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domingo, 16 de março de 2025

Reflexão para o II Domingo da Quaresma (C)

Evangelho do domingo (Vatican News)

Todo encontro com Deus deixa sinais visíveis nas pessoas. Podemos experienciar isso quando rezamos de verdade, quando nos abrimos ao Senhor e não colocamos resistências.

Padre Cesar Augusto, SJ – Vatican News

A aliança, o pacto, são gestos humanos que traduzem confiança, promessa, fidelidade, obrigação. A primeira leitura nos fala da aliança de Deus com Abraão.  O Senhor gratuitamente propôs aliança com Abraão e ele confiou plenamente em Deus, embora muitas vezes as circunstâncias lhe pudessem levar ao contrário.

Deus é fiel e mesmo que rompamos nosso pacto, o Senhor se mantém fiel.

No Evangelho, Jesus, como de costume, vai rezar. Nessa oração, fica mais claro qual é sua missão. São Lucas diz que durante a oração seu rosto mudou de aspecto. Isso sinaliza que o Senhor estava muito unido ao Pai e nos recorda Moisés quando se encontrava com Deus.

Todo encontro com Deus deixa sinais visíveis nas pessoas. Podemos experienciar isso quando rezamos de verdade, quando nos abrimos ao Senhor e não colocamos resistências. Sentimo-nos mais integrados, mais felizes, mais esperançosos e generosos. Sabemos perdoar e desejamos o bem para todos.

Nessa oração, especialmente, Jesus teve consciência de sua missão.  Quando São Lucas escreve que Moisés e Elias conversam sobre a paixão de Jesus, está nos dizendo que é nesse momento que Jesus se conscientiza de sua missão, de que deveria passar pelo sofrimento para cumprir sua vocação redentora.

Também o sono dos discípulos é muito simbólico. Eles terão sono também no horto, quando Jesus está se preparando para sofrer. Sono aí significa desconhecimento do que está acontecendo e reação ao sofrimento.

Poderemos fazer, neste momento, uma reflexão: se Jesus aceitou a cruz, aceitou sofrer por todos nós, haverá outro caminho para os homens resolverem seus problemas que não seja através desta, através do sacrifício pelo outro?

Será que nossos problemas familiares, nossos problemas de relacionamento, nossos problemas econômicos e sociais não deverão ser solucionados através da cruz, isto é, através da renúncia, da entrega generosa de nossa vida? Só através do caminho da cruz conquistaremos a vida! Verdadeiramente a cruz é a árvore da Vida, de onde pendeu Jesus!

A segunda leitura nos ajuda a entendermos que é na cruz que está a vida. Viver egoisticamente não leva à felicidade. Esta consiste em fazer morrer dentro de nós o egoísmo,  em não nos apoiarmos apenas no cumprimento da Lei, em sacrificarmos o mundo e a nós mesmos pelo amor de Cristo e dos irmãos.

Deveremos ver na cruz o grande sinal da aliança de Deus com os homens. É nela que está nossa salvação, nosso futuro, nossa felicidade eterna. A cruz de Jesus deverá iluminar nossa vida e ser o crivo por onde passam todas as nossas decisões, seja qual for nosso estado de vida, se religioso, sacerdotal ou leigo.

Será através da cruz que cumpriremos nossa missão e nos encontraremos com Deus. De fato, pende da cruz a redenção da criação, a salvação do mundo e de cada um de nós.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

5 filmes sobre amizade para você assistir com as crianças

© Disney/Pixar

Reportagem local - publicado em 11/10/21

Como pais, precisamos incentivar nossos filhos a edificarem grandes e duradouras amizades.

A amizade é uma das grandes riquezas que temos na vida, ao lado da família. E construção deste tesouro começa quando ainda somos crianças.

Como pais, precisamos incentivar nossos filhos a edificarem grandes e duradouras amizades. Mas como trabalhar o valor dos amigos junto às crianças menores? Os filmes, certamente são uma boa alternativa.

Assistir a um bom filme em família é uma maneira de estreitar os laços entre pais e filhos. Além disso, depois da sessão, é possível discutir os valores destacados pelas histórias e aprender com eles.

Por isso, separamos cinco filmes que destacam a importância da amizade para você assistir com as crianças. Eles estão disponíveis nos principais serviços de streaming.

1

O filme narra a história de amadurecimento do jovem Luca Paguro. Ele tem um verão inesquecível repleto de sorvetes, massas e aventuras inesquecíveis com seu melhor amigo. Mas as férias são ameaçadas por um segredo: eles são monstros marinhos de outro mundo. Uma crítica destacou: "Luca apresenta uma emocionante história sobre amadurecimento e liberdade".

1https://youtu.be/Y7UK_pHSzbc

2

A Turma da Mônica, por si só, já é um exemplo de amizade. E em cada história que essa turminha se mete, seja nos quadrinhos ou na telona, o público aprende ainda mais sobre inúmeros valores, como o companheirismo. Neste filme, o cachorrinho do Cebolinha desaparece. O menino desenvolve, então, um plano para resgatar o animal. Para isso, precisa da ajuda de seus fiéis amigos: Mônica, Magali e Cascão. Juntos, eles irão enfrentar grandes desafios e viver boas aventuras para levar o cão de volta para casa.

2https://youtu.be/6LBKMJviLaY

3

Toda a sequência de Toy Story é, de fato, uma lição emocionante sobre amizade para as crianças (e, por que não, para os adultos). Os brinquedos do garotinho, Andy, de seis anos, ganham vida quando estão sozinhos. A cada aniversário, eles temem ser substituídos por novos. Juntos enfrentam aventuras para continuar sendo úteis e queridos por seu dono. A cada nova aventura, os brinquedos fortalecem a amizade. No quarto filme da sequência, você pode encontrar a linda e famosa música "Amigo estou aqui", que também é uma tradução amor entre amigos.

3https://youtu.be/MUAaQJA5YkE

4

Um viúvo de 78 anos de idade decide colar milhares de balões em sua casa para viajar à América do Sul. Isso, de fato, era uma promessa que ele fez à sua mulher. O que ele não contava é que não viajava sozinho. Dentro da casa, o idoso descobre a presença de um menino explorador de 8 anos. Uma incrível história de aventura que os personagens enfrentam com amizade, amor e fidelidade.

4https://youtu.be/S8GVQ0Sihxw

5

Após um acidente de carro na floresta, um menininho fica órfão. Ele logo é encontrado por um dragão, que começa a protegê-lo. Seis anos se passam e a dupla está na mais perfeita sintonia, vivendo na floresta sem que alguém os tenha notado. Mas algo vai colocar esta amizade à prova.

5https://youtu.be/JWVOxoPUTaw

Fonte: https://pt.aleteia.org/2021/10/11/5-filmes-sobre-amizade-para-voce-assistir-com-as-criancas

Papa: o físico está fraco, mas nada impede de amar e rezar

O Papa fez um agradecimento especial às crianças que foram ao Gemelli rezar por ele. (Vatican News)

Mesmo internado, Francisco enviou uma mensagem aos fiéis para agradecer pelas orações e pedir que continuem rezando pelos países afligidos por guerras. O Papa mencionou uma carta divulgada no sábado, em que estabelece um caminho de acompanhamento para a implementação nas Igrejas locais das diretrizes do Sínodo sobre a sinodalidade.

Vatican News

Como nos domingos precedentes, a Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou uma mensagem do Papa Francisco para o Angelus dominical. Internado há um mês no Hospital Gemelli de Roma para tratar uma pneumonia, o Pontífice se inspirou no Evangelho deste segundo domingo da Quaresma para falar de sua própria condição de enfermo.

O trecho de Lucas (Lc 9, 28-36) narra a Transfiguração de Jesus. Ao subir no alto de uma montanha com Pedro, Tiago e João, Jesus se recolhe em oração e se torna radiante de luz. Dessa forma, Ele mostra aos discípulos o que está por trás dos gestos que realiza no meio deles: a luz do seu amor infinito.

"Compartilho com vocês esses pensamentos, pois estou passando por um período de provação e me uno a tantos irmãos e irmãs doentes: frágeis, neste momento, como eu. O nosso físico está fraco, mas, mesmo assim, nada nos impede de amar, de rezar, de nos doarmos, de sermos uns para os outros, na fé, sinais luminosos de esperança. Quanta luz brilha, nesse sentido, nos hospitais e locais de cura! Quanto cuidado amoroso ilumina os quartos, os corredores, as clínicas, os locais onde se realizam os serviços mais humildes! É por isso que gostaria de convidá-los, hoje, a se unirem a mim para louvar o Senhor, que nunca nos abandona e que, nos momentos de dor, coloca ao nosso lado pessoas que refletem um raio do seu amor."

O amor do Papa pelas crianças

Francisco agradeceu a todos pelas orações e a quem o assiste com tanta dedicação. De modo especial, se dirigiu às crianças, entre as quais as que foram ao Hospital Gemelli como sinal de proximidade: "Obrigado, queridas crianças! O Papa ama vocês e espera sempre encontrá-las".

O Pontífice não deixou de pedir aos fiéis que continuem a rezar pela paz, especialmente nos países feridos pela guerra: a martirizada Ucrânia, Palestina, Israel, Líbano, Mianmar, Sudão e República Democrática do Congo.

E fez uma referência à carta publicada ontem pelo secretário-geral do Sínodo dos Bispos, card. Mario Grech, com a qual estabelece um caminho de acompanhamento para a implementação, nas Igrejas locais, do Documento final do Sínodo sobre a sinodalidade. Esse caminho se concluirá com uma Assembleia Eclesial marcada para 2028 no Vaticano.

"Rezemos pela Igreja, chamada a traduzir em escolhas concretas o discernimento feito na recente Assembleia Sinodal. Agradeço à Secretaria Geral do Sínodo, que nos próximos três anos acompanhará as Igrejas locais nessa tarefa", escreve o Papa no Angelus dominical, que se conclui com as seguintes palavras:

"Que a Virgem Maria nos proteja e nos ajude a ser, como Ela, portadores da luz e da paz de Cristo".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

sábado, 15 de março de 2025

AVALIAÇÕES: Internet e Evangelho

Daniel Arasa – Lorenzo Cantoni – Lucio A. Ruiz, Comunicação Religiosa pela Internet. Factos, Tendências e Experiências na Igreja Católica, Edusc, Roma 2010, 250 pp., euro 20,00 | 30Giorni

Arquivo 30Dias n. 04 - 2010

Internet e Evangelho

O livro Comunicação Religiosa na Internet. Fatos, tendências e experiências na Igreja Católica é um mapa útil, informado e atualizado do que está acontecendo no “continente digital” católico. Análise.

por Tommaso Ricci

O tom comedido, sóbrio e simples com que suas páginas são preenchidas é definitivamente um ponto a favor deste livro; de fato, com muita frequência nos deparamos com panegíricos verdadeiramente encomiásticos, se não idólatras, sobre o tema "comunicação e Internet" no campo eclesiástico. Comunicação religiosa pela Internet. Fatos, tendências e experiências na Igreja Católica [Comunicação religiosa através da Internet. [Fatos, tendências e experiências na Igreja Católica] nada mais é do que um mapa sociológico útil, informado e atualizado do que é católico no “continente digital”.

Longe de querer minimizar a importância desta nova dimensão da vida contemporânea que está influenciando radicalmente os hábitos e as oportunidades do consórcio humano, é bom manter a consciência do fosso que existe entre o "virtual" e o "real" para não ser induzido a uma embriaguez ingênua. De fato, os dados que emergem desta pesquisa, realizada pelos autores Daniel Arasa, Lorenzo Cantoni e Monsenhor Lucio A. Ruiz, são lisonjeiros para o catolicismo, um dos grupos sociais que mais tomou conhecimento e utiliza as novas ferramentas de comunicação. Também é natural que uma rede global como a web seja agradável à Catholica , justamente pela natureza potencialmente inclusiva e universalista de ambos os assuntos.

Mas não se pode – e os autores, com razão, não o fazem – tirar conclusões indevidas desta congenialidade de princípios. Também porque a Internet é apenas “virtualmente” uma oportunidade para todos, a chamada “ divisão digital ” separa não só as gerações mais velhas, que não têm conhecimentos de informática, das mais jovens, que estão mais bem equipadas, mas também o mundo rico do mundo pobre.

Naturalmente, como todas as áreas da vida, a web – onde muitos homens e mulheres passam horas e horas de sua existência – também constitui uma oportunidade para o testemunho cristão. Por exemplo, de gentileza, de correção, de gentileza, de otimismo, de criatividade, de partilha, de abertura aos outros, em suma, de sinalização prática em direção ao Bem. Um pouco como o momento dos anúncios no final da Santa Missa; no altar o mistério do Sacrifício redentor de Cristo é renovado para os fiéis, do púlpito à comunidade dos fiéis são oferecidas oportunidades úteis para verificar e praticar a caridade, intra e extra Ecclesiam . A Internet é um púlpito virtual capaz de transmitir orientações e sugestões muito além dos limites do público. Essa é sua força e sua fraqueza.

A Internet não é um “acelerador da graça”, assim como não são as rodovias que tornam um carro mais rápido, mas seu motor. Na verdade, as autoestradas da informação criadas pela A rede exige dos cristãos uma maior mobilidade do coração, um maior dinamismo da fé, uma crescente disponibilidade para orientar para o Destino Comum toda ocasião de encontro, ou mesmo de simples contato, com outros homens.

Esta longa introdução pretende fazer justiça ao livro em questão, uma vez que seu tom puramente informativo fundamenta uma abordagem solidamente instrumental, concreta, livre de qualquer milenarismo digital.

Falamos daquela concretude que induziu Bento XVI a repreender benevolentemente os seus colaboradores na Cúria quando observou que se algum deles tivesse “navegado” com mais cuidado na Internet, o doloroso caso do bispo lefebvriano negador do Holocausto Williamson não teria existido; falemos da concretude que levou a Santa Sé a dotar-se de um sítio Internet onde pudesse publicar documentos oficiais em várias línguas, para que quem os quisesse conhecer o pudesse fazer mais facilmente do que no passado (pp. 139-144); vamos falar sobre a concretude da maneira como o jornalismo católico online pode divulgar suas informações de forma mais ampla e com menor custo (pp. 201-239).

“O teu rosto, Senhor, eu busco; não escondas de mim o teu rosto”, reza o Salmo, uma antiga oração nascida na era pré-internet e paradoxalmente tornada mais atual pela web , onde muitas vezes circulam palavras sem rostos identificáveis. Não é por acaso que o Papa Bento XVI falou aos participantes do congresso romano “Testemunhas Digitais” sobre a necessidade de reconhecer o rosto do outro, de não nos achatarmos na superfície (nem mesmo na do monitor do computador, pode-se acrescentar), de não nos tornarmos e não tratarmos os outros como corpos sem alma, objetos de troca e consumo (mesmo que comunicativo, pode-se acrescentar). Naveguemos no mar digital, lancemos as redes na Web, mas sem esquecer que Ele quer que sejamos pescadores de homens e não de avatares .

Fonte: https://www.30giorni.it/

O cristianismo burguês (II)

O cristianismo burguês (II)

O cristianismo burguês

Ao comparar o reino de Deus com um tesouro pelo qual se vende tudo, Jesus desvincula o cristianismo de valores como a segurança ou a estabilidade, para centrá-lo no risco, na missão, na aventura de melhorar o mundo.

12/09/2023

O risco do cristianismo burguês ou a perda do sentido de missão

“Não te aburgueses”[23], costumava dizer São Josemaria para alertar para um risco que existe na vida espiritual: o de acabar evitando tudo o que exige esforço, ignorando a exigência que atravessa todo o Evangelho. Estas linhas de Sulco retratam, com um toque de ironia, esse cristianismo aburguesado: “Ideologicamente, és muito católico. Agrada-te o ambiente dessa Residência universitária... Pena que a Missa não seja ao meio-dia, e as aulas à tarde, para estudares depois de jantar, saboreando um ou dois cálices de conhaque! - Esse teu ‘catolicismo’ não corresponde à verdade, fica em simples aburguesamento[24].

É importante ter em conta que também se pode falar de cristianismo burguês em outro sentido, complementar a este primeiro. É uma concepção da vida religiosa em que o forte sentido de missão da mensagem evangélica foi obscurecido ou esquecido. Nesta abordagem, a vida espiritual tende a ser reduzida ao cumprimento pessoal das normas morais e a uma série de práticas piedosas. Parece que nos esquecemos daquela petição do Pai Nosso - “venha a nós o vosso reino” - que leva os cristãos a transformar o mundo com o seu trabalho e com a sua oração. Usando as palavras de São Josemaria, o apelo a “santificar os outros através do trabalho” ficaria reduzido, no melhor dos casos, a um apostolado individual, sem horizonte de transformação do mundo; ou estaria escondido atrás das anteriores - “santificar o trabalho e santificar-se com o trabalho”-, que por sua vez perderiam quase toda a sua razão de ser.

O cristianismo burguês, neste segundo sentido, seria uma das manifestações da concepção individualista da religião para a qual alertou Bento XVI. Mais uma vez, não estaríamos perante o resultado de uma escolha individual, mas sim diante do resultado de uma concepção de vida que vem moldando a mentalidade das pessoas de forma quase imperceptível, através da cultura e da educação. Na verdade, embora a noção de burguês se refira a um estatus social (pessoas de uma classe rica, que não sofreram grandes privações em suas vidas ou não tiveram que fazer esforços especiais para conseguir o que desejavam), o termo "cristianismo burguês" não significa que ele seja específico desse grupo social. Trata-se, de fato, de uma mentalidade que pode ser encontrada em pessoas que pertencem a diferentes classes sociais, segundo a qual o valor supremo que deve ser perseguido na vida é a estabilidade. Nos seus escritos, São Josemaria exorta-nos a enfrentar esta concepção: “Tens obrigação de aproximar-te dos que estão à tua volta, de sacudi-los da sua modorra, de rasgar horizontes diferentes e amplos à sua existência aburguesada e egoísta, de lhes complicar santamente a vida, de fazer que se esqueçam de si mesmos e compreendam os problemas dos outros”[25].

Do ponto de vista religioso, a mentalidade burguesa é problemática, porque tende a extinguir o sentido de missão. O cristão burguês procura acima de tudo moderação e segurança. Por outro lado, quem descobre que tem uma missão, algo importante para fazer na vida, está disposto a correr riscos e embarcar em aventuras com final incerto. O Evangelho é muito ilustrativo a este respeito. Por exemplo, mostrando-nos como Pedro, Tiago e João, “deixando tudo, o seguiram” (Lc 5,11); ao comparar o reino de Deus a um tesouro escondido, pelo qual se está disposto a vender tudo (Mt 13,44); ou retomando as palavras de Jesus ao escriba que diz estar disposto a segui-Lo aonde quer que vá: “As raposas têm tocas e os pássaros têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde descansar a cabeça” (Mt 8,20).

Certamente, as pessoas sempre precisam de um mínimo de segurança, especialmente em tempos tão incertos como os atuais. O problema está em fazer da segurança ou da estabilidade os valores dominantes, a meta a que aspiramos na vida. Quem adota essa mentalidade dificilmente sente necessidade de melhorar as coisas e tende a se contentar com o que está ali, pois não quer complicar a vida. Pelo contrário, o sentido de missão que faz parte do DNA do cristianismo leva a viver a vida como uma aventura, pensando na melhor forma de servir a Deus e aos outros com a própria profissão.

O encontro de Jesus com o jovem rico não é menos eloquente nesse aspecto. Este jovem seria o protótipo do cristão burguês: uma pessoa que obedece aos mandamentos, tem boa vontade e até desejos nobres, mas que não é capaz de correr o risco de seguir o chamado de Jesus. O obstáculo são as riquezas, que podem ser entendidas tanto no sentido literal de bens materiais como no sentido de posição social ou segurança alcançada. Quando Jesus lhe diz: “Falta-te uma coisa. Vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres; depois vem e segue-me” (Mc 10,21), convida-o a abandonar a sua segurança e a confiar plenamente Nele.

O cristão é “essencialmente social”

A cena do jovem rico mostra que um dos principais problemas do cristianismo burguês é que ele reduz o cristianismo à moralidade. Embora o Evangelho seja expresso de forma moral e tenha consequências práticas, esse não é o núcleo da vida cristã. A essência do cristianismo não consiste em ser “boa pessoa”, mas em encontrar e identificar-se com uma pessoa, Jesus Cristo: o único verdadeiramente bom (cf. Mc 10,18). O que moveu Pedro, Tiago e João a abandonar tudo não foi um ideal ético, mas o fascínio que a descoberta do Messias lhes causou.

Poderíamos dizer que no cristianismo burguês a vida religiosa é algo enfadonho e previsível: algumas práticas de piedade, sacramentos, a necessidade de lutar e a confissão como uma “lavanderia” para tirar as manchas[26]. Por outro lado, a religiosidade genuína é sempre acompanhada de surpresa, das sucessivas conversões e da descoberta de novos Mediterrâneos, que normalmente não são fruto de experiências extraordinárias, mas de perseverança na relação com Deus[27].

O cristianismo burguês também pode levar a uma distorção do Evangelho que Bento XVI alerta na Spe Salvi: pensar que a única coisa importante é que eu me salve[28]. Certamente, o Julgamento de Deus será pessoal e não podemos ser responsabilizados pelas decisões que outra pessoa tomou livremente. Contudo, a vida cristã não conduz a uma perfeição “egoísta”, que nos feche em nós mesmos, mas coloca o centro da vida fora de nós mesmos: na dedicação, no serviço, na renúncia, no seguimento. Uma pessoa não se salva sozinha, no sentido de que é independente dos outros. Por isso, no Juízo pessoal seremos questionados sobre como contribuímos para conduzir o mundo para Deus, envolvendo-nos na vida de quem caminha ao nosso lado (cf. Mt 25, 31-46). Precisamos então perguntar-nos como nos preocupamos com o bem do próximo: como os acompanhamos, os consolamos, os encorajamos.

Na Carta citada no início, São Josemaria afirma que “um cristão não pode ser individualista, não pode ignorar os outros, não pode viver egoisticamente, de costas para o mundo: é essencialmente social, membro responsável do Corpo Místico de Cristo (…). Nosso trabalho apostólico contribuirá para a paz, para a colaboração dos homens entre si, para a justiça, para evitar a guerra, evitar o isolamento, evitar o egoísmo nacional e os egoísmos pessoais: porque todos perceberão que formam parte de toda a grande família humana, que está dirigida por vontade de Deus à perfeição. Assim contribuiremos para tirar esta angústia, este temor por um futuro de rancores fratricidas, e para confirmar nas almas e na sociedade a paz e a concórdia: a tolerância, a compreensão, o trato, o amor”[29].

Nessas mesmas páginas, São Josemaria compartilha um dos seus grandes desejos: “gostaria que, no catecismo da doutrina cristã para as crianças, se ensinasse claramente quais são estes pontos firmes, nos que não se pode ceder, ao atuar de um modo ou de outro na vida pública; e que se afirmasse, ao mesmo tempo, o dever de atuar, de não se abster, de prestar a própria colaboração para servir com lealdade, e com liberdade pessoal, ao bem comum”[30].

São estes, de fato, os canais pelos quais discorre a doutrina social da Igreja, evitando uma concepção de vida cristã que se concentra nos deveres religiosos e familiares, mas negligencia os deveres cívicos[31]. A vida espiritual não é algo “íntimo”, e o chamado a realizar o Reino de Deus não pode ser identificado apenas com o empenho apostólico pessoal. É preciso também ter vontade de melhorar o mundo através do próprio trabalho, seja na esfera pública ou em casa. E isso exige conceber a própria profissão como um serviço, isto é, como um meio de servir a Deus e aos outros. “Necessitamos que o Senhor dilate o nosso coração, que nos dê um coração à sua medida, para que nele entrem todas as necessidades, as dores, os sofrimentos dos homens e das mulheres do nosso tempo, especialmente dos mais fracos”[32].

O fato de algumas leis e modos de vida terem se afastado da mensagem evangélica deveria levar-nos a pensar no que mais podemos fazer. E, também, o que poderíamos ter feito melhor: porque talvez em algumas ocasiões deixamos de ser fermento, sal, luz. Na medida em que, como indica São Josemaria, isso não se deva ao egoísmo ou à má vontade, é simplesmente falta de formação[33], cabe perguntar-se: o que poderia faltar na transmissão da fé? Onde quer que o cristianismo burguês tenha se difundido, será conveniente despertar o sentido de missão, para colocar-se ao serviço desse reino de Deus que já está entre nós[34].

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Notas:

[23] São Josemaria, Forja, n. 936.

[24] São Josemaria, Sulco, n. 716.

[25] Forja, n. 900.

[26] Cfr. Francisco, Homilia, 21/03/2017.

[27] Cfr. Forja, n. 570.

[28] Spe Salvi, nn. 13-14.

[29] São Josemaria, Carta 3, nn. 37-38.

[30] Ibidem, n. 45.

[31] Ibidem, n. 46.

[32] Mons. F. Ocáriz, À luz do Evangelho

[33] São Josemaria, Carta 3, n. 46.

[34] Cfr. Lc 17,20.

Fonte: https://opusdei.org/pt-br/article/o-cristianismo-burgues/

Exercícios Espirituais no Vaticano, 5ª Meditação: "Moribundos ou vivos?" (V)

Padre Roberto Pasolini prega os Exercícios Espirituais para a Cúria Romana  (VATICAN MEDIA Divisione Foto)

Exercícios Espirituais no Vaticano, 5ª Meditação: "Moribundos ou vivos?"

O pregador da Casa Pontifícia, padre Roberto Pasolini, fez na tarde desta terça-feira, 11 de março, a sua quinta meditação no âmbito dos Exercícios Espirituais da Quaresma à Cúria Romana, sobre o tema "A esperança da vida eterna: Moribundos ou vivos?" Os Exercícios Espirituais estão em andamento sem a presença do Papa Francisco que está internado no Hospital Gemelli. Publicamos a síntese da quinta Meditação.

Vatican News

O verdadeiro desafio do nosso caminho não é apenas atravessar a morte, mas reconhecer que a vida eterna começa aqui. Muitas vezes nos iludimos achando que existem apenas duas categorias de pessoas: os vivos e os mortos. O Evangelho de João, com a ressurreição de Lázaro, desafia essa visão: os verdadeiros mortos não são apenas aqueles que param de respirar, mas também quem está bloqueado pelo medo, pela vergonha e pelo controle. Lázaro, envolto em faixas que limitam todos os movimentos, representa todos nós quando nos deixamos sufocar por expectativas e esquemas rígidos, perdendo o contato com nossa liberdade interior.

Marta e Maria, diante da morte do irmão, expressam uma fé condicional: "Se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido" (Jo 11, 21). Essa mentalidade reflete a ideia de um Deus que deve sempre intervir para nos poupar da dor. Mas Jesus não veio para eliminar o sofrimento, mas para transformá-lo: “Eu sou a ressurreição e a vida” (Jo 11,25). A verdadeira questão, então, não é se morreremos, mas se já estamos vivendo realmente, confiando em Cristo e em sua palavra.

Este desafio também emerge no episódio da mulher que sofria de hemorragia que estava doente há doze anos e que, apesar de tudo, ousa tocar no manto de Jesus para buscar a cura (Mc 5, 25-34). Sua condição representa toda a humanidade: buscamos remédios, buscamos vida, mas muitas vezes confiamos em falsos ídolos que nos deixam vazios. Somente o contato com Cristo pode trazer a verdadeira cura, que não é apenas física, mas interior: a capacidade de se confiar e se sentir acolhido.

Jesus lhe diz: “Minha filha, a tua fé te salvou” (Mc 5, 34), mostrando que a salvação não é uma intervenção externa de Deus, mas se expressa na capacidade de nos abrirmos à sua presença. O mesmo vale para a confissão e para toda experiência de reconciliação: um ato formal não é suficiente, é preciso que o nosso coração redescubra a confiança num Deus que realmente nos quer vivos.

O sinal de Lázaro e a cura da mulher com hemorragia nos colocam uma pergunta radical: somos moribundos que aguardam o fim ou vivos que já começaram a experimentar a ressurreição? A vida eterna não é apenas uma recompensa futura, mas uma realidade que podemos escolher agora, vivendo com liberdade, esperança e confiança no Deus que nos chama à plenitude.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

sexta-feira, 14 de março de 2025

O cristianismo burguês (I)

O cristianismo burguês (Opus Dei)

O cristianismo burguês

Ao comparar o reino de Deus com um tesouro pelo qual se vende tudo, Jesus desvincula o cristianismo de valores como a segurança ou a estabilidade, para centrá-lo no risco, na missão, na aventura de melhorar o mundo.

12/09/2023

Numa das suas Cartas, São Josemaria faz um diagnóstico que continua sendo atual: “É frequente, de fato, mesmo entre católicos que parecem responsáveis e piedosos, o erro de pensar que só estão obrigados a cumprir seus deveres familiares e religiosos, e não querem ouvir falar de deveres cívicos”[1]. Depois, esclarece que, habitualmente, “não se trata de egoísmo: é simplesmente falta de formação, porque nunca ninguém lhes falou claramente que a virtude da piedade - parte da virtude cardeal da justiça - e o sentido da solidariedade cristã se concretizam também neste estar presente, neste conhecer e contribuir para resolver os problemas que interessam a toda a comunidade”[2].

Um cristianismo individualista?

Estas faltas de formação da consciência cristã não se devem apenas a problemas na catequese ou na educação religiosa, mas também são um resultado das transformações mentais e sociais que surgiram com os tempos modernos. Seriam, em grande medida, consequência de uma nova cultura que as pessoas foram adquirindo por osmose, desde o nascimento.

É assim que Bento XVI explica na sua encíclica Spe Salvi quando se pergunta como surgiu na modernidade a ideia de que “a mensagem de Jesus é estritamente individualista e dirigida somente ao indivíduo?”[3] ; ou, também, como “ é que se chegou a interpretar a 'salvação da alma' como fuga da responsabilidade geral e, consequentemente, a considerar o programa do cristianismo como busca egoísta da salvação”[4]. Ambas as ideias, explica ele, seriam o resultado de uma secularização da noção cristã de esperança. O que aconteceu é que nos tempos modernos as grandes possibilidades abertas pelo progresso científico e pelas novas formas de organização social levaram à crença de que o ser humano poderia restaurar, apenas por seus próprios meios, o “paraíso perdido”. Desta forma, a redenção do mundo tornou-se algo que já não se esperava, “da fé, mas da ligação recém-descoberta entre ciência e prática”[5]: a ciência e as estruturas políticas iriam trazer-nos o céu que a religião só parecia capaz de prometer para a outra vida.

Neste processo de secularização, a religião não desaparece, mas é privatizada; isto é, está confinada à esfera da vida individual. No âmbito público e social, Deus não parece mais necessário para enfrentar os desafios humanos. Além disso, com o passar do tempo, chega-se a afirmar que a restrição da religião à vida privada garantirá a paz nas sociedades com cidadãos que professem religiões diferentes ou que são ateus. Esta forma de compreender o lugar da religião na vida social tem sido também frequentemente interiorizada pelos próprios fiéis, a ponto de levá-los a adotar atitudes que se tornaram alvo de uma das críticas mais comuns à religião nos tempos modernos. Segundo esta crítica, a esperança cristã consistiria num “puro individualismo, que teria abandonado o mundo à sua miséria e teria se refugiado numa salvação eterna exclusivamente privada”[6]. Os cristãos são censurados porque o que realmente importa para eles não é esta vida, mas garantir um lugar na vida futura.

No entanto, nada poderia estar mais longe da realidade do Evangelho, que nos torna próximos de qualquer pessoa necessitada (cf. Lc 10,36-37). A nossa fé “implica sempre um desejo profundo de mudar o mundo, de transmitir valores, de deixar algo melhor quando passamos pela terra”[7]. São Josemaria dizia-o com força: o cristão deve se esforçar “para que haja cada dia menos pobres, menos ignorantes, menos almas sem fé, menos desesperados, menos guerras, menos insegurança, mais caridade e mais paz”[8]. Ao mesmo tempo, como recordou o Papa Francisco, a Igreja não é uma ONG[9] e deve estar alerta para evitar as diversas formas de mundanização, colocando sempre Cristo no centro da sua atividade – inclusive a social.

O apelo a contribuir com o desenvolvimento do reino de Deus necessita, portanto, harmonizar dois princípios: por um lado, a consciência de que este reino é um dom[10], e não algo que possamos alcançar com as nossas próprias forças; por outro, a convicção de que Deus não é indiferente ao nosso desejo de dar-Lhe cada vez mais espaço em nossa vida. Está verdadeiramente ao nosso alcance ajudar a “abrir o mundo para que Deus possa entrar: a verdade, o amor e o bem. (…) Podemos libertar as nossas vidas e o mundo de intoxicações e contaminações que poderiam destruir o presente e o futuro”[11]. Além disso, ainda que “aparentemente não consigamos ou nos encontremos impotentes perante a superioridade das forças hostis”[12], a virtude da esperança permite-nos experimentar que é Deus quem, em última instância, guia a História.

As crises mundiais

Desde o início do Opus Dei, São Josemaria convidava aqueles que eram próximos a ele a dedicarem a sua própria vida ao trabalho pelo Reino de Deus, com aquele lema ardente: Regnare Christum volumus! Justamente numa homilia sobre a esperança cristã escreveu: “Não nos criou o Senhor para construirmos aqui uma Cidade definitiva, porque este mundo é caminho para o outro, que é morada sem pesar. No entanto, os filhos de Deus não devem desinteressar-se das atividades terrenas, em que Deus os coloca para santificá-las. (…) Esta tem sido a minha pregação constante desde 1928: urge cristianizar a sociedade; levar a todos os estratos desta nossa humanidade o sentido sobrenatural, de modo que todos nos empenhemos em elevar à ordem da graça os afazeres diários, a profissão ou o ofício. Desta forma, todas as ocupações humanas se iluminam com uma esperança nova”[13].

Para conseguir isso, é decisivo que Cristo reine no coração de cada pessoa, pois o reino de Deus não se reduz a uma forma concreta de organização social, nem é o resultado de um conjunto de estruturas humanas[14]. Para que os cristãos sejam sal e fermento na sociedade civil, eles devem primeiro cultivar seu relacionamento com Deus. “O reino de Cristo deve se estabelecer antes de tudo nos corações (...), mas não para que cada um dê glória a Deus independentemente dos outros, mas em comunhão com eles na Igreja (...) e na própria sociedade civil, onde os cristãos são chamados a ser sal e fermento (...). Cristo só reina plenamente no coração de quem quer que Ele reine também na sociedade em que vive”[15].

Um ponto conhecido de Caminho expressa esta convicção de forma significativa: “Um segredo. Um segredo em voz alta: estas crises mundiais são crises de santos. Deus quer um punhado de homens “seus” em cada atividade humana. Depois... ‘pax Christi in regno Christi’ - a paz de Cristo no reino de Cristo”[16]. Fica claro que São Josemaria não concebia a vida cristã como algo meramente íntimo, mas como um impulso que abrange todas as dimensões humanas, incluindo as sociais[17]. Em outro lugar escreve: “Esta é a tua tarefa de cidadão: contribuir para que o amor e a liberdade de Cristo presidam a todas as manifestações da vida moderna - a cultura e a economia, o trabalho e o descanso, a vida de família e o convívio social”[18]. Ao respeitar a liberdade dos outros, os cristãos são chamados a levar a luz do Evangelho a todos os cantos.

O núcleo da mensagem do Opus Dei, a busca de Deus no trabalho e na vida cotidiana, pressupõe que o mundo é um lugar de encontro com Deus. O Concílio Vaticano II recorda-nos isto ao ensinar que os cristãos são chamados a redimir as estruturas temporais a partir de dentro, por meio do trabalho profissional e da colaboração com outros cidadãos[19]. Na raiz deste ensinamento está a verdade da criação: “Se o mundo e tudo o que nele existe - exceto o pecado - é bom, porque é obra de Deus Nosso Senhor, o cristão, esforçando-se continuamente por evitar ofensas a Deus - um luta positiva de amor - ,tem que se dedicar a tudo o que é terreno, lado a lado com os demais cidadãos; deve defender todos os bens derivados da dignidade da pessoa. E há um bem que deves sempre procurar especialmente: o da liberdade pessoal”[20].

Ao falar do trabalho como lugar de encontro com Deus, São Josemaria especificava que se trata de “santificar o seu trabalho, santificar-se no trabalho e santificar os outros com o trabalho”[21]. O trabalho configura e transforma tanto quem o realiza quanto a realidade sobre a qual atua, ou seja, o mundo[22]. Neste sentido, pode-se dizer que a santificação do trabalho é, ao mesmo tempo, o caminho para a pessoa se aproximar de Deus e resgatar estruturas temporárias: colaborar nesse movimento pelo qual o Senhor atrai todos a si ( cf. Jo 12,32).

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Notas:

[1] São Josemaria, Carta 3, n. 46.

[2] Ibidem.

[3] Bento XVI, Spe Salvi, n. 16

[4] Ibidem, n. 16.

[5] Ibidem, n. 17.

[6] Ibidem, n. 13.

[7] Francisco, Evangelii gaudium, n. 183.

[8] São Josemaria, Carta 8, n. 1.

[9] Francisco, Homilia, 16/05/2020.

[10] Spe Salvi, n. 35.

[11] Ibidem.

[12] Ibidem.

[13] São Josemaria, Amigos de Deus, n. 210.

[14] Cfr. Spe Salvi nn. 24-25.

[15] E. Burkhart – J. López, Vida cotidiana y santidad en la enseñanza de São Josemaria, Rialp, Madrid, 2011, vol. I, pp. 411-412.

[16] São Josemaria, Caminho, n. 301.

[17] Cfr. E. Burkhart – J. López, Vida cotidiana y santidad, vol. I, p. 412.

[18] São Josemaria, Sulco, n. 302.

[19] Cfr. Lumen Gentium, n. 36.

[20] São Josemaria, É Cristo que passa, n. 184.

[21] São Josemaria, Entrevistas, n. 55.

[22] Cfr. São João Paulo II, Laborens Exercens, n. 5-6.

Fonte: https://opusdei.org/pt-br/article/o-cristianismo-burgues/

Exercícios Espirituais no Vaticano, 4ª Meditação: "A segunda morte" (IV)

Padre Roberto Pasolini durante os Exercícios Espirituais da Cúria Romana  (VATICAN MEDIA Divisione Foto)

Exercícios Espirituais no Vaticano, 4ª Meditação: "A segunda morte"

O pregador da Casa Pontifícia, padre Roberto Pasolini, fez na manhã desta terça-feira, 11 de março, a sua quarta meditação no âmbito dos Exercícios Espirituais da Quaresma à Cúria Romana sobre o tema "A esperança da vida eterna: A segunda morte". O religioso capuchinho sublinha que Deus não espera a nossa morte para nos dar a vida eterna. Os Exercícios Espirituais estão em andamento sem a presença do Papa Francisco que está internado no Hospital Gemelli. Publicamos a síntese da quarta Meditação.

Vatican News

A Bíblia descreve a história humana como uma tensão entre a promessa da vida eterna e a realidade da morte. Israel, com sua fidelidade e infidelidade, encarna essa luta, permanecendo em busca perpétua da terra prometida. São Paulo fala do homem como um homem agonizante que vive (2 Cor 6, 9), expressando o paradoxo da existência.

Entre os profetas, Ezequiel descreve esta condição na visão do vale dos ossos secos (Ez 37): Israel aparece como um cemitério a céu aberto, desprovido de vida e esperança. Deus ordena ao profeta que fale aos ossos, que se juntam e se revestem de carne, mas permanecem sem vida até que seu Espírito sopre sobre eles.

Essa visão não se refere apenas ao retorno do exílio, mas reflete a condição humana: muitas vezes existimos sem realmente viver. Os ossos secos simbolizam a “primeira morte”, a interior, que se manifesta no medo, na apatia e na perda da esperança. Foi isso que aconteceu com Adão e Eva depois do pecado: seus corpos estavam vivos, mas separados de Deus.

Somente o Espírito de Deus pode restaurar a vida autêntica. No entanto, há também uma “segunda morte”, muitas vezes entendida como condenação eterna, mas que também pode ser vista como morte biológica. Aquele que já superou a primeira morte – isto é, o medo, o egoísmo e a ilusão de controle – enfrenta a segunda sem terror. São Francisco de Assis expressa isso no Cântico do Irmão Sol, louvando quem acolhe a morte em Deus.

O Apocalipse afirma que “o vencedor ficará livre da segunda morte” (Ap 2, 11): quem vive na fé e na esperança pode passar por ela sem ser esmagado por ela. A visão de Ezequiel nos ensina que a ressurreição começa agora: Deus não espera nossa morte para nos dar a vida eterna, mas a oferece já no presente, se acolhermos seu Espírito. A verdadeira pergunta é: queremos permanecer como ossos secos ou deixar-nos reanimar pela vida verdadeira?

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Aprender com o silêncio de São José

O silêncio melodioso de José (Revista Ava Maria)

APRENDER COM O SILÊNCIO DE SÃO JOSÉ 

Dom Leomar Brustolin
Arcebispo de Santa Maria (RS)

No próximo dia 19, celebraremos a solenidade de São José, pai legítimo de Jesus, o homem cujo silêncio ecoa mais do que palavras. Nos evangelhos, São José não fala nada, mas sua vida ecoa por si. Mais do que discursos, ele nos ensina com atitudes: acolheu, protegeu e confiou nos planos de Deus. Foi aquele que recebeu, com coragem e fé, o maior presente de Deus para a humanidade – Jesus Cristo. 

José era um carpinteiro, morador da pequena cidade de Nazaré. Como todo homem de sua época, levava uma vida simples, até que Deus entrou de forma surpreendente em sua história. Prometido em casamento a Maria, ele se viu diante de uma situação inesperada: sua noiva estava grávida. Imagine o susto, a dúvida e o medo! Mas José, chamado de “homem justo”, não quis expor Maria. Decidiu afastar-se em segredo para protegê-la. Foi então que Deus lhe falou através de um anjo, em sonho: “Não tenhas medo de receber Maria, pois o que nela foi gerado vem do Espírito Santo” (Mt 1,20). 

E José, sem questionar, acreditou e acolheu. A partir desse momento, ele entrou definitivamente na história da salvação. Assumiu a missão de ser pai terreno de Jesus, protegendo, cuidando e educando aquele que é o próprio Filho de Deus. José não gerou Jesus biologicamente, mas o recebeu como um dom precioso vindo do Pai, mostrando que a verdadeira paternidade está no amor, na proteção e na presença. Foi um pai legítimo. 

São José aparece nos momentos mais importantes da infância de Jesus. Ele estava presente no nascimento, na fuga para o Egito, no retorno para Nazaré e até na aflição ao perder o Menino no Templo de Jerusalém. Esse pai garantiu a segurança e o sustento da Sagrada Família, ensinando não apenas o ofício de carpinteiro a Jesus, mas também testemunhando valores como a justiça, o respeito e o amor ao próximo. 

Mesmo sendo o último nome da genealogia de Jesus (Mt 1,16), José nos ensina algo profundo: nem sempre nossa missão é brilhar ou ser reconhecido. Às vezes, nossa maior grandeza está justamente em acolher os planos de Deus, mesmo quando eles nos surpreendem, e viver a fé no dia a dia, com humildade e serviço. 

José nos ensina que podemos confiar nos planos de Deus, mesmo quando não entendemos tudo. Ele nos lembra que ser pai, mãe, educador ou cuidador é uma missão nobre e valiosa. Que o trabalho simples, quando feito com amor, também é caminho de santidade. Nos mostra que a fé verdadeira não precisa de discursos grandiosos, mas sim de gestos vigorosos. 

José é também modelo de fé. Ele teve dúvidas, sentiu medo e se achou indigno da missão, mas confiou e seguiu em frente. Assim, tornou-se parte da família de Deus. Ele nos mostra que, quando ouvimos a Palavra de Deus e a colocamos em prática, também nos tornamos parentes de Jesus e colaboradores no seu projeto de amor.  

Por isso tudo, São José é patrono da Igreja, protetor das famílias, dos trabalhadores e daqueles que buscam viver segundo a vontade de Deus. Com ele, aprendemos a acolher a vida, cuidar com carinho dos que nos são confiados e a caminhar com fé, mesmo no silêncio e na humildade. Que seu exemplo nos inspire a viver a fé não apenas com palavras, mas com atitudes concretas! 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

A Amazônia no coração do Papa: 12 marcos do seu pontificado

Amazônia (Vatican News)

O dia 13 de março de 2024 marca os doze anos do pontificado do Papa Francisco, caracterizado pela sua profunda preocupação com o cuidado da Casa Comum, especialmente da Amazônia. Aqui estão 12 marcos que refletem o seu amor por esta região e pelos seus povos.

Júlio Caldeira, IMC

Desde o início do seu pontificado, a 13 de março de 2013, o Papa Francisco tem sublinhado a importância de cuidar do planeta, a que chama “Casa Comum”. Através de discursos, mensagens e encontros, tem demonstrado grande afeto e preocupação com a Amazônia e os seus povos. Aqui estão 12 momentos-chave em que ele abordou esta causa:

1. Ser guardiões da criação

No seu primeiro discurso como Papa (19 de março de 2013), Francisco apelou à humanidade para que fosse guardiã da criação e protegesse tanto a natureza como os outros seres humanos. Sublinhou a importância da bondade e da ternura como elementos essenciais deste compromisso.

“Queria pedir, por favor, a quantos ocupam cargos de responsabilidade em âmbito económico, político ou social, a todos os homens e mulheres de boa vontade: sejamos «guardiões» da criação, do desígnio de Deus inscrito na natureza, guardiões do outro, do ambiente; não deixemos que sinais de destruição e morte acompanhem o caminho deste nosso mundo! Mas, para «guardar», devemos também cuidar de nós mesmos. Lembremo-nos de que o ódio, a inveja, o orgulho sujam a vida; então guardar quer dizer vigiar sobre os nossos sentimentos, o nosso coração, porque é dele que saem as boas intenções e as más: aquelas que edificam e as que destroem. Não devemos ter medo de bondade, ou mesmo de ternura”.

2) Reforçar o “rosto amazônico” da Igreja

Durante a sua viagem ao Rio de Janeiro para a Jornada Mundial da Juventude (27 de julho de 2013), o Papa apelou a uma presença pastoral reforçada na Amazônia, promovendo um clero indígena adaptado às condições locais.

“A obra da Igreja [na Amazônia] deve ser mais incentivada e relançada. Fazem falta formadores qualificados, especialmente formadores e professores de teologia, para consolidar os resultados alcançados no campo da formação de um clero autóctone, inclusive para se ter sacerdotes adaptados às condições locais e consolidar por assim dizer o «rosto amazônico» da Igreja”.

3. Alegria pela criação da REPAM

Em setembro de 2014, o Papa celebrou a fundação da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) como uma iniciativa fundamental para a defesa da Amazônia e dos seus povos.

“O Papa Francisco, alegrando-se por ver o seu pedido para a criação desta rede inovadora, concretamente orientada para as questões ecológicas da Amazônia, deseja-lhe o maior sucesso, recordando a todos que a rede digital deve ser um lugar rico em humanidade: não é uma rede de cabos, mas de pessoas humanas. (...) Com a esperança de que o trabalho quotidiano daqueles que colaboram na Rede Eclesial Pan-Amazônica contribua para alargar os espaços de compreensão e de solidariedade entre os homens e os povos, refletindo constantemente aquela “Luz das nações” - Cristo - que brilha no rosto da Igreja Universal e das Igrejas locais, o Santo Padre, com amizade e confiança, concede-lhes a Bênção Apostólica que implora”.

4. Laudato Si': um apelo ao cuidado da casa comum

Com a encíclica Laudato Si' (15 de maio de 2015), Francisco reafirmou a necessidade de uma ecologia integral, recordando que “tudo está interligado” e defendendo mudanças estruturais na economia e na política para proteger o planeta.

A proposta central reside numa ecologia integral que “incorpora o lugar particular do ser humano neste mundo e as suas relações com a realidade que o rodeia” (LS 15), e no “compromisso com outro modo de vida” (LS 203) que exerce “uma pressão saudável sobre os detentores do poder político, económico e social” (LS 206). Apresenta a necessidade do cuidado do planeta, que se baseia na relação entre Deus, os seres humanos e a natureza, onde “tudo está interligado” (LS 138).

5. Pedagogia da ecologia integral

Em Quito, Equador (7 de julho de 2015), o Papa sublinhou a responsabilidade de preservar a Amazônia para as gerações futuras, promovendo uma consciência ecológica global.

“Estão aqui conosco irmãos dos povos indígenas da Amazônia equatoriana. (...) E aqui o Equador - juntamente com os outros países do bioma amazônico - tem a oportunidade de exercer a pedagogia de uma ecologia integral. Recebemos o mundo como herança dos nossos pais, mas lembremo-nos também que o recebemos como um empréstimo dos nossos filhos e das gerações futuras, a quem temos de o devolver! E melhorado. E isto é gratuidade! Da fraternidade vivida na família, nasce o segundo valor, a solidariedade na sociedade, que não consiste apenas em dar aos necessitados, mas em sermos responsáveis uns pelos outros. Se virmos no outro um irmão, ninguém pode ser excluído, ninguém pode ser deixado de fora”.

6. Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação

Estabelecido em 1º de setembro de 2015, como é o caso na Igreja Ortodoxa, esse dia convida os fiéis e as comunidades a renovar seu compromisso com a proteção do meio ambiente.

“Anualmente, o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação oferecerá a cada fiel e às comunidades a preciosa oportunidade para renovar a adesão pessoal à própria vocação de guardião da criação, elevando a Deus o agradecimento pela obra maravilhosa que Ele confiou ao nosso cuidado, invocando a sua ajuda para a proteção da criação e a sua misericórdia pelos pecados cometidos contra o mundo em que vivemos, (...) implementar oportunas iniciativas de promoção e de animação, para que esta celebração anual seja um momento forte de oração, reflexão, conversão e uma oportunidade para assumir estilos de vida coerentes” (Francisco, 06 de agosto de 2015).

7. Aprender com os povos indígenas

Durante a sua visita à Colômbia (7 de setembro de 2017), Francisco destacou a “sabedoria arcana” dos povos da Amazônia e a necessidade de aprender com a sua visão da vida e da natureza.

“Gostaria de dedicar um pensamento aos desafios da Igreja na Amazônia, uma região da qual justamente vos sentis orgulhosos, porque é parte essencial da maravilhosa biodiversidade deste país. (...) Penso sobretudo na arcana sabedoria dos povos indígenas da Amazônia, interrogando-me se ainda somos capazes de aprender deles a sacralidade da vida, o respeito pela natureza, a consciência de que a razão instrumental não é suficiente para colmar a vida do homem e dar resposta aos seus interrogativos mais inquietantes. Por isso, convido-vos a não abandonar a si mesma a Igreja na Amazônia. A consolidação dum rosto amazônico para a Igreja que peregrina aqui é um desafio para todos vós, que depende do crescente e consciencioso apoio missionário de todas as dioceses colombianas e de todo o seu clero”.

8. Convocação do Sínodo da Amazônia

Em 15 de outubro de 2017, o Papa anunciou um Sínodo especial para a Pan-Amazônia, a realizar em outubro de 2019, com o objetivo de encontrar novos caminhos para a evangelização e a ecologia integral.

“O objetivo principal desta convocação é encontrar novos caminhos para a evangelização daquela porção do Povo de Deus, sobretudo dos indígenas, muitas vezes esquecidos e sem a perspectiva de um futuro sereno, também por causa da crise da floresta Amazônica, pulmão de importância fundamental para o nosso planeta. Os novos Santos intercedam por este evento eclesial, para que, no respeito da beleza da criação, todos os povos da terra louvem a Deus, Senhor do universo, e por Ele iluminados percorram caminhos de justiça e de paz”.

9. Defesa da vida, da terra e das culturas

Durante a sua visita a Puerto Maldonado, no Peru (19 de janeiro de 2018), Francisco denunciou as ameaças contra os povos indígenas e defendeu a proteção dos seus direitos e territórios.

“Quis vir visitar-vos e escutar-vos, para estarmos juntos no coração da Igreja, solidarizarmo-nos com os vossos desafios e, convosco, reafirmarmos uma opção sincera em prol da defesa da vida, defesa da terra e defesa das culturas. Provavelmente, nunca os povos originários amazônicos estiveram tão ameaçados nos seus territórios como o estão agora. (...) Devemos romper com o paradigma histórico que considera a Amazônia como uma despensa inesgotável dos Estados, sem ter em conta os seus habitantes. Considero imprescindível fazer esforços para gerar espaços institucionais de respeito, reconhecimento e diálogo com os povos nativos, assumindo e resgatando a cultura, a linguagem, as tradições, os direitos e a espiritualidade que lhes são próprios. Um diálogo intercultural, no qual sejais «os principais interlocutores, especialmente quando se avança com grandes projetos que afetam os [vossos] espaços» (LS 146)”.

10. Paz através da conversão ecológica

No Dia Mundial da Paz (1 de janeiro de 2020), o Papa associou a paz à necessidade de reconciliação ecológica, apelando a uma mudança na relação entre a humanidade e a natureza.

“Vendo as consequências da nossa hostilidade contra os outros, da falta de respeito pela casa comum e da exploração abusiva dos recursos naturais – considerados como instrumentos úteis apenas para o lucro de hoje, sem respeito pelas comunidades locais, pelo bem comum e pela natureza –, precisamos duma conversão ecológica. O Sínodo recente sobre a Amazônia impele-nos a dirigir, de forma renovada, o apelo em prol duma relação pacífica entre as comunidades e a terra, entre o presente e a memória, entre as experiências e as esperanças. Este caminho de reconciliação inclui também escuta e contemplação do mundo que nos foi dado por Deus, para fazermos dele a nossa casa comum.

11. “Querida Amazônia”: sonhos para a região

A exortação apostólica “Querida Amazônia” (12 de fevereiro de 2020) apresenta quatro sonhos: social, cultural, ecológico e eclesial, como pilares para um futuro sustentável e justo na região.

“Sonho com uma Amazônia que lute pelos direitos dos mais pobres, dos povos nativos, dos últimos, de modo que a sua voz seja ouvida e sua dignidade promovida. Sonho com uma Amazônia que preserve a riqueza cultural que a caracteriza e na qual brilha de maneira tão variada a beleza humana. Sonho com uma Amazônia que guarde zelosamente a sedutora beleza natural que a adorna, a vida transbordante que enche os seus rios e as suas florestas. Sonho com comunidades cristãs capazes de se devotar e encarnar de tal modo na Amazônia, que deem à Igreja rostos novos com traços amazônicos” (QA 7).

12. Fundação da CEAMA

Em resposta ao Sínodo da Amazônia, foi fundada a 29 de junho de 2020 a Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA), uma estrutura sinodal que envolve todo o Povo de Deus na missão da Igreja na região.

É reforçada pelo pedido do Papa Francisco, juntamente com os seus quatro sonhos para este território e para toda a Igreja, de que “os pastores, consagrados e fiéis leigos da Amazônia se empenhem na sua realização” (QA 4). O cardeal Claudio Hummes recordou que foi o próprio Papa Francisco que propôs que a nova Conferência não fosse apenas episcopal, mas que avançasse numa estrutura eclesial que “envolvesse todas as categorias do Povo de Deus, onde todos são membros”. Isto foi confirmado por um quirógrafo enviado a 16 de dezembro de 2021:

“Confirmo a criação da Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA), erigida com o reconhecimento formal da Congregação para os Bispos, com data de 9 de outubro de 2021. A sua criação implica o reconhecimento da sua personalidade jurídica eclesiástica pública” (Francisco).

Com estes e vários outros marcos, o Papa Francisco consolidou o seu compromisso com a Amazônia, promovendo um modelo de Igreja que respeita, escuta e defende os seus povos e a sua biodiversidade.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF