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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

São Brás, o médico que se tornou santo

© Montage Aleteia

Cibele Battistini - publicado em 03/02/25

Desde jovem, ele demonstrou notável sabedoria e compaixão,motivos pelos quais se tornou médico e sacerdote.

Blaise de Sebaste, conhecido por nós como São Brás, nasceu na Armênia, no século III. Ainda jovem, iniciou seus estudos em medicina e filosofia. No entanto, frente tantas misérias humanas, ele decidiu seguir conjuntamente a vocação ao sacerdócio, tornando-se bispo de Sebaste, onde exerceu seu ministério até o ano de sua morte, em 316. São Brás dedicou a vida a Deus, através dos cuidados não só do corpo, mas principalmente da alma das pessoas que o encontravam.

Durante o reinado do imperador romano Licínio, houve grande perseguição aos cristãos liderada por Agricolau, governador da Capadócia. São Brás vivenciou a situação de precariedade que seu povo pastoreado vivia. Refugiou-se no Monte Argeu, vivenciando a solidão e na oração, guiando suas ovelhas. Encontrado pelos guardas do governo Agrícola, foi à prisão. E ali, no caminho, uma mãe desesperada acorreu a ele, trazendo nos braços o filho já desfalecido por estar engasgado com uma espinha de peixe. No mesmo instante, São Brás rezou e abençoou o menino, e suas orações foram atendidas. O garoto foi milagrosamente curado! Esse foi o primeiro milagre que moveu grande comoção e devoção ao santo, venerando-o como protetor da garganta.

Depois de preso, São Brás foi martirizado, tendo seu corpo flagelado e rasgado por ganchos para, enfim, ser decapitado. 

Um rito dedicado a São Brás

A tradição de fé e devoção a São Brás é tão especial que um rito foi desenvolvido para celebrar esta bênção: no dia 3 de fevereiro, em que celebramos sua memória, o sacerdote, munido com duas velas em forma de cruz, abençoa cada um dos fiéis contra os males da garganta, rezando a seguinte oração: “Por intercessão de São Brás, Bispo e Mártir, livre-te Deus do mal da garganta e de qualquer outro mal. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém”

Fonte: https://pt.aleteia.org/2025/02/03/sao-bras-o-medico-que-se-tornou-santo

A virtude Escatológica da Esperança

«A esperança é a virtude teologal pela qual desejamos o Reino dos céus e a vida eterna como nossa felicidade, pondo toda a nossa confiança nas promessas de Cristo e apoiando-nos não nas nossas forças, mas no socorro da graça do Espírito Santo»   (AFP or licensors)

"Esperar é aguardar algo que já nos foi dado: a salvação no amor eterno e infinito de Deus. Aquele amor, aquela salvação que dão sabor ao nosso viver e que constituem a base sobre a qual o mundo permanece de pé, apesar de toda a maldade e crueldades causadas por nossos pecados de homens e de mulheres. Esperar, portanto, é acolher esse presente que Deus nos oferece todos os dias. Esperar é saborear a maravilha de ser amado, procurado, desejado por um Deus".

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

O mundo de hoje tem muita necessidade desta virtude cristã! O mundo precisa da esperança, assim como tem tanta necessidade da paciência, uma virtude que caminha de mãos dadas com a esperança. Os homens pacientes são tecelões de bem. Desejam obstinadamente a paz, e embora alguns tenham pressa e queiram tudo e já, a paciência tem a capacidade da espera. Até quando muitos à sua volta cederam à desilusão, quem é animado pela esperança e é paciente, torna-se capaz de atravessar as noites mais escuras. 

Em 8 de maio de 2024, o Papa Francisco concluía seu ciclo de catequeses "Os vícios e as virtudes", com uma reflexão sobre "A esperança", onde ressaltava que "Esperança e paciência caminham de mãos dadas!". Esperança, esta, que não engana, como reza o título da Bula de Proclamação do Jubileu 2025 que estamos vivendo.

Dando sequência a sua série de reflexões sobre este tema,  Pe. Gerson Schmidt* nos fala hoje sobre "A virtude Escatológica da Esperança":

"O Ano Jubilar 2025 tem como tema sermos todos “Peregrinos de Esperança”, num mundo mergulhado de crises, guerras, revoltas, falta de fé e busca de reconciliação. Refletimos já o aspecto de sermos todos peregrinos, pois, conforme a liturgia reza, não temos aqui “cidade permanente, mas buscamos a cidade que há de vir”. O Caderno do Jubileu número 23, - “A Igreja Peregrina rumo à plenitude”, de autoria de Achim Schütz, concentra-se na questão da relação entre o tempo e a eternidade. O Caderno proposto pela Sagrada Congregação para a Evangelização, a pedido do Papa Francisco, apresenta o capítulo 4 intitulado: “A virtude Escatológica da Esperança”. Baseia-se nas suas reflexões nos números 48 a 51 da Constituição sobre a Igreja, a Lumen Gentium, que aponta a índole escatológica da nossa vocação. A virtude da esperança, tema rico de nosso Papa, é a virtude por excelência que determina o caráter escatológico dos fiéis da Igreja.

O autor diz que “a esperança Cristã não é uma utopia, nem tem as características de uma fantasia. Essa última oferece as perspectivas de condições que não tem nenhum fundamento na realidade. Cavalo com três cabeças ou com asas tem, inegavelmente, características fantásticas. Um animal assim não existe no mundo. É construído pelo engenho humano, combinando, de modo bizarro, vários elementos que existem realmente. Na base de uma fantasia, portanto, há um sujeito humano que utiliza as suas capacidades criativas, de tal modo, a invocar um ser que jamais foi visto no reino da experiência real. Utopia é um pouco diversa. Mesmo nesse caso, o homem cria algo da sua imaginação a partir de elementos da realidade, que são combinados conforme seu desejo. Um estudante de medicina poderia imaginar ter frequentado todas as aulas prescritas em menos de três anos e poder reivindicar, finalmente o título de doutor”. A esperança cristã não é utópica, nem fantasiosa, mas é real, verdadeira porque se assegura e se alicerça naquele que ressuscitou e nos dá razão para acreditar na sua presença, atuação e na sua obra redentora.

Papa Francisco tem refletido em seu Pontificado a virtude da esperança. Na Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro, em 2013, a sua mensagem ecoava assim: “não deixem que lhes roubem a esperança”. Nosso Sumo Pontífice, com os gestos e palavras, é uma testemunha dessa esperança, entendida como ação espiritual de quem não se rende à noite do mal no mundo. Aquele que vive da esperança, afirma o Pontífice, colabora com Deus para “fazer novas todas as coisas”. A esperança, um dom de Deus, também é uma tarefa que todo cristão deve cultivar, alerta o Papa Francisco no novo livro "A esperança é uma luz na noite" (em língua original "La speranza è una luce nella notte"), uma antologia que reflete sobre essa virtude, também tema do Ano Santo. O livro publicado em novembro do ano passado, disponível nas editoras, é um grande subsídio para esse ano Jubilar 2025.

Reflete o Papa Francisco: "O Jubileu de 2025, ano santo que eu quis que fosse dedicado ao tema 'Peregrinos de esperança', é uma ocasião propícia para refletir sobre essa virtude cristã fundamental e decisiva. Especialmente em tempos como os que estamos vivendo, em que a terceira guerra mundial em pedaços que está se desenrolando diante de nossos olhos pode nos levar a assumir atitudes de desânimo sombrio e cinismo mal disfarçado. A esperança, por outro lado, é um dom e uma tarefa para todo cristão. É um dom porque é Deus quem a oferece a nós. Esperar, de fato, não é um mero ato de otimismo, como quando, às vezes, esperamos passar em um exame na universidade (“esperamos conseguir”) ou esperamos que o tempo esteja bom para o passeio fora da cidade em um domingo de primavera (“esperamos que faça tempo bom”). Não, esperar é aguardar algo que já nos foi dado: a salvação no amor eterno e infinito de Deus. Aquele amor, aquela salvação que dão sabor ao nosso viver e que constituem a base sobre a qual o mundo permanece de pé, apesar de toda a maldade e crueldades causadas por nossos pecados de homens e de mulheres. Esperar, portanto, é acolher esse presente que Deus nos oferece todos os dias. Esperar é saborear a maravilha de ser amado, procurado, desejado por um Deus que não se fechou em seus céus impenetráveis, mas que se fez carne e sangue, história e dias, para compartilhar o nosso destino”."

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Não tenham medo de trazer filhos ao mundo, diz papa Francisco a casais jovens

Papa Francisco com um grupo de crianças no Vaticano | Vatican Media

Não tenham medo de trazer filhos ao mundo, diz papa Francisco a casais jovens.

Por Walter Sánchez Silva*

2 de fevereiro de 2025

O papa Francisco encorajou os jovens casais a não terem medo de trazer filhos ao mundo, como parte do 47º Dia Mundial da Vida, celebrado hoje (2) na Itália sob o lema “Transmitir a vida, esperança para o mundo”.

Nas suas palavras depois da oração do Ângelus na Praça de São Pedro, no Vaticano, o papa uniu-se aos bispos italianos “para expressar gratidão às tantas famílias que acolhem de bom grado o dom da vida e para encorajar os jovens casais a não terem medo de trazer filhos ao mundo”.

Francisco também saudou o “Movimento Pró-Vida Italiano, que celebra seu 50º aniversário” e que anunciou neste domingo que a Manifestação Nacional pela Vida acontecerá em 10 de maio em Roma.

 “Sobre o tema do valor primordial da vida humana, reitero o ‘não’ à guerra, que destrói, destrói tudo, destrói a vida e leva a desprezá-la. E não esqueçamos que a guerra é sempre uma derrota”, disse Francisco.

“Neste Ano Jubilar, renovo meu apelo, especialmente aos governantes de fé cristã, para que se empenhem ao máximo nas negociações para por fim a todos os conflitos em curso. Rezemos pela paz na martirizada Ucrânia, Palestina, Israel, Líbano, Mianmar, Sudão e Kivu do Norte”, exortou o papa.

Francisco recordou também que amanhã (3), o Vaticano acolherá o Encontro Internacional sobre os Direitos da Criança, com o tema ‘Vamos amá-las e protegê-las, “que tive a alegria de promover e do qual participarei”.

“É uma oportunidade única para colocar no centro da atenção do mundo as questões mais urgentes que dizem respeito à vida das crianças. Convido vocês a se unirem em oração pelo bom êxito”, disse.

A rainha Rania da Jordânia; a senadora vitalícia italiana Liliana Segre, sobrevivente do campo de concentração nazista de Auschwitz; o ativista indiano Kailash Satyarthi, ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 2014 junto a Malala Yousafzai; Al Gore, ex-vice-presidente dos EUA, são alguns dos participantes deste evento, que o papa anunciou em 20 de novembro.

No dia que anunciou o encontro o papa disse que "será uma oportunidade para identificar novos caminhos que visam ajudar e proteger milhões de crianças que ainda não têm direitos, vivem em condições precárias, são exploradas e abusadas e sofrem as consequências dramáticas das guerras".

*Walter Sánchez Silva é jornalista na ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, com mais de 15 anos de experiência cobrindo eventos da Igreja na Europa, América e Ásia.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/61109/nao-tenham-medo-de-trazer-filhos-ao-mundo-diz-papa-francisco-a-casais-jovens

Francisco: prepararei uma Exortação Apostólica dedicada às crianças

O Papa durante o Encontro Internacional sobre os Direitos da Criança  (Vatican Media)

O Papa concluiu o Encontro Internacional sobre os Direitos da Criança realizado nesta segunda-feira, no Vaticano, e anunciou seu desejo de dar continuidade ao compromisso assumido no evento com um texto magisterial a ser publicado no futuro. Francisco agradeceu a todos os oradores por terem transformado a Residência Apostólica num “observatório” aberto sobre a realidade da infância “ferida, explorada, negada”.

Salvatore Cernuzio – Vatican News

No final do Encontro Internacional sobre os Direitos da Criança realizado, nesta segunda-feira (03/02), no Vaticano, o Papa Francisco anunciou, em seu discurso de encerramento do evento, que pretende "preparar uma Exortação Apostólica dedicada às crianças".

Francisco expressou sua sincera gratidão a todos os participantes no final do Encontro sobre os Direitos da Criança. "Graças a vocês, as salas da Residência Apostólica tornaram-se hoje um “observatório” aberto para a realidade da infância em todo o mundo, uma infância que infelizmente é muitas vezes ferida, explorada, negada", disse o Pontífice. "A sua presença, a sua experiência e a sua compaixão deram vida a um observatório e, sobretudo, a um "laboratório": em vários grupos temáticos, vocês desenvolveram propostas para a proteção dos direitos das crianças, considerando-as não como números, mas como rostos", sublinhou Francisco.

"Tudo isso dá glória a Deus, e a Ele o confiamos, para que o seu Espírito Santo o torne fecundo e fértil", disse ainda o Papa.

Cerca de 40 oradores de alto nível, entre políticos, Prémios Nobel, representantes do mundo da cultura, da economia, da Igreja, do judaísmo e do islamismo, revezaram-se na mesa oval montada da Sala Clementina para o Encontro Internacional sobre os Direitos da Criança. Um evento desejado pelo Papa Francisco e organizado pelo Pontifício Comitê para a Jornada Mundial da Criança, dividido em duas sessões e marcado por sete painéis temáticos. O Papa - depois de ter aberto o encontro esta manhã com um longo discurso no qual reiterou a importância da vida, da infância, dos sonhos das crianças e também dos seus silêncios - concluiu os trabalhos com o anúncio de uma Exortação Apostólica dedicada às crianças com o objetivo de “dar continuidade” ao compromisso lançado nesta segunda-feira no Encontro e “promovê-lo em toda a Igreja”.

"As crianças nos observam"

O Papa citou o padre Ibrahim Faltas, vigário da Custódia da Terra Santa, que falou pouco antes. Em particular, o Papa disse que ficou impressionado com a frase: "As crianças nos observam". "Foi também o título de um filme famoso: as crianças nos observam", acrescentou em referência ao famoso filme de 1944 de Vittorio De Sica. As crianças "nos observam para ver como seguimos na vida", sublinhou Francisco.

A carta das crianças

No início da sessão da tarde, o Papa quis ler alguns trechos da carta que, esta manhã, um grupo de crianças das escolas católicas de Roma, da comunidade indonésia e das Escolas da Paz de Santo Egídio e Auxilium deram a ele junto com alguns desenhos. "Querido Papa Francisco, escrevemos a você em nome das crianças de toda a Terra", diz a carta lida pelo Papa. "Queremos agradecer porque você se preocupa conosco e com o nosso futuro, nos ama e nos protege. Muitas crianças sofrem por causa da fome, da guerra, da cor diferente da pele, de desastres ambientais". "Queremos um mundo mais justo, sem divisões entre os povos, entre ricos e pobres, entre jovens e idosos", continua a carta. "Um mundo que seja também mais limpo, onde a poluição não destrua as florestas, não suje o mar e não mate tantos animais. Entendemos que é mais importante salvar a Terra do que ter muito dinheiro".

A oitava exortação do pontificado

A Exortação Apostólica sobre as crianças anunciada, nesta segunda-feira (03/02), pelo Papa Francisco será a oitava do seu pontificado, começando com Evangelii Gaudium de 2013 e terminando com C'est la confiance de 2023. Será um novo capítulo de um magistério marcado pela atenção a uma categoria frágil e vulnerável, vítima de abuso sexual e não só, de exploração, de violência, crianças privadas da infância, da brincadeira e do tempo livre, como destacado em muitos painéis nesta segunda-feira. O Papa também dedicará um evento jubilar às crianças nos dias 24 e 25 de maio, na expectativa da segunda edição da Jornada Mundial da Criança, após a primeira realizada em maio passado no Estádio Olímpico de Roma, ocasião em que o Papa reiterou que, neste mundo de guerras, “é sempre possível fazer a paz”. E fazer a paz a partir da contribuição dos pequeninos, de suas necessidades e de seus desejos.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Dos Tratados sobre os Salmos, do Pseudo-Hilário

O Senhor é Minha Luz (Liturgia das Horas.online)

Dos Tratados sobre os  Salmos, do Pseudo-Hilário

(Ps. 132: PLS 1,244-245)            (Séc. IV)

Todos os fiéis tinham um só coração e uma só alma

Vede como é bom e alegre habitarem juntos os irmãos. Bom e alegre é habitar na unidade com os irmãos, porque vivendo deste modo, juntam-se à unidade da Igreja e, dizendo-se irmãos, concordam na caridade de um só querer.

Já na primeira pregação dos apóstolos existia este grande preceito, conforme lemos: Todos os fiéis possuíam um só coração e uma só alma.

Convém, portanto que o povo de Deus seja de irmãos em um só Pai, uma unidade em um só Espírito, vivam unânimes em uma só casa, sejam membros de um só corpo.

Bom e alegre é habitarem os irmãos na unidade. O profeta encontra uma comparação para esta alegria e bondade: Como o óleo sobre a cabeça, que desce pela barba de Aarão, até à orla de suas vestes. O óleo de Aarão foi um bálsamo composto de perfumes, que o ungiu por sacerdote. Agradou a Deus que assim, primeiramente, fosse consagrado seu sacerdote. Nosso Senhor também foi ungido invisivelmente, de preferência a seus companheiros. Unção não terrena; não derramada de um chifre, como se ungiam os reis, mas unção com o óleo da alegria, depois da qual, conforme a lei, Aarão foi chamado de “Cristo”, isto é, “o ungido”.

Como esta unção expele os imundos espíritos do coração de quem a recebe, também pela unção da caridade, começamos a exalar a concórdia, tão suave a Deus, como diz o apóstolo: Somos o bom odor de Cristo. Assim, pois, como a primeira unção, e de Aarão sacerdote, foi agradável a Deus, do mesmo modo é bom e alegre habitarem os irmãos na unidade.

O óleo desceu da cabeça à barba. A barba é o distintivo da idade adulta. Não é bom sermos crianças em Cristo, a não ser, como já se disse, crianças na malícia, não no entendimento. O apóstolo chama todos os infiéis de criancinhas, que ainda não suportam alimento sólido, precisam de leite. Ele diz: Dei-vos leite a beber e não alimento sólido; ainda não éreis capazes e nem mesmo agora o sois.

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

domingo, 2 de fevereiro de 2025

O significado dos 7 dons do Espírito Santo

Os 7 dons do Espírito Santo (Canção Nova)

O significado dos 7 dons do Espírito Santo

Francisco Vêneto - publicado em 27/01/17

Qual é a diferença entre sabedoria, entendimento e ciência? E por que o “temor de Deus” é diferente do medo?

FORTALEZA

Com o dom da fortaleza, Deus nos dá a coragem necessária para enfrentarmos as circunstâncias desafiadoras da vida e a firmeza de caráter para suportarmos as perseguições e tribulações decorrentes do nosso testemunho cristão, rejeitado e combatido pelo mundo. Foi graças ao dom da fortaleza que os santos recusaram as falsas promessas e enfrentaram as ameaças da mundanidade, muitos com o sacrifício da própria vida.

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SABEDORIA

O dom da sabedoria nos leva a distinguir entre o que é essencial e o que não é; entre o que realmente importa e o que é meramente secundário. Ser sábio é saber escolher e apreciar o bem em meio às muitas alternativas sedutoras que se colocam diante do nosso livre arbítrio, confundindo o nosso julgamento com aparências que precisam ser desmascaradas. A sabedoria não necessariamente envolve inteligência, cultura e entendimento: é outro tipo de conhecimento; é a capacidade singela de enxergar ou intuir o bom, o belo e o verdadeiro a partir da referência do Absoluto, não do relativo. É o dom de “saber viver” em Deus, na bondade, na verdade e na beleza, ainda que não se entendam muitas coisas no sentido intelectual do termo “entender” – aliás, o entendimento é outro dom divino, que veremos em seguida.

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ENTENDIMENTO

Este dom torna a nossa inteligência capaz de compreender e assimilar os conteúdos das verdades reveladas, auxiliando-se também da ciência, que ilumina a razão a fim de conhecermos melhor a criação e chegarmos assim ao Criador. Pode parecer um tanto confuso, à primeira vista, distinguir entre a sabedoria, o entendimento e a ciência. De fato, são dons complementares entre si, mas há distinção entre eles. Expliquemos dando um exemplo: há pessoas simples que, mesmo sem entenderem o vasto significado da liturgia, dos dogmas e das orações, sabem apreciar o sabor das coisas de Deus e dão testemunho de intensa devoção e piedade, sendo capazes de inspirar e ajudar os outros a viverem uma vida espiritual mais profunda, ainda que esses outros tenham maiores talentos intelectuais. Essas pessoas simples possuem o dom da sabedoria, mas lhes falta o entendimento – que é o dom de compreender o sentido das coisas de Deus. Com o dom do entendimento, o cristão contempla com mais lucidez e consciência o mistério da Santíssima Trindade, o amor de Cristo pela humanidade, o significado da Sagrada Eucaristia, dos sacramentos, dos ritos litúrgicos, da moral católica etc. E onde é que entra o dom da ciência? A ciência nos ajuda nessa compreensão fornecendo-nos um tesouro crescente de informações sobre a criação como precisamente isso: criação, obra do Criador.

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CIÊNCIA

É o dom divino que aperfeiçoa as nossas faculdades intelectivas e nos ajuda a compreender a realidade como obra do Criador, iluminados, simultânea e harmoniosamente, pela fé e pela razão – “as duas asas que elevam o espírito humano à contemplação da Verdade”, conforme a bela descrição apresentada pela encíclica “Fides et Ratio”, do Papa São João Paulo II. O dom da ciência, portanto, nos abre à contemplação do Criador mediante o conhecimento da criação. É importante observar que se trata do dom da ciência de Deus, não da ciência das coisas do mundo; ele envolve o reconhecimento da criação como meio para a contemplação de Deus. Graças ao dom da ciência, os santos, por exemplo, souberam ver Deus atrás das criaturas como que através de um espelho. São Francisco de Assis compôs o “cântico das criaturas” ao Senhor porque todos os seres criados, desde as flores até as aves, desde a água até o fogo e o sol, lhe eram ocasião para contemplar e amar a Deus, Criador de tudo o que há. O dom da verdadeira ciência nos leva, mediante o reto conhecimento e reconhecimento das criaturas como criaturas, a vislumbrar o Criador. Entre as criaturas não se incluem apenas os demais seres tangíveis, mas também as próprias ações e comportamentos humanos, que fazem parte do mundo criado: o dom da ciência, portanto, nos ajuda ainda a saber como agir – e, neste sentido, evoca o dom do conselho.

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CONSELHO

É o dom que permite à alma o reto discernimento sobre como responder às circunstâncias da existência, tanto no tocante às próprias decisões quanto na hora de orientar os irmãos a trilharem o caminho do bem.

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PIEDADE

É a graça de Deus na alma que proporciona o relacionamento filial e profundo com Deus, mediante a oração e as práticas piedosas ensinadas pela Igreja. É o dom da devoção, do fervor, da experiência de viver em comunhão permanente com Deus.

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TEMOR DE DEUS

O nome deste dom pode causar estranheza e confusão, pois muitos o entendem em sentido negativo, como se devêssemos ter medo de Deus. Na verdade, trata-se do dom divino que nos leva a “temer” por Deus no sentido de não querer que Ele seja desprezado e deixado de lado, nem pelos outros, nem por nós mesmos. É o santo temor de que Deus seja ofendido; ao mesmo tempo, é o sadio temor das consequências do afastamento de Deus – consequências que não consistem num castigo imposto por Deus, mas sim na decorrência natural da nossa própria possibilidade de optar por viver longe d’Ele: Deus respeita a nossa liberdade a tal ponto que não nos impede de odiá-lo se assim escolhermos; por isso mesmo, Ele tampouco impede as consequências desse ódio voluntário, que se resumem no afastamento eterno de Deus decretado por nós próprios com a nossa liberdade e arbítrio. O dom do santo temor de Deus nos ajuda, assim, a evitar tudo o que nos afasta d’Ele – ou seja, o pecado; e não por medo de castigo, mas pela justa consciência de que, ao nos afastarmos d’Ele, nós próprios O perdemos voluntariamente.

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Fonte: https://pt.aleteia.org/2017/01/27/os-7-dons-do-espirito-santo-numa-explicacao-facil-de-entender

Apresentação do Senhor

Evangelho do domingo (Vatican News)

Porque meus olhos viram a Tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória do Teu povo Israel” (cf. Lc 2,30-32).

Eurico dos Santos Veloso - Arcebispo Emérito de Juiz de Fora, MG

A Festa da Apresentação do Senhor é o presságio do mistério da Salvação, em que a Luz que ilumina as nações, a qual é o próprio Cristo, vem ao encontro de todos a fim de oferecer a misericórdia e a libertação tão esperada por Israel e por todos os confins da Terra.

Na Primeira Leitura, extraída do Livro da Profecia de Malaquias (Ml 3,1-4), anuncia o “Dia do Senhor” em que o próprio Deus descerá e chegará ao seu templo a fim de encontrar o seu povo, e renovará Sua Aliança, purificando todos os corações dos fiéis. Ora, tal purificação com finalidade em preparar a todos, dig    nos em fazer oferendas justas e aceitáveis ao Senhor.

O Evangelho de Lucas (Lc 2,22-40) relata o episódio da Apresentação do Menino ao Templo, porém com um significado além do cumprimento da Lei de Moisés – “Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor” (cf. Lc 2,23) – afinal, aqui se cumpre o que foi profetizado por Malaquias – “chegará ao seu templo o Dominador” (cf. Ml 3,1). Ora, Jesus é descrito como o Messias do Senhor, o qual foi destinado a cumprir a Obra de Salvação a todos, onde Simeão glorifica a promessa – “Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; porque meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel” (cf. Lc 2,29-32) - e ao mesmo tempo exclama o mistério do sofrimento que Maria irá perpassar – “Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma” (cf. Lc 2,34-35). Tal cântico, nosso amado Papa Francisco nos catequiza: “O que suscitou o cântico de louvor em Simeão e Ana não foi, por certo, o olhar para si mesmos, o analisar e rever a própria situação pessoal. Não foi o permanecer fechados com medo de algo ruim que lhes pudesse acontecer. O que suscitou o cântico foi a esperança, aquela esperança que os sustentava na velhice. Aquela esperança viu-se recompensada no encontro com Jesus. Quando Maria coloca nos braços de Simeão o Filho da Promessa, o ancião começa a cantar os seus sonhos. Quando coloca Jesus no meio do seu povo, este encontra a alegria. Sim, só isto nos poderá restituir a alegria e a esperança, só isto nos salvará de viver numa atitude de sobrevivência, só isto tornará fecunda a nossa vida, e manterá vivo o nosso coração: colocar Jesus precisamente onde Ele deve estar, ou seja, no meio do seu povo” (https://www.acidigital.com/noticias/texto-homilia-do-papa-francisco-na-missa-da-festa-da-apresentacao-do-senhor-91633 - acesso em 01 de fev. de 2021).

A Segunda Leitura, extraída da Carta de São Paulo aos Hebreus (Hb 2,14-18), apresenta o Jesus Cristo como sacerdote por excelência, o qual oferece a sua própria carne e sangue pra destruir a morte através da condição de humanidade a qual se inseriu, a fim de libertar todos àqueles da mesma condição, ou seja, todos nós, irmãs e irmãos por excelência. “Por isso devia fazer-se em tudo semelhante aos irmãos, para se tornar um sumo sacerdote misericordioso e digno de confiança nas coisas referentes a Deus, a fim de expiar os pecados do povo. Pois, tendo ele próprio sofrido ao ser tentado, é capaz de socorrer os que agora sofrem a tentação” (cf. Hb 2,17-18).

Imersos na Palavra desta Festa Litúrgica da Apresentação do Senhor, possamos reconhecer Jesus como o Sacerdote por Excelência através da entrega do seu próprio ser em prol do Mistério da Salvação a todos nós: Luz que ilumina as nação e glória a todos os povos.

Que Nossa Senhora da Luz ilumine a todos! Saudações em Cristo!

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santa Maria Domenica Mantovani

Santa Maria Domenica Mantovani (A12)
02 de fevereiro
Localização: Itália (Verona)
Santa Maria Domenica Mantovani

Maria Domenica nasceu em Verona, Itália, no dia 12 de novembro de 1862. Teve nos seus pais João Batista Mantovani e Prudência Zamperini, e no seu avô, que vivia com eles, a influência profunda de uma família honesta e cristã de trabalhadores simples, piedosos e dignos.

Frequentou apenas a escola primária, por causa da pobreza da família. Mas a falta de cultura foi compensada pelos dotes de inteligência, vontade e grande senso prático. Desde criança, mostrou sua vocação religiosa e, incentivada pelo avô, dedicava-se à oração e a tudo o que se referia a Deus.

Aos 15 anos, Maria Domenica passou a ser orientada pelo padre José Nascimbeni, que a levou a prosseguir na vida da perfeição. Ela dedicava-se ao ensino do catecismo às crianças, visitava e assistia os doentes e os pobres.

Maria Domenica foi a principal fundadora de uma nova família religiosa, chamada "Pequenas Irmãs da Sagrada Família". Espalhado pelo mundo, este instituto conta com muitas Irmãs presentes em 150 casas na Itália, Suíça, Albânia, Angola, Argentina, Paraguai, Uruguai e Brasil, dedicadas às mais variadas atividades apostólicas e caritativas.

Madre Maria Josefina da Imaculada faleceu depois de breve enfermidade, no dia 2 de fevereiro de 1934.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, C.Ss.R.
Revisão e acréscimos: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

A vida de caridade, isto é, o amor a Deus e ao próximo colocados em prática, não depende de quase nada, a não ser o mesmo amor por Deus. Santa Maria Domenica dedicou-se à mais importante, talvez, de todas as obras caritativas: a catequese – levar a palavra de Deus ao próximo – e em seguida ao auxílio aos doentes. Enfim, aos mais necessitados, de alma e de corpo, respectiva e hierarquicamente, conforme a vontade salvífica de Deus (pois a saúde do corpo de nada adianta, se a alma se perde no inferno). Nem todos teremos a sua vocação religiosa e a sua santidade específica, mas não há quem não possa, mesmo em pouca medida, cuidar da formação das almas, a começar dentro da própria casa, e em prestar algum auxílio a um doente – começando também, muitas vezes, dentro de casa.

Oração:

Ó Senhor, que és Caridade infinita, e que só desejas a Vossos filhos a cura da alma e do corpo, concedei-nos, por intercessão de Santa Maria Domenica, a humildade e a coragem de, preocupando-nos mais com o bem do próximo do que com as nossas próprias vontades, praticarmos o amor necessário para Convosco em cada irmão, e assim chegarmos ao Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Maria Santíssima. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

HISTÓRIA: "A fé nasce da vontade, não da coerção" (II)

Fé prática na providência divina (Schoenstatt)

Arquivo 30Giorni n. 01 – 2001

"A fé nasce da vontade, não da coerção"

Com estas palavras de De civitate Dei , Alcuíno, o conselheiro mais ouvido de Carlos Magno, dirige-se ao rei franco que tentou forçar o batismo dos saxões. Na história da Igreja, a autoridade de Santo Agostinho, desde que reconhecida, representou um elemento de crítica à imposição da prática cristã pela força. E a toda idealização doentia das realidades mundanas. Entrevista com Alessandro Barbero.

por Paolo Mattei

Um espírito missionário mais genuíno do que em outras épocas?
BARBERO: Devo fazer uma premissa metodológica por lealdade à minha profissão: hesitaria em dizer que há certas épocas em que somos sinceros e genuínos e outras em que não o somos mais. Em cada momento histórico há uma coexistência de pontos de vista, de atitudes. Eu não chegaria à distinção um tanto maniqueísta entre períodos históricos genuínos e bons e outros em que tudo é negativo e ruim: essa é uma atitude anti-histórica. A era da qual estamos falando não foi caracterizada apenas pela necessidade de expansão imperialista. Deve ter havido também este aspecto, porque é fácil imaginar que para certos guerreiros francos que lutaram na Saxónia sob Carlos Magno (uma guerra, repito, que durou trinta anos e nunca terminou realmente, caracterizada pelas contínuas rebeliões daquele povo visceralmente ligada aos (seus próprios ritos religiosos) a conversão dos pagãos representava uma questão secundária em relação à ampliação das posses fundiárias, à subjugação de novos escravos, à divisão de cargos e prebendas. Em suma, a dimensão imperialista certamente estava presente e trouxe consigo um pesado fardo de violência. Ao mesmo tempo, porém, existia um clero, monges e intelectuais que refletiam sobre a natureza moral e política da questão. E assim acontece que Alcuíno, o mais ouvido por Carlos entre os seus conselheiros, ao saber da pesada violência que o rei franco havia perpetrado contra os rebeldes saxões querendo batizá-los à força, lhe escreve, citando o De civitate Dei , de Santo Agostinho, que "a fé nasce da vontade, não da coerção. Você pode persuadir um homem a acreditar, mas não pode forçá-lo." E acrescenta: "A Saxônia precisa de pregadores, não de predadores". Carlos Magno escuta esses seus amigos. E quando se tratou de "planejar" outra missão, desta vez contra os ávaros, nos acampamentos do exército, em 796, reuniu-se uma espécie de conferência episcopal, de cujo trabalho emergiu, em documento oficial, uma condenação por demais forte. livre dos métodos seguidos na Saxônia. Não devemos repetir os mesmos erros, devemos basear nossa pregação no amor e não na imposição. Alcuíno e outros, como Paulino, patriarca de Aquileia, que presidiu aquela conferência, deixaram claro que ninguém pode ser forçado a acreditar. Além disso, por parte dessas pessoas, há toda uma consideração política realista: é um clero, aquele que cerca Carlos Magno, que conhece o mundo. Na Saxônia, eles ressaltam, introduzimos o sistema eclesiástico e, em todos os lugares, forçamos as pessoas, antes de tudo, a pagar o dízimo para a manutenção do pároco. E essas pessoas, é claro, não estavam felizes. Não podemos trazer o cristianismo e primeiro dizer: você tem que pagar um imposto!

Em suma, há uma capacidade de gerir o problema tanto do ponto de vista político como moral que, naquele momento, é notável.

O que levou a Igreja de Roma a estabelecer uma aliança com os distantes francos, que eram, em última análise, bárbaros como os lombardos, o que culminou na coroação imperial de Carlos Magno?
BARBERO: Vários motivos. Os lombardos estavam na Itália desde 568. Para eles, um acordo com o papado só seria concebível se o papa concordasse em ser bispo do reino lombardo. Roma teve que concordar em se tornar parte do reino e, como todos os outros bispos, como os de Milão e Pavia, o bispo de Roma também teve que reconhecer a autoridade de seu rei. Os lombardos queriam essa submissão completa, essa era a linha deles, eles não podiam recuar mais. Por outro lado, com os francos, que estavam distantes, era possível, de alguma forma, lidar em termos de igualdade, como uma potência para outra.

Depois há outra razão, talvez ainda mais importante. Os francos, do ponto de vista do Papa, eram na verdade "menos bárbaros" que os lombardos porque estes últimos eram arianos há muito tempo e, portanto, hereges. Eles então se converteram ao catolicismo, mas durante a longa fase ariana tiveram relações muito ruins com toda a estrutura da Igreja. Este fato teve um forte impacto na decisão de Roma. Enquanto os francos tiveram, digamos, um "golpe de sorte" com o rei Clóvis, que, no século V, se converteu ao cristianismo na forma católica, provavelmente no Natal de 496. Foi uma coincidência, uma questão de encontros fortuitos, porque as tribos francas, durante suas viagens, não encontraram nenhum ariano. Em vez disso, eles conheceram católicos. Enquanto os lombardos, que vieram mais a leste, da Panônia, estavam em contato com um clero ariano. São apenas coincidências. Assim, os francos, estabelecidos na Gália, convertidos ao catolicismo, imediatamente iniciaram uma colaboração muito próxima com o episcopado local. Portanto, o reino franco, entre todos os reinos romano-bárbaros, mesmo antes de Carlos Magno, era de longe o mais robusto, o que melhor funcionava, mesmo a nível administrativo e cultural, porque tinha o apoio leal do episcopado e do Clero católico. Obviamente esta boa notícia chega aos ouvidos de Roma que, a certa altura, tira as suas conclusões...

Carlos Magno também teve que lidar, durante os anos em que reinou, com os muçulmanos. Alguns estavam próximos, além dos Pireneus…
BARBERO: Os muçulmanos eram uma realidade relativamente nova naquela época. Muito pouco se fala sobre eles nos círculos intelectuais. Na época de Carlos, ainda não havia o esforço, que seria implementado depois do ano 1000, de ler suas obras, de traduzir o Alcorão, de entender o que eles pensavam; Ainda não é hora de descobrir que eles realizaram as poderosas traduções que permitirão ao Ocidente recuperar toda a cultura grega. Este trabalho será então feito na época de Dante. Na época de Carlos Magno, a sensação era de que o mundo era grande e cheio de coisas, até mesmo misteriosas, cheio de cristãos, mas também de bárbaros e pagãos. E até o fenômeno muçulmano é abordado com pragmatismo e realismo político. Em outras palavras, para simplificar: se não podemos derrotar essas pessoas, vamos tentar conviver com elas. Carlos teve que lidar concretamente com os muçulmanos apenas na frente espanhola. Em 778, ele organizou uma expedição além dos Pireneus para ajudar o governador de Barcelona, ​​Sulaimân ben Yaqzân ibn al-Arabi e outros “principes Sarracenorum” que se rebelaram contra o emir de Córdoba e pediram ajuda a Carlos Magno. Ao retornar desta expedição, a retaguarda do exército franco foi destruída em uma emboscada nos Pireneus: deste episódio nasceu a lenda do herói Rolando, do traidor Ganelon e da emboscada que os muçulmanos armaram perto de Roncesvalles. Na realidade, os autores da armadilha fatal foram os bascos, os cristãos, e não os muçulmanos.

Mas os muçulmanos não estavam apenas na Espanha…
BARBERO: Havia outros, mais distantes, como Harûn al-Rashid, em Bagdá, califa de 786 a 809, com quem Carlos sempre manteve excelentes relações, enviando e recebendo embaixadas e presentes. Famoso é o elefante Abul Abbas, um presente do Califa, que Carlos sempre levará consigo em todas as suas viagens.

Em suma, professor, podemos falar de tolerância religiosa nas relações entre cristãos e muçulmanos do século IX?
BARBERO: Eu não chegaria a falar de tolerância programática, mas de pragmatismo, sim, de realismo político. Por outro lado, Harun al-Rashid provavelmente também fez as mesmas considerações para manter relações cordiais com Carlos em nome de uma prudência política muito realista: ele não sabia muito sobre esses bárbaros do Norte que estavam em Roma ou Aachen. . Eles, portanto, mantinham excelentes relações, sem espírito de guerra santa. A questão é esta. Há uma concepção missionária nos cristãos da época de Carlos Magno que, no entanto, é gerida com realismo político. A ideia não é: “nós e eles”, “nós contra eles”. Acima de tudo, o problema de Jerusalém não surge porque os árabes em Jerusalém naquela época são muito tolerantes: o patriarca cristão continua a viver lá, mesmo sob o domínio árabe, e os peregrinos vão a Jerusalém sem problemas. Ainda não existe essa ideia, eu diria doentia, de que Jerusalém deve estar toda de um lado ou de outro. Uma ideia que está então na origem de muitos problemas que estão aí para todos verem.

Fonte: https://www.30giorni.it/

Jesus revela o critério pelo qual seremos julgados: o amor

Angelus, 02 de fevereiro de 2025 - Papa Francisco (Vatican News)

"Jesus revela o critério para julgar toda a história e o seu drama, e também a vida de cada um de nós. E qual é este critério? É o amor: quem ama vive, quem odeia morre. Isto é: Jesus é a salvação, Jesus é a luz e Jesus é o sinal de contradição".

https://youtu.be/nldwvgA0sfY

Queridos irmãos e irmãs, bom domingo!

Hoje o Evangelho da liturgia (Lc 2,22-40) nos fala de Maria e José que levam o menino Jesus ao Templo de Jerusalém. Segundo a Lei, eles o apresentam na morada de Deus, para recordar que a vida vem do Senhor. E enquanto a Sagrada Família cumpre aquilo que sempre se fazia no povo de Israel, de geração em geração, acontece algo que nunca havia acontecido antes.

Dois anciãos, Simeão e Ana, profetizam sobre Jesus: ambos louvam a Deus e falam do menino «a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém” (v. 38). Suas vozes comovidas ressoam entre as velhas pedras do Templo, anunciando o cumprimento das expectativas de Israel. Verdadeiramente Deus está presente no meio do seu povo: não porque habita entre quatro paredes, mas porque vive como homem entre os homens. E esta é a novidade de Jesus...Na velhice de Simeão e Ana, acontece a novidade que muda a história do mundo.

Da sua parte, Maria e José «estavam admirados com o que diziam» a respeito de Jesus. De fato, quando Simeão toma o menino nos braços, o chama de três maneiras belíssimas, que merecem uma reflexão. Três modos, dá a ele três nomes. Jesus é a salvação; Jesus é a luz; Jesus é sinal de contradição.

Antes de tudo, Jesus é a salvação. Assim diz Simeão, rezando a Deus: «Meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos». Isso sempre nos maravilha: a salvação universal concentrada em um só! Sim, porque em Jesus habita toda a plenitude de Deus, do seu Amor.

Segundo aspecto: Jesus é «luz para iluminar as nações» (v. 32). Assim como o sol que surge sobre o mundo, este menino o resgatará das trevas do mal, da dor e da morte. Como precisamos, também hoje de luz, dessa luz!

Por fim, o menino abraçado por Simeão é sinal de contradição «assim serão revelados os pensamentos de muitos corações». Jesus revela o critério para julgar toda a história e o seu drama, e também a vida de cada um de nós. E qual é este critério? É o amor: quem ama vive, quem odeia morre. Isto é: Jesus é a salvação, Jesus é a luz e Jesus é o sinal de contradição.

Iluminados por este encontro com Jesus, podemos então nos perguntar: eu, tu, tu , tu ,eu, o que espero na minha vida? Qual é a minha grande esperança? Meu coração deseja ver a face do Senhor? Aguardo a manifestação do seu plano de salvação para a humanidade?

Rezemos juntos a Maria, mãe puríssima, para que nos acompanhe nas luzes e nas sombras da história, que nos acompanhe sempre ao encontro com o Senhor.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF