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terça-feira, 4 de março de 2025

À cimeira sobre a inteligência artificial

Inteligência Artificial (Opus Dei)

Mensagem do Papa Francisco na cimeira (conferência) sobre a inteligência artificial, que ocorreu em Paris, nos dias 10 e 11 de fevereiro de 2025.

03/03/2025

Senhor Presidente,
Excelências, ilustres participantes,

Tomei conhecimento da vossa louvável iniciativa de realizar uma cimeira sobre a inteligência artificial, em Paris, a 10 e 11 de fevereiro de 2025. Soube que V. Exa., senhor Presidente, quis dedicar esta cimeira à ação em matéria de inteligência artificial.

Durante o nosso encontro, na Apúlia, no âmbito do G7, tive a oportunidade de salientar a urgência de "garantir e proteger um espaço de controle significativo do ser humano sobre o processo de escolha dos programas de inteligência artificial". De fato, considerava que sem estes mecanismos, a inteligência artificial, embora sendo um novo instrumento "fascinante", poderia mostrar o seu lado mais "tremendo", tornando-se uma ameaça para a dignidade humana (cf. Discurso na sessão do G7 sobre Inteligência Artificial).

Por isso, felicito-vos pelos esforços realizados, com coragem e determinação, para enveredar por um percurso político destinado a proteger a humanidade contra um uso da inteligência artificial que "limita a visão do mundo a realidades expressáveis em números e encerradas em categorias pré-concebidas, excluindo o contributo de outras formas de verdade e impondo modelos antropológicos, socioeconômicos e culturais uniformes". (ibid.); e pelo fato de na cimeira de Paris terdes querido envolver o maior número possível de atores e de peritos numa reflexão que visa produzir resultados concretos.

Na minha última Carta encíclica, Dilexit nos, quis distinguir a categoria dos algoritmos da do “coração”, conceito-chave defendido pelo grande filósofo e cientista Blaise Pascal, a quem dediquei uma Carta apostólica por ocasião do quarto centenário do seu nascimento (cf. Sublimitas et miseria hominis, 2023), para sublinhar que, se os algoritmos podem ser usados para enganar o homem, o “coração”, entendido como a sede dos sentimentos mais íntimos e mais verdadeiros, nunca o poderá enganar (cf. Carta encíclica Dilexit nos, nn. 14.20).

A todos os que participarão na cimeira de Paris, peço que não esqueçam que é apenas do “coração” do homem que provém o sentido da sua existência (cf. Blaise Pascal, Pensamentos). Convido a acolher como axiomático o princípio expresso com tanta elegância por um outro grande filósofo francês, Jacques Maritain: "O amor vale mais do que a inteligência" (Jacques Maritain, Reflexões sobre a inteligência, 1938).

Os vossos esforços, caros participantes, são um exemplo brilhante de uma política sadia que quer inscrever as novidades tecnológicas num projeto que visa o bem comum, para "abrir caminho a oportunidades diferentes, que não implicam frenar a criatividade humana nem o seu sonho de progresso, mas orientar esta energia por novos canais" (Laudato si', n. 191).

Estou convencido de que a inteligência artificial pode tornar-se um instrumento poderoso para os cientistas e os peritos que procuram em conjunto soluções inovadoras e criativas a favor da eco sustentabilidade do nosso planeta. Sem esquecer que o consumo de energia associado ao funcionamento das infraestruturas de inteligência artificial é, em si mesmo, muito elevado.

Já na minha Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2024, dedicada à inteligência artificial, salientei que "nos debates sobre a regulamentação da inteligência artificial, dever-se-ia ter em conta as vozes de todas as partes interessadas, incluindo os pobres, os marginalizados e outros que muitas vezes permanecem ignorados nos processos de decisão globais". (Mensagem para o 57.º Dia Mundial da Paz, 1 de janeiro de 2024). Nesta perspectiva, faço votos que a cimeira de Paris se empenhe na criação de uma plataforma de interesse público sobre a inteligência artificial; e para que cada nação possa encontrar na inteligência artificial um instrumento de por um lado desenvolvimento e por outro de luta contra a pobreza, e de tutela das culturas e das línguas locais. Só assim todos os povos da terra poderão contribuir para a criação de dados, que serão utilizados pela inteligência artificial, representando a verdadeira diversidade e riqueza que caracterizam toda a humanidade.

Este ano, o Dicastério para a Doutrina da Fé e o Dicastério para a Cultura e a Educação colaboraram na redação de uma Nota sobre "Inteligência Artificial e Inteligência Humana". Nesse documento, publicado a 28 de janeiro, foram examinadas diversas questões específicas relativas à inteligência artificial, que a atual cimeira está a abordar, bem como outras que me preocupam particularmente. Para o futuro, espero que os trabalhos das próximas cimeiras, que deveriam dar seguimento à presente, examinem mais detalhadamente os efeitos sociais da inteligência artificial nas relações humanas, na informação e na educação. A questão fundamental, porém, continua e continuará sempre a ser antropológica, ou seja: se "o homem, enquanto homem", no contexto do progresso tecnológico, se tornará "verdadeiramente melhor, isto é, mais amadurecido espiritualmente, mais consciente da dignidade da sua humanidade, mais responsável, mais aberto para com os outros, em particular para com os mais necessitados e os mais fracos". (Carta encíclica Redemptor hominis, n. 15). O nosso desafio último é o homem e continuará a ser sempre o homem; nunca o esqueçamos. Obrigado, senhor Presidente, e obrigado a todos os que contribuíram para esta Cimeira.

Vaticano, 7 de fevereiro de 2025

Francisco

Fonte: https://opusdei.org/pt-br/article/a-cimeira-sobre-a-inteligencia-artificial/

Após 112 igrejas vandalizadas, Canadá encerra financiamento para pesquisa sobre túmulos em escolas católicas

Igreja Presbiteriana Grace Atacada Com Tinta Vermelha Em Calgary Foto: Agência Anadolu (Agência Anadolu Via Getty Images)

A comoção global sobre sepulturas sem identificação começou em 2021, quando a Primeira Nação Tk'emlúps te Secwépemc afirmou ter descoberto 215 locais de sepultamento na antiga Escola Residencial Indígena de Kamloops. No entanto, a alegação foi baseada apenas em varreduras de radar de penetração no solo, que detectam perturbações no solo, mas não confirmam a presença de restos mortais humanos. Nos anos seguintes, a alegação foi revisada de "215 sepulturas" para "200 possíveis sepultamentos", sem que escavações trouxessem mais clareza.

(ZENIT News / Ottawa, 01.03.2025).- O governo canadense retirou discretamente o financiamento de um comitê que investigava sepulturas não identificadas perto de antigas escolas residenciais depois que anos de investigações dispendiosas não conseguiram produzir evidências físicas de restos mortais humanos. A  decisão  reacendeu o debate sobre a verdade por trás de uma das narrativas mais politicamente carregadas do Canadá e o papel do governo e das instituições religiosas na história do país.

Milhões gastos, nenhum vestígio encontrado

O Comitê Consultivo Nacional sobre Escolas Residenciais, Crianças Desaparecidas e Enterros Não Identificados (NAC) anunciou em meados de fevereiro que estava “extremamente decepcionado” com a decisão do governo federal de retirar o apoio financeiro. O comitê, que era administrado em conjunto pelo Centro Nacional para a Verdade e Reconciliação e pelo Departamento de Relações Coroa-Indígenas, tinha a tarefa de ajudar as comunidades indígenas a localizar e homenagear crianças que supostamente desapareceram de escolas residenciais.

Apesar de milhões de dólares alocados para a iniciativa, nenhum corpo foi encontrado nas terras associadas a essas escolas obrigatórias do governo, muitas das quais eram administradas por igrejas católica e anglicana. O financiamento inicial para o projeto, orçado para 2022, estava previsto para expirar em 2025, com aproximadamente US$ 216,5 milhões já gastos. Vale ressaltar que os US$ 7,9 milhões gastos em trabalho de campo ainda não produziram nenhuma descoberta física.

A reivindicação de Kamloops e suas consequências

A comoção global sobre sepulturas sem identificação começou em 2021, quando a Primeira Nação Tk'emlúps te Secwépemc afirmou ter descoberto 215 locais de sepultamento na antiga Escola Residencial Indígena de Kamloops. No entanto, a alegação foi baseada apenas em varreduras de radar de penetração no solo, que detectam perturbações no solo, mas não confirmam a presença de restos mortais humanos. Nos anos seguintes, a alegação foi revisada de "215 sepulturas" para "200 possíveis sepultamentos", sem que escavações trouxessem mais clareza.

No entanto, meios de comunicação e figuras políticas ampliaram as alegações iniciais, provocando indignação pública generalizada. Após esses relatos, 112 igrejas, muitas delas servindo comunidades indígenas, foram vandalizadas, profanadas ou queimadas em todo o Canadá, com a maioria dos ataques tendo como alvo igrejas católicas.

A posição de Trudeau e a constante desinformação

Apesar da falta de evidências físicas confirmadas, o primeiro-ministro Justin Trudeau continuou a afirmar publicamente que sepulturas sem identificação foram descobertas. Em junho de 2024, ele reiterou essa afirmação, gerando controvérsia e críticas.

O sistema de escolas residenciais, que funcionou do final do século XIX até o fechamento da última escola em 1996, foi uma iniciativa do governo criada para assimilar crianças indígenas à sociedade ocidental. Embora organizações religiosas, particularmente a Igreja Católica, operassem muitas dessas instituições, as escolas foram estabelecidas e financiadas pelo governo federal.

Mortes trágicas ocorreram dentro do sistema, mas evidências históricas sugerem que muitas crianças sucumbiram a doenças como tuberculose, agravadas pelo financiamento governamental inadequado para assistência médica e saneamento. Um juiz aposentado de Manitoba, Brian Giesbrecht, criticou o governo Trudeau em outubro de 2024, alegando que os canadenses estavam sendo "deliberadamente enganados por seu próprio governo", pois este continuava a promover uma narrativa que culpava injustamente a Igreja Católica por "enterros secretos".

Uma narrativa politizada?

Embora não haja dúvidas de que abusos ocorreram em algumas escolas residenciais, alegações de valas comuns e enterros ocultos permanecem sem comprovação. Os críticos argumentam que as alegações não verificadas alimentaram uma reação anticatólica e minaram a precisão histórica.

A retirada silenciosa do financiamento pelo governo sugere um reconhecimento implícito de que as evidências não sustentam as alegações dramáticas feitas nos últimos anos.

Santuário Cristo Redentor presta homenagem ao Papa Francisco

"Força, Santo Padre!" (Santuário Cristo Redentor)

Santuário Cristo Redentor presta homenagem ao Papa Francisco: “Força, Santo Padre!”

Em um ato de união e fé, o Hallow, maior aplicativo católico do mundo, se junta ao Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor para prestar uma homenagem ao Papa Francisco, que se encontra em tratamento hospitalar. Uma projeção especial no monumento ao Cristo Redentor enviou uma mensagem de força ao Santo Padre.

Este é o início de uma parceria que contará com outras ações ao longo do ano, especialmente durante a Quaresma, momento significativo para a Igreja Católica. A colaboração tem como objetivo fortalecer a espiritualidade, incentivar a oração e criar uma corrente de solidariedade global em apoio ao Papa Francisco, aproximando ainda mais a comunidade de fé.

“Nesse local emblemático, o Santuário Cristo Redentor, um sinal da oração e intercessão a Deus pela saúde do Papa Francisco, assim como em todo nosso país. Toda a Igreja do Brasil unida em oração pela saúde do Papa Francisco. Unidos nós rezamos pedindo ao Senhor para que, cada vez mais, ele vá se recuperando. Precisamos estar muito unidos a este momento tão difícil que ele passa. Nossas orações e nossa unidade”, pediu o arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta.

A diretora geral do Hallow no Brasil, Stephany Fitch, destacou o início da parceria com o Santuário e falou sobre a importância deste momento de oração: “estamos muito felizes com essa união com o Santuário Cristo Redentor, um símbolo de fé para os brasileiros e para o mundo. Neste momento desafiador para o Papa, nossa comunidade se fortalece na oração, e essa parceria torna a experiência ainda mais especial. Esperamos que essa corrente de fé traga conforto e esperança a todos que se unem a nós”.

O início da parceria está sendo marcado pela homenagem e na promoção de uma vigília, convidando fiéis de todo o mundo a se unirem em oração pelo Papa. A iniciativa será transmitida nas redes sociais do Hallow, criando uma grande rede de intercessão e solidariedade.

A comunidade do Hallow continua a demonstrar o poder da oração e da união, proporcionando um espaço de acolhimento espiritual para milhões de pessoas. A parceria entre o app e o Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor reforça essa missão, conectando ainda mais fiéis em momentos de fé e esperança.

Sobre o Hallow

O Hallow ajuda as pessoas a aprofundarem seu relacionamento com Deus por meio de orações guiadas em áudio, meditações para o sono, leituras bíblicas, reflexões e músicas. O aplicativo oferece mais de 10.000 sessões, incluindo o Terço Diário, o Evangelho Diário, o Santo do Dia, Novenas, Exames de Consciência, a Bíblia em um Ano.

Com informações Santuário Cristo Redentor

Força: https://www.cnbb.org.br/

Prevost: confiemos o Papa a Maria, que consola aqueles que recorrem à sua ajuda

Oração do Terço - Cardeal Robert Prevost  (VATICAN MEDIA Divisione Foto)

Na Praça de São Pedro, pela oitava noite consecutiva, a oração do Terço pela saúde de Francisco.

Vatican News

“Permaneçamos em oração com Maria, Mãe da Igreja, pela saúde do Santo Padre Francisco”. Este é o convite com o qual o cardeal Robert Prevost, prefeito do Dicastério para os Bispos, introduziu na noite desta segunda-feira, 3 de março, na Praça de São Pedro, a oração do Terço pelo Papa, que está internado no Hospital Gemelli desde 14 de fevereiro. No oitavo encontro consecutivo de oração pela saúde do Pontífice, organizado pelo Vicariato da Cidade do Vaticano, o cardeal enfatizou que a Virgem, “Mãe da Santa Esperança, assiste, restaura e consola todos aqueles que recorrem à sua ajuda”, esperando que ela seja também “um sinal de consolação, de esperança segura”.

Fiéis na Praça São Pedro (Vatican Media)

Diante da imagem de “Maria Mãe da Igreja”, colocada no pórtico da basílica vaticana, o prefeito do Dicastério para os Bispos conduziu a oração mariana na presença de cardeais, prelados, sacerdotes, religiosos e religiosas da Cúria Romana e da diocese de Roma e de centenas de fiéis que, desde 24 de fevereiro, às 21 horas de cada dia, se reúnem no abraço do hemiciclo de Bernini para confiar a recuperação de Francisco à intercessão da Virgem.

Após a meditação dos mistérios gozosos e a recitação do “Salve Regina”, e depois da Ladainha Lauretana, o cardeal Prevost invocou Deus para que envie o seu Espírito “para nos ajudar em nossa fraqueza, para que, perseverando na fé, possamos crescer no amor e caminhar juntos até a meta da bem-aventurada esperança”. Por fim, a assembleia entoou o “Oremus pro Pontifice nostro” que se concluiu com a bênção do cardeal.

A oração do Terço na noite desta terça-feira será conduzida pelo cardeal Arthur Roche, prefeito do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Da Vida de São Casimiro, escrita por um autor quase contemporâneo

São Casimiro (Liturgia das Horas Online)

Da Vida de São Casimiro, escrita por um autor quase contemporâneo

(Cap. 2-3,Acta Sanctorum Marti 1, 347-348)

Dispôs de seus tesouros segundo os preceitos do Altíssimo

Uma caridade quase inacreditável, não fingida mas sincera, inflamava o coração de Casimiro no amor de Deus todo-poderoso, pela ação do Espírito divino. E de tal modo este amor transbordava espontaneamente para com o próximo, que não havia alegria maior, nada lhe era tão agradável quanto dar o que era seu e entregar-se inteiramente aos pobres de Cristo, aos peregrinos, aos doentes, aos prisioneiros e aos sofredores.

Para as viúvas, órfãos e oprimidos não era apenas tutor e defensor: era pai, filho e irmão.

Seria necessário escrever uma longa história, se quiséssemos narrar uma por uma as obras de caridade com que demonstrava seu amor para com Deus e os homens.

Dificilmente se poderá descrever ou imaginar o seu amor pela justiça, a sua temperança, a sua prudência, a sua constância e fortaleza de ânimo. E tudo isso, justamente naquela idade da juventude em que os homens costumam ser mais impetuosos e inclinados para o mal.

Lembrava diariamente ao pai o dever de governar com justiça o reino e povos que lhe estavam submetidos. E se, às vezes, ocorria que, por descuido ou fraqueza humana, alguma coisa era negligenciada no governo, nunca deixava de chamar com delicadeza a atenção do rei.

Abraçava e defendia como suas as causas dos pobres e infelizes; por isso o povo se pôs a chamá-lo “defensor dos pobres”. Apesar de filho do rei e de ascendência nobre, nunca se mostrou orgulhoso, no trato ou nas palavras, com qualquer pessoa, por mais humilde e pequena que fosse.

Sempre preferiu estar no meio dos humildes e pobres de coração – dos quais é o reino dos céus – a se ver entre os ilustres e poderosos deste mundo. Nunca ambicionou nem aceitou o poder, mesmo quando o pai lhe ofereceu. Temia, na verdade, que seu ânimo fosse ferido pelo aguilhão das riquezas, que nosso Senhor Jesus Cristo chamava de espinhos, ou pudesse ser contaminado pelo contágio das coisas terenas.

Todos os de casa, seus camareiros e secretários, homens de grande valor, dos quais alguns ainda vivem, que o conheciam por dentro e por fora, afirmam e testemunham que ele viveu e se conservou virgem até o fim de seus dias.

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

São Casimiro

São Casimiro (A12)
04 de março
Localização: Polônia
São Casimiro

Casimiro, nascido em Wawel, Cracóvia, na Polônia, com o título de grão-duque da Lituânia em 1458, foi o 13º filho do rei Casimiro IV da Polônia e da rainha Isabel de Habsburgo da Áustria. Todos os seus irmãos e irmãs foram coroados.

De sua mãe recebeu excelente educação e formação espiritual, e desde pequeno buscou a simplicidade, sem se deixar encantar pelo luxo. Os faustos da realeza não o seduziam, e jovem ainda fez voto de castidade, acompanhado de penitências e jejuns, e tão rigorosos que chegaram a afetar a sua saúde. Usava cilício e dormia no chão. Transformou o próprio quarto numa cela, onde dedicava-se à oração, solidão e ascese.

Tinha direito ao trono da Hungria, mas desistiu de reivindicá-lo para evitar disputas. Renunciou à coroa como havia renunciado aos prazeres mundanosDevoto de Nossa Senhora, a Ela consagrou-se, divulgando Suas virtudes.

Contudo, aos 17 anos, auxiliou o pai temporariamente ausente governando a Lituânia, que fazia parte do reino, na qualidade de grão-duque. Atuou com competência, prudência e retidão, ganhando a admiração e afeto do povo. Na volta do rei, preferiu novamente retirar-se do governo. Depois disso, seu pai quis casá-lo, mas Casimiro recusou, preferindo ser fiel ao celibato.

Contraindo uma tuberculose, veio a falecer com apenas 25 anos em Grodno (ou Hrodna), na Bielorrússia, em 4 de março de 1484. Foi sepultado em Vilnius, capital da Lituânia, onde 120 anos depois seu corpo foi constatado incorrupto – nem mesmo as suas roupas haviam deteriorado, apesar da grande umidade do local. Sobre seu peito, estava uma poesia dedicada à Nossa Senhora, com a qual havia pedido para ser enterrado.

 São Casimiro é padroeiro da Lituânia, bem como da sua juventude, e da Polônia.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

“Casimiro” significa “grande no comandar”, e assim fez este santo, no autocomando da sua alma e do seu corpo. De fato, viveu de forma heroica muitas virtudes, especialmente a castidade, ao buscar de forma consciente afastar-se das concupiscências num ambiente onde o luxo e a vaidade estavam presentes. Sua entrega a Maria Santíssima, porém, mostra que em qualquer situação é possível a fidelidade a Cristo, e trocando a saúde do corpo pela da alma, foi capaz de manter a retidão pessoal e para com os demais, familiares, súditos e necessitados.

Oração:

Ó Deus de infinita realeza, concedei-nos por intercessão de São Casimiro a nobreza da alma e do caráter, em especial a fidelidade e apreço da juventude atual para com a castidade santa, de modo a que possamos reinar sobre nós mesmos submissos à Virgem Maria, pela vida de oração e de caridade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

segunda-feira, 3 de março de 2025

Papa no Gemelli: condições estáveis, sem ventilação mecânica

Papa Francisco no Gemelli (Vatican News)

A Sala de Imprensa da Santa Sé publicou um novo boletim com atualizações sobre o estado de saúde do Santo Padre: continua recebendo oxigênio, não tem febre. O prognóstico permanece reservado. Esta manhã, participou da missa.

Vatican News

ATUALIZAÇÃO: "O Papa dormiu bem toda a noite", informou a Sala de Imprensa da Santa Sé no Telegram, na manhã desta segunda-feira, 3 de março.  Ao acordar, o Papa tomou café da manhã e começou os tratamentos diários. No final do dia, haverá uma atualização sobre sua condição clínica.

Eis o boletim vespertino deste domingo, 2 de março, publicado pela Sala de Imprensa da Santa Sé sobre as condições de saúde do Papa Francisco:

"A condição clínica do Santo Padre permaneceu estável hoje; o Papa não precisou de ventilação mecânica não invasiva, mas apenas de oxigenoterapia de alto fluxo; ele está apirético.

Considerando a complexidade do quadro clínico, o prognóstico permanece reservado.

Esta manhã, o Santo Padre participou da Santa Missa com aqueles que estão cuidando dele durante esses dias de hospitalização, e depois alternou descanso e oração."

Segundo informado, não resultam consequências diretas da crise isolada de broncospasmo de sexta-feira passada. Todavia, permanece o risco de criticidade e por isso o prognóstico permanece reservado.

Em pração pelo Papa Francisco (Vatican News)

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

REALIDADE: «Muitos só pedem que a Igreja seja ela mesma» (II)

Detalhe do mosaico da abside da Basílica de Sant'Ambrogio, Milão | 30Giorni

Arquivo 30Giorni n. 02/03 - 2010

"Da boca das crianças, Senhor, fizeste louvores a ti mesmo."

«Muitos só pedem que a Igreja seja ela mesma»

«A Igreja não pode ter medo de parecer cordial com os outros na vida pública. Mas é fato que seu verdadeiro tesouro é o Evangelho lido em nós pelo Espírito Santo. Um tesouro de oração e humildade." Entrevista com o Cardeal Carlo Maria Martini.

Entrevista com o Cardeal Carlo Maria Martini por Gianni Valente

Mas será que esse sentimento de alienação, tão diferente dos protestos e críticas das gerações anteriores, pode realmente ser superado ao propor o caminho de uma vida desafiadora, exigente e difícil?

MARTINI: Você não pode esperar que alguém faça sacrifícios a menos que primeiro tenha experimentado o quão tentadora é a linha de chegada. Mas o que pode impressionar os outros é a caridade em ação. E nela o Espírito é a primeira realidade. Santo Tomás diz que a lei do Novo Testamento é o Espírito Santo, as outras leis são secundárias. São Paulo enfatiza que a observância ética em si não pode ser plenamente alcançada como fruto do homem e do seu trabalho. Muitas vezes esquecemos disso, mesmo na Igreja, e então tentamos mostrar nossa força e rigor. Mas acima de tudo, a caridade só é possível se o Espírito Santo estiver presente. É a graça do Espírito que torna fácil o que para os homens parece difícil ou mesmo prodigioso.

Dizem que a Igreja está sob ataque. Muitos falam de cristianofobia. Mesmo entre nós há quem fale de uma Itália anticristã. De onde vem tudo isso? Da hostilidade do mundo descristianizado?

MARTINI: A hostilidade pode ser útil de certa forma. Ela destaca a indefesa da Igreja, que sempre foi confiada ao Senhor. Contudo, a Igreja goza também da estima e da cordialidade de muitos, que pedem apenas que a Igreja seja o Evangelho, isto é, que seja ela mesma.

O Evangelho é suficiente? Ela é frequentemente acusada de ser a defensora de uma Igreja sem dogmas e estruturas. Uma Igreja cheia de humildade e misericórdia, sem preceitos.

MARTINI: Se você pensar nas muitas propostas religiosas que existem no mundo, o que nos distingue dos outros é Jesus e sua Igreja, quando eu ainda lia nos jornais que eu sou o “líder dos progressistas”, agora eu rio disso.

Para alguns, a resposta apropriada a essa situação hostil é aumentar a proeminência pública da Igreja.

MARTINI: A Igreja não pode ter medo de parecer cordial com os outros na vida pública. Mas é fato que seu verdadeiro tesouro é o Evangelho lido em nós pelo Espírito Santo. Um tesouro de oração e humildade. E de fato o Evangelho é testemunhado no mundo como Jesus indicou no Sermão da Montanha, que já citei. Estas não são propostas “confessionais”. Elas também têm uma conotação secular. Elas falam com todos os homens. Porque elas dão uma ideia de um jeito desejável de ser homem, um jeito que todo mundo gostaria de ter por perto.

Estas são semanas tempestuosas para o escândalo da pedofilia. Como você avalia essa situação? Que chamado surge para a Igreja nessas circunstâncias?

MARTINI: Tudo isso certamente pode ajudar a humildade em todos. Mas as palavras de Jesus também se aplicam: houve ações graves, e quem escandalizou os pequenos, seria melhor para ele que uma pedra de moinho fosse pendurada no pescoço e fosse lançado ao mar. Isso não tira o fato de que também há grande hipocrisia. Há total liberdade sexual, a publicidade usa motivos sexuais até para crianças.

Como podemos defender o Papa das tentativas de implicá-lo nesses eventos?

MARTINI: O Papa não precisa ser defendido, porque sua irrepreensibilidade, seu senso de dever e sua vontade de fazer o bem são claros para todos. As acusações feitas contra ele nos últimos dias são desprezíveis e falsas. Será bom ver a união de todos os homens de boa vontade ao seu lado e apoiando-o em sua difícil tarefa.

O Cardeal Carlo Maria Martini e o Cardeal Dionigi Tettamanzi entram em procissão na igreja de Santa Catarina, em Belém, em 15 de março de 2007, por ocasião da peregrinação à Terra Santa [© ITL/Mariga/Diocese de Milão] | 30Giorni

Em sua carta aos católicos irlandeses, Bento XVI pediu a todos que jejuassem, orassem, lessem a Sagrada Escritura e fossem ao sacramento da confissão "para obter a graça da cura e da renovação para a Igreja na Irlanda".

MARTINI: Essas coisas se aplicam às comunidades nas quais esses casos ocorreram, assim como se aplicam a toda a Igreja. Mas para os protagonistas desses casos, onde há uma perversão e uma compulsão interna, a intervenção de psicoterapeutas também é necessária. Trata-se de entender a razão dessas compulsões e como é possível controlá-las, e outros meios não entram nesse aspecto específico.

Ela é frequentemente retratada como uma crítica às deficiências e limitações da Igreja. Você se encontra em descrições semelhantes?

MARTINI: A Igreja, considerada em sua totalidade, é cheia de santidade e força interior. A imprensa é muito eloquente sobre incidentes específicos, mas em todo o mundo há muitas pessoas leais, boas e dedicadas que agem sem fazer alarde. E sou muito grata a Deus, por ter conseguido sobreviver a esse momento. Eu nunca quis viver em tempos como a Reforma Protestante, ou o Cisma do Oriente, ou o tempo do Cisma do Ocidente, quando havia dois papas, um em Roma e o outro em Avignon. Agora, a Igreja está fazendo um belo show. Há limitações e deficiências inevitáveis, e elas também fazem parte do plano misterioso da vontade de Deus.

Então não é verdade que seu sentimento dominante seja uma espécie de amargura, centrada na denúncia de fraquezas e carreirismo.

MARTINI: Sempre agradeço a Deus pela forma como Ele acompanhou minha vida, pelas muitas pessoas que Ele colocou ao meu lado ao longo do caminho. Eu sempre digo que Ele também me mimou. Toda a minha vida me mostrou que Deus é bom e prepara o caminho para cada um de nós. Eu tinha tanto, que também dei o que pude. E eu sou verdadeiramente feliz diante Dele.

Fonte: https://www.30giorni.it/

O significado e a origem das cinzas de Quaresma

Imagem ilustrativa | Unsplash

O significado e a origem das cinzas de Quaresma

Por Yhonatan Luque Reyes*

3 de março de 2025

A Quaresma começa na Quarta-feira de Cinzas, quando acontece o rito da imposição das cinzas. Mas qual é o significado e a origem das cinzas usadas neste tempo litúrgico?

Significado das cinzas na Quaresma

Bento XVI disse durante uma audiência geral que a cinza é um sinal que convida os cristãos à penitência e a intensificar o compromisso de conversão para seguir cada vez mais o Senhor.

Segundo Antonio Lobera y Abio, padre do século XIX e autor do livro "El porqué de todas las ceremonias de la Iglesia y sus misterios" (O porquê de todas as cerimônias da Igreja e seus mistérios, em tradução livre ao português), esta penitência deve vir acompanhada de arrependimento e dor por ter ofendido a Deus.

O artigo 125 do Diretório sobre a Piedade Popular e a Liturgia diz que o rito da imposição das cinzas, longe de ser "um gesto puramente exterior, a Igreja o conservou como sinal da atitude do coração penitente que cada batizado é chamado a assumir no itinerário quaresmal”.

As cinzas também simbolizam a mortalidade dos homens. Isso se reflete claramente quando o padre impõe cinzas na testa dos fiéis enquanto diz "lembra-te que és pó e ao pó hás de voltar".

Origem

No Antigo Testamento, as cinzas são usadas para expressar luto (Jeremias 6,26), desejo de obter algum favor de Deus (Daniel 9,3) e arrependimento (Judite 4,11).

A Enciclopédia Católica diz que durante a Quinta-feira Santa os primeiros cristãos colocavam cinzas sobre a cabeça e um "hábito penitencial", como símbolo de penitência pública.

Embora a Quaresma tenha adquirido um caráter totalmente penitencial no século IV, só no século XI que o rito da imposição de cinzas na Quarta-Feira de Cinzas foi implementado.

O rito da imposição das cinzas rapidamente se espalhou pela Igreja Católica e tornou-se uma parte importante da Quaresma.

Atualmente, outras denominações cristãs (anglicanos, luteranos, metodistas, presbiterianos, ortodoxos) também utilizam a cinza no início da Quaresma, embora seus ritos sejam diferentes aos da Igreja Católica.

*Yhonatan Luque Reyes es redator de ACI Prensa. Cuenta con 10 años de experiencia en el desarrollo, creación de contenido y posicionamiento de sitios web, y ha desarrollado exitosas iniciativas de evangelización en redes sociales.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/54524/o-significado-e-a-origem-das-cinzas-de-quaresma

Quaresma, De Donatis presidirá a liturgia das cinzas no Aventino

Na Quarta-feira de Cinzas haverá o rito de imposição das Cinzas na Basílica de Santa Sabina em Roma (Vatican Media)

O Departamento das Celebrações Litúrgicas Pontifícias anuncia que, por causa da internação do Papa no Hospital Gemelli, o penitencieiro-mor presidirá a celebração que marca o início do tempo de preparação para a Páscoa. Liturgia estacional na Igreja de Santo Anselmo no Aventino seguida da procissão penitencial até a Basílica de Santa Sabina. O evento será transmitido pela Rádio Vaticano-Vatican News, em português, a partir das 12h30 no horário de Brasília.

Vatican News

O Departamento das Celebrações Litúrgicas Pontifícias informa que na Quarta-feira de Cinzas, 5 de março, dia que marca o início da Quaresma, às 16h30 locais, o cardeal Angelo De Donatis, penitencieiro-mor e delegado do Papa Francisco, presidirá a liturgia estacional na Igreja de Santo Anselmo no Aventino, em Roma, seguida da procissão penitencial até a Basílica de Santa Sabina.

A procissão contará com a presença de cardeais, arcebispos, bispos, monges beneditinos de Santo Anselmo, padres dominicanos de Santa Sabina e alguns fiéis. No final da procissão, será celebrada a missa, na Basílica de Santa Sabina, com o tradicional rito de imposição das cinzas.

O evento será transmitido pela Rádio Vaticano-Vatican News, em português, a partir das 12h30 no horário de Brasília.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF