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segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Missa em honra a Dom Bosco é celebrada na Ermida seguida de Procissão Náutica

Dom Paulo Cezar | arquibrasília
Missa em honra a Dom Bosco

Nesta manhã de domingo (29), último domingo do mês vocacional, uma missa campal marcou a festa do co-padroeiro de Brasília, São João Bosco e o retorno da procissão Náutica de Dom Bosco após dez anos, no Lago Paranoá. A missa foi presidida por Dom Paulo Cezar, arcebispo de Brasília e concelebrada por seu auxiliar, Dom José Aparecido, pelo Pe. Natale Vitale – Provincial dos Salesianos; o Pe. Jonh, padres e diáconos convidados.

Em sua homilia, o arcebispo de Brasília ressaltou que “o sonho representa sempre a percepção de que Deus olha o seu povo. O sonho de Dom Bosco não é um sonho simplesmente humano, representa que Deus está olhando por nós. O sonho de Dom Bosco toma forma através de um outro homem sonhador, Juscelino Kubitschek, que foi capaz de construir aqui a capital.

Estamos aqui hoje também sonhando, porque quando deixamos de sonhar, nós perdemos o horizonte do presente e do futuro. O sonho faz parte da vida de um povo, o sonho faz parte da vida do ser humano, é preciso sonhar, é preciso sonhar grande.”

É preciso sonhar grande

Celebra São João Bosco, este sonho que mostra que Deus olha por nós, que Deus tem um grande projeto para nós, relembra que, nesse tempo histórico em que estamos vivendo com seus problemas, uma sociedade polarizada, é preciso sonhar. É preciso ter grandes sonhos. É preciso ter grandes ideais. Uma sociedade quando perde a capacidade de sonhar, de ter grandes sonhos, ela vai enterrando o seu presente e minando as suas condições de futuro.

“Que daqui de Brasília, porque na origem dessa cidade está o sonho, sempre emerjam grandes sonhos para a vida da nossa sociedade. Grandes sonhos que façam jus verdadeiramente a grandeza da dignidade humana, da grandeza do ser humano. Que daqui, saiam grandes sonhos da vida da igreja. Que o nosso tempo seja regado por grandes sonhos,” conclui Dom Paulo Cezar.

Com o sentimento de alegria e unidade, o casal Wilson e Gorete Costa, vieram celebrar o santo de devoção. “Dom Bosco é muito especial para a minha família. Meus filhos só deslancharam através dos cuidados dos Salesianos de Dom Bosco, na paróquia São João Bosco, no Núcleo Bandeirante,” explica Gorete.

Para o grupo de jovens: Luana, Maria Melo, Daniel, Erica Machado, Maria Clara e Elton Soares, membros do coral da paróquia São João Bosco – Núcleo Bandeirante, “voltar aqui em plena pandemia está sendo muito gratificante. Sentir a presença do povo reunido é muito importante, ainda mais neste tempo difícil. Dom Bosco é uma inspiração muito grande para todos nós.”

PASCOM | Arquidiocese de Brasília
Comemoração

A festa de São João Bosco iniciou às 8h, com uma carreata com a imagem do Santo partindo do Santuário São João Bosco, na 702 Sul, com destino à Ermida Dom Bosco, para a tradicional missa campal, realizada anualmente.

Por volta de 11h30, a procissão largou do deck da ermida rumo à Ponte JK, onde o Arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar, concedeu dias bençãos: pelas necessidades públicas e pelos barcos da marinha que completam 10 anos. Após a chegada do Lago Paranoá, o evento seguiu em carreata até a Paróquia São João Bosco, no Núcleo Bandeirante, com benção aos motoristas na chegada à igreja Matriz. Às 18h, os festejos encerraram com missa solene presidida pelo Cardeal Dom Raymundo Damasceno.

Nas mãos de Dom Paulo – Relíquia de Dom Bosco
(Fios de cabelo guardados em um ostensório)
Cercada de 300 pessoas participaram da missa campal, entre autoridades, membros da família Salesiana, educadores e jovens das obras Salesianas do DF e fiéis devotos ao santo, respeitando os protocolos de segurança contra o COVID-19.

O evento foi organizado pela Secretaria de Turismo do DF (Setur), com apoio da Secretaria de Governo (Segov) e da Arquidiocese de Brasília. A Marinha do Brasil prestou suporte logístico à comemoração, que contou também com a participação do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e da Secretaria do Meio Ambiente (Sema).

Fonte: PASCOM/Arquidiocese de Brasília

A partir de outubro, primeira Faculdade católica de Teologia em Damasco

Faculdade quer ser um espaço aberto a todos  (AFP or licensors)

Um lugar "ecumênico" onde até os não-cristãos são bem-vindos. O reitor da nova Faculdade, nascida de um projeto da Igreja Melquita síria, falou ao Vatican News sobre as esperanças e projetos que ganharão vida com o início dos cursos no próximo mês de outubro.

Gabriella Ceraso - Cidade do Vaticano

"Abertura" a todos e "serviço". Estas são as palavras mais frequentes na conversa por telefone que tivemos com o padre Youssef Lajin, que está em Damasco, onde é reitor da nova Faculdade Católica de Teologia que, inaugurada em setembro, abrirá as portas a professores e alunos no mês seguinte.

Ao visitá-la, o núncio apostólico na Síria, cardeal Mario Zenari, expressou seu grande entusiasmo. É “uma novidade e um primado” para a Síria - frisa padre Lajin - que tem uma população de 90% de muçulmanos e sofre com o êxodo constante de cristãos. Será uma forma de reconstituir o tecido sírio dilacerado? É o que esperamos. "Tantos anos de guerra criaram uma fissura e não queremos uma fissura, queremos ter um contato normal com aqueles que não são de nossa própria comunidade religiosa", queremos ser uma família", como já foi, um tempo lindo que nos deu alegria”.

Um trabalho a ser feito junto também com os não-cristãos

Na visão do reitor, esta nova Faculdade pode tornar-se um “lugar ecumênico”: concebida como “aberta a todos”, é dirigida àqueles que - explica ele - “se interessam pela religião cristã e pelo mundo católico, aos ortodoxos, caldeus, armênios e siríacos, mas também para os muçulmanos que querem saber mais sobre a nossa fé”.

Por isso o Pe. Lajin, quando questionado sobre quais são os objetivos da nova Faculdade, concentra-se em três pontos, dando particular ênfase ao último.

O primeiro - afirma - é dar aos alunos uma cultura católica geral e eclesiástica, o segundo é permitir que trabalhem, com o diploma obtido, no âmbito do ensino no final do curso. Por fim, e mais importante, é uma abertura a todos, para dizer especialmente aos não cristãos: 'Somos por vocês, queremos dialogar com vocês'. Até mesmo professores não cristãos nos ajudarão nisso. É um trabalho a ser feito em conjunto e que nos levará para a frente”.

Erigida com decreto presidencial de 7 de maio de 2019, a Faculdade nasceu onde era a antiga escola patriarcal, depois Instituto Teológico de Damasco. A oferta formativa é de cinco anos, sendo dois de Filosofia e três em Teologia, com cursos de Dogmática, Patrística, Sacramentos, História da Igreja, Pastoral, Doutrina Social da Igreja, até culminar na habilitação para lecionar em Teologia, reconhecida pelo Estado.

As diretrizes do curso estão de acordo com a Congregação para a Educação Católica, explica Pe. Youssef, isso inclui também o estudo das línguas, francês, inglês, grego, latim. Estamos pensando em abrir - conclui - também um instituto de línguas, "muito importante para nós - confessa - muitos têm interesse em aprender".

Certamente, conclui, abre-se um novo espaço com esta faculdade também para os seminaristas que - recordou o reitor - poderão ficar e estudar no seu país e não necessariamente mudar-se para o vizinho Líbano como até agora”.

Fonte: Vatican News

SÃO FÉLIX E SANTO ADAUTO

São Félix e Santo Adauto | Vatican News
30 de agosto

SS. FÉLIX SACERDOTE, E ADAUTO, MÁRTIRES

Padroeiros dos perseguidos pela causa de Deus

Origens

Os registros existentes sobre os santos Félix e Adauto são poucos. A história desses dois chegou até nós através da Tradição (com “T” maiúsculo) cristã, que remonta aos primeiros tempos do cristianismo. Sabe-se que São Félix foi um sacerdote cristão que viveu no tempo do imperador Diocleciano por volta do ano 300, em Roma. O pouco que se sabe sobre Santo Adauto é surpreendente e inquietante.

Mártires oferecendo suas vidas por Jesus

A história conta que São Félix foi preso pelos soldados do imperador Diocleciano, um dos maiores perseguidores dos cristãos, pelo simples fato de se declarar cristão e exercer o ministério sacerdotal em Roma. Com efeito, no tempo de Diocleciano, esta era uma razão forte de condenação à morte. Como São Félix não renunciou à sua fé em Cristo, foi condenado à morte por decapitação.

Santo Adauto aparece e se oferece para morrer com Félix

Condenado à morte, São Félix estava sendo levado para ser executado pelos soldados romanos. Nesse caminho, eis que aparece um homem que afronta os soldados e se declara cristão. Os soldados, a princípio, estranham a atitude daquele homem. E o estranho insistiu, oferecendo-se para ser morto junto com São Félix. Determinados a exterminar cristãos, os soldados prenderam o homem e o levaram junto com São Félix.

Martírio

Os soldados, então, chegando ao local determinado, decapitaram primeiro a São Félix e, logo em seguida, com a mesma espada, decapitaram o estranho que desafiou o imperador. Nenhum daqueles que assistiram à decapitação tinha ideia de quem seria aquele homem. Por isso, passaram a chama-lo de “Adauto”, nome que quer dizer “adjunto”, ou seja, aquele que morreu junto com São Félix e, junto com ele, recebeu a glória do martírio, entregando sua vida por Jesus.

Culto

Segundo a Tradição, os dois foram sepultados num túmulo do cemitério chamado Comodila, em Roma. Tal cemitério ficava próximo à Basílica de São Paulo Fora dos Muros. Mais tarde, o Papa Sirício fez construir uma Basílica no lugar onde eles foram sepultados. A basílica veio a se tornar um local de enorme peregrinação até depois de passada a Idade Média. Com o passar do tempo, o culto aos dois santos foi diminuindo até ficar quase esquecido pelos cristãos. Somente em 1903 a pequenina basílica dedicada a São Félix e Santo Adauto foi restaurada definitivamente. A história dos dois santos ficou tão marcada na história da Igreja que foi dedicado o mesmo dia de celebração aos dois mártires. Há algumas fontes descobertas mais tarde, que afirmam que os dois seriam irmãos. Sendo irmãos de sangue ou não, eles eram irmãos pelo sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Oração a São Félix e Santo Adauto

Concedei-nos, Ó Deus Onipotente, a graça de sermos sempre firmes na fé, e pela intercessão de S. Félix e de Santo Adauto, dai-nos, Senhor, a graça que vos pedimos. Por Cristo Nosso Senhor, amém. São Félix e Santo Adauto, rogai por nós.”

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

Lições da vitória talibã

John smith 2021 | Shutterstock
Por Francisco Borba Ribeiro Neto

As condições para a chamada “guerra justa” podem ser sumarizadas numa frase.

Assistimos estarrecidos à fulminante vitória talibã no Afeganistão, depois de 20 anos de presença militar norte-americana na região, com um investimento militar avaliado em US$ 2 trilhões. Esse valor é mais de 4 vezes maior que o produto interno bruto (PIB) estimado para o Afeganistão nesses anos todos!

Uma série de erros, surpreendente na máquina de guerra mais poderosa do mundo, que são as Forças Armadas dos EUA, levaram ao desfecho vergonhoso para uns e trágico para milhões. Desde a Guerra do Vietnam, pelo menos, militares de todo o mundo sabem das dificuldades de tropas regulares enfrentarem guerrilheiros em locais com acesso difícil e populações hostis, como era o caso do Afeganistão.

Por outro lado, a ocupação militar e o apoio a líderes políticos locais sem respaldo popular também são estratégias de poder que não se mostram eficientes nos tempos atuais. Novamente trata-se de uma constatação das várias guerras travadas no Oriente Médio nos últimos 30 anos, que tem deixado um longo rastro de terrorismo, genocídios e opressão.

A falácia da “guerra justa”

A Igreja, em sua sabedoria histórica, tem questionado o uso da violência e da força para garantir a paz. As condições para a chamada “guerra justa” (cf. Compendio da Doutrina Social da Igreja, CDSI 497-515) podem ser sumarizadas numa frase: só é justa a guerra que é inevitável. Geralmente, o próprio fato de se ter que justificar uma guerra já atesta que ela é injusta, pois poderia ser evitada.

Já em seu discurso para o Dia Mundial da Paz de 2002, São João Paulo II alertava para o perigo de uma reação militar desproporcional ao terrorismo, que não criasse uma paz efetiva. Os EUA estavam ainda em choque com o atentado de 11 de setembro, mas a imprensa norte-americana identificou no discurso um claro alerta para o perigo do emprego excessivo da força no Afeganistão, que havia sido invadido para combater os terroristas da Al-Qaeda.

“Desenvolvimento é o novo nome da paz”, concluía São Paulo VI na encíclica Populorum progressio. Mas o Afeganistão, apesar de todo o investimento militar norte-americano e do avança recente no reconhecimento dos direitos humanos, permanece um dos países com menores índices de desenvolvimento humano (IDH, que reflete a situação de renda, saúde e educação da população).

Governos sem legitimidade levam à violência

Apesar de formalmente democrático, o governo afegão não contava com apoio popular. Nas últimas eleições, votaram apenas 1,8 milhão de habitantes, numa população de 39 milhões. A corrupção era reconhecidamente endêmica.

O exército afegão, apesar de muito bem armado, não recebia suprimentos adequadamente e estava desmotivado. Rendeu-se a tropas mal equipadas, muito inferiores numericamente, mas fortemente motivadas. Seus modernos equipamentos e armas desfilam agora sob o controle talibã. O investimento armamentista norte-americano na região enriqueceu a indústria bélica dos EUA, mas agora serve aos seus inimigos.

A vitória talibã mostra a todos nós que o bem comum não pode ser construído com a violência e alianças corruptas. O uso da força é sempre a última alternativa e, se absolutamente necessário, deve cessar assim que possível. Raiva e violência trazem mais raiva e violência, numa espiral que só pode ser parada pelo perdão e o diálogo sincero. Muitos se aliam a corruptos para conseguir o poder ou manter-se nele. Tais estratégias podem garantir ganhos pessoais, geralmente pouco lícitos, mas não o bem comum.

E se o Afeganistão fosse aqui?

De tempos em tempos, os brasileiros criam certas identificações com as tragédias de outros países e muitos passam a agir orientados pelo temos (nem sempre realista) de que coisas semelhantes aconteçam entre nós.

Assim foi, por exemplo, com o “efeito Orloff”, “eu sou você amanhã”, que ameaçava os brasileiros de terem no futuro uma crise econômica similar à da Argentina. Até hoje ouvimos falar do perigo de nos tornamos uma grande Cuba – ou então que o PT ou Bolsonaro vão nos transformar numa nova Venezuela…

Não temos esse medo em relação ao Afeganistão. Nenhum grupo fundamentalista parece ameaçar seriamente nossa democracia. Contudo, a tragédia daquele país nos mostra ao menos duas lições importantes: não apostar na violência nem deixar-se levar pela raiva, não imaginar que alianças com corruptos poderosos poderão nos garantir a paz e o nem estar social.

O compromisso cristão – e de todas as pessoas de boa-vontade – é com a política melhor, nas palavras do Papa Francisco na Fratelli tutti. nunca com a violência e a eliminação física ou moral do outro.

Fonte: Aleteia

Afinal, o que é ser fariseu?

Guadium Press
Ser fariseu consiste em praticar sem ser, ou ser sem praticar?  A liturgia deste XXII Domingo do Tempo Comum nos permite refletir sobre a doutrina a respeito do verdadeiro fariseu e de algumas de suas  características.

Redação (4:06 Gaudium Press) A conjugação da Liturgia da Palavra, neste XXII Domingo do Tempo Comum, nos apresenta na primeira leitura (cf. Dt 4, 1-2. 6-8) a promulgação de uma Lei Eterna, da qual nada deve ser acrescentado ou suprimido: os Dez Mandamentos. Na 2º leitura, São Tiago exorta a sermos “praticantes da palavra e não meros ouvintes” (cf. Tg 1, 22). No evangelho, porém, algo parece contraditório: os fariseus incitam a Nosso Senhor a praticar a lei mosaica. Mas Ele, por sua vez, os repreende por tal atitude. Ora, como explicar este aparente paradoxo?

A resposta está nas próprias palavras de Nosso Senhor: “Bem profetizou Isaías a vosso respeito, hipócritas, como está escrito ‘Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim. De nada adianta o culto que me prestam, pois as doutrinas que ensinam são preceitos humanos’. Vós abandonais o mandamento de Deus para seguir a tradição dos homens” (Mc 7, 6-8). Eis a descrição do fariseu.

O fariseu não é aquele que não cumpre nenhuma lei; mas sim aquele que a altera, ou a deturpa. Como? Deixando de lado o mandamento de Deus – e este está contido no decálogo – para seguir a tradição dos homens, o mundo e a moda.

Assim, jamais um fariseu negará toda a lei, mas ele porá em evidência somente o que lhe é cômodo, deixando de lado o que lhe é mais custoso. Saberá cumprir aquilo que mais facilmente se aproxima dos preceitos mundanos, e recusar os mandatos divinos. O fariseu troca a caridade pela filantropia, a humildade pela pusilanimidade, a religião pelo sentimento, a verdade pelo erro.

Ser ou praticar?

Alguém perguntará: então, o fariseu é apenas aquele que prática o que não é, interiormente?

Não! Respondo. O fariseu é também aquele que deseja ser sem praticar, como afirma São Tiago na segunda leitura (cf. Tg 1, 22. 27).

De fato, que adianta alguém dizer que ama a Deus se pratica o oposto? Neste caso, amputa-se não a lei, mas a natureza, pois sendo o homem um ser racional, deve viver mediante seu pensar, e pensar de acordo com suas obras; caso contrário, estará enganando-se a si e aos outros. De um coração que ama a Deus não podem sair “más intenções, imoralidades, roubos, assassínios, adultérios, ambições desmedidas, maldades, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgulho, falta de juízo” (Mc 7, 22-23). Não raro, é o exterior que revela o interior.

Portanto, a liturgia de hoje nos exorta a sermos os verdadeiros filhos do Pai das Luzes, ouvindo e vivendo a palavra de Deus em cada dia de nossas vidas, para que, no final desta trajetória terrena, mereçamos habitar no seu Santo Monte Celeste.

Por Thiago Resende

Fonte: https://gaudiumpress.org/

Diocese americana obriga uso de máscara em escolas católicas

Imagem ilustrativa / Crédito: Kelly Sikkema / Unsplash

MIAMI, 26 ago. 21 / 03:25 pm (ACI).- O Escritório de Escolas Católicas da diocese de Palm Beach, na Flórida, Estados Unidos, emitiu uma nota em 22 de agosto informando que os estudantes das suas escolas deverão usar, obrigatoriamente, máscaras faciais para a prevenção de possíveis contágios da covid-19.

A política entrou em vigor na segunda-feira, 23 de agosto, e exige que os estudantes usem máscaras no interior das escolas durante pelo menos os primeiros 60 dias de aulas. A nota também afirma que a prorrogação da medida será avaliada após esse período.

Segundo a nota, assinada pelo superintendente das escolas católicas Gary Gelo, o uso das máscaras é obrigatório para todas as pessoas que “estiverem no interior de qualquer edifício do nosso campus escolar e no transporte escolar”, mas opcional quando os estudantes estiverem ao ar livre.

Gelo informou aos pais de família que “se seu filho chegar à escola sem máscara, será entregue uma máscara e esperamos que ele cumpra a norma e use a máscara”. Ele também alertou que, em caso de descumprimento da política, medidas serão tomadas.

“Se você ou seu filho se recusarem, seu filho será enviado para casa. Não será permitido que seu filho assista a aula sem a máscara. As famílias que não cumprirem essas diretrizes poderão ser convidadas a considerar outras opções educacionais para seus filhos”, afirmou.

Os pais têm a opção de solicitar uma adequação médica, mas a criança deve continuar usando uma máscara até que o pedido seja processado e aprovado.

No momento, o estado da Flórida vem registrando um aumento dos casos de covid-19, em grande parte provocado pela propagação da variante delta do coronavírus. De acordo com o jornal local Miami Herald, o governo estadual informou, na segunda-feira, que os Centros de Controle e Prevenção de Doenças registraram 42,14 mil casos de contágio e 726 mortes.

Desde o início da pandemia, a Flórida registrou mais de 3 milhões de casos e 43 mil mortes relacionadas com a covid-19.

“Entendemos que algumas famílias se opõem firmemente às máscaras, enquanto outras defendem que os estudantes usem máscaras. Recebemos ligações e e-mails de ambas as partes sobre esse assunto”, disse Gelo no comunicado.

“Infelizmente, os dados publicados em 19 de agosto de 2021 pelo Departamento de Saúde da Flórida indicam tendências crescentes e contínuas no número de casos positivos para cada 100 mil pessoas em cada condado”, acrescentou.

Gelo disse que “a expectativa da chegada do pico máximo de contágio ainda é para dentro de algumas semanas” e afirmou que estão à espera de “números inferiores a 100/100 mil habitantes. O número de novos casos positivos também continua aumentando em nossa região”.

A diocese de Palm Beach não é a única do estado da Flórida a adotar a política de uso obrigatório de máscaras antes do início do ano escolar e das aulas presenciais.

A diocese de St. Augustine enfrentou certa oposição à política do uso obrigatório da máscara, promulgada dois dias antes do início do ano escolar. Desde então, dezenas de pais se reuniram em frente aos escritórios diocesanos para protestar contra a norma.

O diácono Scott Conway, superintendente escolar de St. Augustine, disse que a decisão de usar máscaras está relacionada com o número de pessoas afetadas pela covid-19 e que ele vai relaxar quando os números baixarem, informou Catholic Spirit.

No início de agosto, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos publicaram um guia que recomenda que todos os estudantes, funcionários, professores e visitantes das escolas do ensino básico ao médio usem máscaras nos ambientes interiores, independentemente do estado da vacinação contra a covid-19.

A Academia Americana de Pediatria também recomenda o uso de máscaras, dado que grande parte dos estudantes são muito pequenos para serem vacinados.

Outras dioceses adotaram abordagens diferentes sobre o uso de máscaras.

A arquidiocese de Atlanta, governada por dom Greg Hartemeyer, fez uma abordagem híbrida e estabeleceu o uso obrigatório da máscara para estudantes das escolas primárias, mas opcional para alunos do ensino médio. Pais de família também protestaram contra essa decisão da diocese.

Por sua vez, a diocese de Cleveland “recomendou encarecidamente” o uso de máscaras em suas escolas, mas não chegou a exigi-las.

A diocese disse que “as máscaras podem ser necessárias por um período de tempo, no caso de um surto de covid-19 em uma escola ou comunidade, ou por qualquer motivo, quando um departamento de saúde local o considerar necessário devido às circunstâncias locais”.

No final de 2020, uma escola primária católica em Michigan processou a secretaria estadual de saúde por obrigar os alunos a usar máscaras continuamente durante a jornada escolar. No processo, o requisito foi considerado desnecessário e prejudicial para os estudantes mais jovens.

A esse respeito, um juiz se recusou a intervir e emitir uma ordem judicial contra a ordem de uso obrigatório de máscaras do departamento de saúde. Na segunda-feira, a Corte de Apelações do Sexta Comarca dos Estados Unidos confirmou a decisão do juiz.

Fonte: ACI Digital

Hoje a Igreja recorda o martírio de São João Batista

Martírio de São João Batista, Evangeliário de Otão III, séc. X 
29 de agosto

Memória do martírio de São João Batista, que o rei Herodes Antipas fez prisioneiro na fortaleza de Maqueronte, na atual Jordânia, e na festa do seu aniversário, a pedido da filha de Herodíades, mandou degolar. Deste modo, o precursor do Senhor, como luz que arde e ilumina, deu testemunho da verdade, tanto na morte como na vida.

Cidade do Vaticano

A passagem do Evangelho de São Marcos que nos recorda o martírio de São João Batista diz: “Imediatamente, mandou um carrasco cortar e trazer a cabeça de João. O carrasco foi e, lá na prisão, cortou-lhe a cabeça, trouxe-a num prato e deu à moça. E ela a entregou à sua mãe. Quando os discípulos de João ficaram sabendo, vieram e pegaram o corpo dele e o puseram numa sepultura” (Mac 6, 27-29).

João Batista é o único Santo que durante o ano litúrgico é celebrado no seu nascimento e na sua morte, respectivamente dia 24 de junho e 29 de agosto. João é primo de Jesus, concebido por Zacarias e Isabel quando já eram idosos, ambos descendentes de famílias sacerdotais. O seu nascimento é colocado cerca de seis meses antes do de Cristo, de acordo com o episódio evangélico da Visitação de Maria a Isabel. Enquanto a data da morte ocorreu entre os anos 31 e 32, e remonta à dedicação de uma pequena basílica do século V no local do seu sepulcro.

Último profeta e primeiro apóstolo

Depois da juventude, João retirou-se em uma vida ascética no deserto. Andava com vestes de pele de camelo e se alimentava apenas de gafanhotos e mel silvestre. Perto do ano 28-29, durante o império de Tibério, iniciou sua vida pública e sua pregação, deslocando-se para as margens do rio Jordão. Começam a chamá-lo de Messias, mas ele adverte: O Messias já está entre eles e enquanto que ele, João, batiza com a água, Ele batizará com o Espírito Santo e fogo. João é apenas o Precursor de alguém que ele considera muito superior a si. Um dia este alguém, Jesus, apresenta-se a ele no Jordão para ser batizado. Inicialmente João recusa, mas depois obedece, porque ele, além de ser o último grande profeta do Antigo Testamento, é o primeiro apóstolo de Jesus que o seguirá até a morte, prefigurando com o próprio sofrimento e o próprio martírio, a Paixão de Jesus.

Uma lâmpada que arde e ilumina

João não é suave nas suas palavras. Tem recado para todos. Acusa os fariseus considerano-os hipócritas, além disso é repudiado pelos sacerdotes, porque com o seu batismo perdoa os pecados, tornando inúteis os sacrifícios para remissão que na época eram feitos no Templo.

Portanto é obvio que critique também a conduta do rei de Israel, Herodes Antipas, filho do Herodes autor do massacre dos inocentes, que mora com a esposa do irmão Felipe, Herodíades. Herodes, aprisiona João na fortaleza de Maqueronte, atual Jordânia, mas não o odeia: conversam muito e são discursos que o perturbam. Também teme que a sua morte possa causar uma rebelião no povo.

Na festa de aniversário de Herodes, a filha de Herondíades, Salomé, faz uma dança em honra do rei que fica fascinado e lhe concede como presente qualquer desejo seu, mesmo a metade do reino. Salomé, depois de falar com a mãe, pede a cabeça de João Batista. Herodes vacila, mas não pode recusar, pois tinha feito uma promessa. Assim João Batista morre, como mártir. Não um mártir da fé – porque não lhe foi pedido que a negasse – mas um mártir da verdade. Seja porque jamais a deixou de defendê-la, seja porque pela Verdade que é Jesus, ele viveu e morreu.  

Fonte: Vatican News


 

domingo, 29 de agosto de 2021

O ABRAÇO DO PAPA FRANCISCO A INDÍGENAS BRASILEIROS DO MOVIMENTO LAUDATO SI NO VATICANO

CNBB

O ABRAÇO DO PAPA FRANCISCO A INDÍGENAS BRASILEIROS

Na manhã desta quinta-feira, 26, o Papa Francisco recebeu na antessala da Sala Paulo VI uma delegação do Movimento Laudato Si (até 29 de julho chamado Movimento Católico Global pelo Clima), que tem o foco de suas atividades na ecologia integral, mas também o compromisso internacional e constante inspiração de ação na Encíclica do Papa o sobre o cuidado com a Casa Comum.

Duas lideranças indígenas do Pará presentes no encontro – Cacique Dadá Borari e Poraborari, da terra indígena Maró, município de Santarém, oeste do Pará – contaram que o Papa Francisco dançou o Surara – somos guerreiros, eu sou guerreiro – e na conversa deu a eles “uma esperança muito boa”. As lideranças acompanham a movimentação em torno da votação do marco temporal pelo STF nesta quinta-feira, mas também falaram sobre os inúmeros testes realizados antes de chegar na Itália – incluindo a quarentena de 10 dias – e ao final exortaram todos a usar máscara, álcoo gel, e ter cuidado consigo mesmo e com os outros.

Como foi o encontro com o Papa Francisco na manhã de hoje?

O encontro foi um encontro muito bom, por conta que o Papa nos recebeu com todo carinho, com toda essa pessoa que ele é, foi sensível, sensibilizou a luta indígena nossa no Brasil, principalmente lá do Baixo Tapajós, e ele nos garantiu que é possível a gente construir uma agenda, aonde a gente possa discutir exatamente esse grande problema que hoje ocorre no Brasil, que é possível a gente fazer aliança, que essa aliança seja feita entre nós do Brasil, a população indígena, e a liderança que ele é hoje aqui no Vaticano. Então ele deu uma esperança muito boa para gente, que a gente vai construir uma torre de liderança, que essa torre de liderança possa discutir exatamente esses grandes empreendimentos que ocorrem no Brasil.

Teve uma dança e um grito especial durante o encontro, é isso?

Foi muito legal, por conta que nós dançamos o Surara e o Papa Francisco entrou na roda com a gente, segurou na minha mão, e a gente conseguiu dançar o Surara, que nada mais é do que esse tom aqui…[canto indígena]. O Surara significa ‘somos guerreiros, eu sou guerreiro’ (…) significa que o Papa Francisco é um guerreiro forte aqui no Vaticano. Esse é o significado. E tem o grito ‘Surara!’, somos fortes.

Hoje vai ser votado no STF o marco temporal. Como vocês estão acompanhando a mobilização em torno da votação, que teve inclusive o apoio nesses dias da CNBB, da REPAM, da CRB….

Estamos acompanhando, estamos bastante preocupados, porque está sendo discutido o futuro dos territórios indígenas, o futuro dos povos indígenas, porque se o STF referenda o marco temporal, significa dizer na prática de que todos os territórios indígenas, eles acabam sendo atribuído, criada regra geral para ter direito à demarcação de terra, os povos que estavam sob posse em 5 de outubro de 1988, quando foi promulgada a Constituição, o Brasil é signatário. E com isso é muito prejudicial por conta que a nossa história não começa em 88, nós estamos ocupando o Estado brasileiro muito antes da constituição do Estado brasileiro, nós já estávamos ali ocupando aqueles territórios. Então o STF precisa reconhecer a presença indígena no Brasil, precisa reconhecer os povos indígenas como pertencentes daquele território, o direito dos povos indígenas é um direito signatário, originário, e que o STF precisa referendar. E mais, a própria tese do marco temporal ela é inconstitucional. Vários juristas do Brasil já fizeram seus artigos de apoio, apontando a inconstitucionalidade da tese do marco temporal, há dois dias atrás, a ONU lançou um relatório também afirmando ndo e ponderando que o STF precisa julgar pela inconstitucionalidade da tese do marco temporal, porque a ONU também entende de que o marco temporal é uma tese inconstitucional para os povos indígenas no Brasil.

Como vocês veem o apoio da Igreja Católica à causa indígena?

A Igreja Católica tem sua importância no mundo, tem suas influências no mundo, e no momento em que o cacique recebe um convite para se encontrar com Papa Francisco, onde o Papa Francisco assume o compromisso em criar uma aliança pela defesa e a manutenção dos direitos originários dos povos indígenas, dos povos tradicionais, isso é muito importante porque a Igreja nada mais, nada menos, do que está reconhecendo o seu papel social, não só o papel religioso mas seu papel social para com os povos, que há muito tempo foram dizimados e invisibilizados.

Nós estamos vivendo este período de pandemia. Como foi para chegar à Itália para este encontro no Vaticano e como está a situação da Covid em sua aldeia…

Desde que a gente saiu da aldeia, aí chegamos na Cidade de Santarém, a gente teve que fazer exame de Covid, fizemos exames em São Paulo, aí depois fizemos quando chegou aqui na Itália, e todos os exames foram negativos, e quando eu cheguei aqui na Itália a gente teve que ir para a quarentena de 10 dias. Após a quarentena a gente voltou a fazer exame de novo, testou negativo e para entrar aqui no Vaticano também tivemos que fazer o exame, graças a Deus deu tudo certo, deu tudo negativo.

Nesse momento de pandemia na aldeia, a gente está seguindo as nossas próprias regras culturais, e a gente teve um grande problema que por conta… no início nós tivemos 40 pessoas na aldeia que foram vítimas da Covid, mas daí temos uma grande que é que a minha mãe, Edite Alves de Souza o nome dela, e ela com outro pajé, andaram fazendo os remédios caseiro e graças a Deus nenhum indígena precisou ir para o hospital de Santarém, para que recebesse intubação, graças a Deus ninguém veio [foi ]e a gente só tratou, a mamãe, só tratou lá com os remédios caseiros que tem no próprio território. Então a sabedoria ancestral, voltada à medicina tradicional, ela foi positiva e graças a Deus todo mundo ficou bom, não deixou sequelas em ninguém e hoje a gente tá feliz, porque temos nossos saberes culturais que não deixa de somar com os saberes científicos. Mas a gente como a gente exige respeito da sociedade, nós também respeitamos a sociedade. Aí é por isso que eu concordei em fazer essa quarentena de 10 dias e a gente cumpriu a quarentena tudo na paz, tudo deu certo, espero sucesso a todo mundo, mesmo lá do meu país e aqui do país Vaticano e peço a todos, por favor: “Você que tá ouvindo neste momento, use máscara, use álcool gel e tenha cuidado que o que está em jogo não é a vida dos outros, mas é a nossa própria vida, a minha, a sua, a de todo mundo, vamos se cuidar.”

Fonte: CNBB

PAIS DA IGREJA: São Cipriano de Cartago

S. Cipriano de Cartago | Veritatis Splendor

São Cipriano de Cartago

(†258) Bispo de Cartago e Mártir

«Da inutilidade dos ídolos»

Tradução: Luiz Fernando Karps Pasquotto

Estes que não são deuses, os quais as pessoas comuns adoram, são conhecidos por isto. Eles eram anteriormente reis, que por conta de suas memórias reais começaram a ser adorados por seus povos, mesmo depois de mortos. Desde então templos foram erigidos em honra deles; desde então imagens foram esculpidas para conservar as expressões do falecido; e homens sacrificaram vítimas, e celebraram dias de festas, com a intenção de lhes dar honras. Então, para os que vieram depois, estes ritos tornaram-se sagrados, os quais, primeiramente, foram adotados como um conforto. E agora vamos ver se esta verdade é sensata em casos particulares.

2. Melicertes e Leucothea são precipitados no mar, e tornam-se divindades do mar. Os Castores morreram periodicamente, para que possam viver. Esculápio é atingido por um raio para que possa se transformar em um deus. Hércules, para que possa se transformar em um deus, é queimado nas chamas de Oeta. Apolo alimentou os rebanhos de Admeto; Netuno erigiu muralhas para Laomedon, e infelizmente não recebeu pagamento por seu trabalho. A caverna de Júpiter é para ser vista em Creta, e sua sepultura é mostrada; e é manifestado que Saturno foi expulso por ele, e que por ele Lácio recebeu seu nome, como sendo seu esconderijo. Ele foi o primeiro que ensinou a grafar as letras; ele foi o primeiro que ensinou a cunhar dinheiro na Itália e, além disso, o tesouro é chamado tesouro de Saturno. E ele também foi o cultivador da vida rústica, e por isso é representado como um homem velho carregando uma foice. Jano o recebeu com hospitalidade quando ele foi expulso e também é chamado Janículo. O mês de Janeiro recebe seu nome dele. Ele mesmo é retratado com duas faces pois, posto no meio, parece olhar igualmente em direção ao começo e ao fim do ano. O Mauri, de fato, manifestamente adora reis, e não oculta seus nomes por nenhum disfarce.

3. Por causa disso a religião politeísta muda a cada nação e província, na medida em que nenhum deus é adorado por todos, mas cada um adora o seu ancestral de forma peculiar. Para comprovar que isso é assim, Alexandre, o Grande, escreveu em um volume endereçado a sua mãe que, através de seu poder, a doutrina dos deuses que era mantida em segredo foi aberta a ele por um sacerdote, pois esta era a memória dos ancestrais e reis que eram realmente mantidas, e que por causa disso os ritos de adoração e sacrifício cresceram. Mas se deuses nasciam em qualquer tempo, porque eles não nascem atualmente também? A menos que, de fato, Júpiter tenha crescido muito velho, ou a faculdade de suportar tenha reprovado Juno.

4. Mas porque pensais que os deuses podem valer-se em nome dos Romanos, quando vê-se que não podem fazer nada por si mesmos? Pois sabemos que os deuses dos Romanos são ingênuos. Rômulo foi feito deus pelo falso testemunho de Próculo, e Pico, e Tiberino, e Pilumno, e Cônso, que como um deus da traição teve que ser adorado, apenas como se ele tivesse sido um deus dos advogados, quando sua perfídia resultou no estupro de Sabines. Tácio também criou e adorou a deusa Cloacina; Hortílio, Terror e Pálida. Logo, eu não sei por quem, Febre foi dedicada, e Acca e Flora às prostitutas. Estes são os deuses romanos. Mas Marte é um traciano, Júpiter é cretense; Juno é de Argiva ou da Sâmia ou de Cartago; Diana é de Tauro e a mãe dos deuses, de Ida; há ainda os monstros egípcios, que não são deuses, os quais asseguradamente, se tivessem algum poder, teriam preservado a eles mesmos e aos seus povos. Certamente há entre os romanos, também, o vencido Penates, o qual o fugitivo Aeneas introduziu com a finalidade de ser adorado. Há também Vênus, mais desonrada pelos seus atos em Roma que por ter sido ferida, de acordo com Homero.

5. Reinos não se elevam à supremacia através do mérito, mas sim pelo acaso. Um dos impérios foi formado pela união dos assírios, medos e persas; e nós sabemos, também, que os gregos e egípcios tiveram seu período de glória. Depois, pela variação de poder, o período de glória passou para os romanos e para outros. Mas se retornarmos às suas origens, ficaremos corados. Tais povos foram unidos pela imoralidade e por seus crimes, e a impunidade de seus crimes cresceu; e seu rei tornou-se um criminoso, pois Rômulo tornou-se um fratricida. Eles roubam, praticam a violência, enganam na intenção de aumentar a população do Estado; seus casamentos consistem na quebra da hospitalidade e em lutas cruéis com seus sogros. O consulado, além disso, é o mais alto grau de honra, em Roma, pois sabemos que o consulado existe desde que o reino foi fundado. Brutus pôs seus filhos à morte, para que a consideração de sua dignidade pudesse aumentar pela aprovação de sua maldade. O reino romano, entretanto, não cresceu da santidade da religião, nem da sorte e do augúrio, mas mantém seu tempo marcado dentro de um limite definido. Além disso, Régulo observava a adivinhação pelo vôo dos pássaros, mas foi feito prisioneiro; e Mancino observava suas obrigações religiosas, mas foi subjugado. Paulo tinha galinhas que se alimentavam, mas foi morto em Cannae. Caio César desprezou os augúrios e as previsões que se opunham ao envio de seus navios à África antes do inverno, e facilmente navegou e conquistou-a.

6. De todos estes, porém, o princípio é o mesmo que engana e ilude, e com truques que escondem a verdade, conduzem um crédulo simples e tolo ao erro. Eles são espíritos impuros e vagantes que, depois de terem sido macerados em vícios terrestres, partiram do vigor celestial deles pelo contágio de terra, e não cessam, quando arruínam eles mesmos, de buscar a ruína de outros; e quando se degradam, infundem em outros o erro de sua própria degradação. Estes demônios os poetas também reconhecem, e Sócrates declarou que ele foi instruído e regido pela guarda de um demônio; e por isso os Magos têm um poder tanto para dano como para escárnio, de quem, porém, Hostanes diz que a forma do verdadeiro Deus não pode ser vista, e declara que anjos ficam rodando em volta do trono dEle. Em que Platão também concorda no mesmo princípio, e, mantendo um Deus, chama o reto de anjos ou demônios. Além disso, Hermes Trismegisto fala de um Deus, e confessa que Ele é incompreensível e além de nossa estimação.

7. Estes espíritos, então, estão espreitando debaixo das estátuas e imagens consagradas: eles inspiram os peitos de seus profetas com seu sopro, animam as fibras das entranhas, dirigem os vôos dos pássaros, regem os lotes, dá eficiência aos oráculos, sempre estão misturando falsidade com verdade, porque são ambos enganados e enganadores; eles perturbam suas vidas, eles inquietam seus sonos; seus espíritos também rastejam em seus, secretamente atormentando suas mentes; torcem seus membros, destroem suas saúdes, excitam doenças para forçar sua adoração, de forma que quando o altar está saturado com o vapor das pilhas de gado, lhes dá a impressão de terem soltado o que tinham ligado, e assim pareça terem efetuado uma cura. O único remédio deles é quando seus próprios danos cessam; nem têm eles qualquer outro desejo além de chamar os homens para longe de Deus, e os levar para longe da compreensão da verdadeira religião, levando-os para a superstição com respeito a eles mesmos; e desde que eles mesmos estão debaixo do castigo, (desejam) buscar para eles companheiros no castigo, os quais podem, pelo engano deles, torná-los cúmplices em seus crimes. Porém, estes, quando forçados por nós através do verdadeiro Deus, imediatamente se rendem, e são constrangidos a saírem dos corpos possuídos. Você pode vê-los na nossa voz, e pela operação da majestade escondida, atingidos duramente com faixas, queimado com fogo, esticados com o aumento de um castigo crescente, uivando, gemendo, pedindo, confessando de onde eles vieram e quando partem, até mesmo ouvindo falar dessas muitas pessoas que os adoram, e qualquer um que pula adiante imediatamente ou desaparecendo gradualmente, até mesmo como a fé do sofredor vem em ajuda, ou a graça dos efeitos de curandeiro. Conseqüentemente, eles urgem as pessoas comuns para detestarem nosso nome, de forma que os homens começam a nos odiar antes deles nos conhecerem, pois conhecendo-nos ou eles deveriam nos imitar, ou eles não teriam motivo para condenar-nos.

8. Portanto o único Senhor de tudo é Deus. Sendo sublime, não pode possivelmente ter qualquer obrigação, pois só ele possui todo o poder. Além disso, nos deixe pegar emprestado uma ilustração para o governo divino da terra. Sempre que se fez uma aliança em realeza não começaram elas em boa fé e terminaram em derramamento de sangue? Assim a fraternidade do Tébanos estava quebrada, e a discórdia durou até mesmo na morte, na desunião de suas cinzas. E um reino não pode conter os gêmeos romanos, embora o abrigo de um útero os tenha segurado. Pompéia e César eram parceiros, e não mantiveram o laço de sua relação no poder invejoso deles. Não deve você se maravilhar disto em relação ao homem, já que nisto estão todos os consentimentos da natureza. As abelhas têm um rei; os rebanhos têm um líder e uma regra. Suficiente é a Regra do mundo todo; quem comanda todas as coisas, tudo o que eles são, com sua Palavra, os dispõe por sua Sabedoria, e os realiza por seu poder.

9. Ele não pode ser visto - Ele é muito luminoso para visão; nem compreendido - Ele é muito puro para nosso discernimento; nem calculado - Ele é muito grande para nossa percepção; e portanto nós só estamos O calculando meritoriamente quando nós dizemos que Ele é inconcebível. Mas que templo pode ter Deus, de quem templo o mundo inteiro é? E enquanto o homem mora longe e distante, devia eu me calar sobre o poder de tal grande majestade dentro de um edifício pequeno? Ele deve ser dedicado em nossa mente; em nosso peito Ele deve ser consagrado. Nem deve você perguntar o nome de Deus. Deus é o nome dele. Entre esses há necessidade de nomes onde uma multidão é para ele distinguido por apropriadas características de títulos. Para Deus que é só, pertence todo o nome de Deus; então Ele é único, e Ele na sua totalidade está em todos os lugares. Pois até mesmo as pessoas comuns em muitas coisas naturalmente confessam Deus, quando suas mentes e almas são prevenidas de seu autor e origem. Nós freqüentemente ouvimos dizer: “Ó Deus,” e “Deus vê” e “Eu recomendo para Deus” e “Deus o dá,” e “Como vai Deus,” e “Se Deus deveria conceder”; “E esta é a mesma altura de pecadores, recusar o conhecimento dele”, o qual você não pode conhecer.

10. Mas aquele Cristo é o caminho pelo qual a salvação passou a nós, pois esta é a maneira, o plano, pois esta maneira, é o meio. Em primeiro lugar, um favor com Deus foi dado aos judeus. Assim eles de velhos eram íntegros; assim seus antepassados eram obedientes aos compromissos religiosos deles. Por isso, com eles, suas regras sublimes floresceram, e a grandeza da raça deles avançou. Mas subseqüentemente tornando-se negligentes de disciplina, orgulhosos, e erguendo a cabeça com confiança aos seus pais, eles menosprezaram os preceitos divinos, e perderam o favor conferido neles. Mas como o profano se tornou a vida deles, a ofensa para a religião violada deles foi contraída, até eles mesmos agüentam testemunhar, desde que, embora eles estejam calados com suas vozes, eles confessem isto pelo seu fim. Se espalhado e se desgarrado, eles vagam; desterrados da própria terra deles, eles são lançados na hospitalidade de estranhos.

11. Além disso, Deus previamente tinha predito que isto aconteceria, de como as eras passariam, e que o fim do mundo estava próximo; Deus irá juntar para Ele todas as nações, e as pessoas, e lugares, adoradores muito melhores em obediência e mais fortes na fé, de que tiraria o presente divino de clemência que os judeus tinham recebido e tinham perdido por menosprezarem suas ordenações religiosas. Portanto, desta clemência e graça são enviados a Palavra e Filho de Deus como o dispensador e mestre, o qual por todos os profetas antigos foi anunciado como o iluminador e professor da raça humana. Ele é o poder de Deus, Ele é a razão, Ele é sabedoria e glória; Ele foi concebido por uma virgem; por ação do Santo Espírito, Ele é dotado com carne; Deus é entrosado com homem. Este é nosso Deus, este é Cristo que, como o mediador dos dois, tornou-se homem, o qual Ele pode conduzir para o Pai. O que o homem é, Cristo estava disposto ser, para que o homem também possa ser o que o Cristo é.

12. E os judeus sabiam que o Cristo estava para vir, pois Ele sempre foi anunciado a eles pelos profetas. Mas o advento dele, sendo significado a eles duplamente - primeiro, o que deveria descarregar o ofício e exemplo de um homem; segundo, o outro que deveria declará-lo como Deus - eles não entenderam o primeiro advento que precedeu, como sendo escondido em sua paixão, mas acreditam no único que será manifesto em poder. Mas para que os judeus não pudessem entender isto, era em razão do deserto de seus pecados. Eles foram castigados, assim, pela cegueira de sua sabedoria e inteligência. Eles eram desmerecedores da vida, tiveram a vida ante seus olhos, e não a viram.

13. Então quando Cristo Jesus, conforme o que tinha sido previamente predito pelos profetas, arrebanhar para longe dos homens os demônios por sua palavra, e pelo comando de sua voz erguer os paralíticos, limpar os leprosos, iluminar os cegos, der o poder de movimento para os mancos, elevar os mortos novamente, compelir os elementos para O obedecer como servos, os ventos para O servir, os mares para O obedecer, as mais baixas regiões para render culto a Ele, os judeus, que tinham acreditado nele somente pela humildade de sua carne e corpo, O consideraram como um feiticeiro pela autoridade de seu poder. Seus mestres e líderes, isto é, aqueles a quem Ele subjugou tanto pela sabedoria como pelo conhecimento, inflamados com ira e estimulados com indignação, finalmente O agarraram e O entregaram a Pôncio Pilatos, que era então o procurador da Síria em nome dos romanos, exigindo com urgência sua violenta e obstinada crucifixão e morte.

14. Que eles fariam isto, Ele também tinha predito; e o testemunho de todos os profetas O tinha precedido de certa forma, que era necessário que Ele sofresse; não que Ele pudesse sentir a morte, mas que Ele poderia conquistar a morte, e que, quando Ele deveria ter sofrido, Ele deveria retornar novamente ao céu, para mostrar o poder da majestade divina. Então o curso de eventos cumpriu a promessa. Pois quando crucificado, o ofício do executor sendo antecipado, Ele de próprio teve seu espírito tomado, e no terceiro dia, livremente ressuscitou da morte. Ele apareceu aos seus discípulos como Ele tinha sido. Ele deu a si mesmo para o reconhecimento daqueles que o viram, reunidos juntos com Ele; e sendo evidente pela substância de sua existência corporal completamente existente, Ele retirou-se durante quarenta dias nos quais eles poderiam ter sido instruídos por Ele nos preceitos da vida, e poderiam aprender o que eles estavam para ensinar. Então, em uma nuvem que os rodeou, Ele foi erguido para o céu como um conquistador que Ele poderia trazer ao Pai, Homem o qual Ele amou, quem Ele pôs acima, quem Ele protegeu da morte; logo virá do céu para o castigo do diabo e para o julgamento da raça humana, com a força de um vingador e com o poder de um juiz; ainda os discípulos, espalhados em cima do mundo, à licitação que seu Mestre e Deus deu adiante seus preceitos para salvação, homens para guiar os cegos até a luz, e deu olhos aos cegos e ignorantes para o reconhecimento da verdade.

15. E como a prova poderia não ser menos significativa, e a confissão de Cristo poderia não ser uma questão de prazer, eles são experimentados por torturas, através de crucificações, por muitos tipos de castigos. A dor, que é o teste da verdade, é trazida para mostrar que Cristo, o Filho de Deus, o qual é confiado aos homens por suas vidas, não só poderia ser anunciado pela voz, mas pelo testemunho dos sofrimentos. Então nós O acompanhamos, nós O seguimos, nós O temos como o Guia de nosso caminho, a Fonte da luz, o Autor da salvação, prometendo tanto o Pai como o céu para esses que buscam e acreditam. O que o Cristo é, nós os cristãos deveremos ser, se nós imitarmos o Cristo.

FONTE:

http://www.veritatis.com.br


Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF