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terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Uma ferida no jardim

Jardim do Éden (Escola Educação)

UMA FERIDA NO JARDIM

Dom Messias dos Reis Silveira
Bispo de Teófilo Otoni (MG) 

Todos nós gostamos de visitar, passear e descansar no jardim. Existe um grande jardim nascido do Coração de Deus. Foi ele, o Santo jardineiro quem plantou o jardim do Éden. Ele cuidou de tudo, todos os detalhes foram bem pensados e amados. No meio do jardim ele pôs  uma grande preciosidade:  o homem e a mulher criados a sua imagem e semelhança. Tudo era belo e “Deus viu que tudo era muito bom “ (Gn 1,31). Essa beleza criada gerou poemas que enchem de alegria à vida. O cântico das Criaturas, de São Francisco testemunha esse gênero literário permeado pela fé.  

Lamentavelmente existe uma má inclinação no ser humano, e essa presente no tentador entranhou-se na vida humana. Uma ferida foi aberta na criação. O jardim estava ferido. Essa má inclinação levou ao desordenamento da vida pessoal, familiar e comunitária. Mas, não parou por aí, pois o próprio jardim começou a ser explorado e maltratado. Tudo parecia muito sutil e por isso gastou longo tempo para se perceber que aquele mal destruidor estava presente,  o jardim estava  sendo tomado por uma grande metástase. Gemidos e gritos já vinham sendo ouvidos há muito tempo. Nos últimos tempo da Igreja fez ecoar o planto de Deus,  que olha para o que ele criou e que era muito bom, mas atualmente está sendo descuidado. Por isso  o grande grito agora é para que se cuide da casa comum e da vida que  nela habita, isto é: praticar a ecologia integral. Não há como pensar essa dimensão sem pensar na vida, na natureza que a  envolve e lhe  dá sustento. Não há também como cuidar da natureza sem pensar  no criador que deseja santificação e salvação da obra criada. Quando se pensa em ecologia integral une-se a terra ao céu. Tudo está interligado assim nos disse o Papa Francisco na encíclica Laudato Si.  

A ferida tem se tornado cada dia maior gerando uma crise socioambiental. A exploração do meio ambiente é muito grande e poucos se beneficiam do resultado. A natureza e a vida que nela habita está sendo dia por dia intoxicada e envenenada. Os impactos negativos diante das mudanças climáticas tem dado sinais de que é preciso fazer algo. Os pequenos vão sendo educados dia por dia para cuidarem melhor da casa comum, mas os poderosos aqueles que têm nas mãos a chave do crescimento industrial e da exploração do meio ambiente,  não estão preocupados com essa crescente ferida. 

É verdade que em alguns  ambientes já houve avanços, conscientização e busca de um  desenvolvimento sustentável sem degradar o meio ambiente. Mas,  vale dizer que as cicatrizes da ferida também estão aí bem visíveis e é preciso fazer algo para que elas não avancem. 

Com a campanha da Fraternidade trazendo o tema da ecologia integral a Igreja quer chamar a responsabilidade para se ter um intenso cuidado do resto do jardim que ainda existe. Quando o jardim não mais existir a  vida também não existirá, por isso a Igreja clama por uma conversão integral. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

O Papa: em Jesus Cristo somos conservados na esperança que não engana

Audiência Geral de 4 de dezembro de 2024  (Vatican Media)

Na mensagem para a Quaresma deste ano intitulada "Caminhemos juntos na esperança", Francisco recorda que "caminhar juntos, ser sinodal, é esta a vocação da Igreja. Os cristãos são chamados a percorrer o caminho em conjunto, jamais como viajantes solitários. O Espírito Santo impele-nos a sair de nós mesmos para ir ao encontro de Deus e dos nossos irmãos, e nunca a fechar-nos em nós mesmos".

Vatican News

Foi divulgada, nesta terça-feira (25/02), a mensagem do Papa Francisco para a Quaresma de 2025 intitulada "Caminhemos juntos na esperança".

"Com o sinal penitencial das cinzas sobre as nossas cabeças, iniciamos na fé e na esperança a peregrinação anual da Santa Quaresma", escreve Francisco, reiterando o convite da Igreja, mãe e mestra, a "preparar os nossos corações e a abrir-nos à graça de Deus para podermos celebrar com grande alegria o triunfo pascal de Cristo, o Senhor, sobre o pecado e a morte". "Jesus Cristo, morto e ressuscitado, é o centro da nossa fé e a garantia da nossa esperança na grande promessa do Pai, já realizada n’Ele, Seu Filho amado: a vida eterna".

Quaresma enriquecida pela graça do Ano Jubilar

"Nesta Quaresma, enriquecida pela graça do Ano Jubilar", o Papa oferece algumas reflexões sobre "o que significa caminhar juntos na esperança" e evidencia "os apelos à conversão que a misericórdia de Deus dirige a todos nós, enquanto indivíduos e comunidades".

Em primeiro lugarcaminhar. "O lema do Jubileu – “Peregrinos de Esperança” – traz à mente a longa travessia do povo de Israel em direção à Terra Prometida, narrada no livro do Êxodo: a difícil passagem da escravidão para a liberdade, desejada e guiada pelo Senhor, que ama o seu povo e sempre lhe é fiel. Não podemos recordar o êxodo bíblico sem pensar em tantos irmãos e irmãs que, hoje, fogem de situações de miséria e violência e vão à procura de uma vida melhor para si e para seus entes queridos".

De acordo com Francisco, "aqui, surge um primeiro apelo à conversão, porque todos nós somos peregrinos na vida, mas cada um pode perguntar-se: como me deixo interpelar por esta condição? Estou realmente a caminho ou estou paralisado, estático, com medo e sem esperança, acomodado na minha zona de conforto? Busco caminhos de libertação das situações de pecado e falta de dignidade? Seria um bom exercício quaresmal confrontar-nos com a realidade concreta de algum migrante ou peregrino e deixar que ela nos interpele, a fim de descobrir o que Deus pede de nós para sermos melhores viajantes rumo à casa do Pai. Esse é um bom “exame” para o viandante".

Caminhar juntos, ser sinodal, é esta a vocação da Igreja

"Em segundo lugar, façamos esta viagem juntosCaminhar juntos, ser sinodal, é esta a vocação da Igreja. Os cristãos são chamados a percorrer o caminho em conjunto, jamais como viajantes solitários. O Espírito Santo impele-nos a sair de nós mesmos para ir ao encontro de Deus e dos nossos irmãos, e nunca a fechar-nos em nós mesmos", ressalta o Pontífice. "Caminhar juntos significa ser tecelões de unidade, partindo da nossa dignidade comum de filhos de Deus; significa caminhar lado a lado, sem pisar ou subjugar o outro, sem alimentar invejas ou hipocrisias, sem deixar que ninguém fique para trás ou se sinta excluído. Sigamos na mesma direção, rumo a uma única meta, ouvindo-nos uns aos outros com amor e paciência", escreve o Papa no texto.

De acordo com Francisco, "nesta Quaresma, Deus nos pede que verifiquemos se nas nossas vidas e famílias, nos locais onde trabalhamos, nas comunidades paroquiais ou religiosas, somos capazes de caminhar com os outros, de ouvir, de vencer a tentação de nos entrincheirarmos na nossa autorreferencialidade e de olharmos apenas para as nossas próprias necessidades".

O Papa nos convida a perguntar "diante do Senhor se somos capazes de trabalhar juntos a serviço do Reino de Deus, como bispos, sacerdotes, pessoas consagradas e leigos; se, com gestos concretos, temos uma atitude acolhedora em relação àqueles que se aproximam de nós e a quantos se encontram distantes; se fazemos com que as pessoas se sintam parte da comunidade ou se as mantemos à margem. Este é o segundo apelo: a conversão à sinodalidade".

Horizonte do caminho quaresmal rumo à vitória pascal

Em terceiro lugar, Francisco nos convida a fazer "este caminho juntos na esperança de uma promessa. esperança que não engana, mensagem central do Jubileu, seja para nós o horizonte do caminho quaresmal rumo à vitória pascal. Como o Papa Bento XVI nos ensinou na Encíclica Spe salvi, «o ser humano necessita do amor incondicionado. Precisa daquela certeza que o faz exclamar: “Nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem as potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor”». Jesus, nosso amor e nossa esperança, ressuscitou e, vivo, reina glorioso. A morte foi transformada em vitória e aqui reside a fé e a grande esperança dos cristãos: na ressurreição de Cristo!"

"Eis o terceiro apelo à conversão: o da esperança, da confiança em Deus e na sua grande promessa, a vida eterna", escreve o Papa, convidando a nos perguntar: "Estou convicto de que Deus me perdoa os pecados? Ou comporto-me como se me pudesse salvar sozinho? Aspiro à salvação e peço a ajuda de Deus para a receber? Vivo concretamente a esperança que me ajuda a ler os acontecimentos da história e me impele a um compromisso com a justiça, a fraternidade, o cuidado da casa comum, garantindo que ninguém seja deixado para trás?"

Francisco conclui a mensagem, afirmando que "graças ao amor de Deus em Jesus Cristo, somos conservados na esperança que não engana. A esperança é “a âncora da alma”, inabalável e segura. Nela, a Igreja reza para que «todos os homens sejam salvos» e anseia estar na glória do céu, unida a Cristo, seu esposo. Que a Virgem Maria, Mãe da Esperança, interceda por nós e nos acompanhe no caminho quaresmal".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Brasil se une em oração pela saúde do Papa Francisco

Papa Francisco e Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, em 2013  (Vatican News)

De Norte a Sul do país, orações pela recuperação do pontífice, diagnosticado com pneumonia. Os Bispos expressam solidariedade e comunhão com o Santo Padre.

Victor Hugo Barros - Cidade do Vaticano

Internado desde a última sexta-feira (14/02) no Hospital Gemelli, em Roma, o Papa Francisco é acompanhado por católicos de todo o mundo. No Brasil, em diversas regiões do país, iniciativas individuais ou organizadas rezam pela saúde do pontífice.

Sul: a confiança na oração

“Assim como quando Pedro estava na prisão, em Jerusalém, a Igreja se reuniu e rezou por ele e Deus o libertou daquela prisão, daquela cadeia, penso que este momento seja um momento de oração importante pelo Santo Padre, pedindo pela sua recuperação, para que ele possa superar este momento tão difícil, tão complicado da sua vida”, reflete o bispo da Diocese de Frederico Westphalen (RS), Dom Antônio Keller.

Em sua Diocese, localizada no Sul do Brasil, os fiéis acompanham de perto o quadro clínico do Santo Padre. “O sentimento é este sentimento dos filhos quando veem o seu pai doente. Sentimento de angústia, de tristeza, mas de confiança em Deus. Pedimos a Deus que estenda sua mão sobre o Papa”, comenta.

Esta confiança é manifestada também por meio da oração. Diariamente, tanto nas celebrações quanto nas orações pessoais, a saúde de Francisco é sempre recordada.

“As paróquias têm promovido alguns momentos de oração, especialmente nas missas de cada dia. Nós temos aqui o costume das missas de cada dia e o nosso povo tem rezado pelo Papa. Nossas paróquias são pequenas, são paróquias de interior mesmo. Os padres têm um contato direto com o povo e sei que todos eles têm pedido muito para que o povo reze”, assegura Dom Keller.

Diante do Hospital Gemelli, preces pelo Papa Francisco (Vatican News)

Centro-Oeste: uma única intenção

Preces diárias também no coração do Brasil. Na Diocese de Três Lagoas (MS), a preocupação pela saúde do pontífice se transforma em orações pela sua recuperação.

“As pessoas têm procurado sempre, preocupadas com o estado de saúde do Papa. Mas também todos garantindo estar unidos a ele nas preces, nas orações. É um momento bonito da nossa Igreja em que todos, fiéis e pastores, estamos unidos numa única intenção, pedindo para que nosso querido Papa tenha o mais breve e pleno restabelecimento de sua saúde”, contextualiza o bispo de Três Lagoas, Dom Luiz Knupp.

A movimentação espontânea de orações é reforçada pelo bispo. Ele garante que fiéis e sacerdotes estão unidos.

“Tenho pedido que os padres, leigos, que nas suas atividades diárias rezem e coloquem a intenção da recuperação da saúde do Papa Francisco neste momento tão delicado de sua saúde. E certos e confiantes em Deus que Ele fará toda a obra”, afirma o prelado.

Indígena do povo Arapium, em Santarém (PA) (Vatican News)

Norte: comunhão e unidade

A comunhão por meio das orações também está presente no Norte do Brasil. No local, a internet é aliada na hora de pedir para que mais pessoas se unam em oração pelo pontífice.

“Nós estamos unidos em oração, em preces, nas comunidades, nas igrejas situadas nas nossas paróquias, áreas pastorais e comunidades em favor da saúde do Papa Francisco. Também há muita divulgação, neste sentido, nas redes sociais, através dos meios de comunicação também. Há uma união, uma comunhão muito grande em torno do Papa, pela saúde dele”, afirma o Arcebispo de Santarém (PA), Dom Irineu Roman.

De acordo com o religioso, as orações pelo pontífice acontecem em toda a região, demonstrando o amor dos brasileiros ao Santo Padre. “Graças a Deus estamos percebendo também muita comunhão, muita unidade, muita oração pelo Papa Francisco. E vamos continuar rezando, porque o Papa sempre pede ‘reze por mim’. Posso garantir que nós estamos rezando por ele”, sustenta Dom Irineu.

Papa Francisco com os bispos do Ceará, em 12 de maio de 2022 (Vatican News)

Nordeste: preces também de não católicos

Orações feitas também no Nordeste brasileiro. A região, que concentra o maior número de católicos do país - 72,2% segundo o censo do IBGE de 2010 - está unida ao Santo Padre, rezando pela sua saúde.

“Em todas as missas essa intenção tem aparecido. Em todas as celebrações eucarísticas, no momento das preces, esta prece tem sido feita. Nós sentimos como o povo ama o Papa Francisco e assim como Pedro, quando estava preso, o povo orava por ele, assim também o nosso povo do Nordeste, do Brasil, reza hoje pelo Papa Francisco”, analisa o bispo da Diocese de Sobral (CE), Dom José Vasconcelos.

Na última quarta-feira (19), todas as paróquias da Diocese de Sobral rezaram missas pela saúde do Papa Francisco. Dom Vasconcelos afirma, entretanto, que as preces em favor da recuperação do pontífice não se restringem apenas à Igreja.

“Mesmo os não católicos, todos se sentem preocupados porque o Santo Padre é uma referência de bondade, de misericórdia, de amor especialmente para com os pobres, para com os necessitados. E, por isso, o povo brasileiro reza intensamente pela breve recuperação do Santo Padre”, garante o bispo de Sobral.

Papa Francisco reunido com os bispos do estado do Rio de Janeiro, em 03 de outubro de 2022 (Vatican News)

Sudeste: conforto e fortaleza

A intenção também está presente nas preces dos fiéis da Diocese de Barra do Piraí-Volta Redonda, (RJ) no Sudeste brasileiro. Os moradores da região manifestam seu carinho pelo Papa Francisco rezando pela sua saúde.

“A nossa Diocese de Barra do Piraí-Volta Redonda tem rezado continuamente pela recuperação da saúde do Santo Padre. Colocamos em nossas redes sociais uma oração especial pedindo pela sua pronta recuperação. Nosso povo tem um grande carinho pelo Santo Padre e, com certeza, tem rezado continuamente pelo Santo Padre, para que o Santo Padre, o Papa Francisco, possa retomar as suas atividades”, explica o bispo da Diocese de Barra do Piraí-Volta Redonda, Dom Luiz Henrique Brito.

No coração do povo, confortado pela oração, a apreensão dá lugar à esperança. “O nosso carinho pelo Papa deseja que ele fique muito bem, que ele se recupere prontamente e continue a exercer o seu ministério tão fundamental para a vida de nossa Igreja. E, por isso, desejamos que o Santo Padre se sinta confortado e fortalecido com nossa proximidade e orações e reforçar o quanto o amamos e o queremos bem e disposto para cumprir a sua missão tão fundamental para a vida de nossa Igreja”, atesta Dom Luiz.

CNBB: tempo de oração

Além das iniciativas que acontecem em diversas localidades, a presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), propôs na última quarta-feira (19), um tempo especial de oração pela saúde do Papa Francisco. Entre as propostas está a inserção de uma prece pelo pontífice nas celebrações.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

São Sérgio

São Sérgio (A12)
24 de fevereiro
Localização: Turquia (Capadócia)
São Sérgio

Este Sérgio, um dos vários santos com o mesmo nome, foi monge e mártir no século IV, e tinha por profissão o trabalho de magistrado antes de se consagrar somente a Deus, num eremitério. Na cidade de Cesaréia da Capadócia (hoje Turquia), o governador Saprício executava as ordens de perseguição à Igreja do cruel imperador Dioclesiano, em 304.

Ordenou então que todos os cristãos da cidade fossem levados para diante do templo pagão, onde seriam prestadas as homenagens anuais a Júpiter; se não comparecessem e fossem denunciados, seriam presos e condenados à morte. Poucos conseguiram fugir, a maioria foi ao local indicado.

 Não houve lembrança de Sérgio, por viver afastado, mas um chamado interior o convidava a ir à cidade. Ali chegando, encontrou um sacerdote pagão invocando as divindades tutelares de Cesaréia diante do templo. Sérgio compreendeu que havia sido chamado por Deus para dar testemunho da Verdade, e diante do povo denunciou a mentira, condenando a crença em falsos deuses, a inutilidade dos sacrifícios a eles direcionados, e a falsidade dos sacerdotes pagãos, passando a anunciar a Boa Novo do Evangelho.

A sua presença fez com que os fogos preparados para os sacrifícios se apagassem; os pagãos atribuíram imediatamente a causa do fenômeno aos cristãos, que com suas recusas haviam irritado ainda mais os “deuses”. Sérgio foi então agarrado pelos soldados e ali mesmo decapitado.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

São Sérgio buscou a verdadeira Justiça, tanto na vida leiga quanto na religiosa, e por isso, na oração e intimidade com Deus, soube apagar os fogos das tentações mundanas que, a ele como a nós, pedem o sacrifício do nosso amor a Deus e o das nossas almas, para que queimem no inferno. Não adianta servirmos aos deuses deste mundo, o egoísmo, o orgulho, a vaidade, a ganância, tendo um brilho fugaz como o dos fogos de artifício, que logo se apaga para sempre, na escuridão infinita onde não estará Deus. Na comunhão pessoal com Deus, o anúncio da Boa Nova é um dever de alegria, que possibilita aos irmãos a firmeza e/ou a conversão à Fé: não há nada melhor que possamos dar ao próximo, se o amamos por amor a Deus.

Oração:

Senhor, Justo e Bom, concedei-nos pela intercessão de São Sérgio jamais resistirmos aos Vossos chamados no interior dos nossos corações, para que cortando radicalmente, como que por uma espada, o pecado das nossas vidas, não fiquemos presos aos templos do mundanismo, e sejamos por Vós agarrados para o Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

domingo, 23 de fevereiro de 2025

Antonio Cardoso na Canção e a Prece: "Pra que eu saiba perdoar"

Perdão (Vatican News)

O cantor, compositor e catequista está presente no Programa Brasileiro da Rádio Vaticano todos os domingos com o espaço especial intitulado "A Canção e a Prece". No programa de hoje: “Amai vossos inimigos…”

Vatican News

“Amai vossos inimigos, fazei o bem a quem vos odeia, a todos aqueles que vos odeiam.  Bendizei os que vos amaldiçoam… e agora preste atenção: rezai, rezai muito por aqueles que vos caluniam. A gente sabe o desafio que é viver em família, mas por uma razão muito simples, porque a gente se conhece, sabe a limitação de um, de outro. E quando a gente quer atingir, a gente vai exatamente pelo ponto mais fraco. Mas tem uma coisa que acontece dentro de uma família que a gente precisa aprender e levar para o mundo: a gente se perdoa… pelo menos na maioria das vezes a gente se perdoa…

A CANÇÃO: “Para que eu saiba perdoar" / Autor: Padre Zezinho, SCJ

https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2025/02/21/11/138548325_F138548325.mp3

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

A Cátedra de São Pedro

Papa Francisco (Opus Dei)

A Cátedra de São Pedro

Através de dois mil anos de história, conserva-se na Igreja a sucessão apostólica. E, dentre os Apóstolos, o próprio Cristo tornou Simão objeto duma escolha especial: Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja. Pedro muda-se para Roma e fixa ali a sede do primado, do Vigário de Cristo.

22/02/2025

Jesus então declarou: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi carne e sangue quem te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso, eu te digo: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as forças do Inferno não poderão vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus”.

Mt 16, 17-19

Roma, sede apostólica

Através de dois mil anos de história, conserva-se na Igreja a sucessão apostólicaOs bispos, declara o Concílio de Trento, sucederam no lugar dos Apóstolos e, como diz o próprio Apóstolo (Paulo), estão colocados, pelo Espírito Santo para reger a Igreja de Deus (Act. XX, 28). E, dentre os Apóstolos, o próprio Cristo tornou Simão objeto de uma escolha especial: Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja (Mt XVI, 18). Eu roguei por ti, acrescenta também, para que a tua fé não pereça; e tu, uma vez convertido, confirma os teus irmãos (Lc XXII, 32). Pedro muda-se para Roma e fixa ali a sede do primado, do Vigário de Cristo. Por isso, é em Roma que melhor se observa a sucessão apostólica, e por isso é chamada a Sé apostólica por antonomásia.

Amar a Igreja, 12

Uma formosa paixão

Contribuímos para tornar mais evidente essa apostolicidade, aos olhos de todos, manifestando com delicada fidelidade a união com o Papa, que é união com Pedro. O amor ao Romano Pontífice há de ser em nós uma formosa paixão, porque nele vemos Cristo. Se cultivarmos a intimidade com o Senhor por meio da oração, caminharemos com um olhar desanuviado que nos permitirá distinguir, mesmo nos acontecimentos que às vezes não compreendemos ou que nos causam pranto ou dor, a ação do Espírito Santo.

Amar a Igreja, 13

Sempre mais ‘romanos’

Esta Igreja Católica é romana. Eu saboreio esta palavra: romana! Sinto-me romano, porque romano quer dizer universal, católico; porque me leva a amar carinhosamente o Papa, il dolce Cristo in terra, como gostava de repetir Santa Catarina de Sena, a quem tenho como amiga amadíssima.

Amar a igreja, 11

Tens de crescer de dia para dia em lealdade à Igreja, ao Papa, à Santa Sé... Com um amor cada vez mais teológico!

Sulco,353

A todos os povos

Maria edifica continuamente a Igreja, reúne-a, mantém-na coesa. É difícil ter uma devoção autêntica à Virgem e não sentir-se mais vinculado aos outros membros do Corpo Místico e mais unido à sua cabeça visível, o Papa. Por isso gosto de repetir: Omnes cum Petro ad Iesum per Mariam!, todos, com Pedro, a Jesus por Maria! E, ao reconhecermo-nos parte da Igreja e convidados a sentir-nos irmãos na fé, descobrimos mais profundamente a fraternidade que nos une a toda a humanidade: porque a Igreja foi enviada por Cristo a todos os homens e a todos os povos.

É Cristo que passa, 139

Para mim, depois da Trindade Beatíssima e da nossa Mãe a Virgem, vem logo o Papa, na hierarquia do amor. Não posso esquecer que foi o S.S. Pio XII quem aprovou o Opus Dei quando, para mais de uma pessoa, este caminho de espiritualidade soava a heresia: como também não esqueço que as primeiras palavras de carinho e afeto que recebi em Roma, em 1946, me foram ditas pelo então Mons. Montini. Tenho também muito gravado o encanto afável e paternal de João XXIII, de todas as vezes que tive ocasião de visitá-lo. Uma vez lhe disse: "Em nossa Obra todos os homens, católicos ou não, têm encontrado sempre um lugar amável: não aprendi o ecumenismo de Vossa Santidade..." E o Santo Padre João ria, emocionado. Que quer que eu diga? Sempre os Romano Pontífices, todos, manifestaram compreensão e carinho para com o Opus Dei.

Entrevistas com Mons. Josemaria Escrivá, 46

Fonte: https://opusdei.org/pt-br/article/cadeira-de-sao-pedro/

É pecado usar a Inteligência Artificial?

FreePik | Aleteia

Paulo Teixeira - publicado em 23/02/25

Orientações para educadores pais e religiosos sobre a Inteligência Artificial.

Foi publicado em 28 de janeiro a declaração Antiqua et nova, que quer dizer antiga e nova referindo-se à sabedoria. O documento foi aprovado pelo Papa Francisco e elaborado pelos dicastérios da Doutrina da Fé de Cultura e Educação. O intuito é abordar a complexidade do uso da Inteligência Artificial (IA) destacando seus riscos e possibilidades. Permeia o texto a necessidade de utilizar com equilíbrio essa tecnologia para compreender seus, desafios e oportunidades. 

No atual contexto mundial marcado por guerras e diversos conflitos, a IA poderia aumentar os recursos bélicos para além do controle humano. O Papa já apresentou em diversas circunstâncias a preocupação com armas autônomas letais.

Os efeitos da IA são imprevisíveis. Aparentemente, para muitos, são somente produções automatizadas de imagens e textos, mas ela vai muito além.

As manipulações de imagem e voz utilizadas por pessoas de má intenção mostram o risco de manipulação da consciência, de adulteração da realidade, de difusão da mentira. 

Segundo o texto a IA não é propriamente uma inteligência, pois ela é um fruto da inteligência humana. 

Seria uma idolatria grande substituir atributos de Deus pela IA. Embora pareça que essa ferramenta com quase todas as respostas possa resolver todos os problemas, o mistério do ser humano só se revela diante de Deus. 

Principais cuidados

1 - Atenção ao isolamento

A IA pode favorecer as conexões entre as pessoas e isso é muito bom. Precisa, contudo, ter atenção para que as pessoas conectadas não se isolem de seu ambiente próximo.

2 - Não ao comodismo

A inteligência humana estabelece relações entre as pessoas. Nesse sentido a IA pode favorecer a inteligência humana. Contudo, as pessoas não devem se pautar pelos critérios da IA, pois, ela não é direcionada a relações, mas, sim a uma dimensão funcionalista.

3 - Grandes empresas, visão lucrativa

Apesar de ser bastante difundida e popular as plataformas de IA pertencem a grandes empresas que tem seus objetivos de lucro.

4 - Manter capacidade analítica

A capacidade analítica da IA pode ajudar na promoção da segurança e da paz. Também no campo da saúde, das pesquisas e da proteção ambiental temos uma ferramenta que multiplica os esforços e oferece novos paradigmas de cuidado e atenção. 

5 - Na educação, devem somente indicar

No campo da educação as plataformas podem ajudar muito, mas elas ajudam efetivamente se ao invés de oferecerem as respostas, indicarem o caminho para os estudantes.

O documento Vaticano indica que não é pecado usar as tecnologia, mas alerta para a importância de “adotar posição firme contra todas as aplicações da tecnologia que ameacem a vida e dignidade humana”.

Fonte: https://pt.aleteia.org/2025/02/23/e-pecado-usar-a-inteligencia-artificial

Papa tem crise asmática e recebe transfusões de sangue, diz a Santa Sé

Papa Francisco em audiência geral no Vaticano em 12 de fevereiro de 2025. | Daniel Ibáñez / EWTN News

Por Anian Christoph Wimmer*

22 de fevereiro de 2025

O papa Francisco continua em estado crítico e “não está fora de perigo”, anunciou a Sala de Imprensa da Santa Sé no sábado (22) à noite em Roma.

O pontífice, de 88 anos, “teve uma crise respiratória asmática de intensidade prolongada” na manhã de sábado, que exigiu a administração de oxigênio, segundo a atualização médica da Santa Sé.

As análises ao sangue revelaram uma baixa contagem de plaquetas, condição conhecida como trombocitopenia, associada a anemia, o que exigiu transfusões de sangue.

Embora o papa permaneça alerta e tenha passado o dia numa poltrona, ele está “mais desconfortável do que ontem”, diz a declaração, descrevendo o prognóstico como cauteloso.

A Santa Sé confirmou no sábado que o Papa não conduzirá a oração dominical do Angelus em 23 de fevereiro. Durante uma conferência de imprensa no hospital Gemelli na sexta-feira, a equipa médica que cuida do pontífice descreveu a sua condição como grave, observando que o Papa Francisco estava plenamente consciente da sua situação.

*AC Wimmer (刘威猛) é o editor de notícias da EWTN News para a Europa e Ásia. O australiano poliglota, criado na Baviera e na África do Sul, foi editor-chefe de vários meios de comunicação. Formado em Filosofia e Estudos Chineses pela Universidade de Melbourne, o veterano jornalista é pesquisador honorário em Comunicações e atuou no Conselho da Cáritas em Munique.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/61421/papa-tem-crise-asmatica-e-recebe-transfusoes-de-sangue-diz-a-santa-se

Reflexão para o VII Domingo do Tempo Comum (C)

Evangelho do domingo (Vatican News)

Jesus nos recomenda que sejamos misericordiosos, como o Pai celeste é misericordioso. A identidade do cristão é o amor.

Cardeal Orani João Tempesta, O. Cist. - Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

Celebramos neste domingo o sétimo do Tempo Comum. A primeira parte do Tempo Comum vai até a semana que vem, quando, na Quarta-feira de Cinzas, 5 de março, tem início o tempo da Quaresma.

Estamos próximos de finalizar o segundo mês do ano civil e podemos nos perguntar: o que temos feito até agora? O tempo da Quaresma se aproxima; é momento de rever nossa vida e buscar um recomeço. Se ainda precisamos mudar algo, que comecemos a partir deste terceiro mês do ano, que se inicia no próximo sábado, dia 1º. Aproveitemos o tempo do jubileu que vivemos.

Participemos em família da Santa Missa, pois família que reza unida permanece unida. Se ensinarmos nossos filhos e netos a participarem da missa desde pequenos, eles se acostumarão com o ambiente da Igreja e sentirão gosto pela oração. No Evangelho de hoje, Jesus nos ensina a amar a todos, inclusive aqueles que são nossos inimigos. Por isso, se temos alguém que consideramos inimigo ou de quem não gostamos, não devemos desejar o mal a essa pessoa nem pagar o mal com o mal, mas sim pagar o mal com o bem, pois foi assim que Jesus nos ensinou.

Estamos no Ano Jubilar da Esperança, um ano de graça em que recordamos os dois mil e vinte e cinco anos do nascimento de Jesus. Ao longo deste ano, somos convidados a confiar na misericórdia do Senhor, e, no Evangelho de hoje, Jesus nos ensina a sermos misericordiosos do mesmo modo que o Senhor é misericordioso conosco. Não cabe a nós julgar ninguém nem apontar o dedo condenando. Somente Deus julgará os atos de cada um.

A primeira leitura da missa deste domingo é do Primeiro Livro de Samuel (1Sm 26,2.7-9.12-13.22-23). Nesse trecho, acompanhamos a decisão de Davi de não se vingar de seu “inimigo” Saul. Mesmo tendo a oportunidade de matá-lo, Davi desiste de fazê-lo. Essa leitura está em sintonia com o que encontramos no Evangelho, quando Jesus ensina que não devemos pagar o mal com o mal. Davi atravessou para o outro lado e parou num alto monte, ao longe, deixando um grande espaço entre eles. Então, ele afirmou que estava com a lança do rei e que alguém de seu exército fosse buscá-la. “O Senhor retribuirá a cada um conforme a sua justiça e fidelidade.”

Por isso, meus irmãos, não estendamos a mão contra ninguém e não paguemos o mal com o mal, mas sim com o bem. Rezemos por nossos inimigos, pois o Senhor, justo juiz, nos retribuirá de acordo com nossas atitudes.

O Salmo Responsorial é o 102(103), cujo refrão diz: “O Senhor é bondoso e compassivo.” Todos nós devemos ser bondosos e compassivos com os outros, à semelhança do Senhor, ou seja, perdoando aquilo que o próximo fez contra nós, do mesmo modo que Deus nos perdoa.

A segunda leitura da missa deste domingo é da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios (1Cor 15,45-49). Nesse trecho, Paulo faz uma comparação entre o primeiro Adão e o segundo Adão. O primeiro Adão foi tirado da terra e, por meio dele, o pecado entrou no mundo. Já o segundo Adão veio do céu, foi revelado a nós pelo Espírito Santo e, através de seu sangue derramado na cruz, perdoa nossos pecados. O homem terreno é o primeiro Adão, e Jesus é o segundo Adão, o homem espiritual.

O Evangelho desta missa de domingo é de Lucas (Lc 6,27-38). Nele, encontramos a síntese de tudo o que já dissemos até aqui e que foi expresso na primeira leitura. Jesus nos orienta a amar nossos inimigos e a rezar por eles. Se alguém fez algo contra nós, não devemos retribuir na mesma moeda, mas sim orar por essa pessoa e seguir nossa vida, pois a recompensa que receberemos será muito maior.

Precisamos colocar em prática aquilo que rezamos no Pai-Nosso: “Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.” Ou seja, se pedimos o perdão de nossas faltas a Deus, também devemos perdoar aqueles que nos ofenderam. Por mais difícil que seja, precisamos agir conforme Jesus nos orienta. Se nos derem uma bofetada numa face, devemos oferecer a outra. Jesus nos ensina a amar a todos, pois o amor vem de Deus.

Jesus nos recomenda que sejamos misericordiosos, como o Pai celeste é misericordioso. A identidade do cristão é o amor. Se somos verdadeiramente discípulos de Jesus, devemos amar a todos, inclusive aqueles que nos querem mal. Como já dissemos, estamos no Ano Santo Jubilar da Misericórdia; portanto, devemos pedir a Deus que nos conceda sua misericórdia e, a exemplo d’Ele, sermos misericordiosos com o próximo.

Assim, conforme disse Jesus, não devemos medir nem julgar ninguém, pois, com a mesma medida com que julgarmos, seremos julgados. Aquilo que hoje apontamos no outro pode ser apontado contra nós no futuro. Vivamos bem com Deus e com o próximo, peçamos o perdão e ofereçamo-lo da mesma forma, pois assim age o verdadeiro discípulo de Jesus.

Celebremos com alegria este sétimo domingo do Tempo Comum e nos preparemos para finalizar mais um mês e iniciar o próximo com o início da Quaresma e a preparação para a Páscoa. E não nos esqueçamos de ser misericordiosos, do mesmo modo que o Senhor é misericordioso conosco.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

A justiça social é uma exigência do Evangelho

Justiça Social e Fé (Catholicus)

A JUSTIÇA SOCIAL É UMA EXIGÊNCIA DO EVANGELHO 

Dom Itacir Brassiani
Bispo de Santa Cruz do Sul (RS)

A ONU estabeleceu 20 de fevereiro como Dia Mundial da Justiça Social. Como ocorre com outras datas, ninguém se ilude imaginando que basta dedicar um dia no calendário anual para que a justiça social vigore como planta robusta e frutuosa. A definição de uma data tem o papel de trazer à pauta uma questão vital que corre o risco de ser esquecida. 

Causa-me tristeza constatar que ainda há cristãos que se ofendem ou irritam quando suas igrejas põem a Justiça Social na sua pauta pastoral ou espiritual. Para eles, essa é uma questão que não deveria sair da esfera política ou jurídica, e a Igreja deveria se ocupar de questões menos polêmicas e de caráter mais espiritual ou privado. 

Ocorre que as igrejas cristãs, especialmente a Igreja católica romana, desenvolve uma Doutrina Social há mais de 130 anos (DSI). Este ensino tem unidade e coerência, e decorre da Fé na salvação integral da pessoa humana e da criação; da Esperança em uma Justiça plena; e da Caridade que considera que todas as pessoas são verdadeiramente irmãs. 

Acolhendo o plano de Deus sobre a História, a Igreja propõe a todos os fiéis “um humanismo integral e solidário, capaz de animar uma nova ordem social, econômica e política”. Esta “nova ordem social” tem seu fundamento na dignidade incondicionada e na liberdade inegociável da pessoa humana, e se realiza na justiça e na solidariedade (cf. CDSI, Compêndio de Doutrina Social da Igreja, 19). 

Com sua doutrina social, “a Igreja atualiza a mensagem de libertação e de redenção de Cristo, o Evangelho do Reino”.Anunciando o Evangelho, ela testemunha e proclama a dignidade própria e vocação à comunhão dos homens e mulheres concretos, e ensina-lhes as exigências e os caminhos da Justiça e da Paz (cf. CDSI, 63). 

Ninguém pode ignorar que existem laços profundos entre o anúncio do Evangelho e a promoção humana.  Como a Justiça Social está mais ligada à imagem cristã de Deus que à filosofia política, boa parte do ensinamento social da Igreja é uma resposta da fé aos problemas sociais mais urgentes de cada época da história (cf. CDSI, 66; 77; 81). 

A Justiça é um valor intrinsicamente cristão, e consiste no reconhecimento do outro como pessoa. “A plena verdade sobre o homem” pede a superação de uma visão contratualista da Justiça (dar a cada um o que a lei estabelece) por uma visão cristã de Justiça, no horizonte da solidariedade e do amor (dar a cada um o que ele necessita) (cf. CDSI, 201). 

Essa doutrina tem consequências nos vários campos da vida social. São João Paulo II, por exemplo, afirma: “Se a paz é fruto da justiça, hoje pode-se dizer que a paz é o fruto da solidariedade, pois será alcançada mediante a realização da justiça social e internacional”. No campo da produção e do consumo, todas as pessoas “o direito de usufruir das condições de vida social criadas pelo trabalho humano” (cf. CDSI, 102; 167) 

Nesse mesmo horizonte, “a prática da caridade não pode se reduzir à esmola”, e “deve dar atenção à dimensão social e política do problema da pobreza”. A propósito, São Gregório Magno diz: “Quando damos aos pobres aquilo que eles necessitam, não estamos dando, mas devolvemos o que é deles; é um dever de justiça, e não um ato de caridade”. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF