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quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Sacramental e sacramento, qual a diferença?

Sr.Nikon | Shutterstock

Philip Kosloski - publicado em 24/05/23 - atualizado em 09/10/24

Sacramental e sacramento podem soar semelhantes, porém, dentro da Igreja Católica têm objetivos diferentes para quem os utiliza.

A Igreja Católica possui tanto sacramentais quanto sacramentos, que são usados ​​de forma diferente, o que pode causar alguma confusão. Porém, um sacramental e um sacramento, embora tenham objetivos diferentes, são administrados com o mesmo propósito: aproximar-se de Deus e derramar a sua graça sobre quem os utiliza.

Quais são os sacramentos?

O Catecismo da Igreja Católica define os sacramentos desta forma:

“Os sacramentos são sinais eficazes da graça, instituída por Cristo e confiada à Igreja, pela qual nos é dispensada a vida divina. Os ritos visíveis sob os quais os sacramentos são celebrados significam e realizam as graças próprias de cada sacramento. que os recebem com as provisões exigidas".

CEC 1131 )

Entendemos que os sacramentos foram feitos por Cristo para nos dar a graça santificadora que nos une a Ele e nos garante a vida eterna, desde que não a percamos pelo pecado.

Cada sacramento confere uma graça especial e é administrado com elementos próprios em momentos específicos da vida do cristão.

O que é um sacramental?

Agora, simplificando, sacramental é qualquer objeto reservado ou abençoado pela Igreja com o propósito de santificar nossas vidas e nos conduzir aos sacramentos. 

São sinais sagrados e nos proporcionam graça (ajuda espiritual) por intercessão da Igreja.

Estes podem incluir  escapulários , medalhas, imagens, rosários, crucifixos, sal, água, óleo e quase tudo que um padre abençoa com água benta.

Sua relação com os sacramentos

Outra maneira de descrever os sacramentais é que eles são extensões dos sacramentos. 

Eles não são sacramentos em si, mas estão relacionados e fluem dos sete sacramentos, levando-nos, em última análise, de volta a eles.

Instrumentos para seguir no caminho certo

Os sacramentais são apenas instrumentos que Deus usa para nos guiar no caminho certo.

Se os usarmos adequadamente e sob a instrução da Igreja, eles aceleram-nos no nosso caminho para o Céu.

Eles não são “amuletos da sorte” e não “funcionam” sem a configuração adequada. Basicamente, se nossos corações não estão abertos a Deus, como Sua graça pode nos alcançar? 

Se quisermos receber plenamente as graças que Deus quer nos dar nos sacramentais e não usá-las de forma supersticiosa, então devemos preparar-nos para frequentar os sacramentos da confissão e da Sagrada Eucaristia. 

Aqui mostramos alguns sacramentais:

galeria de fotos

Fonte: https://es.aleteia.org/2023/05/24/que-es-un-sacramental-que-lo-diferencia-de-un-sacramento

A finalidade e o sentido da Berlinda

A finalidade e o sentido da Berlinda (CNBB Norte 2)

A FINALIDADE E O SENTIDO DA BERLINDA

Dom Antonio de Assis
Bispo auxiliar de Belém do Pará (PA)

Um dos símbolos mais significativos do Círio de Nossa Senhora de Nazaré de Belém é a berlinda. Mas de onde ela vem? Qual é a sua finalidade e o seu significado? São questões simples, mas é necessário respondê-las para o processo de aprofundamento das riquezas do Círio de Nazaré. Uma vez que se trata de um elemento tão expressivo dessa imponente festividade religiosa mariana, é importante refletirmos, não somente sobre a sua utilidade, mas também sobre o seu sentido teológico. Todos os fiéis de uma religião ou de uma Igreja, são chamados a ter clareza sobre o significado dos objetos usados em suas cerimônias e do sentido dos ritos celebrados.  

A palavra “berlinda” tem sua origem na Europa, por volta do século XVI e, provavelmente, faz uma direta referência à cidade de Berlim, capital da Alemanha. A berlinda era a carruagem usada para transportar pessoas de classes nobres e autoridades políticas daquele tempo e que prosseguiria ao longo dos séculos. As carruagens eram puxadas por cavalos e a sua estrutura elevada possibilitava aos cidadãos a visibilidade das pessoas que eram transportadas solenemente.  

O uso da carruagem chegou ao Brasil através dos portugueses. Ainda hoje a carruagem é usada em muitos países em grandes solenidades, para dar visibilidade e realçar o caráter excepcional de quem é transportado. É desse contexto histórico que vem a expressão “estar na berlinda”, que significa estar sob o olhar de todos, ser observado, estar em evidência.  

Partindo desse costume político-cultural passamos para o contexto religioso. Na nossa experiência religiosa no Círio de Nossa Senhora de Nazaré, quem está ao centro dos olhares contemplativos, não é uma autoridade política, mas um símbolo religioso, um objeto sagrado cheio de significados. O mais importante não é a berlinda, mas o objeto acolhido por ela, a imagem de Nossa Senhora de Nazaré que, por sua vez, faz referência direta à pessoa de Maria, a mãe de Jesus.  

Maria, foi constituída por Deus Pai, a mulher com a máxima autoridade no universo, por ser a Mãe do Emanuel, o Deus conosco (cf. Mt 1,23), a mãe do Senhor de Isabel (cf. Lc 1,43), a mãe do Filho de Deus (cf. Gl 4,4). Por isso, a liturgia Católica refere-se à Maria como a nova “Arca da Aliança” que no Antigo Testamento era o recipiente que transportava as tábuas da Lei, a Palavra de Deus. E Maria transportou no seu ventre, a Palavra de Deus que se fez homem e habitou entre nós (cf. Jo 1,14). 

O mais importante não é a berlinda, a estrutura física transportadora, mas aquilo que está no seu interior, e o que isso representa. A berlinda de Nazaré é a carruagem da fé que conduz a Senhora Rainha, porque seu filho é o Rei dos reis e Senhor dos Senhores. Hoje a carruagem da senhora da Amazônia não é mais puxada pela força de cavalos, mas levada pela energia que brota da fé e do amor dos fiéis discípulos do seu Filho, como fez João, o discípulo amado que levou Maria para a sua casa (cf. Jo 19,27). A berlinda nos lembra a casa com a presença de Maria dentro dela. Como em Caná da Galileia (cf. Jo 2,1-11), ainda hoje a mãe de Jesus intercede pelas necessidades das famílias. 

A berlinda não só realça e transporta a imagem, mas também é uma estrutura protetora para ela. Isso significa para nós que, enquanto caminhamos nas estradas da vida com Maria, usando das mais variadas estruturas e bens deste mundo, somos chamados a cuidar e a proteger aquilo que é mais importante, a nossa interioridade, a nossa mente, a nossa fé. Por outro lado, a decoração da berlinda, nos alerta para a necessidade da evidência das nossas virtudes e obras que visibilizam a robustez e a autenticidade da nossa fé. Feliz Círio! 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

São Daniel Comboni

São Daniel Comboni (A12)
10 de outubro
País: Itália
São Daniel Comboni

Daniel Comboni nasceu na região da Brescia, na Itália no dia 15 de março de 1831, numa família de camponeses cristãos, humildes e pobres. Devido à condição econômica, Daniel foi enviado para estudar em Verona no Instituto fundado pelo sacerdote Don Nicola Mazza.

Lá Daniel descobriu sua vocação e completou seus estudos em teologia e filosofia. Foi ordenado sacerdote em 1854 e três anos depois partiu em missão para a África, junto com mais cinco missionários.

A realidade africana era cruel e chocante. As dificuldades eram das mais variadas, como o clima insuportável, doenças, pobreza, abandono do povo e o índice elevado de mortes entre os jovens companheiros. Mas tudo isso serviu de estímulo para seguir adiante, sem abandonar a missão e o entusiasmo. Daniel entregou-se ao trabalho entre os pobres, fazendo da solidariedade o seu grande instrumento de evangelização. Assumiu o lema "Salvar a África com a África", um projeto missionário simples e ousado para a época.

Padre Comboni pediu todo tipo de ajuda espiritual e material à sociedade europeia. Dedicou-se com tanto empenho e ânimo que conseguiu fundar uma revista de incentivo missionário. Além disso, fundou em 1867, o Instituto dos Padres Missionários Combonianos e, em 1872, o Instituto das Irmãs Missionárias Combonianas.

Como teólogo, participou no Concílio Vaticano I, levando 70 Bispos a subscreverem uma petição em favor da evangelização da África Central (Postulatum pro Nigris Africae Centralis).

Em 1877, Comboni foi nomeado Vigário Apostólico da África Central e, em seguida também foi consagrado o primeiro Bispo católico da África Central.

No dia 10 de outubro de 1881, em Cartum no Sudão, Comboni morreu vítima de uma terrível febre. No leito de morte rogou aos presentes que nunca desistissem.

Colaboração: Nathália Lima

Reflexão:

Daniel Comboni anunciou e testemunhou o Evangelho em tudo aquilo que fez. Antes de mais, ele sente-se discípulo de Cristo. À semelhança dos discípulos transfigurados pela virtude do Mestre, também ele vive em coerência total com «evangelho de Deus», consagrado a um estado de vida totalmente semelhante ao de Cristo, no serviço aos pobres do continente africano.

Oração:

Deus de bondade, que chamaste Daniel Comboni para levar aos povos sofredores do continente africano sua mensagem de amor, dai-nos encontrar nos sofredores que estão à nossa volta o rosto do vosso filho Jesus Cristo. Que vive e reina para sempre. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

Sínodo: nos Seminários a formação deve ser feita por homens e mulheres

Sofia Salgado, professora de gestão na Universidade Católica Portuguesa, encontra Papa Francisco (Vatican Media)

Sofia Salgado é professora de gestão na Universidade Católica Portuguesa e colabora na formação de seminaristas. “Não acho que seja isolando homens e mulheres que alguma coisa vá ficar melhor”, declara.

Rui Saraiva – Portugal

Na XVI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos sobre o tema “Por uma Igreja sinodal: participação, comunhão e missão”, que está a decorrer em Roma, a ampla participação de mulheres é um dado muito significativo.

Esta segunda sessão sinodal tem 368 membros com direito a voto e tal como aconteceu na primeira sessão em 2023, mais de 50 votantes são mulheres.

Com efeito, o aprofundamento “do lugar das mulheres na Igreja” e a “sua participação nos processos de decisão e na condução das comunidades” são temas objeto da reflexão de um dos grupos de trabalho formados pelo Papa no âmbito do processo sinodal.

Desmasculinizar a Igreja

E, recentemente, o Santo Padre assinou o prefácio de um livro com o título “Desmasculinizar a Igreja” publicado por três teólogos, duas mulheres e um homem: Lucia Vantini, a Irmã Linda Pocher e o padre Luca Castiglioni.

Nesse texto, o Papa revela que durante o processo sinodal chegou-se à conclusão da existência de uma falta de escuta das mulheres.  

“Não escutámos suficientemente a voz das mulheres na Igreja”, escreve o Santo Padre, assinalando “que a Igreja ainda tem muito o que aprender com elas”.

“É necessário que nos escutemos reciprocamente para ‘desmasculinizar’ a Igreja, pois a Igreja é comunhão de homens e mulheres que partilham a mesma fé e a mesma dignidade batismal”, declara Francisco.

O Papa deixa claro que ouvir as mulheres ajuda a rever projetos e prioridades. Avisa que “é preciso paciência, respeito recíproco, escuta e abertura” e deixa uma exortação: “não nos cansemos de caminhar juntos”.

Com o Espírito Santo a experiência da surpresa

Precisamente, para continuarmos a caminhar juntos fomos escutar uma mulher portuguesa que tem estado envolvida neste processo sinodal no seu país. Sofia Salgado é professora de gestão na Universidade Católica Portuguesa e administradora não executiva de empresas.

A sua experiência sinodal foi vivida na Comissão da sua diocese do Porto, mas também na universidade e dessa participação fica-lhe, desde logo, uma bela lição do Espírito Santo: a experiência da surpresa. 

“É a experiência da surpresa. É que o Espírito Santo pode muito mais do que aquilo que nós imaginamos. E, por isso, vamos conseguindo, às vezes, por caminhos difíceis, fazer mais do que aquilo que podíamos imaginar”, afirma.

A professora recorda a experiência sinodal na Universidade Católica como muito gratificante, rica e com uma participação transversal de alunos e professores.

“Na Católica também fizemos um caminho sinodal e resolvemos fazer o desafio de chamar à escuta aqueles que estão mais afastados, sobretudo aqueles que dizem ‘eu não, porque estou afastado há muito tempo’. E quando nos diziam isso, respondíamos: ‘é mesmo tu que és convidado a estar nas reuniões’. E foi uma experiência muito rica e muito gratificante para as pessoas que participaram. Porque concluíram que era exatamente para elas que o Sínodo existia. E, de facto, são essas pessoas que querem ver mudanças. E estou-me a lembrar de pessoas divorciadas que se sentiram marginalizadas a seguir ao divórcio. E que entendiam, na paróquia onde costumavam celebrar a sua fé, que o pároco as deixou de fora. E então sentiram que deixaram de fazer parte da comunidade. E vieram aqui perceber que afinal estavam desatualizadas e que a Igreja é para todos. Nesta experiência, participou um grupo muito interessante de alunos, professores e membros de staff no qual ficou a vontade de continuar. Mas as pessoas também perguntam: “e o que é que resultou das nossas reuniões e da síntese enviada?”, disse.  

Formação nos Seminários feita por homens e mulheres

Sofia Salgado tem uma especial experiência de formação com seminaristas na diocese do Porto, lecionando a disciplina de administração paroquial aos alunos do 6º ano. Sobre a formação nos Seminários considera ser muito importante que esta seja feita por homens e mulheres.

“É muito importante que a formação dos seminaristas seja feita por homens e mulheres e era importante que a vivência deles fosse entre homens e mulheres. Por todas as razões e mais algumas. Porque nós temos que aprender a saber estar a saber conversar, a identificar a diferença e a complementaridade. E não acho que seja isolando homens e mulheres que alguma coisa vá ficar melhor. E não encontro nada no Evangelho que me diga que assim deva ser. Jesus escolheu só homens para seus apóstolos, mas são mulheres que estão no anúncio e no discernimento de identificar a ressurreição”, assinala a docente da Universidade Católica.

“É muito importante que todos nos sentemos à volta da mesa”, diz Sofia Salgado comparando o caminho sinodal a um discernimento em família. “Se queremos decisões de família temos que estar em família” e “não podem ser só os pais a decidir para os filhos ou os filhos a decidir para os pais”.

Sofia Salgado colabora com a Rede Sinodal em Portugal o site que tem como missão abrir um espaço de informação sobre o Sínodo, apresentando num mesmo lugar o entusiasmo de quem está em movimento fazendo caminho juntos, na pluralidade e diversidade, promovendo o método sinodal em diálogo com o mundo.

A XVI Assembleia Geral do Sínodo dos bispos decorre até dia 27 de outubro.

Laudetur Iesus Christus

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

quarta-feira, 9 de outubro de 2024

O que é o Terço? Como se reza?

Photo by James Coleman on Unsplash

O que é o Terço? Como se reza?

Por que é aconselhável rezar o Terço e como se reza? Respondemos às perguntas mais comuns.

02/10/2022


Carta apostólica Rosarium Virginis Mariae (16.X.2002) • Ebook "Maria, uma vida junto de Jesus" • Origem da devoção dos Católicos a Nossa Senhora • Reze o terço com áudios em português


“Queridos jovens, aprendam a rezar com a oração simples e eficaz do Rosário; queridos doentes, Nossa Senhora seja o seu apoio nas provações da dor; queridos recém-casados, imitem o seu amor por Deus e pelos irmãos!” – Papa Francisco

“O terço é a oração que sempre acompanha a vida, é também a oração dos simples e dos santos ... é a oração do meu coração”. – Papa Francisco

1. O que é o Rosário?

O Rosário é uma oração católica tradicional que procura honrar Nossa Senhora. Inicialmente, consistia em quinze “mistérios” que recordavam momentos (alegres, dolorosos e gloriosos) da vida de Jesus e Maria. Em 2002, São João Paulo II acrescentou os mistérios luminosos que nos permitem meditar na vida pública de Jesus.

Em português, é usual chamar um conjunto de 5 mistérios “terço”, em referência ao conjunto original de 15 mistérios que se rezavam tradicionalmente.

“Todas as gerações me chamarão bem-aventurada”, proclama a Virgem no Magnificat. Com efeito desde remotíssimos tempos, a bem-aventurada Virgem é venerada sob o título de 'Mãe de Deus', sob cuja proteção os fiéis se refugiam suplicantes em todos os seus perigos e necessidades. O culto de Maria encontra a sua expressão nas festas litúrgicas dedicadas à Mãe de Deus e na oração mariana, como o Santo Rosário, que nas palavras de Paulo VI é “resumo de todo o Evangelho”. Quer dizer, o Rosário é uma oração que concretiza esse culto especial que a Virgem recebe na Igreja.

Cfr. Catecismo da Igreja Católica, 971

Meditar com São Josemaria

Consideremos a recitação do Santo Rosário, uma das devoções mais arraigadas entre os cristãos. A Igreja anima-nos a contemplar os mistérios: para que se grave na nossa cabeça e na nossa imaginação - com o gozo, a dor e a glória de Santa Maria - o exemplo assombroso do Senhor nos seus trinta anos de obscuridade, nos seus três anos de pregação, na sua paixão ignominiosa e na sua gloriosa Ressurreição.

Amigos de Deus, 299

Não se pronuncia o terço somente com os lábios, mastigando uma após outra as ave-marias. Assim mussitam as beatas e os beatos. - Para um cristão, a oração vocal há de enraizar-se no coração de modo que, durante a recitação do terço, a mente possa adentrar-se na contemplação de cada um dos mistérios.

Sulco, 477

Santa Maria é - assim a invoca a Igreja - a Rainha da paz. Por isso, quando se conturba a tua alma, ou o ambiente familiar ou profissional, ou a convivência na sociedade ou entre os povos, não cesses de aclamá-la com esse título: "Regina pacis, ora pro nobis!" - Rainha da paz, rogai por nós! Experimentaste fazê-lo, ao menos, quando perdes a tranquilidade?... - Ficarás surpreso com a sua eficácia imediata.

Sulco, 874

Santo Rosário.- Os gozos, as dores e as glórias da vida de Nossa Senhora tecem uma coroa de louvores que os Anjos e os Santos do Céu repetem ininterruptamente..., como também os que amam a nossa Mãe aqui na terra.
- Pratica diariamente esta devoção santa e difunde-a.

Forja, 621

2. Como e quando nasceu esta devoção?

A origem do Rosário remonta ao nascimento da Ave Maria, no século IX, como uma oração em homenagem a Maria, a Mãe de Deus. Parece que o Rosário teve a sua origem na ordem de São Bento e foi ampliado pelos Dominicanos. Desde o sim dado pela fé na Anunciação, e mantido sem hesitação aos pés da cruz, a maternidade de Maria estendeu-se a partir de então aos irmãos e irmãs do Seu Filho. A partir desta cooperação única de Maria com a ação do Espírito Santo, as igrejas desenvolveram a oração à Santa Mãe de Deus, concentrando-se na pessoa de Cristo manifestada nos Seus mistérios. Nos inúmeros hinos e antífonas que exprimem essa oração, alternam-se habitualmente dois movimentos: um engrandece o Senhor pelas maravilhas que fez na Sua humilde escrava, e através d'Ela, em todos os seres humanos; a segunda confia à Mãe de Jesus as súplicas e louvores dos filhos de Deus, pois agora Ela conhece a humanidade que n'Ela foi prometida pelo Filho de Deus.

Este duplo movimento da oração a Maria encontrou uma expressão privilegiada na oração da Ave Maria:

“Ave, Maria” (Alegra-te, Maria). A saudação do anjo Gabriel abre a oração da Ave Maria. É o próprio Deus que, através do Seu anjo, cumprimenta Maria. A nossa oração ousa reunir a saudação a Maria com o olhar que Deus colocou sobre a Sua humilde escrava e alegrar-se com a alegria que Deus encontra n'Ela.

“Cheia de graça, o Senhor é convosco”: As duas palavras da saudação do anjo tornam-se claras. Maria é cheia de graça porque o Senhor está com Ela. A graça de que está cheia é a presença d'Aquele que é a fonte de toda a graça.

“Bendita sois Vós entre as mulheres e bendito é o fruto do Vosso ventre, Jesus”. Após a saudação do anjo, fazemos a de Isabel. Isabel é a primeira de uma longa série de gerações que chamam Bem-aventurada a Maria: “Bem-aventurada a que acreditou ...”. Maria é “bendita [...] entre as mulheres” porque acreditou no cumprimento da palavra do Senhor.

“Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós ...” Com Isabel, maravilhamo-nos e dizemos: “E de onde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?” Porque nos dá Jesus Seu filho, Maria é Mãe de Deus e nossa Mãe; podemos confiar-lhe todos os nossos cuidados e petições. Confiando-nos à Sua oração, abandonamo-nos com Ela à vontade de Deus: “Seja feita a Vossa vontade”.

“Rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte.” Pedindo a Maria que ore por nós, reconhecemo-nos como pecadores e nos dirigimos à “Mãe de Misericórdia”, a Toda Santa. Colocamo-nos nas Suas mãos “agora”, no hoje das nossas vidas. E a nossa confiança se amplia para entregar-Lhe a partir de agora “a hora da nossa morte”. Que esteja presente naquela hora, como esteve na morte do Seu Filho na Cruz, e que nos receba como nossa Mãe no momento da nossa morte, para nos levar ao Seu Filho Jesus, ao Paraíso.

Cfr. Catecismo da Igreja Católica, nn. 2674-2677

Meditar com São Josemaria

Deves ter uma devoção intensa à Nossa Mãe. Ela sabe corresponder com primor às delicadezas que lhe manifestamos. Além disso, se rezas o terço todos os dias, com espírito de fé e amor, a Senhora se encarregará de levar-te muito longe pelo caminho do seu Filho.

Sulco, 691

Uma triste forma de não rezar o terço: deixá-lo para o fim do dia. Quando se deixa para o momento de deitar-se, recita-se pelo menos de má maneira e sem meditar os mistérios. Assim, dificilmente se evita a rotina, que afoga a verdadeira piedade, a única piedade.

Sulco, 476

Olhai: para a nossa Mãe Santa Maria, jamais deixamos de ser pequenos, porque Ela nos abre o caminho para o Reino dos Céus, que será dado aos que se fazem crianças. De Nossa Senhora não devemos separar-nos nunca. Como a honraremos? Procurando estar com Ela, falando-lhe, manifestando-lhe o nosso carinho, ponderando no coração as cenas da sua vida na terra, contando-lhe as nossas lutas, os nossos êxitos e os nossos fracassos.
Descobrimos assim - como se recitássemos pela primeira vez - o sentido das orações marianas, que sempre se rezaram na Igreja. Que são a Ave-Maria e o Angelus senão louvores ardentes à Maternidade divina? E no Santo Rosário - essa maravilhosa devoção que nunca me cansarei de aconselhar a todos os cristãos - passam pela nossa cabeça e pelo nosso coração os mistérios da conduta admirável de Maria, que são os próprios mistérios fundamentais da fé.

Amigos de Deus, 290


3. Como se reza o Terço?

O Rosário começa com o sinal da cruz. Posteriormente, enunciam-se cada um dos cinco mistérios que são contemplados naquele dia. Nas segundas e sábados, contemplam-se os mistérios gozosos; nas terças e sextas-feiras, os dolorosos; nas quintas-feiras, os luminosos; e às quartas e domingos, os gloriosos. Cada mistério é composto por um Pai Nosso, dez Ave-Marias e um Glória. Depois de rezar os cinco mistérios, reza-se a ladainha de Nossa Senhora, orações de louvor à nossa Mãe. De acordo com as tradições de diferentes lugares, a esta estrutura básica para rezar o Rosário acrescentam-se algumas jaculatórias e orações que exprimem a riqueza da piedade popular.

Aqui está um guia para rezá-lo:

Meditar com São Josemaria

“Virgem Imaculada, bem sei que sou um pobre miserável, que não faço mais do que aumentar todos os dias o número dos meus pecados...” Disseste-me o outro dia que falavas assim com a Nossa Mãe. E aconselhei-te, com plena segurança, que rezasses o terço: bendita monotonia de ave-marias, que purifica a monotonia dos teus pecados!

Sulco, 475

Sempre adias o terço para depois, e acabas por omiti-lo por causa do sono. - Se não dispõe de outros momentos, reza-o pela rua e sem que ninguém o note. Isso te ajudará também a ter presença de Deus.

Sulco, 478

Quanto cresceriam em nós as virtudes sobrenaturais, se conseguíssemos alcançar uma intimidade verdadeira com Maria, que é nossa Mãe! Não nos importe repetir-lhe durante o dia - com o coração, sem necessidade de palavras - pequenas orações, jaculatórias. A devoção cristã reuniu muitos desses elogios ardentes nas Ladainhas que acompanham o Santo Rosário. Mas cada qual é livre de aumentá-las, dirigindo-lhe novos louvores, dizendo-lhe o que - por um santo pudor que Ela entende e aprova - não nos atreveríamos a pronunciar em voz alta.

Amigos de Deus, 293

4. Por que nos recomendam rezar o Terço?

O Rosário da Virgem Maria é uma oração aconselhada pelo Magistério da Igreja Católica; na sobriedade dos seus elementos, possui em si a profundidade de toda a mensagem do evangelho, de que pode ser considerada um resumo. Além disso, a própria Virgem Maria, quando apareceu na Terra, incentivou a rezar esta oração. A 13 de maio de 1917, na sua primeira aparição em Fátima, Maria disse: “Rezem o terço, todos os dias, para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra” e, na sua última aparição nesse lugar, a Mãe de Deus apresentou-se como a “Senhora do Rosário”.

A Igreja acredita que a Santíssima Mãe de Deus continua a exercer no Céu o Seu ofício materno; portanto, é natural que os cristãos recorram a Ela para pedir as suas necessidades e confiar-Lhe as suas preocupações. Muitos papas deram grande importância a esta oração: Leão XIII promulgou a encíclica Supremi Apostolatus Officio, um documento de grande entidade, a primeira das suas muitas declarações sobre esta oração, na qual propõe o Rosário como uma arma espiritual eficaz contra os males que afligem a sociedade. João Paulo II escreveu uma carta em 16 de outubro de 2002 chamada Rosarium Virginis Mariae, com a qual convocou um Ano do Rosário e em que comentou a beleza desta oração, que ajuda a “contemplar Cristo com Maria”.

Meditar com São Josemaria

O Santo Rosário é arma poderosa. Emprega-a com confiança e te maravilharás do resultado.

Caminho, 558

Para que os empregam como arma a inteligência e o estudo, o terço é eficacíssimo. Porque, ao implorarem assim a Nossa Senhora, essa aparente monotonia de crianças com sua Mãe vai destruindo neles todo o germe de vanglória e de orgulho.

Sulco, 474

Aconselho-te - para terminar - que faças, se ainda não o fizeste, a tua experiência particular do amor materno de Maria. Não basta saber que Ela é Mãe, considerá-la assim, falar assim d'Ela. É a tua Mãe e tu és seu filho. Ama-te como se fosses o seu único filho neste mundo. Trata-a em consequência: conta-lhe tudo o que te acontece, honra-a, quere-a. Ninguém o fará por ti, tão bem como tu, se tu não o fizeres.

Asseguro-te que, se empreenderes este caminho, encontrarás imediatamente todo o amor de Cristo. E ver-te-ás metido nessa vida inefável de Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Obterás forças para cumprir acabadamente a Vontade de Deus, encher-te-ás de desejos de servir a todos os homens. Serás o cristão que às vezes sonhas ser: cheio de obras de caridade e de justiça, alegre e forte, compreensivo com os outros e exigente consigo mesmo.

Essa e não outra é a têmpera da nossa fé. Recorramos a Santa Maria, que Ela nos acompanhará com um andar firme e constante.

Amigos de Deus, 293

Fonte: https://opusdei.org/pt-br/article/o-que-e-o-terco-como-se-reza/

Da Carta aos tralianos, de Santo Inácio de Antioquia, bispo e mártir

Corpo e Sangue de Jesus Cristo (Ação Família)

Da Carta aos tralianos, de Santo Inácio de Antioquia, bispo e mártir

(Nn.8.1-9,2; 11,1-13,3:Funk1,209-211)                 (Séc. I)

Renovai-vos pela fé que é a Carne do Senhor
e pela caridade que é o seu Sangue

Revestindo-vos de mansidão, regenerai-vos na fé que é a carne do Senhor, e na caridade que é o sangue de Jesus Cristo. Nenhum de vós tenha algo contra o próximo. Não deis ensejo aos gentios para não suceder que por causa de uns poucos insensatos a multidão que pertence a Deus seja ultrajada. Ai daquele por cuja leviandade meu nome é blasfemado no meio de alguns (cf. Is 52,5).  

Tapai, portanto, os ouvidos se alguém vos falar de outra coisa que não seja Jesus Cristo, que é da família de Davi, filho de Maria. Aquele que nasceu de verdade, comeu e bebeu, sofreu de verdade sob Pôncio Pilatos, foi de verdade crucificado e morreu, à vista dos seres celestes, terrestres e da profundeza da terra. De verdade ressuscitou dos mortos, ressuscitando-o seu Pai. À sua semelhança, também a nós que nele cremos, seu Pai nos ressuscitará no mesmo Cristo Jesus, sem o qual não possuímos a verdadeira vida.  

Fugi, portanto, das más videiras que produzem frutos mortíferos; mal os prove alguém e logo morrerá. Não são plantas do Pai. Se fossem, apareceriam os ramos da cruz e seu fruto seria incorruptível. Por esta cruz, Cristo em sua paixão vos convida a vós que sois seus membros. Porque não pode nascer a cabeça separada dos membros; já que Deus prometeu a união, união que é ele próprio.  

De Esmirna vos saúdo juntamente com as Igrejas de Deus que estão comigo e que por tudo me reanimaram de corpo e de espírito. As cadeias que por Jesus Cristo carrego na oração para alcançar a Deus, estas cadeias vos imploram. Permanecei na concórdia e na mútua oração. Convém a cada um de vós, especialmente aos presbíteros, auxiliar o bispo, em honra do Pai, de Jesus Cristo e dos apóstolos.  

Desejo que me presteis ouvidos na caridade para não dar, no que escrevo, testemunho contra vós. Mas orai também por mim. Preciso de vossa caridade na misericórdia de Deus, para tornar-me digno de obter o quinhão já próximo e não ser reprovado.  

A caridade dos esmirnenses e dos efésios vos saúda. Em vossas orações fazei memória da Igreja que está na Síria, da qual não sou digno de trazer o nome, sendo o último deles. Adeus em Jesus Cristo. Sede obedientes ao bispo como ao mandamento de Deus, e semelhantemente ao presbitério. E um por um, amai-vos todos mutuamente com coração indiviso. 

Meu espírito se imola por vós em sacrifício não só neste momento, mas também quando houver encontrado a Deus. Ainda corro perigo. Mas fiel é o Pai em Jesus Cristo, para atender a meu pedido e ao vosso. Desejo que nele sejais encontrados sem mancha.

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

Festa de Nossa Senhora Aparecida 2024 da Arquidiocese de Brasília

Festa de Nossa Senhora Aparecida 2023 de Brasília (arqbrasilia)

Festa de Nossa Senhora Aparecida 2024: Arquidiocese de Brasília prepara Celebração de Fé e Devoção

A Arquidiocese de Brasília se prepara para realizar a 26ª edição da tradicional Festa de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil e de Brasília. O evento acontecerá na Esplanada dos Ministérios, local onde a celebração ocorre desde 1996, no próximo dia 12 de outubro de 2024, a partir das 9h, com previsão de reunir cerca de 50 mil fiéis ao longo do dia.

07 de outubro de 2024

Este ano, a programação contará com uma série de atividades religiosas e culturais, começando às 9h com a celebração da Santa Missa dedicada às crianças, presidida pelo Padre Rafael Santos, Pároco do Santuário Nossa Senhora da Saúde. Após a Celebração Eucarística, as crianças terão uma manhã repleta de atividades especiais, com barracas de alimentação, sorvete, brinquedos infláveis e sorteios de prêmios, organizados por grupos e pastorais de várias paróquias do Distrito Federal.

Este ano, a partir das 14h, o Santo Rosário será conduzido pelo Frei Flávio Freitas e pela Irmã Adriana Barra, sendo encerrado com a Bênção do Santíssimo. Durante a oração do Santo Rosário, os fiéis que desejarem receber o Sacramento da Reconciliação terão à disposição cerca de 50 sacerdotes, que ficarão nas tendas montadas atrás do palco.

A entrevista coletiva com o Cardeal Dom Paulo Cezar Costa está marcada para às 16h15. O ponto alto da festa será a Santa Missa Solene em Honra a Nossa Senhora Aparecida, presidida pelo Cardeal Dom Paulo Cezar Costa, Arcebispo de Brasília, e concelebrada por todo o clero da Arquidiocese, que terá início às 17h.

Logo após a Santa Missa, a procissão com a imagem de Nossa Senhora Aparecida percorrerá o quadrilátero da Esplanada dos Ministérios em frente à Catedral Metropolitana de Brasília, com bênçãos especiais para enfermos, governantes e famílias. Os fiéis devem trazer suas velas para que possam participar desse lindo momento da procissão luminosa.

A organização do evento espera a participação de fiéis de várias regiões do Distrito Federal e de outras partes do Brasil, além de embaixadores, autoridades militares e representantes dos três poderes. A festa contará com cobertura ao vivo pelas mídias sociais oficiais da Arquidiocese de Brasília, pela Rádio Arquidiocesana Nova Aliança, além de transmissão pela TV e Rádio Canção Nova.

Para garantir a segurança e o conforto dos participantes, as autoridades de trânsito realizarão o bloqueio de três faixas no quadrilátero onde será celebrada a Santa Missa. A partir das 16h, todas as faixas serão bloqueadas.

Estacionamentos estarão disponíveis nos anexos dos Ministérios.

Serviço:

Data: 12 de outubro de 2024

Local: Esplanada dos Ministérios, Brasília (DF). 

Programação:

9h: Missa para as crianças;

10h às 12h30: Festival de sorvete, barracas de alimentação e atividades infantis;

14h: Rosário com Bênção do Santíssimo;

17h: Santa Missa Solene seguida da Procissão Luminosa;

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

São Luís Beltrán

São Luís Beltrán (A12)
09 de outubro
País: Espanha (Valência)
São Luís Beltrán

São Luís Beltrán é uma figura venerada pela Igreja Católica, cuja memória é celebrada no dia 9 de outubro.

Nascido em Valência, Espanha, em 1526, ele teve uma vida extraordinária dedicada à fé e à evangelização nas terras da América Latina. Através de suas viagens e pregações incansáveis, São Luís Beltrán desempenhou um papel crucial na propagação do cristianismo nas colônias espanholas do século XVI.

Desde jovem, São Luís Beltrán sentiu uma profunda vocação religiosa e ingressou na Ordem dos Dominicanos aos 18 anos. Após sua ordenação sacerdotal, ele foi enviado para as Américas, onde dedicou sua vida a converter os povos indígenas e a defender seus direitos.

Viajando extensivamente pela América Latina, ele testemunhou as injustiças cometidas contra os nativos e usou sua posição para defendê-los perante as autoridades coloniais.

A espiritualidade de São Luís Beltrán era marcada por sua humildadedevoção à Virgem Maria e seu compromisso com a justiça social. Ele era conhecido por sua vida austera e suas orações constantes, inspirando todos ao seu redor a uma busca mais profunda pela fé.

Seu legado perdura até hoje, lembrando-nos da importância de usar nossa fé como um instrumento para a justiça e a compaixão.

Reflexão:

Que a lembrança de São Luís Beltrán nos inspire a enxergar a espiritualidade não apenas como uma busca individual, mas como um chamado para agir em prol dos menos favorecidos. Seu legado de dedicação à fé e à justiça continua a iluminar o caminho daqueles que buscam a verdade e a compaixão no mundo moderno.

Oração:

São Luís Beltrán, apóstolo da América Latina, guia-nos em nossa jornada de fé. Olhai por aqueles que sofrem injustiças, assim como vós o fizestes em vida. Que possamos seguir o exemplo de humildade e devoção que nos deixaste, buscando a justiça e a compaixão em nossas vidas diárias. Intercedei por nós junto ao Pai Celestial, para que possamos, como vós, ser instrumentos de sua paz e amor. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

Papa: o Espírito Santo garante a unidade e universalidade da Igreja

Audiência Geral de 09 de outubro de 2024 com o Papa Francisco (Vatican News)

Na Audiência Geral desta quarta-feira, 09/10, Francisco destacou a importância do Espírito Santo como aquele que assegura a unidade e universalidade da Igreja. Através do exemplo dos Apóstolos em Pentecostes, o Pontífice sublinhou que, ao serem "cheios do Espírito Santo", eles saíram para anunciar Cristo a todas as nações, sem distinção de povos. "O Espírito Santo não realiza a unidade da Igreja a partir do exterior, mas Ele mesmo é o vínculo de unidade", afirmou.

Thulio Fonseca - Vatican News

O Papa Francisco, nesta quarta-feira, 09 de outubro, deu continuidade ao ciclo de catequeses sobre o tema "O Espírito e a Esposa". Referindo-se ao relato da descida do Espírito Santo em Pentecostes, conforme descrito no Livro dos Atos dos Apóstolos (At 2, 4), o Pontífice refletiu, diante dos milhares de fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro, sobre o papel do Espírito Santo na universalidade e na unidade da Igreja.

Ação universal e unificadora do Espírito Santo

O Santo Padre explicou que o Espírito Santo é aquele que "empurra a Igreja para fora", para acolher um número crescente de povos, mas ao mesmo tempo a reúne em si, consolidando a unidade alcançada. "O Pentecostes não foi apenas o início da missão da Igreja entre os judeus, mas também o prenúncio da missão entre os gentios", afirmou Francisco, mencionando a conversão do centurião Cornélio (cf. At 10-11) como um novo “Pentecostes” que quebrou barreiras entre judeus e pagãos.

Fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro (Vatican Media)

A importância da sinodalidade e do diálogo

O Papa também destacou que o Espírito Santo não realiza a unidade de forma abrupta, mas sim através de um trabalho discreto, respeitando o tempo e as diferenças humanas. O Concílio de Jerusalém (cf. At 15,28), mencionou o Pontífice, foi um exemplo de como a unidade foi buscada de maneira sinodal, através de oração, debate e discernimento conjunto- Santo Agostinho, recordou o Pontífice, explica a unidade realizada pelo Espírito Santo com uma imagem que se tornou clássica: “O que a alma é para o corpo humano, o Espírito Santo é para o corpo de Cristo, ou a Igreja”. A imagem ajuda-nos a compreender algo importante: 

“O Espírito Santo não realiza a unidade da Igreja a partir do exterior; não nos ordena simplesmente que estejamos unidos. Ele próprio é o “vínculo de unidade”.”

Unidade dos cristãos

Ao concluir sua reflexão, Francisco pediu que o Espírito Santo nos ajude a ser instrumentos de unidade e paz, não apenas na Igreja, mas também nas nossas relações pessoais. "Todos desejamos a unidade, mas ela só pode ser alcançada quando colocamos Deus no centro, e não nós mesmos. A unidade é caminhar juntos em direção a Cristo, e não esperar que os outros venham até onde estamos", lembrou o Papa, convidando os cristãos a seguir o exemplo de Pentecostes:

"Peçamos ao Espírito Santo que nos ajude a ser instrumentos de unidade e de paz."

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

terça-feira, 8 de outubro de 2024

Início da Carta aos tralianos, de Santo Inácio de Antioquia, bispo e mártir

A Paixão de Jesus Cristo (misericordia)

Início da Carta aos tralianos, de Santo Inácio de Antioquia, bispo e mártir

(Proêmio; Nn.1,1-3,2; 4,1-2;6,1; 7,1-8,1:Funk1,203-209)            (Séc. I)

Desejo precaver-vos como a filhos meus muito caros

Inácio, chamado também o Teóforo, à santa Igreja, amada por Deus, Pai de Jesus Cristo, que está em Trales da Ásia; à eleita, digna de Deus, que tem a paz na carne e no sangue, na paixão de Jesus Cristo, nossa esperança, quando ressurgirmos para ele; saúdo-a efusivamente à maneira dos apóstolos e desejo-lhe plena salvação.  

Sei que tendes o espírito constantemente irrepreensível e apegado à paciência, não apenas na prática, mas por boa disposição. Isto me afirmou vosso bispo Políbio que, por vontade de Deus e de Jesus Cristo, esteve em Esmirna e que de tal forma se congratulou comigo, prisioneiro em Jesus Cristo, que, através dele, vos contemplei a todos vós. Acolhendo por meio dele vossa benevolência, conforme a de Deus, dei glória a Deus porque não só vos conheci, mas encontrei como verdadeiros imitadores seus.  

Sois submissos a vosso bispo como a Jesus Cristo; por isto me pareceis viver não como simples homens, mas conformes a Jesus Cristo que por nós morreu; crendo deste modo em sua morte, escapais da morte. É realmente preciso que nada façais sem o bispo; é assim que procedeis. Sede obedientes aos presbíteros como aos apóstolos de Jesus Cristo, nossa esperança, e assim estaremos vivendo nele.  

É também dever dos diáconos, ministros dos mistérios de Jesus Cristo, procurar de toda maneira agradar a todos. Pois não são diáconos para a comida e bebida, mas ministros da Igreja de Deus. É necessário, portanto, que evitem as más ações como ao fogo.  

Igualmente respeitem todos aos diáconos como a Jesus Cristo, do mesmo modo que têm reverência pelo bispo, figura do Pai, e pelos presbíteros, senado de Deus e conselheiros dos apóstolos. Sem eles não existe a Igreja. Estou persuadido de que é este o vosso pensar. Tive uma prova de vossa caridade e a tenho comigo na pessoa do vosso bispo. Sua própria maneira de viver é uma magnífica lição e sua mansidão é uma força. É grande minha experiência de Deus, porém, mantenho-me moderado para não perecer por vanglória. Agora então mais tenho a temer e não posso dar ouvidos àquilo que me torna orgulhoso. Os que me elogiam, me flagelam. Porque quero, sim, padecer, mas não sei se sou digno. Meu ardor não se mostra a muitos, todavia me assalta com mais intensidade. É-me necessária a mansidão, pela qual se vence o príncipe deste mundo.  

Suplico-vos, portanto, não eu, mas a caridade de Jesus Cristo, que tomeis unicamente o alimento cristão e rejeiteis toda erva daninha, a heresia.  

Isto se fará se não fordes orgulhosos nem vos afastardes de Jesus Cristo Deus, nem do bispo nem dos preceitos dos apóstolos. Aquilo que está no altar é puro; fora do altar, já não é puro. Quero dizer, quem faz o que quer que seja sem o bispo, os presbíteros e os diáconos, não tem pura a consciência.  

Não por ter sabido de algo assim, entre vós, escrevo estas palavras, mas desejo acautelar-vos, como a filhos meus muito caros.

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF