um teto dourado, com pedra branca e cristal, com um catecumenium: um conjunto de salas que dão para uma praça central, com uma fonte. Na planta baixa encontram-se todos os serviços sociais e acima, em outra planta, encontram-se todas as salas de cada comunidade, etc.”.

Aqui está a fonte da arte, da inspiração que colocou em movimento este homem de Deus, Kiko Argüello: o mistério do amor de Deus que, em Jesus Cristo, veio buscar e salvar o mundo, para restituí-lo à sua beleza divina através de uma iniciação cristã, gradual e completa, que o introduz em uma comunidade cristã, a Igreja, nova Eva, resplandecente de beleza, para fazê-la esposa de Cristo.

(Foto: Tomasz Marynowski)

E Kiko prosseguia em seu anúncio: “Queremos ser um Caminho sério, uma via séria, porque estamos a ponto de dar uma grande batalha ao mundo, ao diabo, ao grande dragão, somos a mulher que está dando à luz o filho varão, ameaçado pelo grande dragão, que é o príncipe deste mundo. Os judeus diziam que no mundo o diabo sempre ganha. Interessante, viram? O nazismo, primeiro, e o comunismo, depois, pareciam ter conquistado tudo, tudo, nações inteiras. Entendemos por que toda Europa está indo hoje para a apostasia, entendemos por que há uma secularização total. O diabo parece que ganha sempre, porque Cristo, neste mundo, não tem onde reclinar a cabeça e com ele os cristãos. Mas nós, com Cristo, vencemos a morte e temos uma alegria imensa, por isso devemos anunciar e dar testemunho do amor que Deus tem por nós, que nos deu a vida eterna dentro de nós”.

E concluía, citando Dostoiévski: “A beleza salvará o mundo, que é Cristo que vive nos cristãos, nas comunidades cristãs… é maravilhoso viver a fé em uma comunidade cristã nas paróquias. O mais belo das comunidades é que vimos a ação de Deus nos irmãos, todos se enriquecem com o bem dos demais. Todos em todos. Há uma riqueza comum e constante em todos. É maravilhoso ver que os cegos veem o amor de Deus em suas vidas. Cristo venceu a morte, não olhamos a morte com horror, nem a velhice, nem a enfermidade. Cristo morreu para que o homem possa sair deste círculo de egoísmo, para que não viva mais para si mesmo, mas para aquele que morreu e ressuscitou por ele, Cristo, a beleza divina feita homem, fez-se um de nós, para que o homem pudesse receber a glória de Deus”. A arte de Kiko, em suas diferentes expressões de pintura, arquitetura, música, cantos, poemas, é um ícone de todo este grandioso desenho de Deus pela vida do homem, porque como exclama Santo Irineu: “Glória de Deus é o homem que vive”, que vive em plenitude.

Dom Ezechiele Pasotti

Nuestra traducción del artículo publicado con la autorización de Vatican News

Ver original em Vatican News

O PRÊMIO “PER ARTEM AD DEUM” A KIKO ARGÜELLO: O MUNDO ESPERA A BELEZA DE DEUS

A associação Sacra Expo concedeu o prêmio “Per Artem ad Deum” ao pintor espanhol, co-iniciador do Caminho Neocatecumenal. A cerimônia ocorreu ontem à tarde, 1º de dezembro de 2024, na capela do Seminário Redemptoris Mater de Roma.

DEBORA DONNINI – CIDADE DO VATICANO

Uma beleza que não termina em si mesma, mas que é capaz de emocionar o homem, introduzindo-o na experiência do amor de Deus. Este foi o fio condutor da cerimônia de ontem à tarde, domingo, 1º de dezembro, durante a qual foi concedida a Kiko Argüello, co-iniciador do Caminho Neocatecumenal, a medalha do prêmio Per Artem ad Deum, da associação polonesa Sacra Expo, sob o patrocínio do Dicastério para a Cultura e a Educação. Um reconhecimento que “é concedido a artistas ou instituições cujos resultados artísticos contribuem para o desenvolvimento da cultura e para a formação da espiritualidade humana”, explica o presidente da associação, Andrzej Mochoń. Nos últimos dezenove anos, o prêmio foi entregue a personalidades do calibre de músicos como Ennio Morricone, diretores como Giuseppe Tornatore e Krzysztof Zanussi, escultores como Arnaldo Pomodoro e outros, incluindo também pintores e arquitetos renomados.

OS MOTIVOS DO PRÊMIO

A concessão ocorreu em um clima alegre, na capela do Seminário Redemptoris Mater de Roma, na presença de cerca de 200 pessoas, incluindo alguns itinerantes e colaboradores de Kiko na pintura, na arquitetura e na música. Também estavam presentes o P. Mario Pezzi e María Ascensión Romero, membros da equipe responsável do Caminho Neocatecumenal junto com Kiko Argüello. “A obra de Kiko – destacou Mochoń – vai muito além da atividade tradicional de criação artística. Por meio da pintura, entendida como reflexo da luz de Deus, e da música, linguagem universal capaz de abrir o coração à dimensão do espírito, ele encontra uma forma de anunciar o Evangelho ao homem contemporâneo.”

Mochoń recordou que Kiko “coloca sua vocação artística a serviço da Igreja e de sua liturgia, compondo músicas para os Salmos, outras passagens das Escrituras, hinos da Igreja, assim como poemas espirituais extraídos de seus escritos. Kiko Argüello é autor de livros, além de importantes obras de pintura, arquitetura e escultura em todo o mundo.”

O PRÊMIO SE REFERE TAMBÉM À RADICALIDADE DA VIDA EVANGÉLICA

Sobre a possibilidade de que a arte se torne uma devoção idólatra, no sentido de não conduzir a nada além de si mesma, concentrou-se o cardeal Grzegorz Ryś, arcebispo de Łódź. Ele destacou esse aspecto precisamente para explicar que não é fácil viver corretamente “o princípio per artem ad Deum“, pois isso requer não apenas talento, mas também discernimento e oração. “O prêmio concedido, portanto, não se refere apenas às capacidades artísticas, mas também ao radicalismo da vida evangélica.” O cardeal citou a Carta aos Artistas de São João Paulo II, recordando, assim, que o caminho da beleza é uma via de anúncio da salvação para todos os seres humanos, para cada pecador.

KIKO: O CAMINHO É O MAIS IMPORTANTE DE MINHA OBRA ARTÍSTICA

Ao agradecer a entrega do prêmio, Kiko quis recordar qual é o sentido mais profundo de sua experiência artística. “O Senhor – explicou – fez comigo e com Carmen (Hernández, serva de Deus e co-iniciadora do Caminho Neocatecumenal, ndr) algo impressionante. Porque o mais importante de toda a minha obra artística foi abrir um Caminho de Iniciação Cristã” na Igreja, que está ajudando tantas famílias e jovens. “Isso sim é uma obra de arte,” afirmou em seu discurso, no qual refletiu sobre o sentido da beleza. A beleza é, de fato, relação, como se manifesta, por exemplo, em uma paisagem, no azul do céu que canta à beleza das nuvens cinzas ou brancas. Isso porque “o conteúdo mais profundo da beleza é o amor.” Aprofundando ainda mais, Kiko citou Dostoiévski, que afirma que a beleza é Cristo: “A beleza sempre produz uma emoção estética” e é “como se Deus quisesse demonstrar, com a beleza, que nos ama.”

Kiko abordou o sentido da beleza através das Sagradas Escrituras. Lembrou que Deus chama os cristãos a participar da construção dessa beleza, mostrando o amor de Deus ao mundo, testemunhando que é possível não viver mais para si mesmos. “A obra de salvação consiste em arrancar o homem da maldição de oferecer tudo para si mesmo, devolvendo-o à beleza do amor.” As pessoas estão esperando pelo anúncio do Evangelho aos pobres e por ver esse tipo de amor realizado: “Amai vossos inimigos.” O Caminho Neocatecumenal busca levar isso por meio de pequenas comunidades cristãs nas paróquias – compostas por 30-40 pessoas – para manifestar o amor de Deus em um mundo cada vez mais secularizado. O Concílio Vaticano II fala, de fato, da Igreja como sacramento universal de salvação. Por isso, é muito importante que a beleza de Cristo resplandeça nos cristãos. “Cristo morreu – concluiu Kiko – para que o homem saia desse círculo de egoísmo, para que não viva mais para si mesmo, mas para aquele que morreu e ressuscitou por ele, Cristo.”

Cardeal Grzegorz Ryś, arcebispo de Łódź, Polônia (Foto: Tomasz Marynowski)

A OBRA ARTÍSTICA

Para ilustrar o itinerário artístico de Kiko Argüello, por fim, P. Segundo Tejado, presidente da Fundação Ópera Artística Kiko Argüello, que tem como objetivo conservar e divulgar suas obras, recordou que Kiko estudou Belas Artes na Academia de San Fernando, em Madri, e recebeu, em 1959, o Prêmio Nacional Extraordinário de Pintura. No final da década de 1950, teve uma crise existencial e, após um profundo encontro com o Senhor, foi viver entre os pobres nas favelas de Palomeras Altas, em Madri. Ali, conheceu Carmen Hernández, e começou a experiência do Caminho Neocatecumenal, que hoje está presente em 136 nações e cerca de 6.200 paróquias. A arte de Kiko, tanto na iconografia quanto na arquitetura, busca oferecer espaços em harmonia com a renovação proposta pelo Concílio Vaticano II. Na pintura, explicou P. Tejado, sua referência são os ícones da Igreja Oriental. Kiko se impressionou com esses pintores que renunciam sua própria “originalidade” em favor da submissão ao cânone pré-estabelecido pela tradição. Kiko inspira-se, portanto, nesta arte, atualizando-o com os progressos da pintura moderna – como os de Picasso e Matisse – nos quais foi formado. Suas obras se encontram em muitas paróquias: desde Roma a Florença; Piacenza a Paris, até na Catedral de Madri, para citar apenas alguns lugares

“Kiko – sublinhou P. Tejado – tira a arte do contexto do negócio: não cobra por suas obras. Busca uma arte para os pobres, para a liturgia,” “uma arte que leve o homem a experimentar o amor que Deus nos mostrou em Cristo.” Kiko também desenhou o modelo arquitetônico de alguns seminários, realizou vitrais, algumas esculturas e ornamentos litúrgicos. Sua obra artística também abrange o campo da música como via para anunciar o Evangelho. Em 2010, compôs sua primeira sinfonia, O sofrimento dos inocentes, e nesse mesmo ano fundou a Orquestra Sinfônica do Caminho Neocatecumenal, um grupo internacional formado por cerca de 200 músicos. A sinfonia foi interpretada em muitos teatros, salas de concerto, praças e catedrais: em Madri, Nova York, Chicago, Tóquio, Berlim, Jerusalém, Budapeste, Lublin, Auschwitz, Trieste.

De fato, para encerrar o evento, foi interpretado um movimento do segundo poema sinfônico O Messias por um dueto de piano e violino, com um solista. As notas da música e o olhar dirigido ao retábulo da capela, onde estão representadas cenas da vida de Cristo, selaram o encontro, tornando-o assim uma experiência viva dessa beleza capaz de comover o coração do homem.

Fonte: https://neocatechumenaleiter.org/pt-br/kiko-arguello-recebe-a-medalha-per-artem-ad-deum/

Papa no Angelus: podemos saber tudo sobre Jesus, mas ainda assim não reconhecê-lo

Angelus, 26 de janeiro de 2025 - Papa Francisco (Vatican News)

Durante o Angelus deste domingo (26/01), o Papa Francisco destacou a importância de reconhecer Jesus como o Salvador que traz uma mensagem que ninguém mais pode nos dar. "Nós também somos chamados a nos questionar sobre sua identidade e missão em nossa vida", afirmou o Pontífice, convidando os fiéis a refletirem sobre a autoridade única de Cristo.

Vatican News

Neste domingo, 26 de janeiro, o Papa Francisco, após presidir a missa na Basílica de São Pedro, também se encontrou com milhares de fiéis e peregrinos para a oração mariana do Angelus, na Praça São Pedro. Em sua reflexão, inspirada no Evangelho de Lucas, o Santo Padre recordou o momento em que Jesus, na sinagoga de Nazaré, leu a passagem do profeta Isaías e proclamou: “Hoje se cumpriu esta Escritura” (Lc 4,21), anunciando sua missão evangelizadora e libertadora enquanto Messias.

Francisco ressaltou o impacto dessa declaração entre os conterrâneos de Jesus, que, por conhecê-lo como "o filho do carpinteiro", não conseguiam aceitar sua identidade como o Cristo. "Eles pensavam conhecê-lo bem demais, e isso, ao invés de abrir suas mentes e corações, os bloqueava, como um véu que obscurece a luz", observou o Papa.

Reconhecer a mensagem de Jesus

O Papa destacou que essa atitude dos nazarenos ainda pode ser vista em nossos dias: "Também nós somos interpelados pelas palavras e pela presença de Jesus. Às vezes, pensamos que já o conhecemos, que não há nada de novo a descobrir, porque crescemos com Ele, no catecismo, na paróquia ou em um país de cultura cristã."

Segundo Francisco, esse senso de familiaridade pode nos impedir de reconhecer a singularidade de Cristo e sua mensagem. "Reconhecemos que Jesus traz uma mensagem de salvação que ninguém mais pode nos dar? Sentimos que, de algum modo, também somos pobres, prisioneiros, cegos e oprimidos, necessitados de sua graça?", questionou o Pontífice.

Ao concluir sua reflexão, o Papa confiou os fiéis à intercessão de Maria, Mãe de Deus, pedindo sua ajuda para redescobrir Jesus.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Timóteo

São Timóteo (A12)
26 de janeiro
Localização: Ásia Menor (Listra)
São Timóteo

Assim como São Tito, cuja festa também é hoje, São Timóteo foi discípulo e colaborador de São Paulo.

Nasceu em Listra, Ásia Menor, de pai pagão e mãe judia, a qual se converteu na primeira passagem de Paulo por esta cidade. Quando tinha 20 anos, Timóteo seguiu Paulo depois da sua segunda visita ao local. A partir daí, será colaborador constante do Apóstolo dos Gentios, e seu amigo muitíssimo considerado: é citado nas cartas de São Paulo como “meu diletíssimo filho”, “meu fiel colaborador”, “servo em Cristo”, “meu irmão e servo em Deus no Evangelho”, “aquele que não procura a si mas a Cristo”. Recebeu do mestre duas epístolas, presentes no Novo Testamento.

Timóteo acompanhou São Paulo em viagens a Filipos, Tessalônica, Atenas, Corinto, Éfeso, Roma, e sofreu com ele todas as dificuldades destas jornadas. Paulo também tinha nele confiança para realizar missões em seu nome (“E foi justamente para isso que vos enviei Timóteo, meu filho amado e fiel no Senhor. Ele vos recordará as minhas normas de conduta em Cristo, do modo como as ensino em toda parte por todas as igrejas” (1Cor 4,17)), e o tornou o primeiro bispo de Éfeso.

A Igreja considera Timóteo mártir, através da Tradição, mas as circunstâncias não são muito claras. Teria sido apedrejado durante uma procissão pagã, ao tentar converter os idólatras, por volta do ano 96.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Seguir fielmente o mestre e crescer na Fé e nas obras, eis o exemplo prático de São Timóteo. Deus tem confiança em nós e nos envia para transmitir Sua Palavra – Jesus – ao mundo.

Oração:

Deus e Pai amoroso, que tanto nos considera e nos quer, concedei-nos a mesma disposição de São Timóteo de Vos seguir aonde nos quiserdes enviar, e por sua intercessão dai-nos a graça de acolher no coração as mensagens do Espírito Santo, para que as vivamos no dia a dia. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Maria Santíssima Vossa Mãe. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF