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quarta-feira, 24 de julho de 2024

Missionária do Kivu do Norte: não sabemos o que acontecerá amanhã

Irmã Agnieszka Gugała (Vatican Media)

Há muito tempo, os voluntários humanitários foram dispensados, enquanto as missionárias permanecem porque as pessoas necessitam delas. "Partiremos apenas com aqueles que temos sob nossos cuidados", afirmou a irmã Agnieszka Gugała. A missionária polonesa trabalha no Kivu do Norte, onde há quase três décadas ocorre uma das guerras mais sangrentas da África.

Beata Zajączkowska – Cidade do Vaticano

A irmã Agnieszka foi para a África há 20 anos. Como ela recorda, percebeu sua vocação missionária ainda no ensino médio. "Pode-se dizer que foram as missões que me conduziram à Congregação das Irmãs dos Anjos", confessou. Nos primeiros anos de sua vida religiosa, trabalhou ensinando catequese nas escolas, cuidando de crianças e jovens. Recebeu permissão para ir à África após os votos perpétuos. Primeiro foi para Ruanda, depois veio a vez da República Democrática do Congo. Há uma década, ela gerencia um hospital e um centro nutricional para crianças no vilarejo de Ntamugenga. A missionária brinca dizendo ser o homem da casa: suas ocupações vão desde a compra de torneiras, sabonetes e medicamentos, pagamento dos funcionários, reparo do telhado, até a busca de panelas e colchões para os refugiados, além das arriscadas viagens a Goma, a única cidade da região onde pode adquirir os medicamentos necessários, alimentos e leite para as crianças que perderam suas mães. Durante essas expedições, é preciso passar por vários postos de controle que estão nas mãos dos rebeldes. Em quase todos, precisa negociar para poder seguir com sua missão.

Matérias-primas ensanguentadas

Os anos de trabalho da irmã Agnieszka no Kivu do Norte são marcados por sucessivos conflitos que, embora enfraqueçam, nunca terminam. "Enquanto as crianças forem testemunhas de crimes e tiverem que interromper os estudos, não haverá paz neste país", declarou a missionária, que tem o futuro dos pequenos no coração. A região está desestabilizada por mais de uma centena de grupos diferentes que buscam controlar os depósitos de cobalto, coltan e nióbio, necessários para a produção de telefones celulares. Esses minerais são mais valiosos que ouro e diamantes, que os rebeldes também saqueiam. A população civil é a que mais sofre, não vendo nem mesmo as migalhas dessas riquezas que sua terra esconde. As pessoas são forçadas a abandonar suas casas e campos devido à violência. Há mais de 5,6 milhões de deslocados internos no Congo.

Irmã Agnieszka Gugała entre os refugiados congoleses (Vatican Media)

A missão de paz das Nações Unidas, cujo custo anual supera a renda nacional de todo o Congo, não consegue mudar a situação. Os missionários não interferem na política, mas tentam enfrentar a poderosa crise humanitária que destrói o Kivu do Norte. "Todos os dias as pessoas morrem de fome e de doenças comuns. Nossa presença dá encorajamento às pessoas e garante sua segurança. Eles nos chamam de ‘nossas irmãs’, o que significa que estamos muito próximas deles", contou a irmã Agnieszka.

A pobreza diária no Kivu (Vatican Media)

Frágil em sua aparência física, nas atuais condições de guerra, a religiosa é o ponto de referência para milhares de pessoas necessitadas. Ela é corajosamente apoiada por duas irmãs do Ruanda e do Congo. "Vivemos apenas pela Providência de Deus; as bombas caíam ao redor do nosso mosteiro, poucos metros de diferença e estaríamos mortas. Trouxeram-nos os feridos, as paredes estavam vermelhas de sangue", relatou ao contar sobre um dos confrontos na região.

A área da missão torna-se um refúgio em tempos de conflito (Vatican Media)

"Outros refugiados chegaram à missão e o hospital gerido pelas irmãs estava lotado, tentando atender 5.000 pacientes, muitos dos quais feridos. Atualmente, a frente de batalha se afastou da missão, mas a situação ainda é muito turbulenta".

O mosteiro como local de refúgio

As missionárias são um ponto de referência, especialmente para as mulheres com crianças que, ao primeiro sinal de perigo, se refugiam em seu mosteiro. Quando o cenário está mais calmo, a irmã Agnieszka abastece seus recursos e busca obter o máximo de ajuda possível do exterior. Sua antecipação frequentemente salvou vidas. "Em circunstâncias normais, obter assistência médica beira o milagroso; quando a situação piora, torna-se impossível", afirmou a missionária. As Irmãs dos Anjos mantêm um ponto de alimentação que, apesar do conflito, opera ininterruptamente. "Quase metade das crianças menores de cinco anos nesta região sofre de desnutrição crônica. A tuberculose e a malária permanecem um grande desafio. Esta última é a doença que mais mata por aqui" – confidenciou a irmã Agnieszka.

A desnutrição afeta metade das crianças (Vatican Media)

Quando questionada sobre os sonhos das missionárias, como muitos habitantes da região, ela repete: "paz duradoura. Esta terra é fértil e as pessoas poderiam viver aqui com segurança e dignidade", declarou a religiosa. No entanto, como se os infortúnios sofridos até agora não fossem suficientes, jihadistas ligados ao chamado Estado Islâmico, vindos da vizinha Uganda, estão começando a se fazer presentes na região. Multiplicam-se as notícias de massacres de pessoas indefesas e estupros de mulheres e crianças. A missionária lembra o apelo do Papa Francisco para tirar as mãos da África. E enfatiza que a visita do Papa ao Congo foi uma oportunidade para lançar luz sobre este canto esquecido do mundo e direcionar ajuda humanitária tão necessária. Junto com outras Irmãs dos Anjos, ela pede orações para que tenham força e saúde para continuar sua missão.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

terça-feira, 23 de julho de 2024

Diáconos Permanentes da Arquidiocese de Brasília participam de Retiro Canônico

Retiro dos Diáconos Permanentes de Brasília (arqbrasilia)

O Retiro Canônico dos Diáconos Permanentes da Arquidiocese de Brasília, que contou com a participação das esposas dos Diáconos e do Padre Miguel Alon, Vigário Episcopal para o Diaconato, foi realizado neste último fim de semana, dos dias 19 a 21 de julho, na Casa de Convivência Sagrada Família, localizada no Incra 7.

  • julho 22, 2024

O Retiro começou com a Celebração da Santa Missa presidida por Dom José Francisco Falcão de Barros, Bispo Auxiliar do Ordinariado Militar do Brasil, na sexta-feira (19/07). Logo após, todos jantaram e tiveram um momento de confraternização e acolhimento, direcionado pelo padre Miguel Alon, Vigário Episcopal para o Diaconato.

No sábado (20/07), o dia teve início com a Celebração Eucarística presidida por Denilson Geraldo, SAC, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Brasília. O Bispo permaneceu no retiro e ministrou as palestras de formação ao longo do dia.

A Santa Missa de encerramento do Retiro Canônico foi presidida pelo Cardeal Arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa, na manhã de domingo. Na ocasião, o Bispo destacou a Missão do Diácono e de suas esposas na Família e nas comunidades.

“Conto muito com vocês neste caminho em que a Igreja quer que todos se doem com alegria. O Arcebispo deve ser o primeiro a se doar com alegria, juntamente com os Bispos Auxiliares, os nossos amados padres, os Diáconos e suas esposas, e o povo de Deus. A igreja vai se tornando cada vez mais bonita, evangelizadora e missionária quando todos se doam com alegria. Por isso, é tão importante que todos participem das reuniões, dos cursos e retiros que são oferecidos. É tão bonito ver a família diaconal reunida. O ministério do Diácono deve ser exercido junto com a esposa e a família. Você é o Diácono, mas a Igreja valoriza cada vez mais a presença do ministério da mulher na Igreja, muito focada no olhar que tem para Maria, e ressalta o papel fundamental das mulheres nas nossas comunidades. A Igreja segue o seu caminho sendo direcionada pelo Espírito, que suscita aquilo que Deus quer realizar em cada um de nós. Juntos, caminhamos com alegria!”, disse o Cardeal.     

Durante o evento, o Diácono Barbosa fez o lançamento do livro de sua autoria sobre a Catequese e a Pastoral do Evangelho de São Marcos. No total, 61 Diáconos Permanentes e 24 esposas participaram do Retiro Canônico. Encerrando o momento de partilha e confraternização, os Diáconos prepararam uma surpresa para celebrar o aniversário natalício do Cardeal.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Da amizade pessoal à fraternidade sem fronteiras

Dia do Amigo (Calendarr)

DA AMIZADE PESSOAL À FRATERNIDADE SEM FRONTEIRAS

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz 
Bispo de Campos (RJ)

No dia 20 de julho de 1969 o homem chegava a lua, tendo por primeira vez uma visão do planeta Terra desde uma perspectiva inteiramente universal. O dentista argentino Enrique Febbraro compreendeu bem esse acontecimento com toda a relevância que possuía, propondo estabelecer para comemorar essa data o Dia Internacional do Amigo.  

Onde muitos viam o triunfo da inventividade tecnológica ou mesmo da evolução da ciência, Enrique via a vocação a ser uma só família, superando barreiras e divisões, para unir os povos e nações numa fraternidade universal. Iniciou-se com uma comemoração oficial em Buenos Aires, com o decreto nº235/79, e lhe valeu a indicação como candidato ao prêmio Nobel por duas vezes.  

Assim como o poeta da Divina Comédia Dante Alighieri afirmava que o amor movia todo o universo, Enrique sustentava  que a amizade nos seus diversos tempos, modos e expressões era o que fazia crescer e amadurecer a humanidade. Aquilo que de forma magistral, Bento XVI ensinou na Encíclica Caritas in Veritate, que o amor era o motor de todo desenvolvimento humano integral, solidário e sustentável.  

Precisamos de muitos Enriques, que nos despertem para a vivência da amizade, já seja pessoal, social ou mundial, acreditando que todos somos irmãos e irmãs, inquilinos e residentes numa única Casa Comum.  

A Igreja mais que qualquer outra instituição pelo seu carisma e missão, partilhará sempre cordialmente as Palavras de nosso Mestre e Salvador Jesus Cristo : “Já não vos chamo servos mas amigos” e “ Ninguém ama mais que Aquele que dá a sua vida pelos seus amigos”, edificando juntos a civilização do amor, da paz e da concórdia, da dádiva e misericórdia.  

Por isso neste ano que a Campanha da Fraternidade teve como foco a amizade social ,e que foi sugerido nas diretrizes de ação a celebração do Dia do Amigo, aproveitemos esta bela iniciativa.  Nesta Data tão oportuna para exercitar a cura dos relacionamentos, aproximar pessoas e ventilar nossas práticas afetivas, abracemos não só aos nossos amigos pessoais, mas com um coração generoso e magnânimo a todas as pessoas e criaturas, com o mesmo olhar e sentimentos que o nosso querido Pai. Deus seja louvado!  

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Uma personalidade que se identifique com Cristo (1)

Crédito: Opus Dei

Começamos uma série de editoriais sobre a formação do caráter e a maturidade cristã. Como influi a personalidade na vida diária? As pessoas podem mudar? Qual é o papel da graça?

13/03/2020

Por que reajo deste modo? Por que sou assim? Sou capaz de mudar? São algumas das perguntas que alguma vez podem assaltar-nos. Às vezes, as consideramos em relação aos outros: por que tem esse modo de ser?... Vamos refletir sobre estas questões, olhando para o nosso objetivo: ser cada vez mais parecidos com Jesus Cristo, deixando-o operar em nossas vidas.

Este processo abarca todas as dimensões da pessoa, que ao divinizar-se conserva os traços do autenticamente humano, elevando estas características de acordo com a vocação cristã. Porque Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem: perfectus Deus, perfectus homo. NEle contemplamos a figura realizada do ser humano, pois «Cristo Redentor (...) revela plenamente o homem ao próprio homem. Esta é — se assim é lícito exprimir-se — a dimensão humana do mistério da Redenção. Nesta dimensão o homem reencontra a grandeza, a dignidade e o valor próprios da sua humanidade[1] ».

A nova vida que recebemos no Batismo está chamada a crescer até que todos tenhamos chegado à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, até atingirmos o estado de homem feito, a estatura da maturidade de Cristo[2].

O divino, o sobrenatural, é o elemento decisivo na santidade pessoal, que une e harmoniza todas as facetas do homem, mas não podemos esquecer que isto inclui, como algo intrínseco e necessário, o elemento humano: Se aceitamos a nossa responsabilidade de filhos de Deus, devemos ter em conta que Ele nos quer muito humanos. Que a cabeça toque o céu, mas os pés assentem com toda a firmeza na terra. O preço de vivermos cristãmente não é nem deixarmos de ser homens nem abdicarmos do esforço por adquirir essas virtudes que alguns têm, mesmo sem conhecerem Cristo. O preço de cada cristão é o Sangue redentor de Nosso Senhor, que nos quer - insisto - muito humanos e muito divinos, diariamente empenhados em imitá-lo, pois Ele é perfectus Deus, perfectus homo, perfeito Deus, perfeito homem[3].

A tarefa de formar o caráter

A ação da graça nas almas está unida ao crescimento da maturidade humana, o aperfeiçoamento do caráter. Por isso, ao mesmo tempo em que cultiva as virtudes sobrenaturais, um cristão que busca a santidade procurará alcançar os hábitos, modos de fazer e de pensar que caracterizam uma pessoa madura e equilibrada. O fim das suas ações será refletir a vida de Cristo, e não um simples empenho de perfeição. Por isso, São Josemaria anima a fazer exame de consciência: —Filho, onde está o Cristo que as almas buscam em ti? Na tua soberba? Nos teus desejos de impor-te aos outros? Nessas mesquinhezes de caráter que não queres vencer? Nessa caturrice?... Está aí Cristo? - Não!! A resposta nos dá una chave para empreender esta tarefa: —De acordo: deves ter personalidade, mas a tua personalidade tem de procurar identificar-se com Cristo![4]

Na própria personalidade influi tanto o que se herda e se manifesta desde o nascimento, que costuma chamar-se temperamento, como os aspectos que se vão adquirindo pela educação, as decisões pessoais, o trato com os outros e com Deus, e muitos outros fatores, que inclusive podem ser inconscientes.

Deste modo, existem diferentes tipos de personalidades ou caráter extrovertidos ou tímidos, vivazes ou reservados, despreocupados ou apreensivos, etc. , que se expressam no modo de trabalhar, de relacionar-se com os outros, de considerar os acontecimentos diários.

Estes elementos influem na vida moral, pois facilitam o desenvolvimento de certas virtudes, mas também podem facilitar o aparecimento de defeitos, se faltar o empenho por moldar o temperamento. Por exemplo, uma personalidade empreendedora pode ajudar a cultivar a laboriosidade, desde que ao mesmo tempo se viva uma disciplina que evitará o defeito da inconstância e do ativismo.

Deus conta com nossa personalidade para levar-nos por caminhos de santidade. O modo de ser de cada um é como uma terra fértil que precisa ser cultivada: basta tirar com paciência e alegria as pedras e as ervas daninhas que impedem a ação da graça, e começará a dar frutos, cem por um, sessenta por um, trinta por um[5].

Cada um pode fazer render os talentos que recebeu das mãos de Deus, se se deixa transformar pela ação do Espírito Santo, forjando uma personalidade que possa refletir o rosto de Cristo, sem que isto tire nada de suas próprias características, pois diferentes são os santos do Céu, que têm cada um as suas notas pessoais e especialíssimas[6].

Temos de reforçar e aperfeiçoar a personalidade para ajustar-se a um estilo cristão, mas não se pode pensar que o ideal seria converter-se em uma espécie de "super-homem" Na verdade, o modelo é sempre Jesus Cristo, que possui uma natureza humana igual à nossa, porém perfeita em sua normalidade e elevada pela graça.

Naturalmente, encontramos um exemplo sublime também na Virgem Maria: Nela se dá a plenitude do humano… e da normalidade. A proverbial humildade e simplicidade de Maria, talvez suas virtudes mais valorizadas em toda a tradição cristã, unidas à proximidade, afeto e ternura com todos os seus filhos que são virtudes de uma boa mãe de família , são a melhor confirmação deste fato: a perfeição de uma criatura  Mais que tu, só Deus![7] , tão plenamente humana, tão encantadoramente mulher: a Senhora por excelência!

J. Sesé


[1] São João Paulo II, Enc. Redemptor Hominis, n. 10.

[2] Ef, 4, 13

[3] Amigos de Deus, n. 75

[4] Forja, 468

[5] Mt 13, 8

[6] Caminho, 947

[7] Caminho, n. 496

Fonte: https://opusdei.org/pt-br

Oito refugiados participarão dos Jogos Paralímpicos de Paris

Atletas da equipe de refugiados do COI que irão às Olimpíadas (Vatican News)

Oito atletas refugiados participarão dos Jogos Paralímpicos que serão realizados na França, de 28 de agosto a 8 de setembro. Eles competirão em seis modalidades paraolímpicas, incluindo atletismo, levantamento de peso e esgrima.

Giampaolo Mattei - Cidade do Vaticano

A 37 dias da abertura dos Jogos Paralímpicos de Paris – marcados para 28 de agosto – o Comitê Paralímpico Internacional anunciou os nomes dos oito atletas que farão parte da equipe de refugiados. Foram apenas dois no Rio de Janeiro em 2016 e seis em Tóquio em 2021. Com 36 atletas na equipe olímpica, um total de 45 refugiados competirão nos Jogos.

Representando mais de 100 milhões de refugiados e todas as pessoas com deficiência, os atletas paraolímpicos vêm do Afeganistão, Síria, Irã, Colômbia e Camarões. Eles foram acolhidos na Alemanha, Áustria, França, Reino Unido, Grécia e Itália. Eles competirão em seis modalidades paraolímpicas: atletismo, levantamento de peso, tênis de mesa, taekwondo, triatlo e esgrima. O chefe de missão da equipe é Nyasha Mharakurwa, uma tenista cadeirante que representou o Zimbábue nos Jogos de Londres de 2012.

Perseverança e determinação inacreditáveis

Para Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Internacional, embora “todos os atletas paralímpicos demonstrem uma resiliência incrível, as histórias de refugiados que sobreviveram à guerra e à perseguição são extraordinárias”. É um fato, acrescenta Andrew Pearsons, que “hoje, muitas pessoas deslocadas à força vivem em condições terríveis. Estes atletas demonstraram inacreditável perseverança e determinação para chegar aos Jogos de Paris 2024 e dar esperança a todos os refugiados, enquanto a Equipe Paraolímpica de Refugiados destaca os efeitos benéficos do desporto na vida e nas sociedades.

Filippo Grandi, alto comissário da Agência da ONU para Refugiados, que monitoriza de perto a equipe, afirmou:

Pelos terceiros Jogos Paraolímpicos consecutivos, uma equipe de atletas refugiados determinados e inspirados mostrará ao mundo o que podem realizar se tiverem oportunidade. Os refugiados podem prosperar quando lhes é dada a oportunidade de usar e mostrar as suas competências e talentos, seja no desporto ou em muitas outras áreas da vida. O desporto é essencial para o seu bem-estar mental e físico, bem como para a sua inclusão e integração nas comunidades que os acolhem.

Mulheres e homens de paz segundo o Papa Francisco

O desporto do ponto de vista dos atletas refugiados com deficiência é muito caro ao Papa Francisco. No prefácio do livro 'Giochi di pace. L'anima delle Olimpiadi e delle Paralimpiadi' ("Jogos de paz, a alma dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos"), publicado pela Livraria Editoria Vaticano por iniciativa da Athletica Vaticana, o Papa encoraja precisamente esta experiência desportiva inclusiva: “Penso nos atletas com deficiência. Sempre fico impressionado vendo suas performances e ouvindo suas palavras. O objetivo do movimento paralímpico não é apenas celebrar um grande evento, mas demonstrar o que as pessoas – feridas pela vida – conseguem fazer quando têm condições de fazê-lo. E se isto se aplica ao desporto, também deve aplicar-se à vida quotidiana.

O Papa acrescenta no prefácio: “Penso nos atletas refugiados que contam as suas histórias de mudança, de esperança (...). Não são “apenas” desportistas e desportistas. São mulheres e homens de paz, protagonistas de uma esperança tenaz e da capacidade de se levantar depois de um momento difícil."

A cidade de Paris sediará os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2024 (Vatican News)

O testemunho de Ibrahim

Em Giochi di pace há também o testemunho de Ibrahim Al Hussein, sírio, que participará pela terceira vez dos Jogos Paralímpicos na seleção de refugiados - foi porta-bandeira nos jogos de 2016 no Rio de Janeiro - passando da natação para a triatlo (e que confidencia que juntar o dinheiro necessário para adquirir “o equipamento para competir na modalidade triatlo” não é uma tarefa fácil).

Ele diz no livro: em 2012, “eu corria em direção a um futuro melhor – nasci em 1988 em Deir el-Zor, na Síria – quando um amigo foi atingido por um atirador. Ele estava no chão e gritando. Eu sabia que se fosse em seu auxílio eu também poderia ser atingido. Mas eu nunca teria me perdoado por deixá-lo no chão. Alguns segundos depois, uma bomba explodiu perto de mim. Perdi a parte inferior da perna direita e a esquerda também foi afetada."

Ibrahim era um excelente nadador, mas na tragédia da guerra e com a amputação de uma perna, a sua paixão pelo desporto parece ter desaparecido:

Consegui chegar a Istambul e lá conheci pessoas generosas que me deram uma prótese que não era muito funcional, mas era melhor que nada: tinha que repará-la a cada 300 metros. Então, na noite de 27 de fevereiro de 2014 — foi o dia em que minha “segunda vida” começou — atravessei o Mar Egeu num bote de borracha até a Ilha de Samos, na Grécia.

Pessoas generosas lhe ofereceram trabalho e lhe deram uma prótese de verdade. E Ibrahim voltou a nadar para recuperar a vida, acabando por se classificar para os Jogos Paraolímpicos de 2016.

Dois afegãos e três iranianos

Zakia Khudadadi – a única mulher da equipa – já participou nos Jogos de Tóquio em 2021, depois de ter fugido do Afeganistão de forma inacreditável na sequência da “proibição olímpica” imposta pelos talibãs. Hoje mora em Paris e conquistou o Campeonato Europeu de Taekwondo de 2023 (categoria 47 kg), dedicando sua vitória às mulheres de seu país.

Hadi Hassanzada, outro afegão da equipe, viveu a tragédia de ser deslocado diversas vezes em busca de uma vida melhor, e enfrentou situações difíceis nas rotas de refugiados pela Turquia. Ele agora mora na Áustria. Apesar da amputação do braço direito, o taekwondo ajuda-o a “transformar dificuldades em oportunidades”.

Três iranianos que vivem na Alemanha viajarão para os Jogos Paraolímpicos de Paris 2024. Salman Abbariki participa dos Jogos Paraolímpicos pela segunda vez, depois de competir no arremesso de peso em Londres em 2012. Hadi Darvish passou dois anos de sua vida como refugiado. acampará com sua esposa e filhos e competirá como levantador de peso. Por fim, Sayed Amir Hossein Pour estará entre os competidores do tênis de mesa.

Um camaronês com deficiência visual

O camaronês Guillaume Junior Atangana, velocista com deficiência visual residente no Reino Unido, correrá com o seu guia e concidadão Donard Ndim Nyamjua, também refugiado, nas provas de 100 e 400 metros. Ele ficou em quarto lugar nos Jogos de Tóquio, perdendo por pouco a medalha dos 400 metros. Em junho passado, durante o Grande Prêmio de Paraatletismo de Nottwil, ele ficou em primeiro lugar nos 400 metros e em segundo nos 100 metros.

Por fim, o esgrimista Amelio Castro Grueso, de origem colombiana mas residente em Itália, pode se beneficiar de um treino de alto nível em Roma com Daniele Pantoni, treinador do clube desportivo da polícia nacional.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Unidade na fé, pluralismo de culturas (1)

O Arcebispo de Nova York Timothy Dolan com trabalhadores no canteiro de obras da nova linha de metrô [© Associated Press/LaPresse]

Unidade na fé, pluralismo de culturas

Encontro com Timothy Michael Dolan, novo arcebispo metropolitano de Nova York

Entrevista com o Arcebispo Timothy Michael Dolan por Giovanni Cubeddu

No dia em que o presidente Obama chegou à Casa Branca, centenas de milhares de pessoas esperavam por ele lá. A maioria deles eram pessoas pobres e pareciam olhar para o presidente com verdadeira esperança.
TIMOTHY MICHAEL DOLAN: Sim, com certeza. É verdade, há um grande sentimento de esperança na eleição de Obama e nos seus primeiros meses como presidente. Por mais que discordemos das políticas do Presidente Obama – e eu seria um dos que discordam – não podemos negar que ele fala eloquentemente sobre esperança, e que muitos dos seus sonhos e grandes perspectivas são verdadeiros estímulos encorajadores e inspiradores para o futuro. Estados Unidos, e também muito consolador. Ele realmente parece muito sincero em querer servir de ponte, em aproximar as pessoas: isso não podemos negar-lhe. Eu diria que é quase impossível imaginarmos a alegria e o orgulho dos afro-americanos pela eleição do primeiro presidente afro-americano. É tão bom ver como eles estão orgulhosos, e com razão, de ver um deles na Casa Branca. É um pouco como para nós, católicos, em 1960, quando um de nós, um católico americano-irlandês, se tornou presidente, John Fitzgerald Kennedy. Eu era um menino, tinha dez anos e ainda me lembro da hilaridade, do orgulho, da alegria. Hoje, quando olho para trás, vejo várias escolhas políticas de Kennedy com as quais me sinto desconfortável, mas continuo orgulhoso dele e ainda muito grato pela esperança, motivação e inspiração que nos deu. E isto continua a ser absolutamente verdade, mesmo em relação ao Presidente Obama.

Obama parece credível para ela.
DOLAN: Quando fui nomeado arcebispo de Nova York, ele me ligou e senti que ele estava sendo muito sincero. Não foi para responder a uma estratégia política que me disse: «Só quero dar-te os meus parabéns, rezo por ti e peço-te que faças o mesmo por mim», acrescentando: «Sei o quão maravilhosa é a Igreja Católica na arquidiocese de Nova Iorque, como certamente acontece nos Estados Unidos da América. Eu realmente preciso de você e oro por sua liderança." Eu sei que ele quis dizer essas coisas. E considero também prometer os progressos que fez ao falar das relações com o Islão, de certas aberturas práticas para a paz no Médio Oriente, do seu desejo de obter uma rede de assistência social justa e extensa, das tentativas de reajustar a economia. Você pode não concordar com o “quê” de suas ações, mas ainda pode admirar “como” ele está se comportando, não posso negar isso a ele. Isso nos deu uma sensação de esperança.

E quanto a Nova York?
DOLAN: Há muitas pessoas pobres aqui, muitos afro-americanos e muitos imigrantes, e o presidente deu-lhes entusiasmo e expectativa, porque estas pessoas muitas vezes se sentem à margem, e ter alguém que partilha seu mesmo passado Afro-americano e que agora ocupa o cargo mais importante, dá-lhes uma certa sensação de inclusão, o que agrada especialmente a quem vive em Nova Iorque. E então Nova York é tradicionalmente território do Partido Democrata, então eles ficariam felizes de qualquer maneira...

Dito tudo isso, porém...?
DOLAN: Devo ter a honestidade de dizer que uma das coisas que deteriora e diminui este sentimento de esperança é a posição do presidente sobre as questões da vida, que para nós, católicos, são de primordial importância. Encontro-me rezando muito para que os sonhos maravilhosos do presidente de cuidar dos pobres, de defender os mais indefesos e alcançar o resultado de uma sociedade justa, honesta e equitativa, incluam também a vida, que nos Estados Unidos é a mais frágil de todas, o da criança no ventre da mãe. Até que isso aconteça, muitos, muitos católicos terão receio de dar apoio ao presidente.

Como arcebispo, você tem agora uma responsabilidade mais pesada. Como é a Igreja de Nova York por dentro?
DOLAN: Pergunta interessante, visto que, como você sabe, morei em Roma durante muitos anos... Acho Nova York tão semelhante a Roma pela sua catolicidade e universalidade, pela sua capacidade de abraçar tudo. Este é um primeiro recurso. A Arquidiocese de Nova Iorque, onde tenho a honra de servir como pároco, é um maravilhoso mosaico da universalidade da Igreja. Indo todos os dias à Catedral de São Patrício vejo filipinos, chineses, africanos, latinos, haitianos, pessoas de origem alemã, irlandesa e italiana. Encontro-me diariamente com líderes judeus. Todos os dias vejo pessoas de todas as partes do globo e lembro-me da colunata de Bernini, que se inclina para abraçar o mundo, como faz a arquidiocese de Nova Iorque. Todos os domingos na arquidiocese há missas em 33 idiomas – 33 idiomas! Não é grande a universalidade da Igreja?

O segundo recurso?
DOLAN: Surpreende-me o quanto todos se sentem em casa em Nova York. Poderíamos pensar que devido à presença de tantos imigrantes de diferentes países, vivemos como se estivéssemos num lugar de passagem... mas aqui as pessoas se sentem em casa e o fazem com orgulho. Você pode ver que as pessoas estão ligadas aos vizinhos e ao pároco, ele vai te contar sobre as novas paróquias, onde vai à missa e onde estudou. Eles têm orgulho de Nova York, adotaram-na como seu lar porque na América, como sabemos, somos todos estrangeiros além dos índios nativos americanos, porque todos viemos de partes diferentes. E Nova York costumava ser a primeira parada da América. Na homilia da Missa da minha chegada disse que a Estátua da Liberdade – a mulher que saúda as pessoas e as faz sentir-se em casa – é do ponto de vista terreno o que a Igreja é sobrenaturalmente. Foi a Igreja Católica que acolheu quem desembarcou, arranjou-lhes um emprego, educou os seus filhos, ensinou-os a compreender o inglês e a criar raízes. Isto é o que a Arquidiocese de Nova York tem feito há duzentos anos e queremos continuar a fazer com que as pessoas se sintam em casa enquanto preparamos para elas um lar celestial, um lar eterno. Há também um terceiro aspecto a salientar: dispomos de uma infraestrutura “bem oleada”.

Fonte: http://www.30giorni.it/

Santa Brígida

Santa Brígida (A12)
23 de julho
Santa Brígida

Brígida nasceu no ano de 1303 em Finsta, Suécia, de pais muito nobres e piedosos, com parentesco na família real. Com 18 anos de idade, Brígida se casou com o nobre Ulf Gudmarsson, governador de um importante distrito do Reino e também um cristão fervoroso. Brígida e Ulf tiveram quatro filhos e quatro filhas, uma delas Santa Catarina da Suécia. O casal, especialmente Brígida, cuidava esmeradamente da educação moral, formal e religiosa dos filhos.

Guiada por um erudito religioso, estudou a Bíblia, a ponto de ser apreciada por sua pedagogia, e por isso, a chamado do rei, Magnus, acompanhou sua jovem esposa Bianca de Namur (Bélgica), para que a formasse na cultura sueca.

Junto com seu marido adotou a Regra das Terciárias Franciscanas e fundou um pequeno hospital. Quando um dos filhos morreu, fizeram uma peregrinação até o Santuário de Santiago de Compostela, na Espanha. Na volta, em 1341, Ulf adoeceu gravemente; recuperou-se, e logo depois foi viver num mosteiro, de acordo com o plano que fizeram de viver em continência. Ele faleceu em 1344.

Viúva, Brígida despojou-se dos seus bens e se fez monja cisterciense em Alvastra. Ali começaram as revelações divinas, que a acompanharam durante o resto da sua vida. Essas foram ditadas por Brígida a seus secretários-confessores, que as traduziram do sueco para o italiano em uma edição de oito livros, intitulados Revelationes (Revelações), com um suplemento, Revelationes Extravagantes (Revelações Suplementares).

Tais obras, de conteúdo e estilo muito variado, ainda hoje são consultadas por teólogos, historiadores e fiéis. “Não há dúvida que a Igreja, ao reconhecer a santidade de Brígida, mesmo sem se pronunciar sobre cada uma das revelações, acolheu a autenticidade do conjunto da sua experiência interior” – São João Paulo II.

Mas o ponto central da sua experiência de Fé foram a Paixão de Cristo e a Virgem Maria. Testemunhas disso foram o “Rosário Brigidino” e as orações, ligadas às graças particulares prometidas por Jesus a ela, para quem os praticasse.

Em 1349, Brígida deixou para sempre a Suécia e foi em peregrinação a Roma acompanhada pela filha Catarina. Queria participar do Jubileu de 1350, mas principalmente conseguir do Papa a aprovação da Regra de uma Ordem Religiosa que chegou a fundar, a Ordem do Santo Salvador, composta por monges e monjas sob a autoridade da abadessa e da regra de vida de Santo Agostinho (na Idade Média, existiam fundações monásticas com um ramo masculino e um ramo feminino, mas com a prática da mesma regra monástica, que previa a direção da abadessa).

Decidiu estabelecer-se na Cidade Eterna, em uma casa na Praça Farnese, que ainda hoje é sede da Cúria Geral das Brigidinas. Nesta residência, recebeu a maior parte das suas revelações, mas também em diferentes igrejas de Roma.

Ela, que era nobre, vivia na pobreza, a ponto de pedir esmolas nas portas das igrejas. Apoiada por Catarina, Brígida dedicou-se a uma vida de caridade, intenso apostolado e oração pela moralização dos costumes resultante da degradação generalizada da cidade. Neste período, por divisões dentro da Igreja, os Papas moravam em Avignon, na França, e Brígida dirigiu-se severamente a eles, a fim de que voltassem à sé romana de Pedro; em 1367, o Papa Urbano V chegou a voltar, porém só por breve tempo.

Finalmente Gregório XI estabeleceu-se, definitivamente, em Roma, mas alguns anos depois da morte de Brígida. Outra linha de ação de Brígida era a paz na Europa, intercedendo para que terminasse a Guerra dos Cem Anos entre a França e a Inglaterra.

De Roma, peregrinou a diversos santuários italianos, em particular Assis, pois tinha grande devoção a São Francisco. Em 1371 foi à Terra Santa, seu maior desejo, já com quase 70 anos, em companhia de um grupo dos seus filhos espirituais.

Santa Brígida faleceu em Roma, a 23 de julho de 1373. No ano seguinte, seus filhos Birger e Catarina a transladaram à Suécia, para o mosteiro de Vadstena, sede da Ordem religiosa por ela fundada e agora dirigida por Santa Catarina, e que teve uma notável expansão.

 Santa Brígida é a padroeira da Suécia, e co-padroeira da Europa com São Bento, São Cirilo, São Metódio, Santa Catarina de Sena e Santa Teresa Benedita da Cruz.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR

Reflexão:

Orientada pela Igreja e iniciando em família, Santa Brígida desenvolveu uma eficaz pedagogia de apostolado. Então foi evangelizar a corte. Assim sempre deveria ser, o santo ensinando ao rei, isto é, a Igreja ensinando os valores que os governos devem seguir, e levar a eles, se não a conhecem, a cultura pátria, da Pátria Celeste. Infelizmente, as similaridades da época conturbada em que viveu a santa com os nossos conturbados tempos, de crises secularistas e materialistas na Igreja e no mundo, também no mundo católico, não incluem este aspecto educacional, tão necessário, mas também não impossível. Santa Brígida é mais uma das almas canonizadas que tinham por especial devoção a Virgem Maria e a Paixão de Cristo, incluindo naturalmente a Eucaristia. Nunca será demais enfatizar este caminho de santificação para o povo de Deus, de maior excelência e eficácia que vários outros (obviamente não desprezíveis, pois Deus oferece muitos caminhos). Mas como só por Maria se chega a Cristo, e a Comunhão é o cerne da vida católica, é mais do que justifica e desejável que tenham destaque as devoções a elas, e como prova estão os muitos santos que as praticaram, além da recomendação explícita da Igreja. A pureza e a castidade são também marcas típicas da santidade, e por isso, ainda que legitimamente casados, Brígida e Ulf livremente escolheram a continência como amadurecimento da vida em comum. Grande lição para o atual mundo hedonista e erotizado, e sério alerta para os católicos nas suas decisões. Da mesma forma, do luxo legítimo para a pobreza, que chegou em casos à mendicância, foi livre a escolha de Brígida, como fruto de coerência no processo de elevação espiritual. Porém muito mais importante do que estas duas decisões, que dependem claramente de missão e vocação individual, foi a vivência da caridade, manifesta ao longo de toda a sua vida, em qualquer condição social e estado de vida. A caridade, esta sim é fundamental para se chegar à santidade, ao Céu. Brígida foi agraciada com revelações místicas, mas igualmente não depende disso a santidade. A oração e o apostolado, formas essenciais da caridade, são possíveis a qualquer católico.

Oração:

Senhor Deus, que nos proporcionais inúmeros e acessíveis caminhos para chegar a Vós, concedei-nos por intercessão de Santa Brígida a graça de obter de Vós um período de paz, da Vossa paz, para o mundo, fortalecendo o Papa para que esteja sempre em santidade, que é o seu lugar próprio, e que como ela combatamos com a oração e o exemplo para a moralização dos costumes no nosso tempo, de modo a que a última viagem desta nossa peregrinação terrena seja para Terra Santa celestial. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

segunda-feira, 22 de julho de 2024

Os Padres da Igreja, pastores e defensores da fé

© P. DELISS/GODONG

Patrícia Navas - publicado em 22/01/13 - atualizado em 22/07/24

Os Padres da Igreja foram grandes cristãos, pastores e defensores da fé que, com os seus ensinamentos, contribuíram para a construção da Igreja primitiva.

Os Padres da Igreja foram grandes pastores e defensores da fé, cristãos exemplares dos primeiros oito séculos depois de Cristo, distinguidos pelos seus ensinamentos coerentes com as suas vidas e que contribuíram para a construção da Igreja nas suas estruturas primordiais.

1 OS PADRES DA IGREJA: VERDADEIROS PASTORES

Foi um grupo grande e diversificado de verdadeiros pastores que guiaram fielmente os cristãos dos primeiros séculos com a força da sua palavra e da sua vida de fé, conduzindo muitas vezes a uma morte heroica.

Papas como Clemente Romano (que, segundo o testemunho de Santo Irineu, conheceu e tratou os apóstolos Pedro e Paulo), teólogos como o Doutor da Igreja João Damasceno, monges eremitas como o posterior arcebispo Basílio, o Grande, místicos como como Agostinho de Hipona, mártires como Justino e muitos outros homens cuja doutrina ortodoxa e vida santa foram reconhecidas pela Igreja.

Santos que irradiaram Cristo e nos encorajaram a segui-lo, e continuam a fazê-lo hoje.

“São justamente chamados de santos os Padres da Igreja que, com a força da fé, com a profundidade e a riqueza dos seus ensinamentos, a geraram e formaram no decorrer dos primeiros séculos”, escreve São João Paulo II na carta apostólica Patres. ecclesiae publicada em 1980 por ocasião do XVI centenário da morte de São Basílio.

2 SUA IMPORTANTE CONTRIBUIÇÃO

Eles foram para o desenvolvimento da Igreja o que os apóstolos foram para o seu nascimento. Eles moldaram as instituições da Igreja, a sua doutrina, a sua liturgia, a sua oração, a sua espiritualidade.

Estabeleceram o “ Cânone Completo dos Livros Sagrados ”, compuseram as profissões básicas de fé, especificaram o depósito da fé nos confrontos com as heresias e a cultura da época, dando assim origem à teologia, e lançaram os fundamentos da disciplina canônica. e criou as primeiras formas da liturgia.

Segundo o Papa polaco, “eles são verdadeiramente “Padres” da Igreja, porque a Igreja, através do Evangelho, recebeu deles a vida. E são também os seus construtores, porque por eles – sobre o único fundamento lançado pelos Apóstolos, isto é, sobre Cristo – a Igreja de Deus foi construída nas suas estruturas primordiais”.

Nos elementos de consenso entre eles, são reconhecidos como intérpretes muito fiéis da doutrina que Jesus Cristo pregou.

3 COMO ELES SÃO CLASSIFICADOS

Crédito: Aleteia

Geralmente, eles são agrupados, de acordo com sua origem entre Padres Latinos e Padres Gregos, e de acordo com a época em que viveram, em três grandes grupos: aqueles que viveram entre as primeiras comunidades cristãs até o século 313, a geração seguinte até o meados do século V e aqueles que viveram mais tarde até o século VIII.

Aqueles que pertencem à primeira e segunda geração da Igreja, depois dos apóstolos, são chamados de Padres Apostólicos e mostram como começa o caminho da Igreja na história.

Os Padres apologistas gregos e os professores da Escola de Alexandria também viveram nesta primeira fase. Entre outros, podemos citar Inácio de Antioquia, Policarpo de Esmirna, Justino Mártir, Irineu de Lyon, Tertuliano, Cipriano de Cartago, Clemente de Alexandria e Orígenes.

A segunda fase ocorre entre o Concílio de Nicéia (ano 325) e o de Calcedônia (ano 451). É considerado o século de ouro dos Padres da Igreja.

4 DEFENSORES DA FÉ

No século IV, com a chegada da paz à Igreja dentro do Império Romano, o número de cristãos cresceu muito, mas as discrepâncias internas e as heresias ganharam força.

Em resposta a eles, muitos Padres da Igreja fizeram valiosas defesas da fé cristã e esclareceram os dogmas trinitários e cristológicos.

O segundo grupo inclui, entre outros, Agostinho de Hipona, Hipólito, Gregório, o Maravilhas, Júlio Africano, Dionísio, o Grande, Atanásio, Teodoreto da Síria, João Crisóstomo, Gregório de Nissa e Jerônimo.

Algumas de suas obras tornaram-se textos de referência não só para os cristãos de qualquer época, mas também para a história da filosofia e da literatura.

Finalmente, os últimos Padres do terceiro grupo vivenciam o colapso político da metade ocidental do Império Romano e a emergência do Islão.

Alguns escritores aplicam a doutrina dos grandes Padres anteriores a novas realidades, como a entrada de povos de origem germânica no que hoje é a Europa.

Neste grupo estão, entre outros, Gregório Magno, Fulgêncio, Máximo de Turim, Boécio, Cassiodoro, Vicente de Lérins, Martinho de Braga, Ildefonso de Toledo e Isidoro de Sevilha no Ocidente, e Pseudo-Dionísio o Areopagita, Romano o Cantor, Máximo, o Confessor, Severo de Antioquia, André de Creta, Germano de Constantinopla, Mesrop, Tiago de Sarug e João Damasceno no Oriente.

Hoje, a Igreja continua a viver com a vida recebida daqueles Padres e continua a construir-se sobre as estruturas por eles formadas. Hoje ainda é fundamental conhecer suas vidas e obras.

Eles foram e sempre serão os Padres da Igreja; Eles têm algo especial, irrepetível e perenemente válido que continua vivo.

Irineu de Lyon ensinou no século II: “ para ver claramente hoje, devemos questionar a Tradição que vem dos apóstolos ”.

Fonte: https://es.aleteia.org/

Bispos do Brasil participam de convivência e peregrinação na Terra Santa

Bispos do Brasil participam de convivência e peregrinação na Terra Santa | 
Fotos: Caminho Neocatecumenal no Brasil/ Assessoria de Comunicação
C. N. Brasil
20 de junho de 2024

De 11 a 18 de junho de 2024, vinte bispos do Brasil estiveram na Terra Santa, em Israel, para uma convivência e peregrinação organizada pelo Caminho Neocatecumenal. Dentro do contexto das celebrações dos 50 anos da presença do Caminho Neocatecumenal no Brasil, este encontro teve como objetivo aprofundar o conhecimento dos bispos sobre este carisma: um Itinerário de Iniciação Cristã pós-batismal, sendo um dos frutos do Concílio Vaticano II.

Os cardeais Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, e Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, juntamente com o Núncio Apostólico Giambattista Diquattro, expressaram seu apoio e encorajaram a participação dos bispos.

A convivência foi conduzida pela Equipe de Catequistas responsável pelo Caminho Neocatecumenal do Brasil, composta por Pe. José Folqué, Raúl Viana e Tonha Cendán. A visita aos lugares santos na região da Galileia e na cidade de Jerusalém, num contexto de oração, proporcionou momentos de fortalecimento espiritual, gerando uma profunda comunhão entre os participantes, que expressaram grande alegria por tudo o que estavam vivendo.

Os bispos foram hospedados no Centro Internacional Domus Galilaeae, localizado perto do topo do Monte das Bem-Aventuranças. Este local aprofunda o estudo do Sermão da Montanha (Cf. Mt 5-7), fundamental para a iniciação cristã proposta pelo Caminho Neocatecumenal. A convivência ajudou os bispos no discernimento do seu governo pastoral, reforçando a importância do Caminho como uma das modalidades de iniciação cristã pós-batismal realizadas nas paróquias.

Bispos do Brasil participam de convivência e peregrinação na Terra Santa | 
Fotos: Caminho Neocatecumenal no Brasil/ Assessoria de Comunicação
Bispos do Brasil participam de convivência e peregrinação na Terra Santa | 
Fotos: Caminho Neocatecumenal no Brasil/ Assessoria de Comunicação
Bispos do Brasil participam de convivência e peregrinação na Terra Santa | 
Fotos: Caminho Neocatecumenal no Brasil/ Assessoria de Comunicação
Bispos do Brasil participam de convivência e peregrinação na Terra Santa | 
Fotos: Caminho Neocatecumenal no Brasil/ Assessoria de Comunicação

Fotos: Caminho Neocatecumenal no Brasil/ Assessoria de Comunicação

Caminho Neocatecumenal no Brasil
Assessoria de Comunicação

Fonte: https://cn.org.br/portal

Multidão participa da procissão eucarística nas ruas de Indianápolis nos EUA

A procissão eucarística de sábado, 20 de julfo, pelas ruas de Indianápolis | Crédito: Jeffrey Bruno.

Por Jonah McKeown*

21 de julho de 2024

Milhares de pessoas lotaram as ruas de Indianápolis no sábado (20), para participar de uma enorme procissão eucarística de 1,6 km do Indiana Convention Center até o Indiana War Memorial, levando o Avivamento Eucarístico Nacional às ruas, na maior demonstração pública de devoção e unidade no evento de cinco dias de duração.

Católicos, jovens e idosos, viram Jesus passar e juntaram-se à procissão por onde passava. Padres, bispos, seminaristas, religiosos e religiosas e muitas famílias com seus filhos fizeram o percurso, bem como um grande grupo de crianças que acabavam de fazer a primeira comunhão.

A eucaristia nas ruas de Indianápolis. Crédito: Jonah McKeown/CNA.

A eucaristia, colocada num ostensório dourado abençoado pelo papa, foi transportada em cima de um trailer especial, acompanhada pelo bispo de Crookston, Minnesota, dom Andrew Cozzens, e pelo arcebispo de Indianápolis, dom Charles Thompson.

As pessoas que lotavam as ruas ajoelharam-se enquanto a eucaristia passava e alguns hinos espontâneos eram cantados durante a procissão. 

Freiras participam da procissão eucarística em Indianápolis. Crédito: Jeffrey Bruno.

Este foi o momento mais intenso do quarto dia do Congresso Eucarístico Nacional, um acontecimento histórico, o primeiro do tipo a ser celebrado nos EUA desde a Segunda Guerra Mundial.

Participantes da procissão eucarística ajoelhados diante do Santíssimo Sacramento no Indiana War Memorial. Crédito: Jonah McKeown.

Estima-se que 50 mil pessoas chegaram a Indianápolis desde quarta-feira para assistir a liturgias, palestras, adoração eucarística e comunhão com outros católicos.

Fruto do projeto plurianual dos bispos católicos dos EUA sobre o Avivamento Eucarístico, o Congresso visa consolidar os católicos na sua fé e no seu amor pela eucaristia, em preparação para um ano especial de missão em todo o país.

Jovens ajoelhados na procissão eucarística em Indianápolis. Crédito: Jeffrey Bruno.

Quando a custódia chegou ao Indiana War Memoria, dom Cozzens, que liderou o Avivamento Eucarístico, orou diante de Cristo. Os participantes que acompanharam a procissão inundaram, de joelhos, a grande esplanada verde em frente ao monumento.

“Agradecemos-Te as muitas graças que derramaste sobre nós. Jesus, derramai-as por toda a nossa terra, por todo o nosso mundo. Jesus, nós sabemos que a procissão que fizemos hoje é um símbolo, um sinal da nossa peregrinação terrena, e ela ainda não terminou", disse o prelado”, disse dom Cozzens. 

Dom Cozzens com o Santíssimo Sacramento diante do Indiana War Memorial. Crédito: Jeffrey Bruno.

“E esta procissão, talvez a maior do nosso país em décadas, ainda é muito pequena. Há milhões de pessoas nas nossas próprias cidades, nas nossas dioceses que ainda não Te conhecem”, rezou dom Cozzens.

“Tantos não Te conhecem. Tantos não ouviram falar do Teu amor. Sabemos que queres que todos os povos, todas as nações, se juntem a esta procissão. Sabemos que queres que todos eles Te sigam. E Jesus, nós caminharemos com eles. Jesus, trá-los até nós. Queremos caminhar com eles até ti, Jesus".

A multidão de fiéis diante do Indiana War Memorial. Crédito: Jeffrey Bruno.

O Congresso termina hoje, 21 de julho, com uma missa celebrada pelo cardeal Luis Antonio Tagle, pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização da Santa Sé, nomeado pelo papa Francisco como seu enviado especial para este evento.

*Jonah McKeown é jornalista e produtor de podcasts de Catholic News Agency. Tem um mestrado na Escola de Jornalismo da Universidade de Missouri e trabalhou como escritor, produtor radial e camarógrafo.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF